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Mostrando postagens com o rótulo Cinema Erótico

Filme do Dia: A Victorian Lady in Her Boudoir (1896), Esme Collings

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  A   Victorian Lady in Her Boudoir (Reino Unido, 1896). Fotografia Esme Collings. A composição algo roliça da mulher a se despir é tão testemunho de padrões de beleza distintos dos olhos que observam esta produção com a distância de bem mais de um século, e tão recorrentes nas imagens da época quanto a inescapável função voyeurística do cinema, em termos mais propriamente libidinosos, desde o início das imagens em movimento. Ela se despe em meio a duas cadeiras, que servirão como cabides improvisados onde depositará suas extensas vestes,  e um cenário que busca emular o quarto íntimo ( boudoir para os franceses) da senhora. O fato de ser uma dama da era vitoriana traz um sabor a mais. Como boa stripper , valoriza seu passe, ao sugerir mais que se expor por completo, detendo-se na última peça, uma camisola a qual se pode adivinhar, mais pelos seios que propriamente pelo sexo, que se encontra nua depois deste último obstáculo. A estratégia de se despir, no entanto, emula o naturalis

Filme do Dia: Eine Moderne Ehe (1907), Johann Schwarzer

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  E ine Moderne Ehe (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. Casal burguês se encontra na mesa apático até o momento em que ele recebe um bilhete o convidando ao clube, para cuidar de “negócios”. A mulher, aproveitando a ocasião, manda um bilhete para o amante e se encontra com o mesmo, enquanto o marido se diverte com uma prostituta. Ainda que o “desmascaramento da moral burguesa” seja um aditivo erótico habitual em alguns filmes de Schwarzer, ao mesmo tempo se observa, pelo padrão narrativo que Griffith logo estaria estabelecendo, surge aqui algo truncado, ao apresentar as situações vividas por marido e esposa de forma algo independente. Trata-se de um dos raros filmes de Schwarzer em que se observa, de fato, uma interação erótica entre um casal (na verdade, dois aqui), ainda que em ambos os casos, todos estejam com roupas, sejam roupas sociais no caso do marido e sua parceira, seja roupas íntimas que não deixam muito o que se ver, no caso da mulher com o amante – como se a situ

Filme do Dia: Das Sandbad (1906), Johann Schwarzer

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  D as Sandbad (Áustria, 1906). Direção: Johann Schwarzer. Homem mais velho leva uma mulher até um terreno arenoso, onde existe uma pequena cova, que ele auxilia a cavar. A mulher, coberta apenas por um véu, aproxima-se então da cova enquanto o homem se afasta dela e a observa de longe, deitar-se e fazer algumas poses na areia. Depois ele volta a se aproximar, cobre-lhe com um pouco de terra e a ajuda a erguer-se e retirar a areia do corpo. O que mais chama a atenção nesse pequeno filme de plano único é o ethos do voyeurismo que marca sua presença, sendo o homem que planeja cuidadosamente o cenário, apenas para observar a mulher de longe, reproduzindo, até certa medida, algo próximo do pretenso espectador masculino a quem tais produções eram dirigidas. Mesmo o pequeno toque que ele empreende à guisa de limpar a areia das pernas da mulher é rapidamente afastado pelas mãos dela. E embora se encontre sem camisa, como nas produções do estúdio em geral, o homem em si não é pensado como el

Filme do Dia: Diana Im Bade (1907), Johann Schwarzer

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  D iana Im Bade (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. Mulher se aproxima de um lago e após apreciar o ambiente, começa a se despir para um banho. Ao contrário de outro filme contemporâneo do realizador, ambientado em local muito similar ( Baden Verboten ), que já inicia com uma cena in media res , de um grupo de mulheres se banhando, o arranjo aqui soa mais perverso, já que centrado no ato de despir – o filme é concluído quando a mulher se encontra próxima de ficar completamente despida. Como no outro filme referido, tira-se proveito da imagem da água refletindo o corpo da mulher. E o ambiente natural parece provocar essa súbita recusa dos trajes tipicamente burgueses (que em nada apontam para sua referência de origem, a deusa romana da caça) sendo “substituídos” pela natural “vestimenta de Eva”. Saturn Film. 1 minuto.

