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Mostrando postagens com o rótulo Literatura Italiana
Era aberrante che gli uomini divenissero schiavi di instituzoni astratte che loro stessi avevano creato per regolare e propri bisogni. La politica era un'ilussione e per questo era marcia, e il massimo che si poteva ottenere era il minori dei mali. Sempre che si avesse voglia di lottare per arrivare a quel minimo risultato. Antonio Monda, L'America non Esiste , p. 30.
Quella che vide Nicola, quando entrarano nel porto di New York, non era affatto dorata, e la statua di cui parlava sempre il comandante, che conosceva la lingua di tutti gli emigranti, gli sembrò un monumento retorico e pesante: una donna verde con un libro, una torcia, e un'assurda corona in testa. Antonio Monda, La America non Esiste , p. 13
(...) Só há marinheiros no convés. Ficamos eu e um colega; enrolados em mantas azuis e deitados na madeira do convés, recebemos o borrifo das ondas, à espera do escuro. Poucas vezes fui tão feliz em minha vida . Tão fundo no encantamento de uma realidade que dura. Demasiado verdadeira; com algo a mais que não me deixa pensar que terminará. Essas chegadas, essas ancoragens de noites inteiras ao largo, essas chatas que vêm abarrotadas de mercadorias, rebocadas por cabos, e a grua que range alongando as antenas furiosas! Realmente acredito que nada disso vai terminar, que vamos até o infinito nesta lentidão, nesta calma verdade de vida, beirando todos os portos e ilhas da Terra. Elio Vittorini, "Sardenha como uma Infância", p. 86.
Paira no ar uma desolação excitante. O amarelo imenso das areias. A canícula. A borrasca cinzenta dos vagalhões. As barracas vermelhas, que do barco pareciam novas e muitas, são apenas cinco, e de madeira carcomida. Pareciam barracas de praias e, no entanto, são moradias. De uma delas sai um fio de fumaça. Penduradas numa cordinha entre uma e outra, roupas femininas estão a secar. E um aduaneiro vestido de verde lê na santa paz um livro muito velho, algum livro de viagem, espichando-se sobre uma pilha de sacas. - Está imerso na verdade de seu ócio e não dá a mínima para o vapor, para a coisa nova que é um vapor nesta praia, para a chegada dos carregadores, gozando sua maravilhosa eternidade. Elio Vittorini, Sardenha como uma Infância , p. 84 (grifo meu)
Em largas passadas calco o terreno úmido da rua e por baixo sinto a rocha, metálica, que desponta aqui e ali formando caprichosas calçadas e pequenos degraus nas soleiras. As portas estão escancaradas, é possível espiar cada casa e ver que já tem uma cama refeita, com a colcha vermelha por cima, uma mesa e oleografias nas paredes; das traves do teto pendem réstias de cebolas; não se nota a presença de alma viva, mas, se paro para observar mais atentamente, rápida e sem o mínimo rangido a porta se fecha em minha cara. Elio Vittorini, Sardenha como uma Infância
TODO APAGADO O VAPOR NAVEGA, FEITO COISA INERTE DA NATUreza. No entanto, por dentro, ele começa a despertar com o rumor de passos e vozes e daqui a pouco também será um novo mundo. Dentro dele há gente que dormiu, que sonhou e que agora se agita com os afazeres miúdos da manhã, para estar pronta quando o desembarque vier antes do nascer do sol, meio como a pressa dos meninos que querem correr em horas proibidas na escola. Elio Vittorini, Sardenha como uma Infância
Allora la marchesa si voltò verso di lui, con un brusco movimento che modellò le coperte sulla sua elegante figura di donna; si passò una mano piú bianca della batista che le cadeva lungo il braccio, sui folti capelli castani, e fissò in volto al marito i suoi grand’occhi scuri bene aperti Egli era ritto, immobile, serio - troppo serio per gli abiti che indossava - e avea tuttora un leggiero strato di polvere sui capelli e sul viso: dovea essere giovane, invecchiato anzitempo, pallido, biondo, elegante, alquanto calvo. ( Eros , Giovanni Verga)
Mas aqui os homens tem olhos turvos e caras intratáveis, ainda, e Kim tem afeição por esses homens, por esse resgate que se move neles. Aquele menino do destacamento do Esperto, como se chama? Pin? Com aquele tormento de raiva em rosto sardento, mesmo quando ri...Dizem que é irmão de uma prostituta. Por que luta? Não sabe que luta para não ser mais irmão de uma prostituta. E aqueles quatro cunhados "sulistas" combatem para não serem mais "sulistas", pobres emigrantes do pobre Sul, vistos como estranhos. E aquele policial combate para não se sentir mais policial, um tira no encalço de seus semelhantes. Depois Primo, o gigantesco, bom e desapiedado Primo...dizem que quer se vingar de uma mulher que o traiu... Todos temos uma ferida secreta por cuja redenção lutamos . (Ítalo Calvino, A Trilha dos Ninhos de Aranha , pp.143-4, grifo meu)
