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Filme do Dia: Special Delivery Messenger, U.S.P.O. (1903), A.E. Weed

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  S pecial Delivery Messenger, U.S.P.O (EUA, 1903). Fotografia: A.E. Weed. Encenação de evidente viés documental sobre a chegada de uma carta ou telegrama que é entregue e assinada por uma senhora nesse que é um das dezenas de filmes financiados pelos Correios norte-americanos. Destaque para o recurso, apropriado à exaustão por certos realizadores vinculados ao cinema moderno, como Júlio Bressane no Brasil, do plano iniciar sem nenhum elemento humano e apenas a presença da fachada da casa, ser atravessado pelo carteiro com sua bicicleta e permanecer na fachada da casa após a saída dos dois personagens, elemento comum no cinema da época. American Mutuoscope & Biograph. 40 segundos.

Filme do Dia: Boat Race (1903), G.W. Bitzer & Wallace McCutcheon

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  B oat Race (EUA, 1903). Fotografia G.W. Bitzer & Wallace McCutcheon. Registro de uma corrida entre duas equipes de canoagem. Em vários momentos a câmera, acaba perdendo do enquadramento uma das canoas e, por um breve momento, até mesmo as duas, à guisa de exibir um navio de guerra que se encontra ancorado em determinado trecho do percurso (seu final? Ou apenas o final do filme?). American Mutoscope & Biograph.1 minuto e 42 segundos.  

Filme do Dia: Hammerfest (1903), Robert W. Paul

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  H ammerfest (Reino Unido, 1903). Direção: Robert W. Paul. Um deslumbrante “panorama” do porto norueguês que dá nome ao filme, impregnado por casas de formato bastante similar e depois pelo movimentado porto em si próprio, onde o fervilhar de pessoas, barcos ancorados e uns poucos em movimento demonstram a dinâmica social e econômica do local. O panorama consistia de uma lenta panorâmica (geralmente horizontal) descritiva do ambiente ou monumento a ser observado, em lógica mais próxima talvez de diversos sistemas similares que se davam em ambientes de feiras e exposições que do cinema narrativo posterior. Robert W. Paul. 1 minuto e 21 segundos.

Filme do Dia: Akt-Skulpturen. Studienfilm für Bildende Kunstler (1903)

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  A kt-Skulpturen. Studienfilm für Bildende Kunstler (Alemanha, 1903). Embora alguns comentadores tenham se apressado em se referir a movimentos circulares a acompanharem os modelos nus que posam para a mesma como se fossem para estudantes de arte, motivação aparentemente original dessa produção, na verdade se observando com o mínimo de cuidado se percebe que é o tablado em que se encontram os modelos nus que gira ou para. A mulher permanece bem mais tempo sendo filmada que o seu parceiro, que apenas surge quando aparece uma cartela que faz referência a Adão e Eva. A compleição física do casal é menos rechonchuda que a habitualmente habitava os filmes abertamente eróticos de então (como os de Johann Schwarzer) e isso talvez se deva ao fato de terem como matriz a arte clássica. Várias poses evocam quadros e esculturas famosas. Ou os temas bíbliocos que as inspiraram? É mais provável, dadas as poses e o público ao qual pretensamente era dirigido, que sua evocação dessas passagens tenha

Filme do Dia: The Delhi Durbar (1903)

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T he Delhi Durbar (Reino Unido, 1903). Observado de outro ângulo, de uma câmera alta, os cortejos do festejo da tradicional coroação do monarca indiano, a qual se refere o título (Corte de Delhi), tem-se um espetáculo mais grandioso e menos trivial em seu detalhe aproximado que o observado em outro filme da mesma produtora ( Coronation Durbar at Delhi ) sobre o mesmo evento. Aqui as orquestrações de cavaleiros, com cavalos paramentados e pares de elefantes adultos, liderados por um pequeno, que faz às vezes de dama de honra, torna tudo mais coreográfico. Ao mesmo tempo, talvez inclusive por sua maior extensão, observa-se uma profusão de “detalhes” quase inesgotável, mais enfática que a do outro filme, da sorte que apenas várias visadas talvez oferecessem um mero vislumbre do que se encontra na imagem, se levarmos em conta apenas essa e não se procurar ler sobre o evento em qualquer fonte bibliográfica. Dentre os “detalhes” se pode referir desde as escadas que vão nos dorsos dos e

Filme do Dia: Subub Surprises the Burglar (1903), Edwin S. Porter

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S uburb Surprises the Burglar (EUA, 1903). Direção e Fotografia: Edwin S. Porter. Num período no qual os filmes ficcionais se tornam um imperativo maior, Porter realiza essa farsa na qual um ladrão é surpreendido pela ação do homem a ser roubado, quando esse se fecha na parede juntamente com sua cama e uma fumaça começa a surgir. Logo o próprio ladrão também se transformará em fumaça. O que mais chama a atenção nesse filme de Porter é o quanto ele mescla elementos de um realismo que impregna algumas de suas obras mais conhecidas ( Vida de um Bombeiro Americano , O Grande Roubo do Trem ), ainda que farsescas ( Street Car Chivalry ) com elementos típicos de um cinema de trucagens estilo Méliès, como é o caso do desaparecimento do ladrão.Edison Manufacturing Co. 1 minuto e 6 segundos.