Filme do Dia: Der Angler (1907), Johann Schwarzer

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  D er Angler (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. Duas mulheres se aproximam de um lago. Elas adentram para tomar banho. Um pescador se aproxima do local e lança uma isca que acaba ferindo a criada. Essa reclama com um policial que surge, e os três se afastam do local, enquanto a jovem, sem que os outros percebem, aproxima-se de suas roupas e começa a se vestir. O filme se diferencia da maior parte dos outros dirigidos por Schwarzer no mesmo ano, mesmo que também tenha recorrências evidentes – a maior delas a locação, provavelmente a mesma de outros filmes ambientados em um lago como Diana Im Bade e Baden Verboten , assim como o fato de mulhere ingressarem ou se prepararem para ingressar no mesmo; as diferenças ficam por conta de sua duração, cerca do triplo da habitual e do uso recorrente de movimentos de câmera. Com relação aos últimos, por mais virtuoso que seja o que se designaria posteriormente plano-sequencia, com toda a ação ocorrendo aparentemente sem nenhum corte, a

Filme do Dia: Beat the Devil (c. 1964), Bob Mizer

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  B eat the Devil (EUA, c. 1964). Direção: Bob Mizer. Com: Gary Hammock, Joe Kiser, Jerry Bell. O Diabo aparece para um jovem e o induz a comer uvas de uma parreira. Esse, ao comer da fruta passa mal e cai desfalecido ao chão. Um outro passante se assusta e observa se ele ainda possui os sinais vitais. Enquanto tenta reanimar o outro, também recebe a visita do Diabo, ao qual combate com um crucifixo. Quando fica desatento brevemente, é atacado pelo demônio, lutando contra esse e tendo como seu aliado a primeira vítima da besta. Com um título que provavelmente faz menção menos a produção homônima de Huston (no Brasil O Diabo Riu Por Último , de 1953), do que uma brincadeira com uma expressão em língua inglesa, transformando-a em algo literal aqui. Essa produção não deixa de apresentar idiossincrasias relativas provavelmente a própria falta de recursos; por exemplo, a determinado momento, um gato é lançado em cena, por um furo da lona que faz às vezes de floresta onde se desenrola o

Filme do Dia: Paixão Selvagem (1976), Serge Gainsbourg

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P aixão Selvagem ( Je T'Aime Moi Non Plus , França, 1976) Direção: Serge Gainsbourg. Fotografia: Willy Kurant. Música: Serge Gainsbourgh. Montagem: Kenault Peltier. Com: Jane Birkin, Joe Dallessandro, Hughes Quester, Reinhard Kolldehoff, Gerard Depardieu, Michel Blanc. Caminhoneiros transportadores de lixo homossexuais têm sua relação ameaçada quando um deles, Krasky (D'Alessandro) apaixona-se por uma garota que trabalha em uma espelunca de beira de estrada, onde é empregada do flatulento e irritadiço Boris (Kolldehoff), possui um visual andrógino e é conhecida como Johnny (Birkin). Após falhar no ato sexual ortodoxo, Krasky inicia diversas relações de sexo anal que são frustradas com a gritaria da garota e a expulsão dos motéis. Após um dia de prazer completo, e finalmente terem conseguido realizar o ato sexual, Johnny torna-se quase vítima de assassinato por parte do companheiro de seu parceiro, Padovan (Quester), que quase a sufoca no banho. Inconformada com a reação b

Filme do Dia: Baden Verboten (1906), Johann Schwarzer

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B aden Verboten (Áustria, 1906). Direção: Johann Schwarzer. Três mulheres se divertem despidas em um lago até a chegada de um homem que as adverte. Elas, constrangidas, saem para se vestir. Apesar do catálogo fazer menção ao fato do homem ser um policial, isso não fica evidenciado no plano da imagem, nem tampouco se a situação de reação das mulheres, que menos parece ser de apreensão que de diversão mesmo depois que saem do banho ao lado do homem – insinuação sensual? Embora haja quem comente que o mesmo, vestido com trajes de caçador, as espiava antes do sermão e aparentemente se encontre constrangido com a situação, pretensamente as espiava por entre os galhos das árvores, antes de tomar a iniciativa de as reprimir. Algo que não pode ser comprovado a partir da cópia em questão, onde a distância onde se situa o mesmo e as roupas das mulheres virtualmente impede que seja percebido o que ocorre antes dele partir rumo ao lago. Curiosamente, apesar da admoestação, o homem abandona a

