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Mostrando postagens com o rótulo Tex Avery

Filme do Dia: Ensopado de Coelho (1941), Tex Avery

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  E nsopado de Coelho ( All This Rabbit Stew, EUA, 1941). Direção: Tex Avery. Rot. Original: David Monahan. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Um garoto negro procura a todo custo caçar Pernalonga. Porém, esse evidentemente utiliza todas as suas artimanhas, inclusive se mover juntamente com o buraco de sua toca ou confundir o rapaz tomando um urso por ele em uma caverna. Apenas um ano após sua estréia e ainda com traços diferenciados – e talvez mais interessantes e bem definidos – do que se tornará seu auge, por volta de meados da década, Pernalonga protagoniza esse que é o único dos 11 curtas hoje censurados de qualquer lançamento oficial ou exibição em TV por conta do evidente racismo com que descreve a preguiça malemolente e os traços do garoto negro (Black Elmer). O momento mais hilário, sem dúvida alguma, é o qual não apenas Black Elmer e Pernalonga, mas o próprio urso respira aliviado de terem fugido da toca do mesmo.

Filme do Dia: O Canarinho Gigante (1947), Tex Avery

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  O  Canarinho Gigante ( King-Size Canary , EUA, 1947). Direção: Tex Av ery. Rot. Original: Heck Allen. Música: Scott Bradley. Ainda o que provavelmente mais chame a atenção nessa animação, ao ponto de ter sido considerada uma das melhores de todos os tempos, seja o fato de aloprar com temas básicos do estilo de animação que envolve a relação rato-gato-cachorro – através de um tônico fortificante eles, assim como o canário do título, tornam-se gigantes cada vez maiores, a parte certamente mais hilária sendo a primeira metade, quando tudo ainda se resolve de forma mais convencional; convencional ao menos para o estilo de animação em questão. Há inversão de papéis, a la Hawks, aqui ganha traços de grotesca surrealidade, como o momento em que o canário agigantado e com expressão sinônima da brutalidade mais arraigada, tortura seu ex-algoz, uma versão muito similar, do que se poderia imaginar sem grande esforço, Frajola e Piu-Piu, na companhia rival, para que Avery trabalhara antes, e cr

Filme do Dia: Sh-h-h-h-h-h (1955), Tex Avery

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  S h-h-h-h-h-h (EUA, 1955). Direção e Rot. Original Tex Avery. Música Clarence Wheeler. Músico que passa a ter problemas clínicos após o barulho ensurdecedor dos metais perto de si, viaja, por recomendação médica, para um hotel nos Alpes suíços, onde todo e qualquer ruído é proibido. Do relógio cuco às comunicações interpessoais, passando pela campainha que chama o carregador das bagagens, tudo se dá através da palavra escrita. Qualquer ruído é repudiado com um shhhh. Porém, quando finalmente o homem se encontra entregue ao sono, um ruído brutal de trombeta e risos assola seu quarto. E, após inúmeras tentativas, ele não consegue se livrar dos ruídos. Avery, já acomodado aos novos traços da animação comercial da época, brinca com elementos caros à história do cinema, como é o caso da relação entre sonoridades e a palavra escrita. Embora em boa parte de sua curta extensão, fique refém de um tema único, o de afetar os vizinhos que o perturbam. Mas, apesar disso, apresenta um final de

Filme do Dia: Fresh Fish (1939), Tex Avery

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    F resh Fish (EUA, 1939). Direção: Tex Avery.  Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Um professor desce num escafandro até as profundezas do mar. Enquanto isso acompanhamos a diversidade do mundo natural submarino nesse curta de animação que apresenta boa parte das características comuns à produção de animação do estúdio na década: temas mais infantis, ausência de personagens fixos, narrativa completamente orquestrada pela figura de uma locução over , que ocasionalmente interage com os seres descritos. É igualmente bastante comum a forma um tanto antipática ou secundária que a figura do acadêmico é apresentada. Não apenas a expedição não segue os passos do professor, como se demonstrasse a limitação de seu saber diante da infinidade da natureza, como ele acaba sendo vítima do próprio tubarão que captura e que assume ares professorais ao final. Assim como tampouco é incomum as recorrências, aqui encarnadas sobretudo na figura de um peixe de duas faces, constantemente ad

