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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

Filme do Dia: Union Maids (1976), Jim Klein, Miles Mogulescu & Julia Reichert

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  U nion Maids (EUA, 1976). Direção: Jim Klein, Miles Mogulescu & Julia Reichert. Fotografia: Tony Heriza & Sherry Novick. Montagem: Jim Klein & Julia Reichert. Documentário que traça linhas de memória de três combativas sindicalistas (Kate Hyndman, Stella Nowicki, Sylvia Woods) cujas atividades remontam ao período da Grande Depressão. A exploração no trabalho, as pressões para não se manifestarem, a demissão em alguns casos, a organização da luta, o massacre de trabalhadores. Tocante em sua simplicidade – é filmado em 16 mm e p&b, por exemplo, em um período que a produção no país, e em boa parte do mundo, era em cores, algo que vem a calhar pois suas imagens se casam mais perfeitamente com as generosas imagens de arquivo pouco conhecidas. Geralmente se observa o rosto das três quando prestam suas falas, assim como a reação de prazer de seus entrevistadores diante dessas. Também   se observa, mais raramente, imagens de arquivo como suporte para alguns depoimentos e ta

O Dicionário Biográfico de Cinema#121: Harry Langdon

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  Harry Langdon  (1884-1944), n. Council Bluffs, Iowa T he Picturegoer's Who is Who  de 1933 não havia entrada para Harry Langdon, tão completa havia sido sua queda. Nada que fizesses nos seus últimos onze anos lhe restauraria sua antiga glória. Mas o fato que tenha vivido tão infeliz tem se tornado hoje parte da lenda de Langdon, o posfácio sombrio para mais uma carreira arruinada pela insensibilidade de Hollywood. N o entanto, as pessoas também devem ser creditadas pelos maus filmes e erros, tanto quanto por seus sucessos. Langdon lidou de forma imprudente com seus casos e, mais importante, possuía uma compreensão insegura do porque era divertido. Pensemos nós dos comediantes como palhaços instintivos ou bem humorados ou como homens desencantados que  nos fazem sorrir para pararem de chorar, nenhuma interpretação se ajusta bem com o próprio comediante enquanto técnico profissional. Parece existir, intrinsecamente, um abismo entre a inteligência atormentada e a imagem da tela de s

Filme do Dia: O Homem Forte (1926), Frank Capra

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  O Homem Forte ( The Strong Man , EUA, 1926). Direção: Frank Capra. Rot. Original: Hal Conklin, Robert Eddy & Arthur Ripley.  Fotografia: Glenn Kershner & Elgin Lessley. Montagem: Harold Toung & Arthur Ripley. Com: Harry Langdon , Priscilla Bonner, Gertrude Astor, William V. Mong, Robert McKim, Arthur Thalasso, Brooks Benedict. Paul Bergot (Langdon), soldado belga nas trincheiras da I Guerra Mundial, recebe uma foto de uma garota, Mary Brown (Bonner), que ele nunca viu. Com o término da guerra ele parte para os Estados Unidos. Lá tenta trabalhar no teatro de variedades com Zandow (Thalasso), outro emigrado. Bergot, no entanto, quase se torna vítima da astúcia da ladra, Lily (Astor), que se faz passar por Brown. Ao partir para o interior, para lá se apresentar com Zandow, Bergot conhece a verdadeira Mary Brown, que é cega, e se apaixona por ela. Um movimento religioso liderado pelo pastor Joe (Mong) pretende banir o teatro de variedades e com as confusões armadas por Bergot

