Filme do Dia: Matar ou Morrer (1952), Fred Zinnemann
Matar
ou Morrer (High Noon, EUA, 1952).
Direção: Fred Zinnemann. Rot. Adaptado: Carl Foreman, basado em um conto de
revista de John W. Cunningham. Fotografia: Floyd Crosby. Música: Dimitri
Timiokin. Montagem: Elmo Williams. Dir. de arte: Rudolph Sternad & Ben
Hayne. Cenografia:
Murray Waite. Figurinos: Joe King & Ann Peck. Com: Gary Cooper, Grace Kelly, Thomas Mitchell, Katy Jurado, Lloyd Bridges, Otto Kruger, Lon Chaney
Jr., Harry Morgan, Ian MacDonald.
Uma pequena cidade decide não ficar ao lado do seu xerife,
Will Kane (Cooper), quando esse resiste contra a ameaça do perigoso homem que
mandara para a cadeia, Frank Miller (MacDonald), e esse decide retornar após
solto para se vingar, juntamente com três outros homens. Kane, recém-casado,
não conta com o apoio de sua própria esposa (Kelly) que aandona a cidade com
sua ex-amante Helen Ramirez (Jurado). Os minutos passam e o trem chega trazendo
Miller para o confronto final com Kane.
Não deixa de ser irônico que o filme seja uma adaptação de
uma história contada originalmente em uma revista de faroeste, habitualmente
centradas no que de mais arquetípico o universo do Velho Oeste poderia evocar. Embora esse se
encontre na cenografia, sendo sua cidade o que mais tipicamente se pode
recordar desse universo, a postura de Zinnemann é de completo desprezo pelas
convenções do gênero. Seu herói, temeroso por ter que enfrentar sozinho a
iminente morte diante de uma cidade acovardada, tanto antecipa figuras da lei
igualmente vulneráveis em seu ardor liberal da década seguinte (notadamente o
xerife que protagoniza Caçada Humana)
quanto pretende ser uma crítica quanto ao conformismo que segue a perseguição
movida contra a Hollywood liberal contemporânea a sua produção pelo Comitê de
Atividades Anti-Americanas. Diante de sua preocupação extrema com sua virtuosa
montagem, que pretende que a maior parte da ação se configure em tempo real, sobra
muito pouco de interesse legítimo por seus
tipos, desencarnados e anêmicos como a própria fotografia em preto&branco,
em mais uma opção que vai contra o cânone dos faroestes A da época, em sua
maior parte filmados em tons fortes ou mesmo berrantes (Os Brutos Também Amam, Rastros de Ódio, Johnny Guitar). Stanley
Kramer Prod. para United Artists. 85 minutos.
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