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Mostrando postagens com o rótulo Cinema Moçambicano

Filme do Dia: 25 (1975), Celso Luccas & José Celso Martinez Correa

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  2 5 (Moçambique, 1975). Direção e Rot. Original   Celso Luccas & José Celso Martinez Correa. Fotografia Guilherme Costa & Celso Luccas. Ao contrário da mera curiosidade histórica a ser despertada pelo que se produziu neste momento e previamente, em apoio ou completamente engajado nas lutas pela independência, o filme de Luccas, em colaboração com Zé Celso Martinez, é de um arrojo estético impensável, daí ser tão pouco visto na própria Moçambique, mesmo tendo sido feito no bojo das celebrações da independência do país, do qual testemunha seu título, referente ao dia da mesma. Em menos de cinco minutos se observa acordes de Rhapsody in White , de Barry White e de Take 5 , associados a um discurso a afirmar os dias contados de Lourenço Marques, e do domínio da burguesia portuguesa na mesma. Ou ainda os agradecimentos a Deus de Roberto Carlos em A Montanha sobrepostos às imagens de corpos mutilados pela tortura. E do outro lado do espectro ideológico é musicado um poema do ang

Filme do Dia: Comboio de Sal e Açúcar (2016), Licínio Azevedo

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  C omboio de Sal e Açúcar (Moçambique/Portugal/França/Brasil/África do Sul, 2016). Direção: Licínio Azevedo. Rot. Adaptado: Licínio Azevedo, Teresa Pereira & Filipe Santos, a partir de obra de Azevedo. Fotografia: Frédéric Serve.  Música: João Carlos Schwalbach. Montagem: Wllem Dias. Dir. de arte: Andree du Prez. Figurinos: Isabel Peres. Com: Melanie de Vales Rafael, Matamba Joaquim, Thiago Justino, Celeste Baloi, Antonio Nipito, Sabina Fonseca, Absalão Narduela, Vitor Raposo, Absalão Maciel. Moçambique, 1988. Em meio a guerra civil um comboio carregado de sal e açúcar parte com militares e civis para uma perigosa jornada. O objetivo dos militares é matar o líder guerrilheiro Xipeco, maior responsável pelas ações de sabotagem cometidos no trajeto. O dos civis é sobretudo o de negociar o açúcar, produto valorizado porque em falta em boa parte do país. Dentre os civis se encontra a idealista enfermeira Rosa (Rafael). Dentre os militares, Taiar (Joaquim) possui um padrão de correçã

Filme do Dia: Kuxa Kanema - Episódio? (1979), João Costa & Fernando Silva

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  K uxa Kanema – Episódio ? (Moçambique, 1979). Direção: João Costa & Fernando Silva.  Texto: Luis Patraquim. Fotografia: João Costa & Edgar Moura. Montagem: Ismael Vuvo & Josué Chabela. A visita do líder da MPLA (Movimento Popular de Libertação da Angola), Agostinho Neto, espécie de equivalente de Samora Machel e sua FRELIMO [Frente de Libertação de Moçambique] em outro país de colonização portuguesa, e que guerreou por sua independência e conseguiu sua autonomia política em períodos próximos, toma mais da metade da metragem desse cinejornal. Primeiro, observa-se um longo trecho do discurso de Neto que demonstra ainda desconhecimento de como funciona o país. Sua fala ocorre poucas horas após sua chegada, como ele ressalta. Seu tom de voz e postura são em tudo e por tudo mais comedidos que de seu colega Machel, e ambos vestem paletós e deixam de lado os trajes militares – que Machel já passa a envergar quando falam a uma extensa multidão ao ar livre. Até mesmo quando rece

