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Mostrando postagens com o rótulo 2005

Filme do Dia: Véio (2005), Adelina Pontual

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  V éio (Brasil, 2005). Direção: Adelina Pontual. Fotografia: Jane Malaquias. Música: Tomaz Alves de Souza. Montagem: João Maria. O universo literal do artista naïf sergipano é o de suas esculturas talhadas em madeira,  que respeitam igualmente o ciclo da vida, virando destroços e sendo substituídas por novos e com quem habitualmente conversa. Na sua fala, reflexões bastante peculiares sobre vida, morte, arte, etc. Pontual utiliza a montagem e a composição da imagem para observar com maior precisão a relação de uma obra entre outras – uma família ou um enterro, por exemplo – demonstrando que, como em sociedade, tais peças só podem ser compreendidas em seu conjunto. E igualmente para perceber sua inserção no próprio cenário natural que lhe dá entorno.|REC Prod. Associados/Chá Cinematográfico. 17 minutos e 32 segundos. 

Filme do Dia: Nothing Special (2005), Helena Brooks

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  N othing Special (Nova Zelândia, 2005). Direção: Helena Brooks. Rot. Original: Helena Brooks & Jaquie Brown. Fotografia: Dale McCready. Montagem: Margot Francis. Figurinos: Georgie Hill. Com: Liam Powell, Geraldine Brophy, Kip Chapman, Greg Johnson, Gerard Johnstone, Alison Routledge. Narra a história de uma possessiva e louca mãe (Brophy) que vê no filho a imagem do Cristo renascido. Para fugir da obsessão materna, Billy (Chapman) cresce determinado a ser um homem sem atributos especiais. Porém, sua mãe o encontra no trabalho. Trata-se de uma produção que apresenta a faceta mais perversa, a busca do humor através de uma idéia aparentemente criativa somada a uma produção “eficiente”. O resultado não poderia ir muito além do próprio título. 9 minutos e 53 segundos.

Filme do Dia: Guerra$ (2005), Luiz Rosemberg Filho

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  G uerra$ (Brasil, 2005). Direção: Luiz Rosemberg Filho. Rot. Original: Luiz Rosemberg Filho & Sindoval Aguiar. Fotografia: Renaud Leenhardt. Montagem: Sidney Olivetti. Com: Olívia Zisman Bolliger As obsessões desse momento final da carreira do realizador se encontram muito presentes nesse curta (a guerra, o poder, a dificuldade da humanidade de lidar com o gozo) e também se refletem em uma postura estética também com muitas similaridades. Aqui não se faz uso da colagens tão frequentes em sua produção (em Auschwitz e Desobediência , por exemplo), mas se encontra presente uma ruptura ao longo da duração do vídeo, que aqui substitui as imagens de guerras (e da guerra particular brasileira, com tanques do exército nas favelas) americanas no Iraque e Afeganistão, fazendo uso de imagens de arquivo, e ao som da célebre Tocata e Fuga em Ré Menor BWV 565 de Bach a fala de alguém que apresenta um texto. Novamente uma mulher, novamente um texto de colarações nietzscheanas, ainda que sem

Filme do Dia: Flores Partidas (2005), Jim Jarmusch

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  F lores Partidas ( Broken Flowers , EUA/França, 2005). Direção e Rot. Original: Jim Jarmusch. Fotografia: Frederick Elmes. Montagem: Jay Rabinowitz. Dir. de arte: Mark Friedberg. Cenografia: Lydia Marks. Figurinos: John A. Dunn. Com: Bill Murray , Jeffrey Wright, Frances Conroy, Julie Delpy, Jessica Lange, Tilda Swinton, Sharon Stone, Chloe Sevigny, Alexis Dziena, Brea Frasier, Mark Webber. Don Johnston (Murray) é um homem de meia-idade sem maiores expectativas com relação à vida, principalmente depois que é abandonado pela namorada Sherry (Delpy), que o acusa de Don Juan. Logo depois, Johnston recebe uma carta de uma ex-amante que afirma que ele possui um filho de 19 anos de um relacionamento com ela. O vizinho e amigo Winston (Wright) planeja uma estratégia para que ele volte a encontrar mulheres com quem se relacionou no passado. A viúva Laura (Stone) e sua filha ninfômana adolescente Lolita (Dziena), a empreendedora de imóveis pré-fabricados Dora (Conroy), a comunicóloga de ani

Filme do Dia: Rajz Film (2005), Pál Tóth

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  R ajz Film (Hungria, 2005). Direção: Pál Tóth. Desenhista traça algumas idéias do que poderiam ser personagens para uma animação. Tóth certamente pretende construir um filme que revele um pouco sobre o próprio processo criativo da animação, literalmente um esboço sobre uma prancheta. Porém o resultado final, mesmo que interessante ao evidenciar o surgimento dos personagens a partir de uma folha em branco e de pequenas situações que esses irão vivenciar, torna-se prejudicado pela ausência de organicidade entre os personagens, como se a idéia de exercer uma meta-linguagem apenas obscurecesse a ausência real de uma idéia mais sólida. Animação em 2D. 14 minutos.