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#64: El Húsar de la Muerte

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  El Húsar de la Muerte . (Chile, 1925). Um dos três ou quatro dos 78 longas chilenos silenciosos realizados (entre 1910 e 1931) a ter sobrevivido, El Húsar de la Muerte    foi considerado por um crítico da época, como sendo o único filme do período a ser "digno de exibição". Notavelmente, 15 longas foram realizados no Chile , em 1925, uma produção anual que não seria superada no país até recentemente. Pedro Sienna (nascido Pedro Pérez, 1893-1972), dirigiu cinco longas silenciosos chilenos, incluindo El Húsar de la Muerte , seu último, e Un Grito en el Mar  (1924), que também sobreviveu. El Húsar  foi restaurado pela primeira vez em 1941, quando som foi acrescentado, porém quando a companhia produtora Andes Film não mais considerou o cinema lucrativo, deu os negativos para uma fábrica de pentes - celulóide foi utilizado na manufatura de pentes. Uma cópia de El Húsar de la Muerte  em condições bastante precárias foi redescoberta, em 1962, por Sergio Bravo, o diretor do Centro

Filme do Dia: Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi (2017), Dee Rees

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  M udbound: Lágrimas Sobre o Mississippi ( Mudbound , EUA, 2017). Direção: Dee Rees. Rot. Adaptado: Dee Rees & Virgil Williams, a partir do romance de Hillary Jordan. Fotografia: Rachel Morrison. Música: Tamar-kali. Montagem: Mako Kamitsuna. Dir. de arte: David J. Bomba, Arthur Jongewaard & Nóra Takács. Figurinos: Michael T. Boyd. Com: Carey Mulligan, Jason Clarke, Garrett Hedlund, Jonathan Banks, Dylan Arnold, Rob Morgan, Jason Mitchell, Mary J. Blige, Kelvin Harrison Jr., Lucy Faust. Anos 40. A tímida e já considerada solteirona Laura (Mulligan desperta a atenção de Henry (Clarke), que após casados e com duas filhas, conta de supetão para ela que irão morar em três semanas com o pai (Banks), agora viúvo, em uma casa com quatro quartos no Delta do Mississipi. Laura demonstra surpresa e, pior ainda, quando lá chegam, Henry havia sido vítima de um trote, não possuindo qualquer escritura. Eles vão morar numa casa de fazenda bastante rústica, com a família negra Jackson lhes se

Filme do Dia: Surfarara (1955), Vittorio De Seta

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S urfarara (Itália, 1955). Direção: Vittorio De Seta. Como nos outros curtas realizados no período, já nas primeiras imagens desse se percebe uma recorrência em termos temáticos (temas voltados para a cultura popular ou para profissões desempenhadas igualmente por populares na Sicília) e estilísticos (estilo observacional, ausência de voz over e entrevistas, utilização de cantos tradicionais, presença de texto sobre a imagem para situar o contexto do grupo em foco, filmado em cores e com uso de sistema anamórfico, aqui o francês cinepanoramic ). Pelo que se observa dos comentários escritos iniciais, o filme pretende igualmente ser um testemunho do trabalho de grande risco desempenhado por mineiros e que, via de regra, continua “obscuro” para boa parte da população, assim como as cenas no interior da mina terem sido filmadas a mais de 500 metros de profundidade. Também característico é o caráter de testemunho-denúncia algo abstrato, pois muito longe do engajamento de um documentário d

Filme do Dia: Um Amor Sem Esperanças (1964), Desmond Davis

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  U m Amor Sem Esperanças ( The Girl with Green Eyes , Reino Unido, 1964). Direção: Desmond Davis. Rot.Adaptado: Edna O´Brien. Fotografia: Manny Wynn. Música: John Addison. Montagem: Antony Gibbs & Brian Smedley-Ashton. Dir. de arte: Ted Marshall. Figurinos: Bárbara Gillett. Com: Peter Finch, Rita Tushingham, Lynn Regrave, Maire Kean, Arthur O´Sullivan, Julian Glover, T.P. Mackenna, Liselotte Goettinger. Kate (Tushingham) é uma garota oriunda de uma família pobre, conservadora e católica da Irlanda que, sem maior educação formal, acaba se apaixonando por um homem bem mais velho que vive em Dublin, Eugene Gaillard (Finch), escritor frustrado que se dedica a traduções que nem sempre consegue êxito. Porém, a relação amigável do casal se torna problemática quando sua família leva-a de volta à província e ela é encorajada pelo pároco local (McKenna) a abandonar tal relação “pecaminosa”. Kate foge   e volta a morar com Eugene. Em pouco tempo, no entanto, a amistosa relação se transform

