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Filme do Dia: Últimas Palavras (1968), Werner Herzog

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  Ú ltimas Palavras ( Letzte Worte , Al. Ocidental, 1968). Direção e Rot. Original: Werner Herzog. Fotografia: Thomas Mauch. Montagem: Beate-Mainka Jellinghaus. Esse curta-metragem, do início da carreira do realizador, talvez possa ser observado mais como curioso exercício de fundamentação documental de algo, a rigor, criado pelo próprio cineasta. Trata-se de uma personagem mítica, que sobrevive às condições absurdas de uma ilha que fora colônia de leprosos. Parece existir uma certa gratuidade na forma como os “personagens” repetem – por   várias vezes -   as mesmas frases. Longe de se encontrar entre as obras inicias mais promissoras de Herzog, que o realizou enquanto preparava o projeto de seu primeiro longa, Sinais de Vida . A obsessão do realizador por personagens maiores que a vida e por uma mitologia peculiar, ainda que devidamente fantasiada (tal como em Fata Morgana) já se apresenta aqui presente. Werner Herzog Filmproduktion. 13 minutos.

Filme do Dia: Vício Frenético (2009), Werner Herzog

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  V ício Frenético ( The Bad Lieutenant: Port of Call – New Orleans , EUA, 2009). Direção: Werner Herzog. Rot. Adaptado: William M. Finkelstein, baseado no rot. original de Victor Argo, Abel Ferrara, Paul Calderon & Zoë Lund. Fotografia: Peter Zeitlinger. Música: Mark Isham. Montagem: Joe Bini. Dir. de arte: Toby Corbett. Cenografia: Luke Cauthern. Figurinos: Jill Newel. Com: Nicholas Cage, Val Killmer, Eva Mendes, Jennifer Coolidge, Fairuza Balk, Brad Douriff, Michael Shannon, Shawn Hatosi, Denzel Whitaker, Nick Gomez, Tom Bower, Xzibit. O tenente da polícia corrupto e viciado em cocaína, Terence McDonagh (Cage) é encarregado de investigar o massacre de cinco senegaleses em Nova Orleans, pouco após o episódio do furacão Katrina. McDonagh sofre de dores crônicas na coluna desde que saltou de uma altura considerável para libertar um preso, Chavez (Gomez), que se afogaria em pouco tempo com o ritmo da enchente. Sua amante é uma prostituta, Frankie (Mendes). Terence alimenta seu víc

Filme do Dia: O Grande Êxtase do Escultor Steiner (1974), Werner Herzog

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    O   Grande Êxtase do Escultor Steiner ( Die Große Ekstase des Bildschnitzers Steiner , Al. Ocidental, 1974). Direção e Rot. Original: Werner Herzog. Fotografia: Jörg Schimidt-Reitwen. Música: Popol Vuh. Montagem: Beate Mainka-Jellinghaus. Esse documentário apresenta, com recursos relativamente ortodoxos de narrativa, um prodígio nas pistas de esqui, uma das “personagens” típicas de Herzog, que adora se deter, tanto no universo de ficcção como documental. Indivíduos dispostos a enfrentar seus próprios limites para efetuarem o que desejam.  Porém aqui, com exceção de um belíssimo e inspirado plano no qual Herzog parece representar o próprio âmago da sensação de êxtase de seu herói, de modo bem distante de mimético (através de câmera lenta), fazendo coincidir  o êxito de Steiner com o clímax do filme, não há muito a acrescentar. De modo menos interessante, Herzog já apresenta um tom próximo do sensacionalismo incoberto que também se mostrará em documentários posteriores tais como

