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Do Blog do Zanin 7: Ecos do Leão

VENEZA – A reação ao Leão de Ouro concedido ao filme sueco A Pigeon Sat on a Branch Reflecting on Existence foi tépida. Os grandes jornais, como Corriere della Sera e La Repubblica, deram a notícia de forma objetiva, da mesma forma que o local Gazzettino di Venezia. Nenhuma contestação, mas nenhuma euforia. Apenas um registro curioso – foi a primeira vez que um sueco levou o Leão de Ouro, o prêmio cobiçado do mais antigo festival de cinema do mundo. Nem Bergman tinha esse troféu. Todos também registraram a fala de agradecimento do diretor Roy Andersson, afirmando que, se não fossem Vittorio de Sica e seu clássico Ladrões de Bicicleta, ele não teria se tornado cineasta. “É minha fonte permanente de inspiração”, disse Andersson, em afirmação surpreendente, dada a diferença radical entre o seu filme e esse clássico do neorrealismo realizado em 1948, no duro após-guerra europeu.  Bem, há que pesar declarações. Se as linguagens cinematográficas parecem muito diversas, a matriz humanist

Do Blog do Zanin 6: Filme pernambucano A História da Eternidade vence o Festival de Paulínia 2014

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Não teve para ninguém e o pernambucano A História da Eternidade foi o grande vencedor do Festival de Paulinia. Ganhou os troféus (Menina de Ouro) de melhor filme, diretor (Camilo Cavalcante), ator (Irandhir Santos) e atriz (dividido entre Marcelia Cartaxo, Zezita Matos e Debora Ingrid), além do prêmio da crítica. O segundo melhor colocado foi o carioca Casa Grande, de Fellipe Barbosa, com roteiro, ator coadjuvante (Marcelo Novais), atriz coadjuvante (Clarissa Pinheiro) e Prêmio Especial do Júri. O curta O Clube, de Allan Ribeiro, conseguiu uma rara proeza: levou a tríplice coroa, isto é, recebeu os prêmios de melhor filme do júri oficial, do público e da crítica. Premiação à parte, cabem algumas palavras sobre o festival. A boa qualidade dos longas-metragens foi a característica mais marcante desta 6ª edição do Festival de Paulínia. Dos nove selecionados para a mostra competitiva, pelo menos oito vão do bom ao ótimo. Apenas um destoa, o documentário local Neblina

Do Blog do Zanin 2: 50 Anos Esta Noite

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Onde você estava naquela madrugada de 1° de abril de 1964, quando, 50 anos atrás, um golpe de Estado jogava o Brasil numa ditadura que durou 21 anos, segundo a cronologia mais aceita? Cerca de 70% dos brasileiros não podem responder a essa pergunta pela simples e boa razão que não eram nascidos naquela data. Outros tantos, imagino, eram pequenos demais para ter consciência do que estava ocorrendo. Portanto hoje, 50 anos após o golpe, apenas uma minoria da população o viu acontecer, pelo menos desde seu início. São testemunhas da história. Um número maior sofreu seus efeitos. Afinal, a ditadura durou muito tempo e atravessou gerações de brasileiros. Quem a viveu, no todo ou em parte, não a esquece. Tivemos nossa vida dividida pela metade, cortada, atravessada por essa fratura histórica do período autoritário. Quem não viu de perto, se informe por livros e filmes. Ou conversando e ouvindo quem viveu. Afinal, a consciência da história é uma necessidade humana, tenhamos testemunha