Filme do Dia: The Execution of Mary, Queen of Scots (1895), Alfred Clark

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  T he Execution of Mary, Queen of Scots (EUA, 1895). Direção: Alfred Clark. Com: Robert Thomas, Mary L. Thomas. Fotografia: William Heise. Esse diminuto filme produzido quando o cinematográfo dos irmãos Lumière ainda nem havia sido apresentado para um público mais amplo, o que ocorreria quatro meses depois, já apresenta uma das características básicas dessa produção: uma atração por eventos sensacionalistas que, juntamente com a própria curiosidade pela novidade recém-criada do kinetoscópio por Edison, já provocava um evidente chamariz. Aqui se assiste a uma representação do guilhotinamento da rainha Mary Stuart com relativo realismo. O carrasco ainda faz questão de levantar a cabeça para o público, que não é outro que o próprio espectador. É tido como primeiro filme a ser exibido ao público, mesmo que individualmente. Edison Manufacturing Co. 1 minuto.

Filme do Dia: The Front Line (1940), Harry Watt

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  T he Front Line (Reino Unido, 1940). Direção: Harry Watt. Fotografia: Jonah Jones & Harry Rignold.  Curta vinculado à Escola Documental Britânica que ressalta o aspecto de tranquilidade (“permanece intacta”) e cotidiano em Dover, a cidade da frente de combate que faz menção o título. Tudo isso numa “cidade que era para supostamente se encontrar em ruínas”.  Vários exemplos de um cotidiano que continua sem maiores obstáculos são citados, desde o guarda de trânsito e os ônibus circulando normalmente, até a velha senhora que continua seu hábito de muitos anos de alimentar os pombos, assim como os cinemas, as pistas de patins. Só quando já se aproxima de metade de sua metragem é que são observados os efeitos de bombardeios com uma igreja e casas próximas avariadas. O que o narrador comenta como “o espírito de Dover” se encontra materializado na fala de uma jovem que mora nas cercanias da igreja. Aproveita o adeus de uma moradora com uma mensagem de otimismo e anti-nazista para finali

Filme do Dia: Vítimas do Pecado (1951), Emíliio Fernandez

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  V ítimas do Pecado ( Victimas del Pecado , México, 1951). Direção: Emílio Fernández. Rot. Original: Emilio Fernández, a partir de argumento dele próprio e de Mauricio Magdaleno. Fotografia: Gabriel Figueroa. Música: Antonio Díaz Conde. Montagem: Gloria Schoemann. Dir. de arte: Manuel Fontanals. Cenografia: Manuel Parra. Com: Niñon Sevilla, Tito Junco, Rodolfo Acosta, Rita Montaner, Ismael Pérez, Margarita Ceballos, Arturo Soto Rangel, Francisco Reiguera. Violeta (Sevilla) dança e canta em um cabaré onde uma de suas colegas Rosa (Ceballos) abandona o filho em uma lata de lixo por imposição de seu amante, o inescrupuloso Rodolfo (Acosta). Quando fica sabendo, Violeta se revolta e adota a criança, granjeando a inimizade de Rodolfo que a espanca, após tentar matar a criança e é preso por seis anos. Enquanto isso, a dedicação de Violeta  ao bebê a faz perder o emprego e chama a atenção do compreensivo Santiago (Junco) que casa com Violeta e adota a criança como sua. Quando o filho  aniv