Filme do Dia: A Chess Dispute (1903), Robert W. Paul

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A   Chess Dispute (Reino Unido, 1903). Direção: Robert W. Paul. Dois jovens senhores disputam uma partida de xadrez que se transforma em cenário de batalha após acusações serem trocadas. No auge do conflito, ambos são recriminados e apartados pelo garçom do restaurante onde se desenrola a ação. Filmado em câmera fixa, com um fundo visivelmente artificial, como era comum então, talvez o que mais chame a atenção nesse exemplar de Primeiro Cinema seja a estratégia utilizada para ressaltar a crescente desavença em termos de peças e objetos jogados para o alto. Os dois, no caso, abaixam-se até um nível em que a câmera não mais os enquadra, ou os enquadra somente parcialmente e aí não só observamos objetos e roupas para o alto, como também um simulando pular sobre o outro. Robert W. Paul. 1 minuto e 4 segundos.

Filme do Dia: Opening of New East River bridge, New York (1903), James Blair Smith

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O pening of New East River Bridge, New York (EUA, 1903). Fotografia: James Blair Smith. Se apresenta imagens mais detalhadas do evento histórico para a cidade de Nova York que foi a inauguração de uma de suas pontes mais majestosas, a de Williamsburg, que Opening the Williamsburg Bridge , da rival Biograph, uma celebração centrada nos rituais de poder parece aqui ainda mais aparente.   Ao menos nesse sentido pode-se afirmar que o cinegrafista dessa produção teve mais sucesso que na sua versão concorrente ao já iniciar bem mais próxima do momento em que as autoridades cruzam com o campo focal da câmera, que aliás efetua um movimento de câmera muito próximo da outra produção, deixando que se perceba, talvez aqui ainda mais próximo (por conta igualmente aqui de um certo “engarrafamento” de autoridades) os dignitários do evento, com seus fraques e cartolas ou chapéus coco. Por alguns segundos se poderia pensar que se trata da mesma produção. Aqui também se acrescenta outros dois plan

Filme do Dia: Noon hour, Hope Webbing Co. (1903), Frederick S. Armitage

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N oon Hour, Hope Webbing Co. (EUA, 1903). Fotografia: Frederick S. Armitage. Um grupo de operários atravessa um descampado, tendo os muros da fábrica na qual trabalham ao lado, ao meio-dia, provavelmente se deslocando para o almoço. Exibições do operariado não eram incomuns no período e provavelmente significariam tanto uma demonstração de poder para os proprietários das empresas quanto uma forma de afagar os egos de seus trabalhadores. American Mutoscope & Biogrph. 1 minuto e 9 segundos.

Filme do Dia: A Desperate Poaching Affray (1903)

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A  Desperate Poaching Affray (Reino Unido, 1903). Direção: William Haggar. Com: Sid Griffiths, Will Haggar Jr., Walter Haggar. Dois larápios são surpreendidos por três caçadores. Uma perseguição se segue. Ambos os grupos se encontram armados e vítimas são feitas na perseguição, contando agora também com a ajuda de policiais. A ação é tão frenética, até para ser comprimida em tão pequeno espaço de tempo, nesse verdadeiro thriller da época, que por vezes fica-se ocasionalmente se perguntando o que de fato está ocorrendo ou mesmo se indagando de questões mais triviais, como a da súbita aparição de policiais, quando o grupo de larápios havia sido recém-descoberto. Enfim, nada que seja tão excêntrico assim para os padrões “narrativos” de então. As várias mortes ou ferimentos graves que se sucedem, por exemplo, não ganham   nenhuma relevância dramática, surgindo apenas como um obstáculo a mais antes da captura final. A ação frenética ocorre mais pelo que ocorre dentro do quadro, ev

Filme do Dia: A Romance of the Rail (1903), Edwin S.Porter

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A Romance of the Rail (EUA, 1903). Direção: Edwin S. Porter. Rot. Original: Wendell P.Colton. Com: Marie Murray. Casal enamorado viaja de trem, namora durante a viagem e resolve se unir com as bênçãos de um religioso no próprio trem. Cerca de dois meses apenas antes do lançamento de seu clássico O Grande Roubo do Trem , Porter já aqui faz uso da ferrovia – por sinal, com finalidade bastante distinta – em que uma das cenas mais longas é a que o casal enamorado, ao final do trem, vivencia seu namoro e ao mesmo tempo comenta motivos que observa na paisagem (e dos quais, o espectador não toma de fato conhecimento quais sejam). Embora não fique exatamente evidente se havia conhecimento prévio um do outro antes da viagem, o fato de ambos viajarem de branco e do rapaz já vir munido com uma flor e haver uma satisfação demasiado imediata quando ocorre o primeiro contato visual entre ambos, parece sugerir, a bem da verossimilitude do filme, que já existia prévio conhecimento. Se a cena m