Tem uma expressão feminina, encontrada nas atrizes dos anos 40 – distantes do noir ou, pelo menos, das femmes fatales , que não se encontra nem nos anos 50 nem nos 30 ou em qualquer outro período da história do cinema. Ou talvez entre meado dos anos 30 e meados dos anos 40? O olhar, meio gelatinoso e lânguido, parece encarar e se desviar ao mesmo tempo da lente. Pode até ser um convite à sedução, mas faz parte de um conjunto completo, no qual o sex appeal está longe ser o que domina. A boca em sorriso sutil que ressalta uma das maças do rosto e uma expressão de entrega e auto-sacríficio, de bonomia excessiva, de um esquecimento de si sem grande esforço, que parece negar qualquer sopro de vitalidade que não seja voltado para algo ou alguém exterior – uma causa, um filho ou mais provavelmente o homem que ama. Joan Fontaine, recentemente falecida, era mestra nessa expressão. Não se trata dela aqui, no entanto. Nunca ouvi falar de Virginia Bruce.
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