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Bessie Smith (Nobody Knows You When You're Down And Out, 1929) Jazz Legend

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Não há necessidade de discorrer longamente a respeito de Bessie Smith, a artista mais magnífica que já surgiu em qualquer área do jazz, pois suas numerosas gravações formam uma espécie de auto-retrato. Se dermos o devido desconto pelas deficiências técnicas (elas foram colhidas, em sua maior parte, entre 1923 e 1927) veremos que esses registros nos mostram Bessie Smith em sua inteireza, com exceção da densa radiação de poder e feminilidade com que ela hipnotizava o público ao vivo. Ela "dominava o palco" diz um antigo guitarrista. "Você nem mexia a cabeça enquanto ela estivesse se apresentando. Ficava só olhando para Bessie. Não se lia jornais em nightclubs onde ela se apresentasse. Ela só deixava você triste." Ela era uma mulher grande, bela, rouca, bêbada e infinitamente triste: "Ela gostava de cantar blues devagar; não queria coisas rápidas." Ela era aquela coisa rara no jazz, ou em qualquer outra parte, uma grande artista trágica, mesmo em seus moment

Bessie Smith - Young Woman's Blues

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No blues, as mulheres comuns, aquelas que são geralmente pouco articuladas exceto as musas de obras escritas, pinturas ou filmes, encontraram a sua voz: se Carmen tivesse falado por si mesma, ela não teria dito o que Merimée e Bizet disseram, mas o que disse Bessie Smith em Young Woman's Blues : I´m a young woman, and I ain't done running round Some people call me a hobo, some people call me a bum Nobody knows my name, nobody knows what I've done. I'm as good as any woman in your town: I ain't no high yeller, I'm a deep yaller brown. I ain't go to marry, ain't going to settle down I'm going to drink good moonshine, and run these browns down. See that long, lonesome road? Don't you know it's go to end. And I'm a good woman and I can get plenty men. (Eric J. Hobsbawn, História Social do Jazz, p. 129)
O público de skiffle  e rock-and-roll, a não ser que severamente retardado mental, tendia a ter entre dez e quinze anos de idade. O apelo universal da moda provavelmente se deu a esse infantilismo. (Eric J. Hobsbawn, História Social do Jazz , p. 100)
A arte folclórica, inevitavelmente, perde muito de sua concreção assim que sai da comunidade que reconhece suas alusões detalhadas e referências. À medida que o jazz se tornou o idioma musical geral para imigrantes negros que chegavam às cidades, perdeu inevitavelmente algumas de suas raízes. ( História Social do Jazz , Eric J. Hobsbawn, p. 105)

Jazz Classics: Dizzy Gillespie - A Night In Tunisia

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A melhor maneira de explicar a sua gênese musical é dizer que os músicos se cansaram e se frustraram com a música cada vez mais padronizada e repetitva das  big band  dos anos 1930. (Os primeiros revolucionários do  bop , vieram quase todos dessas  big band : Gillespie era o trompetista de Ted Hill e Cab Calloway; Charlie Parker era o sax alto de Jay McShann; Kenny Clarke era o baterista de uma série de bandas;Charlie Christian era o guitarrista de Goodman.) Apesar de haver algumas grandes bandas de  bop  ocasionais, como a de Gillespie, Herman e Eckstine, o jazz moderno é, essencialmente, uma música de pequenos conjuntos. Tratava-se também, essencialmente, de uma reação ao entretenimento do público leigo, grande ou pequeno: era música para músicos. (Eric J. Hobsbawn,  História Social do Jazz , p. 149)