O Dicionário Biográfico de Cinema#120: Claude Lelouch

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  Claude Lelouch  (n. Paris, 1937) 1 956: U.S.A. en Vrac (d);   Une Ville Pas Comme les Autres  (d); 1957: Quand le Rideau Se Lève  (d); 1960: Le Propre de l'Homme . 1963: L'Amour avec des Si . 1964: 24 Heures d'Amants  (d); Une Fille et des Fusils ; La Femme Spetacle . 1965: Pour un Maillot Jaune  (d); Les Grands Moments ; 1966: Un Homme et Une Femme [ Um Homem, uma Mulher ]. 1967: Vivre pour Vivre  [ Viver por Viver ]; Loin du Vietnan  [ Longe do Vietnã ] (co-dirigido com Jean-Luc Godard, Joris Ivens, William Klein e Alain Resnais) (d). 1968: Treize Jours en France  (co-dirigido com François Reichenbach). 1969: La Vie, l'Amour et la Mort [ A Vida, o Amor, a Morte ]; Un Homme Qui Me Plaît [ O Homem que Eu Amo ]. 1970: Le Voyou  [ Um Homem como Poucos ]. 1971: Iran ; Smic, Smac, Smoc . 1973: "The Losers", episódio de Visions of Eight  (d); La Bonne Anné [ Feliz Ano Novo ]. 1974: Toute une Vie [ Toda uma Vida ]. 1975: Le Chat et la Souris . 1976: Si C'Était

Filme do Dia: Para Sempre ALice (2014), Richard Glatzer & Wash Westmoreland

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  P ara Sempre Alice ( Still Alice , EUA, 2014). Direção: Richard Glatzer & Wash Westmoreland. Rot. Adaptado: Richard Glatzer & Wash Westmoreland, a partir do romance de Lisa Genova. Fotografia: Denis Lenoir. Música: Ilan Eshkeri. Montagem: Nicolas Chaudeurge. Dir. de arte: Tommaso Ortino.  Cenografia: Susan Perlman. Com: Julianne Moore, Alec Baldwin, Kristen Stewart, Shena McRae, Hunter Parrish, Seth Gilliam, Stephen Kunken. A Dra. Alice Howland (Moore), brilhante professora e pesquisadora na área de neurolinguística na Universidade de Columbia subitamente passa a se sentir estranha e é diagnosticada com Alzheimer. Como ela tem pouco mais de 50 anos, ela e o esposo John (Baldwin) decide    contar tudo aos filhos, pois sabem da enorme possibilidade, em termos de transmissão genética. Tom (Parrish) não possui o gene, já Anna (Bosworth) o possui e Lydia (Stewart), a caçula, prefere não fazê-lo. A situação se deteriora em pouco tempo. Alice é afastada da universidade, mas particip

Diretoras de Cinema#7: Elvira Notari

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NOTARI, ELVIRA (1875-1946). Itália . Elvira Notari é a desconhecida inventora do cinema neorrealista. Entre 1906 e 1930, dirigiu mais de sessenta longas-metragens e centenas de documentários e curtas para sua própria companhia produtora, Dora Film. Notari escrevia, dirigia e co-produzia todos os filmes da produtora. Seu marido, Nicola, trabalhava como câmera e seu filho, Edoardo, atuava em seus filmes. A redescoberta dos filmes de Notari, por conta da obra de Giuliana Bruno, pôs em questão uma série de noções tradicionais do cinema italiano. Os filmes de Notari representam parte de uma próspera comunidade cinematográfica sulista italiana, que tem sido ativamente suprimida em favor de uma imagem falsamente construída e monolítica, da produção de cinema do norte italiano. A noção histórica que a Itália excedia nos superespetáculos iniciais no cinema primitivo e primeiro é desconstruída na excelente análise de Giuliana Bruno, de Notari e do cinema napolitano. Os primeiros filmes de Notari

