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Filme do Dia: O Mensageiro (1970), Joseph Losey

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  O Mensageiro ( The Go-Between , Reino Unido, 1970).  Direção: Joseph Losey. Rot. Adaptado: Harold Pinter, baseado no romance de L.P. Hartley. Fotografia: Gerry Fisher. Música: Michel Legrand. Montagem: Reginald Beck. Dir. de arte: Carmen Dillon.  Figurinos: John Furniss. Com: Julie Christie, Alan Bates, Dominic Guard, Margaret Leighton,  Michael Redgrave , Michael Gough, Edward Fox, Richard Gibson.           Na Inglaterra eduardiana do início do século XX, Leo Colston (Guard) é um garoto de uma família com problemas financeiros que é enviado para passar as férias de verão com a nobre família Trimingham. Ele logo se afeiçoa da irmã mais velha de seu colega de traquinagens, Marian (Christie). E também do fazendeiro vizinho, com fama de conquistador sexual, Ted Burgess (Bates). Ambos utilizam sua ingenuidade para torná-lo mensageiro de sua correspondência amorosa, que se destina sobretudo a marcar os encontros clandestinos. Desconfiada da situ...

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#140: Crónica de un Niño Solo

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  CRÓNICA DE UN NIÑO SOLO . (Argentina, 1965). Talvez influenciado pelo neorrealismo italiano, a nouvelle vague francesa ( Os Incompreendidos , de François Truffaut, 1959) e os filmes de Robert Bresson (na França) e Luis Buñuel (no México), o parcialmente autobiográfico Crónica de un Niño Solo  ( Crônica de um Menino Só ), de Leonardo Favio , é uma obra notavelmente original e um filme-chave na história do cinema argentino, assim como mundial, do " terceiro cinema " político. O persoangem principal de Favio, um rapaz chamado Polín (Diego Puente), possui uma idade semelhante ao do Antoine Doinel de Truffaut, e igualmente foge de um reformatório; porém o mundo que encontra fora dos muros da instituição, demonstra-se ainda mais cruel que em seu interior, e o personagem de Polín é dificilmente simpático. Cinematográficamente, Crónica  é realista, em sua segunda metade, predominantemente em externas, mais agudamente expressionista em seu início, com câmeras alta e ba...

Filme do Dia: Mutzenbacher (2022), Ruth Beckermann

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  M utzenbacher (Áustria, 2022). Direção Ruth Beckermann. Rot. Original Ruth Beckermann & Claus Philipp. Fotografia Johannes Hammel. Montagem Dieter Pichler. Documentário no qual Beckerman convida apenas homens para uma espécie de teste de elenco sobre o texto a respeito de uma libertina da virada do século XX que dá titulo ao mesmo e cuja centralidade é o sexo. A proposta do ensaio, ou possibilidades de se pensar estes ensaios, traem um princípio explorado com método por documentaristas como Eduardo Coutinho . E de fazer os homens, das idades mais diveresificadas, refletirem sobre o sexo.  Homens, individualmente ou em dupla, sentam-se em um sofá aparentemente antigo – e erótico segundo um dos primeiros a ser filmado -  e leem ou comentam sobre o texto ou o projeto em si. Um deles, casado, chega a simular com bastante descrição, após lido o texto, que achou erótico, mas que seria muito tímido quando adolescente para vivenciar experiência similar, sugerindo a pos...

Filme do Dia: Eros (2024), Rachel Daisy Ellis

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  E ros (Brasil, 2024). Direção Rachel Daisy Ellis. Montagem Matheus Farias. Ao início a diretora,  afirma ter feito uso do motel para sexo com um novo parceiro e ter ficado esperando por ele,  enquanto isso imaginando quem seriam as pessoas de quem ouve gemidos e murmúrios abafados nos quartos vizinhos. Porém, espertamente não se põe no mesmo nível de exibição ao que os outros se doam, em maior ou menor grau, diante da câmera. Seja em termos de exposição dos corpos, ou dos sentimentos, ou de ambos – os dois últimos “personagens” trazem um nível maior de entrega emocional que os restantes; apenas como uma espécie de "carta de intenções" do que a teria induzido a realizar o documentário. Quanto à dimensão do sexo, o distanciamento entre o que se está sentindo ao praticá-lo ou se visualizá-lo é quase tão problemática quanto, por vezes, a fala de entrega emocional em determinados momentos filmados – como o de Jane Fonda diante do túmulo de sua mãe em Jane Fonda em Cinco ...