Filme do Dia: Thugs with Dirty Mugs (1939), Tex Avery

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  T hugs  with Dirty Mugs (EUA, 1939). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Jack Miller. Música: Carl W. Stelling. Montagem: Treg Brown. Edward G. Robemsome vive Killer, um assaltante implacável que resolve assaltar todos os bancos da cidade na sequência dos números de suas agências, saltando a de número 13 e completando a célere marca de 86 unidades assaltadas num único dia. Mesmo que longe dos melhores exemplares de seu talento, Avery já aponta aqui para algumas características que se tornarão sua marca registrada, dentre elas a forte alusão (direta ou indiretamente) ao universo do cinema de ação ao vivo de sua época, assim como a auto-referencialidade, ambas já postas nas primeiras imagens pós-creditos iniciais esse curta de animação. De fato, o filme apresenta algo como um equivalente dos próprios créditos da história que acompanhamos, e não apenas isso como tirando troça, desde o seu título (uma referência explícita ao então recente Anjos de Cara Suja , de Michael Curtiz) dos filmes

Filme do Dia: Gosto Não Se Discute (1949), Tex Avery

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  G osto Não Se Discute( Little Rural Riding Hood , EUA, 1949). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Rich Hogan & Jack Cosgriff. Música: Scott Bradley. Lobo do campo que vive atrás de uma garota que vive também lá, simplesmente enlouquece quando observa a foto de uma garota enviada por seu primo da cidade e para lá parte. Essa, que é a última das variações de Avery sobre a história de Chapeuzinho Vermelho, já demonstra uma animação menos sofisticada do que a de Swing Shift Cinderella (1945), de quem usurpa a seqüência em que Cinderela canta de maneira derradamente sensual Oh Wolfie , por motivos de restrições no orçamento. Aqui o melhor momento de humor fica na contraposição entre o rude caipira que não consegue esconder sua atração sexual pela vuluptosa bombshell e seu afetado contraparte da cidade, de voz estudada, bigodinho cuidadosamente aparado, charuto e casaca – ainda que a sátira ao caipirismo tenha sido motivo de humor desde o Primeiro Cinema, aqui Avery brinca com as con

Filme do Dia: Homesteader Droopy (1954), Tex Avery

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H omsteader Droopy (EUA, 1954). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Heck Allen. Música: Scott Bradley. Essa sátira de um dos motivos centrais do western, a saga dos pioneiros, é observada ao estilo de Avery, talvez um pouco mais domesticado que em seus tempos áureos, junto a Warner. Aqui, Droopy foge dos ataques indígenas, porém a determinado momento os índios ao invés de apenas circularem o comboio de carroças, a partir de uma única, com Droopy, sua esposa e um filho que não faz outra coisa que demandar leite, eles acabam se divertindo em um carrossel. São gags inesperadas como essa ou o ajuntamento de terras a partir do laço do herói ao atravessar o rio que tornam esse curta com a marca registrada do realizador, ainda que seu protagonista esteja longe do carisma de um Pernalonga. No final a previsível vitória do bebê diante do vilão, que se torna uma donzela a tirar o leite da vaca ao final. MGM. 7 minutos e 30 segundos.

Filme do Dia: Lonesome Lenny (1946), Tex Avery

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  L onesome Lenny (EUA, 1946). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Heck Allen. Música: Scott Bradley. Nesse curta em que uma madame presenteia seu cachorro com um esquilo de estimação, o que menos importa é o enredo em si, mas sim a completa anarquia irreverente e gozadora com o próprio universo da animação que parece chegar a patamares muito além do habitual, até mesmo em se tratando de Avery. Diversos são os momentos antológicos, desde a presença do Lobo janota que praticamente foi o destaque na carreira inicial do realizador, aqui numa ponta e vestido a caráter como sempre, como um dos animais de estimação da loja até a ensandecida perseguição do cachorro ao esquilo que acaba somando diversos outros elementos estranhos a ação como um elefante e um casal humano, sendo que o próprio esquilo comenta com o espectador, a   determinado momento, o quanto tudo aquilo é maluco, antecipando em décadas o humor de Apertem os Cintos...O Piloto Sumiu . Noutro momento, cachorro e esquilo

