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Mostrando postagens com o rótulo 1906

Filme do Dia: Le Billet de Banque (1906), Louis Feuillade & Alice Guy

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  L e Billet de Banque (França, 1906). Direção Louis Feuillade & Alice Guy. Um casal elegante é atacado por uma dupla de malfeitores, numa calçada citadina semi-deserta. Graças a intervenção de uma testemunha, trajando-se de forma maltrapilha,   a ação é sustada e os criminosos fogem. Os ofendidos pela ação da dupla o recompensam regiamente. Porém, por onde anda, o homem não consegue trocar a nota alta que lhe foi dada pelo casal. Nem mesmo em um restaurante chique, onde a apresentação da mesma escandaliza o garçom, que chama o gerente. Policiais são chamados e o homem levado à delegacia. Após relatar sua narrativa, é liberado. Encontra um homem se banhando e se apossa de suas boas vestes, deixando as suas para o banhista. Porém deixa na roupa a nota de elevado valor. E volta ao restaurante chique, sem encontrar mais o dinheiro, após a refeição concluída. Os policiais o levam novamente à delegacia, onde o homem roubado já explica o ocorrido, e ele consegue finalmente trocar o di

Filme do Dia: The Impossible Convicts (1906), G.W. Bitzer

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  T he Impossible Convicts (EUA, 1906). Direção: G.W. Bitzer. Filme de trucagens, em que a sensação é o movimento aparentemente em reverso efetivado por trucagens que, no entanto, está longe de ser ponto pacífico sobre a sua exata relação com os movimentos dos presos e dos policias que tentam detê-los em um motim. A beleza das imagens em reverso seriam exploradas posteriormente de modo poético por realizadores como Cocteau e enfatizadas o seu aspecto de nonsense já aqui presentes em filmetes promorcionais como o de Strawberry Fields Forever dos Beatles. O mais curioso é ter sido dirigido justamente por Bitzer, que juntamente com Griiffith , realizará a fundamental guinada para filmes narrativos que se afastam justamente desse gênero de filmes de trucagens poucos anos após. American Mutuoscope & Biograph. 3 minutos.

Filme do Dia: Os Cartazes Bem Humorados (1906), Georges Méliès

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  O s Cartazes Bem Humorados  (Les Affiches en Goguette, França, 1906), Direção: Georges Méliès Um cartaz que se subdivide em diversos anúncios diferentes ganha vida, em certos momentos, e as figuras do anúncio começam a insultar muitos dos transeuntes. Nem a polícia consegue detê-los, já que quando o cartaz é destruído no meio do alvoroço, seus personagens continuam a se divertir do outro lado do muro. Méliès foi um dos primeiros cineastas a brincar com a relação entre imagens e a vida real, um dos temas que seria inúmeras vezes apropriado, sobretudo seguindo a mesma veia cômica, em filmes tão diversos quanto o episódio de Fellini para Boccaccio’70 ou A Rosa Púrpura do Cairo , de Woody Allen . Esse tipo de filme, é saudado como uma anárquica contraposição aos melodramas e ao cinema a pretende contar minimamente sobre um tema, geralmente permeados por uma verve moral extremamente conservadora.|Georges Méliès/Star Film. 3 minutos e 30 segundos.  

Filme do Dia: Islands Alting Besøg i København (1906), Peter Elfelt

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  Islands Alting Besøg i København (Dinamarca, 1906). Direção e Fotografia Peter Elfelt. Neste registro de alguns momentos do forte número de islandeses (políticos e diplomatas é de se supor) em Copenhague, com o objetivo de abrir fronteiras para um processo de autonomia política há “quadros” com momentos desta visita, mas que planos e uma noção de continuidade mais sólida – a chegada em um navio, uma recepção concorrida, um grande cortejo de carruagens provavelmente os levando, etc. Com relação a esta última situação há de se frisar um efeito típico do Primeiro Cinema, com o registro da passagem de todas as carruagens, embora aparentemente existam alguns cortes na cena, e o aceno das autoridades direcionados ao que indica a imagem mais para a câmera que para os transeuntes a observarem o cortejo. Há um caráter cíclico no filme, a iniciar e findar com a chegada e partida da comissão em uma embarcação de porte médio. |Peter Elfert. 6 minutos e 43 segundos.

