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Filme do Dia: The Thieving Hand (1908), J. Stuart Blackton

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  T he Thieving Hand  (EUA, 1908). Direção: J. Stuart Blackton. Com: Paul Panzer. Ainda que o tema e as trucagens-  uma mão que assalta que é escolhida como presente por um mendigo e comprada para ele por um milionário – sejam mais próximos do universo do primeiro cinema (não por acaso dirigida por um mestre dele) do que das primeiras narrativas realizadas por Griffith no mesmo ano na companhia rival, aqui tampouco a narrativa deixa de ser modelada em princípios claros de continuidade, mesmo levando em conta o final truncado, do protagonista na prisão tentando se livrar da mão – na verdade se trata de um braço – para um companheiro da prisão. A evidente estilização da prisão tampouco deixa de ser evocativa de filmes anteriores como Executionof Czolgosz with Panorama of Auburn Prison (1901). Tampouco se percebe, mesmo com a continuidade precisa,  uma decupagem mais sofisticada em termos de gradação de planos do que as obras da Biograph, característica considerada como uma das marcas

Filme do Dia: O Cavalo Fujão (1908), Louis J. Gasnier

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  O   Cavalo Fujão ( Le Cheval Emballé ,  França, 1908). Direção: Louis J. Gasnier. Rot. Original: André Heuzé. Homem vai fazer uma entrega e enquanto a faz seu cavalo acaba comendo a ração que se encontra na calçada de uma loja defronte ao mesmo prédio. Quando o proprietário da loja descobre o ocorrido, uma série de confusões se sucede. Mais conhecido por suas produções com o comediante Max Linder , o único elemento efetivamente digno de menção e que se destaca de situações não muita diversas das encontradas nos filmes de perseguição é a primeira vez que se utiliza na história do cinema da montagem paralela, observada logo ao início do filme, alternando planos do cavalo se alimentando e do homem se dirigindo ao apartamento onde efetivará sua entrega – motivo evidentemente para uma gag visual; o cavalo aparecendo bem mais robusto, notadamente fazendo uso de outro animal. A série de atropelos e tropeções e o rastro de destruição que segue o herói é típica dos filmes de perseguições, s

Filme do Dia: O Assassinato do Duque de Guise (1908), André Calmettes & Charles Le Bargy

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O   Assassinato do Duque de Guise ( L’Assassinat du Duc de Guise , França, 1908). Direção: André Calmettes & Charles Le Bargy. Rot. Original: Henri Lavedan. Fotografia:  Émile Pierre. Música: Camille Saint-Säens. Dir. de arte: Émile Bertin. Com: Albert Lambert, Charles Le Bargy, Gabrielle Robinne, Berthe Bovy, Jean Angelo, Charles Dorrain, Huguette Duflos, Rolla Norman . França, final dos anos 1500. O Duque de Guise (Lambert), ignora o alerta enviado sob a forma de bilhete para sua amante (Robinne) de que existe uma conspiração contra sua pessoa na Corte, encontrando com o rei Henrique III (Le Bargy) e sendo posteriormente morto por seus asseclas. Mesmo se levando em conta se tratar de uma aproximação estilística conscientemente distinta da norte-americana e enfatizando, sobretudo, a encenação sob quadros fixos (algo a ser aprimorado por Feuillade) e ausência da movimentação de câmera, essa produção se torna bem menos vibrante, mais de 100 anos após sua realização, que

Filme do Dia: O Resgate no Ninho da Águia (1908), J. Searle Dawley

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O   Resgate no Ninho da Águia ( Rescued from an Eagle’s Nest , EUA, 1908). Direção: J. Searle Dawley. Fotografia: Edwin S. Porter. Com: Henry B. Walthall, Jinnie Frazer, D.W. Griffith, Miss Earle. Enquanto brinca próximo a cabana do pai (Griffith), bebê (Frazer) é levado por uma águia. Desesperada, a mãe (Earle) corre atrás do marido que, com os amigos lenhadores, vai até o penhasco em que a águia possui o seu ninho. Lá um dos homens (Walthall) desce numa corda, luta e mata a ave, jogando-a despenhadeiro abaixo e resgata a criança. Observado sob a perspectiva do cinema de integração narrativa que começava a ganhar preponderância, os filmes de Dawley não são exatamente muito animadores – quando comparado a outro filme de resgate, igualmente de uma criança, o britânico O Resgate de Rover (1905), as ligações entre os locais e situações, ao menos na cópia aparentemente incompleta em questão, soam menos eficiente, os cenários menos vinculados e realistas. De toda forma, mesmo que