Filme do Dia: A Day at the Zoo (1939), Tex Avery

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A   Day at the Zoo (EUA, 1939). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Melvin Millar. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. A verve ultra-irônica de Avery se detém sobre o universo do zoológico. Como era habitual nas animações do período do estúdio, não existem personagens fixos e aqui tampouco propriamente uma narrativa no sentido mais convencional, antes sketches frouxos, nos quais a o único arremedo de costura é proporcionado pelas gags . Avery e seu roteirista investem em clichês conhecidos, como o de não alimentar ou perturbar animais (no último caso, através de da recorrência a imagem de um homem que se divide entre troçar do leão e se sentir arrependido quando flagrado pelo narrador, acabando no estômago do mesmo), mas tampouco deixa de pensar a inversão de papéis, literalmente negociada por um macaco, que convence um funcionário do zôo a enjaular o homem, nitidamente parecido com ele, que o observava. Leon Schelsinger Studios para Warner Bros. Pictures. 7 minutos e

Filme do Dia: Em Hollywood (1938), Tex Avery

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E m Hollywood ( Daffy Duck in Hollywood , EUA, 1938). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Dave Monahan. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Num momento eminentemente de transição entre dois estilos distintos, esta animação demonstra que o talento habitual de Avery aqui se encontra ainda mais prejudicado do que o caso de Chuck Jones em semelhante situação (seu Patolino e o Dinossauro , realizado ano seguinte é bem mais interessante e próximo do estilo que se definirá com a série Looney Tunes ). Aqui se parodia, como em muitas animações do período, o universo de Holllywood, através do processo de filmagem e de seu diretor-vedete que é   rebaixado após uma montagem maluca efetivada por seu astro,   Patoliino evidentemente, a partir de material do acervo do estúdio (há uma longa cena que faz uso de imagens de filmes de ação ao vivo, recurso que também seria utilizado posteriormente com maior virtuosidade e efeito cômico por Avery). Hollywood Steps Out (1941), também de Ave

Filme do Dia: Blitz Wolf (1942), Tex Avery

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B litz Wolf (EUA, 1942). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Rich Hogan. Música: Scott Bradley. Avery, no auge de sua inventividade anárquica, põe todo o seu talento nesse curta indicado ao Oscar da categoria. Aqui, a paródia de um dos clássicos do curta de animação dos estúdios Disney, Os Três Porquinhos (1933), serve como pretexto para o Lobo da série de animações altamente sexualizadas dirigidas por Avery parodiando personagens como Chapeuzinho Vermelho, encarnar ninguém menos que Hitler. Astuto e com um bigodinho que mesmo fazendo referência não chega a ser exatamente uma cópia do líder alemão, a animação faz referências mais pesadas ao Japão, simplesmente explodido com uma bomba, do que com a própria encarnação de Hitler, a determinado momento observado, numa cena típica do humor averyano, pedindo para que todos os ruidosos efeitos sonoros da guerra parem para que ele possa falar ao telefone com sua amada, sendo imediatamente atendido. Outra cena antológica é a que o Lobo e

Filme do Dia: Red Hot Riding Hood (1943), Tex Avery

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  R ed Hot Riding Hood (EUA, 1943). Direção: Tex Avery. Música: Scott Bradley. Esse que é a primeiro de uma série de animações que, devido ao extremo sucesso dessa, Avery desenvolveria na meia dúzia de anos seguintes parodiando a história de Chapeuzinho Vermelho, já apresenta todos os motivos que voltarão a ser explorados posteriormente: auto-referência ao universo de produção (aqui os personagens em seu prólogo convencional reivindicam que a história seja recontada de forma “sexy e urbana”, cansados que estão de reproduzirem sempre o mesmo estilo convencional, numa evidente alfinetada a Disney); referências um tanto evidentes a sexualidade tanto na histeria do lobo, encarnando uma janota que frequenta clubes noturnos, admirando a   dança de Chapeuzinho, uma bombshell mais provocativa do que suas similares de carne-e-osso contemporâneas; e uma vovó moderna e sexualmente ainda ativa, que corre ardentemente atrás do lobo (na versão original, o final os apresentava com f