Filme do Dia: Armadilha Mortal (1982), Sidney Lumet

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  A rmadilha Mortal ( Deathtrap , EUA, 1982). Direção: Sidney Lumet. Rot. Adaptado: Jay Presson Allen, a partir da peça de Ira Levin. Fotografia: Andrzej Bartkowiak. Música: Johnny Mandel. Montagem: Jack Fitzstephens. Dir. de arte: Tony Walton & Eduardo Pisoni. Cenografia: George DeTitta Sr. Figurinos: Tony Walton. Com: Michael Caine, Christopher Reeve, Dyan Cannon, Irene Worth, Henry Jones, Joe Silver, Tony DiBenedetto, Al LeBreton. Escritor de peças de mistério que um dia foram sucesso, Sidney (Caine), desesperado com o fracasso de mais uma de suas peças, desaba ao chegar em casa diante de sua esposa, Myra (Cannon) e decide chamar um jovem talento que lhe enviou uma peça interessante, Armadilha Mortal , Clifford (Reeve). Porém, em meio a conversa uma tensão surge, Clifford é algemado e quando respira aliviado por ter Sidney encontrado a chave que o livrará, descobre que não se trata da chave e Sidney voa em cima dele sufocando-o barbaramente até a morte, para o terror da testem

Filme do Dia: The Cool World (1963), Shirley Clarke

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  T he Cool World (EUA, 1963). Direção: Shirley Clarke. Rot. Original: Shirley Clarke & Carl Lee, baseado no romance e na peça de Warren Miller & Robert Rossen . Fotografia: Baird Bryant. Música: Mal Waldron.  Montagem: Shirley Clarke. Cenografia: Roger Furman. Com: Hampton Clanton, Yolanda Rodríguez, Carl Lee, Clarence Williams III, Gary Bolling, Bostic Felton, John Marriot, Georgia Burke. Duke (Clanton) é um jovem negro do Harlem que se afasta da família e se aproxima da criminalidade, fazendo parte da gangue dos Pythons. Com a decadência provocada pelo envolvimento com drogas e álcool do líder da gangue, Blood (Williams III),   Duke passa a liderar o grupo. Cada vez mais envolvido com Luanne (Rodríguez), prostituta de sua idade, que sonha em ir com ele até Coney Island. No dia em que finalmente realizam o passeio, Luanne desaparece. Abatido, Duke volta para a casa. Há um confronto entre os Pythons e uma gangue rival, os Coolies, que provoca a morte do líder dos últimos, Pr

Filme do Dia: Back to the Primitive (1911), Francis Boggs & Otis Turner

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  B ack to the Primitive (EUA, 1911). Direção: Francis Boggs & Otis Turner. Rot. Original: Edward McWade & Otis Turner. Com: Kathlyn Williams, Charles Clary, Tom Mix, Joseph W.Girard, William V.Mong, Tom Santschi. Helen Wilton (Williams) faz companhia a Lord Thurlow, amigo do irmão dela, John Wilton (Mix) no barco a vapor S.S.China que parte de Londres com destino a África do Sul. Will Carson (Clary) é um passageiro que se sente fortemente atraído por Helen, provocando um desentendimento dele com Thurlow. O navio encalha em meio ao mar e apenas os três sobrevivem. Após três dias à deriva o barco aporta em uma praia. Um mês se passa e o trio divide agora os afazeres e uma cabana rústica, em que se refugiam quando sofrem assédio dos leões. Quase uma depuração abstrata do tema do triângulo amoroso inserido numa lógica de fantasia primitiva e, portanto, de potencial apelo erótico ao público da época. Destaque para o momento em que um dos personagens coloca sua cabeça pela porta

Filme do Dia: A Entrevista (1966), Helena Solberg

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  A  Entrevista (Brasil, 1966). Direção: Helena Solberg. Rot. Original: Mário Carneiro, a partir do argumento de Solberg. Fotografia:  Mário Carneiro. Montagem: Rogério Sganzerla. Documentário de uma figura ímpar no cenário e época em que foi produzido. Primeiro, por ser mulher em um grupo praticamente de exclusividade masculina, do Cinema Novo. Depois, por apresentar uma temática sensível às questões de gênero, que só entrariam de fato na pauta internacional no pós-68. E não apenas de gênero, mas do gênereo feminino. Por fim, ao se defrontar com um similar de classe social da realizadora e não com o outro popular que, via de regra, era o comum de seus colegas homens (uma exceção até enão sendo O Desafio ), em ambiente comum e partilhado pela própria realizadora. Por conta desse seu pioneirismo teve que se adequar esteticamente ao que era possível no momento. Assim, a voz over dominante é a das mulheres que concordaram em ser entrevistas, mas não a expor sua imagem e identificação,