Filme do Dia: Sklavenmarkt (1907), Johann Schwarzer

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S klavenmarkt  (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. Mesmo que anteriormente tenha dirigido filmes curtos com mais de um plano, aqui se procede um retorno a um plano único e bastante longo. Um paxá se encontra sentado diante de sua tenda e observa as mulheres que lhe serão servidas serem despidas. Quatro mulheres lhe são ofertadas, a última sendo recusada. Extraordinariamente a nudez e a condição feminina, anteriormente alvo somente de uma admiração distanciada do olhar masculino, progressivamente vão sendo objetos de uma violência (principalmente gozada por antecipação, já que é apresentada apenas enquanto “aperitivo” do que deverá ocorrer posteriormente, ou seja, do estupro em certos casos como o da garota que aparenta grande resistência) como aqui ou em sua variação Skvalenraub , provavelmente filmado no mesmo dia e aproveitando os objetos de cena. A mulher que surge   duas vezes espiando por trás da tenda do paxá, inicialmente sugerindo algum desdobramento dramático, mai

Filme do Dia: Eine Aufregende Jagd (1907), Johann Schwarzer

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E ine Aufregende Jagd (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. A se fiar em algumas filmografias, é curioso observar o quanto a disposição dos filmes de Schwarzer não apresentam necessariamente uma “evolução” em termos da presença mais constante ou menos do corte. Aqui, por exemplo, observa-se um de seus filmes mais complexos até então, senão o mais. O que inicialmente aparenta ser apenas mais uma situação bastante comum em seus filmes – jovem senhora burguesa se despe e entra em lago – torna-se próximo de um filme de perseguição. É curioso observar o quanto a pose burguesa que ostenta certos valores – no caso ela inicia a leitura de um livro – é rapidamente deixada de lado quando se vê só, após a criada se afastar (e literalmente sair para sempre de cena, diga-se de passagem). Não menos curioso é se observar a curta panorâmica que se antecipará ao casal de ciganos, cuja mulher se apropria das vestimentas da senhora burguesa. A partir de então, observa-se a figura de um guarda

Filme do Dia: O Império dos Sentidos (1976), Nagisa Oshima

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O  Império dos Sentidos ( Ai no Corrida , Japão/França, 1976). Direção e Rot. Original: Nagisa Oshima. Fotografia: Hideo Itoh. Música: Minoru Miki. Montagem: Patrick Sauvion & Keiichi Uraoka. Dir. de arte: Jusho Toda. Figurinos: Masahiro Kato & Jusho Toda. Com: Tatsuya Fuji, Eiko Matsuda, Aoi Nakajima, Yasuko Matsui, Meika Seri, Kanae Kobayashi, Taiji Tonoyama, Shinkichi Noda, Kyôji Kokonoe. O lascivo e mulherengo Kichizo (Fuji), conhecedor de todas as mulheres que trabalham no bordel que freqüenta, encanta-se pela insaciável e obsessiva Sada Abe (Matsuda), que não admite que ele possua mais relações com ninguém, a não ser quando por ordens dela própria. Tal intimidação não é mera retórica, como Kichizo descobre ao tentar fazer amor com sua esposa, Toku (Nakajima). Abe apenas sai praticamente do quarto onde fazem sexo para fazer sexo por dinheiro com um velho professor (Kokonoe), que sustentará a relação com Kichizo. A obsessão gradual acabará os levando a práticas de sa

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

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D er Traum des Bildhauers (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. Schwarzer, pioneiro do cinema erótico, tenta aqui brincar com a relação algo onírica que faz menção o título do artista e sua obra, desde o início representado por um trio feminino que se encontra nu e, a determinado momento, quando o artista dorme, sai de seu pedestal e se aproxima dele, uma delas lhe beijando. No estúdio do artista, construção cenográfica bastante marcada como então comum, não poderia faltar a estrela de oito pontos que é o logotipo do estúdio. Saturn Film. 4 minutos.