Filme do Dia: O Pequeno Dieter Precisa Voar (1997), Werner Herzog

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  O   Pequeno Dieter Precisa Voar ( Little Dieter Needs to Fly , França/Alemanha/Reino Unido, 1997). Direção e Rot. Original: Werner Herzog. Documentário em que Herzog revive, através das palavras do aviador da marinha americana Dieter Dengler, nascido na Alemanha, todos os sofrimentos que vivenciou no Laos, na época em que era prisioneiro de guerra em meados da dos anos 60. Apaixonado por aviões, Dengler teve seu avião abatido e passou então por uma infindável sessão de agruras, torturas e sofrimentos que somente cessou quando foi encontrado por um militar americano. Herzog assimila Dengler a sua galeria de personagens “marginais” também presente em sua produção ficcional, e assim pode ser lida a sua menção à “alguém que foi negado pela morte” como faz referência a passagem bíblica que serve como epígrafe ao filme e também outros momentos de sua narração off. Por vezes sua narrativa é interrompida por imagens que juntamente com a trilha musical que inclui temas de Wagner, Bach e al

Filme do Dia: Também os Anões Começaram Pequenos (1970), Werner Herzog

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T ambém os Anões Começaram Pequenos ( Auch Zwerge haben Klein Augefangen , Alemanha, 1970). Direção e Rot. Original: Werner Herzog. Fotografia: Thomas Mauch. Música: Florian Fricke. Com: Helmut Döring, Gerd Gickel, Paul Glauer, Erna Gschwendtner, Gisela Hertwig, Gerhard Maerz, Hertel Minkner, Gertrud Piccini, Marianne Saar. Grupo de anões numa instituiçao correcional se rebela contra a mesma, na ausência de seus funcionários. Juntos dilapidam boa parte do patrimônio material, torturam e matam animais, incendeiam árvores e reagem contra o único anão que representa os interesses da instituição. Esse talvez seja o mais bizarro dos filmes de um cineasta que teve como característica marcante – principalmente nos anos 1970 – uma busca incessante por tipos e imagens que se afastavam de um olhar convencional sobre o mundo. Nesse sentido, sua ênfase na crueldade dos que foram igualmente vítimas da crueldade institucional chega aos limites de ter sido questionada, em termos éticos (assim com

The Film Handbook#77: Werner Herzog

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Werner Herzog Nascimento : 05/09/1942, Munique, Al. Ocidental Carreira (como realizador): 1962- A sensação de déjà vu  que pode acompanhar se assistir muitos dos filmes recentes de Werner Herzog - nascido Werner Stipetic - não obscurecem o seu status como um excêntrico e original de enorme talento. Misturando ecleticamente estilos e temas de uma diversidade de fontes - romantismo e expressionismo alemães, surrealismo, etnologia, suas próprias viagens ao redor do mundo - ele tem criado um corpo de trabalho talvez único em suas ambições épicas e em seu desespero diante da banalidade das aspirações humanas. Após estudar história, literatura e teatro, Herzog aprendeu por si próprio o processo de realização através de uma série de curtas financiados por seu trabalho como soldador. Seu ostensivamente realista longa de estréia, Sinais de Vida / Lebenszeichen  anteciparia motivos posteriores: enquanto um soldado alemão, entediado em um arsenal de munições em Creta, durante a Segunda G

Filme do Dia: Happy People: A Year in the Taiga (2010), Werner Herzog

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Happy People: A Year in the Taiga (Alemanha, 2010). Direção: Dimitri Vasyukov & Werner Herzog. Rot. Original: Rudolph Herzog & Werner Herzog. Fotografia: Alexei Matveev, Gleb Stepanov, Arthur Sibirski & Michael Tarkovsky. Música: Christopher Carmichael. Montagem: Joe Bini. No vilarejo siberiano de Bakhtia, o filme acompanha a trajetória solitária de algumas pessoas nos limites do esforço humano para sobreviver em temperaturas que chegam a 50 graus negativos no inverno e sem comunicação, água corrente ou eletricidade e tendo como principal suporte os cães na ajuda à caça. Como boa parte dos personagens da trajetória de Herzog , parece-se aqui se fazer mais uma apologia daqueles que conseguem viver à margem da modernidade, ou pelo menos da maior parte de seus usufrutos – o personagem principal acompanhado pelo filme possui um esqui motorizado. Porém, o resultado final se aproxima menos das obras do realizador, do que de uma tradição que remonta ao Nanook (19