Filme do Dia: O Solar Enfeitiçado (1906), Segundo de Chomón

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  O Solar Enfeitiçado ( La Maison Ensorcelée , França, 1906). Direção, Rot. Original e Fotografia: Segundo de Chomón. Numa noite de tempestade, um trio se refugia numa casa abandonada e que logo também demonstra ser assustada. Esse fiapo de argumento conduz ao universo do fantástico, já bastante temporão no momento de sua realização, seja na Europa, seja na América. Eles testemunham de tudo um pouco, roupas que se movem sozinhas, um quadro que se transforma em algo vivo, a casa que chacoalha e neva e fogos que voam pelo ar, assim como talheres e utensílios de café da manhã que servem sozinhos. No momento em que a mesa é servida por si só, nossos heróis desistem de lutar contra os feitiços e procuram tirar partido dele, porém logo situações menos cômodas se seguirão. Torna-se interessante, retrospectivamente, por sua observação de como o fantástico logo se torna “domesticado” por quem o testemunha, numa referência que bem caberia ao próprio espectador, assim como por trazer uma referê

Filme do Dia: Das Sandbad (1906), Johann Schwarzer

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  D as Sandbad (Áustria, 1906). Direção: Johann Schwarzer. Homem mais velho leva uma mulher até um terreno arenoso, onde existe uma pequena cova, que ele auxilia a cavar. A mulher, coberta apenas por um véu, aproxima-se então da cova enquanto o homem se afasta dela e a observa de longe, deitar-se e fazer algumas poses na areia. Depois ele volta a se aproximar, cobre-lhe com um pouco de terra e a ajuda a erguer-se e retirar a areia do corpo. O que mais chama a atenção nesse pequeno filme de plano único é o ethos do voyeurismo que marca sua presença, sendo o homem que planeja cuidadosamente o cenário, apenas para observar a mulher de longe, reproduzindo, até certa medida, algo próximo do pretenso espectador masculino a quem tais produções eram dirigidas. Mesmo o pequeno toque que ele empreende à guisa de limpar a areia das pernas da mulher é rapidamente afastado pelas mãos dela. E embora se encontre sem camisa, como nas produções do estúdio em geral, o homem em si não é pensado como el

Filme do Dia: Logging in Maine (1906), G.W. Bitzer

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  L ogging in Maine (EUA, 1906). Fotografia: G.W. Bitzer. Esse filme   em cinco rolos que pretende descrever a atividade do transporte fluvial de madeira da floresta para uma serraria possui equilíbrio estético certamente involuntário. Suas cinco partes efetivam um papel semelhante ao das seqüências no cinema clássico, estrutura narrativa ao qual o próprio Bitzer, ao lado de Griffith , seria um nome referencial (e não há como não lembrar os longos planos do rio, sob um viés narrativo bem mais estruturado da primeira colaboração de ambos em As Aventuras de Dollie , mesmo que Bitzer não tenha sido creditado). Fica patente uma estrutura circular, que praticamente parte e volta ao mesmo ângulo, sendo que as partes primeira e última são também distintas por apresentarem uma estrutura mais complexa das que entremeiam o filme, e essas por sua vez tomadas praticamente de um mesmo ângulo ou quando não de um mesmo plano. O filme é uma constante alternância entre partes em que se sobressai a fi

Filme do Dia: Os Resultados do Feminismo (1906), Alice Guy

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  O s  Resultados do Feminismo ( Les Résultats du Féminism , França, 1906). Direção: Alice Guy . Vive-se numa sociedade de inversão de papéis:   mulheres masculinizadas, homens efeminados. Uma dessas mulheres másculas se apaixona por um homem de trejeitos delicados e o acaba retirando, praticamente à força da casa dos pais, para viver com ela. Quando o casal já se encontra com filhos, esse, cansado de sua submissão e de ficar apenas cuidando desses enquanto ela é que tem a vida social e do trabalho fora do lar,   resolve abandoná-la brutalmente e invadir com outros homens, incentivados por seu clamor, o clube feminista, expulsando-as todas e saudando uma nova sociedade masculina. Guy parodia o movimento feminista através dessa confusa narrativa, típica do Primeiro Cinema, na qual a maior atração humorística pretensamente é a da inversão de papéis sexuais. Curiosamente tal sátira antecipa em uma dúzia de anos uma comédia bem mais famosa,   Algie, o Mineiro   (1912), igualmente centr

Filme do Dia: Baden Verboten (1906), Johann Schwarzer

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B aden Verboten (Áustria, 1906). Direção: Johann Schwarzer. Três mulheres se divertem despidas em um lago até a chegada de um homem que as adverte. Elas, constrangidas, saem para se vestir. Apesar do catálogo fazer menção ao fato do homem ser um policial, isso não fica evidenciado no plano da imagem, nem tampouco se a situação de reação das mulheres, que menos parece ser de apreensão que de diversão mesmo depois que saem do banho ao lado do homem – insinuação sensual? Embora haja quem comente que o mesmo, vestido com trajes de caçador, as espiava antes do sermão e aparentemente se encontre constrangido com a situação, pretensamente as espiava por entre os galhos das árvores, antes de tomar a iniciativa de as reprimir. Algo que não pode ser comprovado a partir da cópia em questão, onde a distância onde se situa o mesmo e as roupas das mulheres virtualmente impede que seja percebido o que ocorre antes dele partir rumo ao lago. Curiosamente, apesar da admoestação, o homem abandona a