Filme do Dia: Vive la Vie de Garçon (1908), Max Linder

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V ive la Vie de Garçon (França, 1908). Direção: Max Linder . Esposa cansada do comportamento irritante do marido (Linder), acaba resolvendo voltar a morar com a mãe. Inicialmente satisfeito com a liberdade imediata que possui, o marido festeja sua nova vida de solteiro. Porém, em pouco tempo, demonstrará se encontrar em apuros quando procurar resolver as situações mais comezinhas tais como lavar a louça do café da manha, ir fazer as compras na feira, preparar o jantar, arrumar o quarto de dormir ou simplesmente encontrar a gravata ao acordar. Sua esposa e sogra chegam no momento em que ele se encontra no auge da bagunça. Filmado em planos fixos e abertos, com raras inserções de planos mais fechados para destacar alguma situação específica, esse filme de Linder demonstra o quão anacrônico era o cinema francês em comparação com a produção americana do período, como os filmes curtos que Griffith realizava para a Biograph.   Pathé. 10 minutos.

Filme do Dia: As Travessuras do Cupido (1908), J. Searle Dawley

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A s Travessuras do Cupido ( Cupid’s Pranks , EUA, 1908). Direção: J. Searle Dawley. Fotografia: Edwin S. Porter. Com: Violett Hill, Marie Murray, Mr. Barry, Phineas Nairs, Laura Sawyer. Cupido (Hill) sonolento é posto para trabalhar. Sobrevoando a cidade, irá pousar sobre um baile, intercedendo por uma mulher (Murray) que pretende se aproximar, até então sem sucesso, de um homem que lá se encontra. O Cupido rapidamente efetua sua tarefa, porém a situação demonstra ser complexa e, no final das contas, além de seu alcance. No emblemático ano em que Griffith estreia como diretor e o cinema se volta de forma mais acentuada rumo à narratividade, tem-se esse exemplo que mescla narração e uma fantasia mais livre e próxima do cinema de atrações, como as trucagens que fazem uso de visíveis sobreposições que ilustram o vôo do anjo pela cidade. Também se deve notar outra mudança significativa rumo à “integração narrativa” em termos de produção. Porter, que outrora poderia ser considerado

Fime do Dia: O Pesadelo do Escultor (1908), Wallace McCutcheon

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O Pesadelo do Escultor ( The Sculptor’s Nightmare ,   EUA, 1908). Direção: Wallace McCutcheon. Fotografia: G.W. Bitzer. Com: Florence Auer, D.W. Griffith, Edward Dillon. Grupo decide qual será o busto que irá substituir o do presidente Roosevelt. Todos pensam no de si próprios e como não chegam a um acordo vão até o estúdio do escultor provocando grande arruaça e destruindo por completo o mesmo. Embriagado, o escultor provoca confusão em um restaurante, sendo preso. Na prisão, sonha com os bustos. É bastante curioso como, de certa forma, McCutcheon havia algo pavimentado o caminho para o filme narrativo dramático de Griffith (aqui surgindo como ator) com algumas das produções que dirigira desde 4 anos atrás. Aqui, justamente no período em que o filme narrativo começa a dar seus passos mais sólidos, parece reverter para um caminho inverso, mais próximo do cinema de atrações, como é o caso tanto da primeira cena, onde uma discussão interminável tem lugar na mesa ou da segunda, qu

Filme do Dia: Nuit de Noël (1908), ?

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Nuit de Noël (França, 1908). Direção: ? Marido marinheiro deixa a esposa em plena noite de natal e parte em barco. A mulher chora insistentemente, porém quando vai até o moinho conhece um homem que passa a galanteá-la. Eles saem à noite e o homem, pela manhã, ao deixa-la, decide ficar, decisão assentida por ela, ao olhar para observar se alguém havia testemunhado a cena. O marido chega inesperadamente da viagem e se vinga matando o amante, jogando seu corpo, juntamente com a carroça ao mar. O que de longe mais chama a atenção nessa produção é o talento para se criar composições visuais dotadas de força e poesia, ao melhor estilo de Griffith de O Mar Imutável , caracterização inspirada, seja na presença das gigantescas pás do moinho se movimentando ou na apresentação da moradia humilde da protagonista, com o cachorro preso e dócil e uma sorte de utensílios raramente descritos com tal pormenor em produções da época, insinuando uma vida árdua, porém deixando de lado a cari