Filme do Dia: Nosferatu, O Vampiro da Noite (1979), Werner Herzog

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Nosferatu, o Vampiro da Noite ( Nosferatu: Phantom der Nacht , Alemanha/França, 1979). Direção: Werner Herzog. Rot. Adaptado: Werner Herzog, a partir do livro de Bram Stoker. Fotografia: Jörg Schmidt-Reitwein. Música: Popul Vuh. Montagem: Beate Mainka-Jellinghaus. Dir. de arte: Henning von Gierke. Figurinos: Gisela Storch. Com: Klaus Kinski, Isabelle Adjani, Bruno Ganz, Roland Topor, Walter Ladengast, Margiet van Hartingsveld, Jan Groth, Carsten Bodinus, Clemens Scheitz. Jonathan Harker (Kinski) é enviado para a Transilvânia com a missão de firmar um contrato com o misterioso Conde Drácula (Kinski). Sua esposa Lucy (Adjani), ultimamente vítima de febres e alucinações, o aconselha a não ir pois tem maus pressentimentos. Harker é desencorajado por todos os ciganos que moram em um vilarejo próximo ao castelo. Ainda assim vai tornando-se vítima do vampiro. Drácula parte para Wismar com um carregamento de ratos e terra em um barco. Jonathan pretende chegar antes dele e salvar Lucy. P
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Fassbinder,Herzog e Wim Wenders durante as filmagens de "Quarto 666" do último

Filme do Dia: A Caverna dos Sonhos Esquecidos (2010), Werner Herzog

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A Caverna dos Sonhos Esquecidos ( Cave of Forgotten Dreams , Canadá/EUA/França/Reino Unido/Alemanha, 2010). Direção e Rot. Original: Werner Herzog. Fotografia: Peter Zeitlinger. Música: Ernest Reijseger. Montagem: Joe Bini & Maya Hawke. Talvez o que mais se ressinta esse documentário, aliás seguindo a linha de apresentar imagens que fujam da banalidade da cultura visual contemporânea (a quem, aliás, esse filme, mesmo com a utilização da tecnologia em 3-D, encontra-se longe de sequer se aproximar de alguns outros do realizador, tais como Fata Morgana ) seja a da ausência de tipos humanos, material praticamente indispensável para as obras mais consistentes do realizador, seja na ficção, seja no documentário. Aqui, Herzog volta suas lentes para uma caverna de visitação extremamente restrita, a de Chauvet, no sudoeste francês. Dominado pela narração over do próprio Herzog , como comum em sua produção documental mais recente. As pinturas são de uma beleza impressionante, po

Filme do Dia: O Enigma de Kaspar Hauser (1974), Werner Herzog

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O Enigma de Kaspar Hauser ( Jeder für sich und Gott gegen alle , Alemanha, 1974). Direção e Rot. Original: Werner Herzog. Fotografia: Jörg Schmidt-Reitwein &  Klaus Wyborny. Montagem: Martha Lederer & Beate Mainka-Jellinghaus. Dir. de arte: Henning von Gierke. Figurinos: Ann Poppel & Gisela Storch. Com: Bruno S., Walter Ladengast, Brigitte Miral, Herbert Achternbusch, Helmut Döring, Gloria Doer, Alfred Edel, Florian Fricke, Andi Gottwald, Michael Kroecher, Hans Musaeus, Enno Patalas, Clemens Scheitz, Willy Semmelrogge, Kidlat Tahimik, Henry van Lyck. Kaspar Hauser (Bruno S.) passou toda sua infância e adolescência acorrentado em um porão. Certo dia, no entanto, seu algoz o leva até uma vila próxima, e o deixa no centro de uma praça. É então levado à polícia. Após ser inspecionado pelo capitão (Lyck), passa a viver em uma torre, na qual se alojam vagabundos e delinquentes. Um fazendeiro (Achternbusch) e sua esposa passam a adotá-lo e lhes ensinam algumas noções