Do Blog do Zanin 7: Ecos do Leão
VENEZA – A reação ao Leão de Ouro concedido ao filme sueco A Pigeon Sat on a Branch Reflecting on Existence foi tépida. Os grandes jornais, como Corriere della Sera e La Repubblica, deram a notícia de forma objetiva, da mesma forma que o local Gazzettino di Venezia. Nenhuma contestação, mas nenhuma euforia. Apenas um registro curioso – foi a primeira vez que um sueco levou o Leão de Ouro, o prêmio cobiçado do mais antigo festival de cinema do mundo. Nem Bergman tinha esse troféu. Todos também registraram a fala de agradecimento do diretor Roy Andersson, afirmando que, se não fossem Vittorio de Sica e seu clássico Ladrões de Bicicleta, ele não teria se tornado cineasta. “É minha fonte permanente de inspiração”, disse Andersson, em afirmação surpreendente, dada a diferença radical entre o seu filme e esse clássico do neorrealismo realizado em 1948, no duro após-guerra europeu. Bem, há que pesar declarações. Se as linguagens cinematográficas parecem muito diversas, a matriz huma...