Filme do Dia: En Lille Dod (2005), Kaspar Munk

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  E n Lille D Ø d (Dinamarca, 2005). Direção: Kaspar Munk. Garoto tem seu primeiro orgasmo após um dia em que visita a casa de amigo e lá vivencia experiências excitantes como folhear revistas pornográficas, observar um rato ser devorado pela cobra de estimação do amigo e presenciar a mãe do mesmo fazendo sexo no sofá. Menos interessante, no entanto, torna-se seu final, que associa a chegada dos primeiros fluidos seminais de forma automática com uma nova iniciação ao mundo do flerte com as garotas na escola. Super16/Nordistk Film. 10 minutos.  

Filme do Dia: A Última Malha (2005), Laura Neuvonen

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  A  Última Malha ( Kutoja , Finlândia, 2005). Direção e Rot. Original: Laura Neuvonen. Música: Christer Nuutinen. Montagem: Kai Lappalainen, Laura Neuvonen & Olli Rajala. Animação em 3D sobre a obsessão de tricotar por uma mulher que acaba quase morrendo e, aparentemente, descobrindo uma nova promissora obsessão ao final. O tema da obsessão, para efeitos humorísticos, ganha um adicional através da repetitiva banda sonora. Apesar de alguns momentos de genuína hilariedade, não vai além disso. Anima Vitae. 6 minutos e 44 segundos

Filme do Dia: Angst (2005), Emiel Penders

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  A ngst (Bélgica, 2005). Direção e Rot. Original: Emiel Penders. Ainda que por vezes – raramente, é bem verdade – utilize elementos de humor negro de uma forma um tanto gratuita, essa animação consegue traduzir com êxito alguns dos temores infantis ao qual o título faz menção. Em um dia de tempestade, um garoto fantasia sobre uma série de situações absurdas de perigo envolvendo uma garota, seu cachorro, o cachorro dela e...um bando de outros cães. Tudo descrito com bom humor e fina ironia, e traços bastante pessoais, com destaque para a cena inicial, que volta a se repetir ao longo desse curta de animação, da areia levada pelo vento.  Katholieke Hogeschool Limburg KHLim.  6 minutos e 32 segundos.

Filme do Dia: 1000 Pesos Colombianos (2005), David Aristizabal Mora

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  1 000 Pesos Colombianos (Colômbia, 2005). Direção e Montagem: David Aristizabal Mora. Rot. Original: David Aristizabal Mora & Ivan Robles. Música: Ricardo Escallon. Dir. de arte: Yasmin Gutierrez. Com: Mauricio Navas, Sergio Gonzalez, Victor Viviescas, Ines Prieto. Falsificador decide apostar dinheiro falso em briga de galos, mas não conta com o infortúnio de ter uma moeda produzida por ele mesmo como elemento para descobrir seu golpe. Curta-metragem que se torna vítima de uma busca de virtuosismo narrativo a partir de uma montagem não linear (visivelmente influenciada pelos filmes de Tarantino e os cineastas que esse influenciou, como Iñárritu e seu Amores Brutos ) mas que não consegue ir além disso. Provavelmente sua estrutura ganharia maior densidade, caso da interessante utilização da moeda para arrematar uma estrutura narrativa circular, em formato de longa-metragem. 25 minutos.  

Filme do Dia: Demon (2005), Eoin Ryan

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  D emon (Irlanda, 2005). Direção: Eoin Ryan. Demônio aprisionado não consegue  fitar a luz do sol e recebe a visita de um anjo, travando um duelo com esse em que acaba levando a melhor. Esse curta que faz uso de técnicas de 3D , utiliza-se de um traço bastante marcante como suporte para essa bela animação de implicações filosóficas. Seu realizador é mais conhecido como sonoplasta. 9 minutos e 22 segundos.