Não é assim. Porque há algo mais, comum a todos, um furor. O destacamento do Esperto: ladrõezinhos, policiais, militares, contrabandistas, vagabundos. Gente que se acomoda nas chagas da sociedade e se arranja no meio das desfigurações, e que nada tem para defender, e nada para mudar. Ou então gente com alguma deficiência física, ou com fixações, ou fanáticos. Uma ideia revolucionária neles não pode nascer, atados como estão à roda que os mói . (Ítalo Calvino, A Trilha dos Ninhos de Aranha , p. 140, grifo meu)
O homem carrega dentro de si seus medos-crianças a vida toda. (Ítalo Calvino, A Trilha dos Ninhos de Aranha , p. 142)
Em todos os seres humanos para Pin há um quê de nojento como nos vermes, e um quê de bom e quente que atrai companhia. ( A Trilha dos Ninhos de Aranha , Ítalo Calvino, p.99)
Agora estão andando por um campo de oliveiras. Pin morde o pão: uma ou outra lágrima ainda lhe escorre pelas faces e ele a engole junto com o pão mastigado. O homem pegou-o pela mão: é uma mão grandíssima, quente e macia, parece feita de pão. ( A Trilha dos Ninhos de Aranha , Ítalo Calvino, p.82)
As aranhas subterrâneas naquele momento roem vermes ou se acasalam, os machos com as fêmeas soltando fios de baba: são seres nojentos como os homens, e Pin enfia o cano da pistola na entrada da toca com vontade de matá-las. ( A Trilha dos Ninhos de Aranha , Ítalo Calvino, p. 50)
Agora o alemão anda pelo quarto de camiseta, com os braços rosados e gorduchos feito coxas, e de vez em quando fica em foco na fresta; a certa altura também dá para ver os joelhos da irmã rodando no ar e se metendo debaixo dos lençois. Pin agora tem de se contorcer para saber onde vai ser deixado o cinturão com a pistola; está lá pendurado no espaldar de uma cadeira como uma fruta estranha e Pin gostaria de ter um braço tão fino quanto seu olhar para fazê-lo passar pela fresta, apanhar a arma e puxá-la para si. Agora o alemão está nu, de camiseta, e ri: sempre ri quando está nu, porque no fundo sua alma é pudica, de moça. Pula na cama e apaga a luz; Pin sabe que vai passar um pouco de tempo assim na escuridão e em silêncio, antes que a cama comece a gemer. ( A Trilha dos Ninhos de Aranha , Ítalo Calvino, p. 41)

La luna e i Falò, Cesare Pavese

La luna e i falò (di  Cesare Pavese ) C 'è una ragione perché sono tornato in questo paese, qui e non invece a Canelli, a Barbaresco o in Alba. Qui non ci sono nato, è quasi certo; dove son nato non lo so; non c'è da queste parti una casa né un pezzo di terra né delle ossa ch'io possa dire "Ecco cos'ero prima di nascere". Non so se vengo dalla collina o dalla valle, dai boschi o da una casa di balconi. L a ragazza che mi ha lasciato sugli scalini del duomo di Alba, magari non veniva neanche dalla campagna, magari era la figlia dei padroni di un palazzo, oppure mi ci hanno portato in un cavagno da vendemmia due povere donne da Monticello, da Neive o perché no da Cravanzana. C hi può dire di che carne sono fatto? Ho girato abbastanza il mondo da sapere che tutte le carni sono buone e si equivalgono, ma è per questo che uno si stanca e cerca di mettere radici, di farsi terra e paese, perché la sua carne valga e duri qualcosa di più che un comune giro di
EU SEI O QUE É SER FELIZ NA VIDA - E A DÁDIVA DA EXISTÊNCIA, o gosto da hora que passa e das coisas que estão em torno, ainda que imóveis, a dádiva de amá-las, as coisas, fumando, e uma mulher dentro delas. Conheço a alegria de uma tarde de verão, lendo um livro de aventuras canibalescas, seminu em uma chaise longue , na frente de uma casa de colina com vista para o mar. E muitas outras alegrias juntas: de estar num jardim à espreita e escutar o vento que mal move as folhas (as mais altas) de um árvore; ou sentir trincar e desmoronar num areal a infinita existência da areia; ou, num mundo povoado de galos, despertar antes da alvorada e nadar sozinho em toda a água do mundo, à beira de uma praia rosada. E não sei o que se passa em meu rosto nessas minhas felicidades, quando sinto que se está tão bem na vida: não sei se uma doçura sonolenta ou quem sabe um sorriso. Mas quanto desejo de ter as coisas! Não somente o mar ou somente o sol e não somente uma mulher e o coração dela sob os lábi