Filme do Dia: A Wild Hare (1940), Tex Avery

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A Wild Hare (EUA, 1940). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Rich Hogan. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Nessa primeira incursão do personagem de Pernalonga, em sua forma que se tornou convencional (ainda que de traços levemente distintos de produções posteriores), também surge o personagem de Hortelino, deliciosamente dirigindo-se para a câmera e sendo tripudiado por Pernalonga. Talvez um dos traços que o diferencie da produção posterior do estúdio, seja a dos planos bem mais longos, investindo fortemente no efeito da dilatação do tempo para a construção da gag, de modo ainda mais demorado. Assim como para a ausência da utilização de efeitos fáceis ou excessivamente inverossímeis ao estilo das bombas e explosões habituais.  Destaque para os dois beijos na boca de Hortelino pelo malandro coelho e por também ter sido a primeira vez que surgiu a célebre expressão “what´s up, doc?” (traduzida para o português, como “o que é que há, velhinho?”), que acabaria se tornand

Filme do Dia: The Three Little Pups (1953), Tex Avery

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The Three Little Pups (EUA, 1953). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Heck Allen. Música: Scott Bradley. Compará-lo com a série de filmes que Avery dirigiu igualmente parodiando outro conto clássico, o do Chapéuzinho Vermelho, seria de certo modo uma dupla covardia. Não apenas porque os traços aqui se tornam bem menos  apurados do que, por exemplo, Little Red Hiding Hood (1943), como a própria comicidade dos eventos mais maquínica pela mera auto-repetição de convenções. E, igualmente, por conta de já se encontrar escaldado pelas interdições de outros curtas seus, inclusive alguns da série “Chapéuzinho”, pela censura, este curta de dez anos após é bem mais “puritano”, sem a dupla conotação que flertava com o universo adulto. Aqui, trata-se da paródia dos três porquinhos e, curiosamente, dentre os irmãos  para o personagem do cão Droopy, recorrente na produção do estúdio, encontra-se um Snoopy. Como passou a ser habitual então, em grande parte graças ao próprio Avery, imagens de fi

Filme do Dia: Northwest Hounded Police (1946), Tex Avery

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Northwest Hounded Police (EUA, 1946). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Heck Allen. Lobo consegue fugir da penitenciária, mas não consegue escapar da imagem recorrente de Droopy, o cão-soldado, que surge nos locais mais inusitados. Quando é reconduzido à prisão, após ter corrido meio mundo, termina por observar que não conseguiu se livrar de Droopy, muito pelo contrário. É curioso como apenas no percurso de meia década após um estilo bem mais conservador e voltado sobretudo para números musicais e motivos açucarados no universo da animação comercial norte-americana, Avery tenha conseguido assegurar sua marca registrada em um meio por si só tão repetitivo e auto-absorvente de motivos mútuos empregados pelos mais diversos estúdios e animadores. E a marca principal do estilo de Avery é o da explícita auto-reflexividade, aqui apresentada, dentre outros momentos, quando o lobo corre tanto que acaba “escapando” dos próprios limites da tira de celuloide que compõe o filme ou, já de in

Filme do Dia: The Village Smithy (1936), Tex Avery

The Village Smithy (EUA, 1936). Direção: Tex Avery. Rot. Adaptado: A partir do poema homônimo de Harry Wadsworth Longfellow. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Um ferreiro que tem como assistente Gaguinho, envolve-se numa enrascada, quando esse  acidentalmente lança uma ferradura ainda fervendo sobre o cavalo. Mesmo que longe do auge de seu estilo anárquico, Avery igualmente se encontra bastante distante da verve ingênua e demasiado amparada no gênero musical que havia marcado o universo da animação após o advento do som e um maior conservantismo no meio cinematográfico em geral, pós-Código Hays. Sem dúvida o mais interessante aqui são as referências auto-reflexivas e sua relação direta com o narrador, que já emergem ao início do curta quando a ambientação e o personagem literalmente “caem do céu”, e a figura do ferreiro apresentará suas calejadas mãos, tal como nas linhas do poema de Longfellow no qual vagamente se inspira. Ou ainda, e melhor, quando a relação entre