Filme do Dia: Following Sean (2005), Ralph Arlyck

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  F ollowing Sean (EUA, 2005). Direção e Rot. Original: Ralph Arlyck. Fotografia: Ralph Arlyck & Tom Tucker. Música: Éric Neveaux. Montagem: Malcolm Pullinger. Arlyck tem como propósito rever Sean, o garoto de 4 anos, filho do casal hippie vizinho, que vivia no bairro hippie de Haight-Ashbury na San Francisco dos anos da psicodelia, e que fora tema de um curta-metragem que leva seu título (1970). Ele não apenas o reencontra como igualmente seu pai, sua mãe, uma de suas irmãs e ainda nos faz adentrar um pouco na sua própria intimidade familiar, apresentando sua esposa e boa parte de sua família. É notório o processo de associação de imagens do passado com o presente, como quando Sean opera uma atividade na sua vida profissional atual e o vemos, ainda criança, ao lado do pai, que também executa atividades ligadas a marcenaria, já mexendo em algo do tipo. Aqui, mais do que nunca, fica evidente a explicitação de uma herança geracional, pois mais adiante também acompanharemos o própri

Filme do Dia: En Tus Brazos (2005), François Xavier-Goby & Matthieu Landour

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E n Tus Brazos (França, 2005). Direção: François Xavier-Goby & Matthieu Landour. Rot. Original: François Xavier-Goby, Edouard Jouret & Matthieu Landour Grande mestre do tango dos anos 20, relembra seus dias de glórias em uma cadeira de rodas ao qual ficou condenado após um acidente de trabalho. Porém, nem as limitações de sua atual situação são capazes de interromper a vontade voltar a dançar com sua parceira nessa animação em 3D, evidente tributo ao tango, porém talvez demasiado dependente da imagística do próprio cinema de ação ao vivo. SupInfoCom. 5 minutos e 20 segundos.

Filme do Dia: À Quoi ça Sert l'Amour (2005), Louis Clichy

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A  Quoi ça Sert L´Amour (França, 2005 ). Direção: Louis Clichy. Animação em 2D sobre as desventuras e bons momentos de um casal a partir da canção-título cantada por Edith Piaf e Theo Sarapo. Os traços básicos são um charme, ainda que o curta não consegue se destacar de todo do efeito ilustração de canção, mesmo que humoristicamente – aliás um filão já bastante explorado no mercado do videoclipe. Cube Creative. 3 minutos.

Filme do Dia: O Liberace de Bagdá (2005), Sean McAllister

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O   Liberace de Bagdá ( The Liberace of Baghdad , Reino Unido, 2005). Direção e Fotografia:  Sean McAllister. Montagem: Ollie Huddleston. O cotidiano de Samir Peter, considerado um dos maiores pianistas do Iraque, relegado a tocar por alguns trocados em um hotel para turistas estrangeiros em Bagdá. A aventura que se transforma cada saída do hotel seja para visitar uma das filhas que mora também em Bagdá ou para recepcionar outra filha e neta que chegam dos Estados Unidos, onde moram há alguns anos. Para além do próprio carisma do retratado, talvez o que se destaque nesse documentário produzido pela BBC seja a relação idiossincrática entre Samir e o próprio realizador, já que não só os dois conviveram intimamente por meses – Samir chega a brincar que eles formam um verdadeiro casal gay – como a presença de McAllister pode ser um complicador grave para a vida de Samir e de sua família, num momento em que o sequestro e assassinato de estrangeiros e iraquianos que os acolhem se torna

Filme do Dia: Soy Cuba, O Mamute Siberiano (2005), Vicente Ferraz

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s oy Cuba, O Mamute Siberiano (Brasil, 2005). Direção e Rot. Original: Vicente Ferraz. Fotografia: Tareq Daoud & Vicente Ferraz. Música: Jenny Padrón. Montagem: Dull Janiel & Mair Tavares. Documentário que revisita o caso único da produção grandiloquente Sou Cuba (1964), considerado um exemplo temporão de realismo socialista, quando de seu lançamento, desagradando tanto a cubanos quanto soviéticos, que pela primeira vez se uniram num esforço de 14 meses para a realização do filme, e que foi “redescoberto” no final dos anos 1990 por Coppola e Scorsese , sendo relançado em cópias novas e chegando ao mercado de vídeo. O tocante do filme, apoiado sobretudo em imagens de arquivo, do próprio filme e depoimentos com os sobreviventes da produção, é o que consegue suscitar com relação a própria experiência da vida e a aos caprichos momentâneos do que pode ser considerado um sucesso ou fracasso. Nesse sentido é justamente ao sugerir que se encerra, após a desastrosa estreia d

Filme do Dia: K (2005), Juan Martin Simons

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K   (Espanha, 2005). Direção: Juan Martin Simons. Dois jovens que se relacionam sexual e afetivamente tampouco deixam de se relacionar com outras pessoas. K com uma garota que diz não ser nada especial. Nelson fazendo sexo para conseguir alguns trocados. O filme acaba finalizando com um anti-clímax em que se espera que aconteça algum conflito maior entre a dupla, que não se concretiza. 12 minutos