Filme do Dia: La Femme Collante (1906), Alice Guy

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L a Femme Collante (França, 1906). Direção: Alice Guy. Empregada de uma senhora tem sua língua e saliva utilizadas por sua patroa para colar selos de cartas em uma agência dos correios. Um homem observa a movimentação e estimulado pela boca aberta e língua de fora da empregada resolve tascar-lhe um beijo na boca, ficando com os lábios grudados nos da empregada, provocando o assombro e diversão de todos os presentes, até que um empregado dos correios consiga separá-los com uma tesoura. A diminuta metragem desse filme, mesmo para os padrões contemporâneos da produção da época e de sua realizadora, poderia sugerir ter o filme sobrevivido incompleto. O mais provável, no entanto, é que seu efeito-piada  tenha levado a uma condensação que em pouco mais de dois minutos se conseguisse dar conta do que se queria. A disposição da encenação neste plano-sequencia é efetuada para que os guichês sejam mantidos ao fundo e que a senhora e sua empregada se aproximem de um móvel (e também da câm

Filme do Dia: Le Noël de Monsieur le Curé (1906), Alice Guy

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L e Noël de  Monsieur Le Curé (França, 1906). Direção: Alice Guy. Padre descobre se encontrar sem dinheiro para comprar uma pequena imagem de Jesus para a missa de natal.   Oportunisticamente, visita paroquianos mais pobres, sendo muito bem recebido pelo casal. Quando percebe que não conseguirá nenhum dinheiro com eles, resolve partir. Vai então visitar um escultor de posses.   Esse tenta vender uma escultura para o padre, que não possuindo dinheiro suficiente, chama a mulher da casa anterior, que traz uma galinha e ovos, que não são aceitos pelo escultor. Bastante tenso, começa a ministrar a missa de natal, mesmo sem a representação do Jesus bebê. Quando ele e os fiéis começam a orar, no entanto, uma aparição de anjos lhe traz uma pequena imagem, algo que é louvado posteriormente por eles em uma prece de agradecimento. Embora o filme já almeje apresentar o conteúdo que o cura lê ao início – relativo ao natal que faz menção o título – seu plano de detalhe soa um tanto solto dia

Filme do Dia: La Hierarchie dans L´Amour (1906), Alice Guy

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L a Hierarchie dans L´Amour (França, 1906). Direção: Alice Guy. Uma mulher é abordada em um parque por um jovem militar, que se oferece para carregar sua cesta. Logo após, um superior do militar lhe ordena uma ação para poder se aproximar da mulher. Porém, enquanto esse vai satisfazer suas necessidades, essa é abordada por um terceiro militar de patente mais alta. Quando o outro homem sai do banheiro já é tarde demais. Por fim, quando se senta para conversar com o cavalheiro, um superior seu faz com que ele se afaste dela em sinal de deferência. O senhor que chegara por último então sai com a mulher. Nesse filme de estrutura típica do Primeiro Cinema, o que importa é o efeito-piada. Gradualmente se observa a passagem da mulher para mãos de homens com patentes mais altas e também de mais idade, sem que ela refute sequer ou se prenda a qualquer um deles, numa atitude que se pode por um lado ser acusada de chauvinista em transformá-la em mero objeto do desejo de todos os quatro ho

Filme do Dia: O Primeiro Cigarro de um Colegial (1906), Louis J. Gasnier

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O  Primeiro Cigarro de um Colegial ( Le  Premier Cig are d’une Collégien , França, 1906). Direção: Louis J. Gasnier. Com: Max Linder . Max experimenta pela primeira vez o que seriam os prazeres do fumo e da bebida e chega completamente alterado no prédio onde mora, entrando no apartamento vizinho e de lá sendo expulso pelo seu inicialmente assustado proprietário. É então socorrido pela mãe. As inserções de planos mais próximos para descrever um evento em andamento ocorrem aqui de forma menos abrupta e mais encadeada do que nos primeiros anos do século e certamente mais abrupta do que no cinema de continuidade que se institui após. Vale lembrar que no mesmo ano, Porter havia realizado outro retrato de um bêbado, esse veterano, em Dream of a Rarebit Fiend , que não possui uma narrativa tão clara quanto aqui, mas certamente é bem mais inventivo, ao reproduzir os efeitos da própria mente do bêbado ou de sua percepção visual em trucagens visuais. Curiosamente, Linder aqui pe

Filme do Dia: Le Tonneau Ivre (1906), Alice Guy

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Le Tonneau Ivre (França, 1906). Direção: Alice Guy. Um vagabundo faz com que outro role dentro de um barril provocando as situações mais inusitadas como a de atropelar uma bicicleta, ser jogado do alto de uma ferrovia ou passar por cima de um homem que se encontrava deitado em um parque. O barril acaba caindo no rio. O amigo e outro homem vão ver o estado no qual se encontra o vagabundo, mas esse saí imediatamente e continua girando no mesmo ritmo de quando ainda se encontrava no barril. Exemplar típico de humor despretensioso do primeiro cinema, bastante diverso tanto das atrações típicas do vaudeville encenadas diretamente para a câmera que a realizadora havia dirigido antes ou dos dramas mais próximos de serem inseridos nos moldes da narrativa clássica tais como Falling Leaves que dirigiria após. 2 minutos.