Filme do Dia: Kuxa Kanema - Episódio 7, Fernando Silva & Luís Costa

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K uxa Kanema – Episódio 7 (Moçambique, ?). Direção: Fernando Silva & Luís Costa. Fotografia: João Costa & Luís Simão. Montagem: Enoque Mate & Ismael Vuvo. É curioso como esse curta se diferencia da maior parte dos episódios aos quais se teve acesso. Inicia-se não com o formato cinejornalesco habitual, mas com uma matéria sobre uma multinacional de capital britânico que explora cana-de-açúcar no país e possui 14 mil empregados. Dispensa as vinhetas iniciais e a primeira imagem já é de um plano com zoom e áudio em andamento no local-tema único do cinejornal. O tom do narrador over é de aberta crítica, ouve-se um trabalhador ler uma carta da companhia – a presença de uma voz de trabalhador e não de autoridade inexiste na maior parte dos exemplares que se viu da série   - em uma reunião coletiva talvez sindical. Observa-se o abandono ao qual foi relegada à companhia, o pó e as teias de areia que invadem o equipamento, como afirma o locutor, são observados através de zoo

Filme do Dia: Kuxa Kanema - O Nascimento do Cinema (2003), Margarida Cardoso

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K uxa Kanema – O Nascimento do Cinema (Portugal/França/Bélgica, 2003). Direção: Margarida Cardoso. Documentário que efetua a arqueologia da história do cinema em Moçambique, marcada inicialmente pelo projeto de matizes nacionais-populares de levar um cinema produzido por moçambicanos para moçambicanos, a partir da expressão que quer dizer “o nascimento do cinema” que diz respeito o título e proferida pelo carismático líder revolucionário Samora Machel. As imagens iniciais parecem ditar a tônica do rescaldo de um projeto - nacional, de cinema – fracassado, em que as ruínas do Instituto Nacional de Cinema (INC) e as más condições de preservação do acervo, sobretudo as centenas de documentários curtos que levam o título desse documentário, ao longo de dez anos surgem como provas materiais. Ao mesmo tempo que muitas imagens são dedicadas a acompanhar o líder Samora Machel em seus comícios ou encontros com a população (distantes apenas em dimensão das de Amílcar Cabral na Guiné, já

Filme do Dia: Desobediência (2003), Licínio Azevedo

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D esobediência (Moçambique/Portugal, 2003). Direção e Rot. Original: Licínio Azevedo. Fotografia: João Costa & Antonio Forjaz. Música: João Carlos Schwalbach. Montagem: Orlando Mesquita. Com: Rosa Castigo, Tomás Sodzai, Zaira Castigo,  Isabel José, Eliasse Sodzai, Linda Sodzai, Nevas Sodzai, Augusta Castigo. Rosa Castigo (Castigo) vive uma relação conturbado com o marido Zacharias Sodzai (Tomás Sodzai), abusivo, alcóolatra e que não apenas não tem trabalhado como a atrapalha no trabalho e nos afazeres domésticos. Para surpresa de Rosa, Zacharias, que no dia havia impedido as crianças de irem para a escola e mandado trabalharem na roça, suicida-se. A partir de então, a família Sodzai, sobretudo na figura de seu irmão gêmeo, Tomás (Tomás Sodzai), não deixará mais Rosa em paz, acusando-a de se encontrar enfeitiçada e ter sido a responsável pela morte do marido. Sem ajudar aos filhos e roubando objetos da casa de Rosa e a intimidando. Após muitos desentendimentos, todos acat

Filme do Dia: Virgem Margarida (2012), Licínio Azevedo

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V irgem Margarida (Moçambique/França/Portugal, 2012). Direção: Licínio Azevedo. Rot. Original: Jacques Akchoti & Licínio Azevedo. Fotografia: Mário Masini. Música: Moreira Chonguiça. Montagem: Nadia Ben Rachid. Dir. de arte: José Vian. Com: Iva Mugalela, Hermelinda Cimela, Sumeia Maculuva, Rosa Mário, Victor Gonçalves, Eliott Alex, Tomásia, Odília Cossa, Ilda Gonzales, Ana Maria Albino. Maputo, 1975. Grupo de prostitutas e outras mulheres que se encontravam no ambiente de um clube noturno e arredores são arrastadas pelo Exército e levadas a uma região deserta de floresta sem nenhuma explicação. Dentre elas se encontra Suzana (Mário), mãe de dois filhos, que não tem ocasião para se despedir dos mesmos e trabalha como cantora na boate. Rosa (Mugalela), a mais atrevida e desbocada de todas e a tímida Margarida (Maculuva), que sempre afirmara sua virgindade, e que estava pronta para se casar com um homem que só vira duas vezes por acordo familiar. Sua virgindade é motivo de