Filme do Dia: Eleição (2005), Johnnie To

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E leição ( Hak Seh Wui , Hong Kong, 2005).Direção: Johnnie To. Rot. Original: Yau Nai-Hoi & Yip Tin-Shing. Fotografia: Cheng Siu-keng. Música: Lo Tayu. Montagem: Patrick Tam. Dir. de arte: Yu Toni. Com: Simon Yan, Tony Leung, Louis Koo, Nick Cheung, Siu-Fai Cheung, Suet Lam, Ka-Tung Lam, Tian-lin Wang, Maggie Siu. Dois grupos rivais, liderados respectivamente por Lok (Yan) e Big D (Leung) brigam esganiçadamente pelo controle da Tríade, poderosa e centenária organização criminal de Hong Kong. Ainda que Lok, mais cerebral, tenha ganho a eleição, necessita pôr as mãos no ícone que sacraliza o poder do eleito.Big D, mais impetuoso, não se rende a derrota e a briga entre as facções rivais acaba chamando a atenção da polícia que prende todos os seus elementos importantes. Finalmente, num pretenso acerto, Big D parece ter se rendido à submissão de Lok, o que logo se demonstrará enganoso. To é mais um dos realizadores do muito tradicional filme de ação de Hong Kong que já produzi

Filme do Dia: O Meio do Mundo (2005), Marcus Vilar

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O   Meio do Mundo (Brasil, 2005). Direção e Rot. Adaptado: Marcus Vilar, a partir do conto de Antônio Carlos Viana. Fotografia: Roberto Iuri. Música: Escurinho. Montagem: Marcus Vilar, Daniel Monguihott Com: Conceição Camarotti, Eleonora Montenegro, Gabriel Salles, Jacinto Moreno. O requinte visual da fotografia e do trabalho de câmera não obscurece a pobreza e a falta de originalidade com que é descrita a iniciação de um garoto do sertão, que é levado por seu pai para um prostíbulo. Seu estilo rebuscado, com câmeras que flagram do alto do telhado a prostituta em sua humilde casa ou enquadram a casa onde mora o garoto e seu pai, não passam mesmo de mero rebuscamento. 11 minutos.

Filme do Dia: Esboços de Frank Gehry (2005), Sydney Pollack

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E sboços de Frank Gehry ( Sketches of Frank Gehri ,EUA/Alemanha, 2005). Direção: Sydney Pollack. Fotografia: Marcus Birsel, Ultan Guilfoyle, Sydney Pollack, Claudio Rocha & George Tiffin. Música: Claes Nystrom & Jonas Sorman. Montagem: Karen Schmeer. Documentário no qual Pollack, amigo pessoal de Gehri, escuta o próprio arquiteto a respeito de seu método de trabalho, sua vida pregressa à fama e o acompanha em meio a alguns projetos, entre os quais o mais célebre é o Museu Guggenheim de Bilbao. As outras intervenções, inclusive do terapeuta particular de Gehri, assim como do todo-poderoso do Império Disney, Michael Eisner, e de celebridades como Bob Geldof, Dennis Hopper e Julian Schnabel pouco acrescentam. Longe de criativo em termos formais – logo ao início Pollack afirma que nada conhecia a respeito do cinema documental – o filme acaba sendo uma apologia a Gehri, que convidou o realizador para dirigir esse projeto, ainda que Pollack também insira comentários de crític

Filme do Dia: L' ami y'a Bon (2005), Rachid Bouchareb

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L ’Ami y’a Bon (França, 2005). Direção: Rachid Bouchareb. Esse curta animado sem ter exatamente um personagem central, embora seu foco em determinada família se ressalte no início e final, destaca os senegaleses que se alistaram no Exército francês, lutaram, foram derrotados e muitos foram enviados a campos de concentração na Alemanha e tiveram como recompensa serem massacrados ao reivindicarem o soldo que não lhes foi pago ao final da trágica experiência. Desde o início torna-se praticamente impossível não se efetuar uma comparação com o longa de ação ao vivo, Dias de Glória , e se descobre que tal semelhança não é casual, já que ambos foram dirigidos pelo mesmo Bouchareb, servindo esse curta quase como um ensaio para sua realização do ano seguinte. Destaque para a qualidade dos desenhos, quase todos em p&b. Tal como no longa, aqui se observa a passagem dos anos através das tradicionais inserções de letreiros, assim como aquele final, que ira provocar o arremate destinado à