Filme do Dia: O Árido Verão (1964), Metin Erksan & David E. Durston

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  O   Árido Verão ( Susuz Yaz , Turquia, 1964). Direção: Metin Erksan & David E. Durston. Rot. Adaptado: Metin Erksan, Kemal Inci & Ismet Soydan, baseado no conto de Necati Cumali. Fotografia: Ali Ugur. Música: Manos Hatzidakis & Yamaci. Montagem: Stuart Gellman. Com: Erol Tas, Ulvi Dogan, Hülia Kocygit, Alaetin Altiok, Hakki Haktan, Zeki Tüney, Yayuz Yalinkliç. Osman (Tas) é um ganancioso agricultor em um vilarejo que decide restringir a água do córrego que passa por sua propriedade apenas para consumo próprio. Seu irmão mais jovem, Hasan (Dogan), recém-casado com a bela Bahar (Kocygit), é menos intransigente. A atitude acaba provocando uma grande antipatia da comunidade e não tarde para que reações de repúdio ocorram e Hasan reage de forma ainda mais truculenta matando um dos agricultores. Ele consegue convencer o irmão a se dizer culpado por ele e, enquanto o irmão se encontra preso, acaba se tornando cada vez mais interessado na cunhada. Rasga todas as cartas enviadas

Filme do Dia: Anjo ou Demônio? (1945), Otto Preminger

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  A njo ou Demônio? ( The Fallen Angel , EUA, 1945). Direção: Otto Preminger . Rot. Adaptado:  Harry Kleiner, a partir do romance de Marty Holland. Fotografia: Joseph LaShelle. Música: David Raksin. Montagem: Harry Reynolds. Dir. de arte: Leland Fuller & Lyle R. Wheeler. Cenografia: Thomas Little. Figurinos: Bonnie Cashin. Com: Dana Andrews, Alice Faye, Linda Darnell, Charles Bickford, Anne Revere, Bruce Cabot, John Carradine, Percy Kilbride, Dorothy Adams. Eric Stanton (Andrews) chega no   pequeno lugarejo californiano de Walton expulso pelo motorista de ônibus por não ter dinheiro. Ele se sente imediatamente atraído pela bela garçonete Stella (Darnell). Porém mesmo tendo um envolvimento com ela, o fato de não possuir dinheiro é um empecilho. Ele se aproxima então da solteirona June Mills (Faye) que mora sozinha com a irmã mais velha Clara (Revere). Os três viajam para San Francisco e, após conseguir afastar Clara por um momento, ambos se casam, o que deixa Clara bastante contra

O Dicionário Biográfico de Cinema#119: Cary Grant

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  Cary Grant (Archibald Alexander Leach) (1904-1986), Bristol, Inglaterra E xiste uma constatação maior, mas bastante difícil, que precisa ser compreendida a respeito de Grant - difícil, quer dizer, para a maior parte das pessoas que gostam de pensar que levam a arte do cinema seriamente. Tanto quanto ter sido uma liderança nas bilheterias por mais de trinta anos, a epítome do homem socialmente ativo, assim como o ex-marido de Virginia Cherrell, Barbara Hutton, Betsy Drake e Dyan Cannon, assim como o ator aposentado, ainda bonito executivo de uma companhia de perfumes - assim como todas essas coisas, foi o melhor e mais importante ator da história do cinema.  A essência de sua qualidade pode ser posta de forma bem simples: podia ser atraente e não atraente simultaneamente; há um lado sombrio e luminoso nele e, seja qual for o dominante, o outro deixa rastros à vista. Pode ser dito que o próprio Grant (ou Archie Leach) transmitia pela câmera e telas uma rara disposição a se comprometer