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Após uma noite insone, o corpo esmorece, Torna-se querido e já não é meu - nem de ninguém. Na fleuma das veias ainda doem as flechas - Mas sorrio para as pessoas, como um serafim. Após uma noite insone as mãos afrouxam. Inimigo e amigo são tão parecidos. Há todo um arco-íris - em cada som, E o frio de Florença traz outro perfume. Suave os lábios empalidecem, e a sombra dourada Perto dos olhos fundos. Esta noite deixou Esse rosto mais iluminado - e da escuridão noturna, Apenas a penumbra em nossos - olhos. 19 de julho de 1916 Marina Tsavetáeva trad. Verônica Filíppovna
Na  minha vasta cidade - noite. Deixo a casa adormecida e sigo - adiante. As pessoas pensam: esposa, filha, - Eu apenas lembrei: é noite. O vento de julho assinala - o caminho, Nalguma janela a música mal - se ouve Ah, por entre as finas veias - do peito, O vento sopra até - a aurora! Há um negro álamo e na janela - luz, Há um som na torre e na mão - flor, Há este passo - e ninguém - atrás, Há esta sombra, mas não - estou. Fogos são como fios dourados, Da folhinha noturna na boca - o gosto. Amigos libertem-se dos laços do dia, Lembrem-se de que nós - sonhamos. 17 de julho de 1916 Marina Tsevetáeva