Filme do Dia: Cimarron (1931), Wesley Ruggles

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  C imarron (EUA, 1931). Direção: Wesley Ruggles. Rot. Adaptado: Howard Estabrook & Louis Sarecky, a partir do romance de Edna Farber. Fotografia: Edward Cronjager. Música: Max Steiner. Montagem: William Hamilton. Figurinos: Max Rée. Com: Richard Dix, Irene Dunne, Estelle Taylor, Nance O’Neil, William Collier Jr., Roscoe Ates, George E. Stone, Eugene Jackson, Junior Johnson, Dolores Brown. 1889. Yancey (Dix) abandona a família e a segurança do Arkansas para partir para o futuro estado do Oklahoma, levando consigo sua mulher, Sabra (Dunne) e a criança dos dois, Cimarron, ou simplesmente Cim (Johnson), assim como o garotinho negro que servia a família, Isaiah (Jackson) após uma tentativa frustrada de conquistar propriedade, pelo fato de Yancey ter sido enganado ao tentar ajudar Dixie Lee (Taylor). A missão de Yancey é de implantar a imprensa no local, fundando um jornal, o Oklhahoma Wigwaw. Yancey enfrenta o maior inimigo da paz pública e o assassina em pleno culto onde prega, ...

Filme do Dia: Noite Acesa (1976), Luiz Alphonsus

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  N oite Acesa (Brasil, 1976). Direção Luiz Alphonsus. Curta em Super-8 de realizador ativo no gênero, sobretudo à época, filmando o evento 26 Poetas Hoje , com expoentes da Poesia Marginal, aparentemente em espaço cultural do Rio de Janeiro. 8 anos depois foi sonorizado. E de uma forma próxima da estética audiovisual e poética compartilhada pelos artistas. Não há nem de longe preocupação de sincronia, ou mesmo de indexação da voz de um referido artista sobre sua presença no palco a declamar seus poemas. Poemas são lidos, com a mesma voz, sobre imagens distintas de poetas. “O Amanhecer é aquela menina que passou com o vestido pelo avesso. Sempre que vejo esta menina algo me diz, ‘eu não quero ser real, quero apenas ser feliz.'” É um dos poemas que possui seus trechos citados. Há penumbra no ambiente e a presença da canção de Hendrix Stone Free (no local? Pós-sincronizada? As duas coisas?). Ou “o lance de dados jamais abolirá os doidos” e “esporrei na boca da gatinha sequiosa de...

Filme do Dia: Bárbaras Cenas (2014), Marcelo Fiorini, Mateus Fiorini & Fenanda Prado

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  B árbaras Cenas (Brasil, 2014). Direção: Marcelo Fiorini, Mateus Fiorini & Fernanda Prado. Documentário que, através de farta iconografia e depoimentos tanto de pacientes como de médicos e psicólogos que lá atuaram, detém-se sobre o hospital psiquiátrico de Barbacena – daí o trocadilho do título – tido pelo documentário como o maior do Brasil e considerado como verdadeiro campo de extermínio de toda sorte de excluídos sociais. Com estrutura bastante clássica, adaptada ao formato contemporâneo – ou seja, voz over, a voz do saber, mescla-se ou compartilha a voz do saber de outros que atestam suas próprias experiências na instituição – a determinado momento, um psiquiatra que la trabalhou remonta a visita de Franco Basaglia, psiquiatra e um dos mais renomados nomes na luta anti-manicomial e sobre o quão chocado ficara com a situação de completo abandono e falta de cuidados a que se encontravam relegados os pacientes – desde o final de 60 quando mortos, serviam como mercadoria ...