Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Escola Documental Britânica

Filme do Dia: A Defeated People (1946), Humphrey Jennings

Imagem
  A   Defeated People (Reino Unido, 1946). Direção: Humphrey Jennings. Música: Guy Warrack. Mais convencional e menos inspirado que alguns títulos mais célebres de seu realizador ( Listen to Britain , Spare Time , A Diary for Timothy ), esse curta documental apresenta a complexa realidade do território alemão sob o domínio britânico pouco tempo após a maciça ofensiva aliada, cenário algo desolador, com ruínas por todos os lados e uma ração controlada de mil e poucas calorias por dia, assim como o fantasma do Nazismo a exorcizar (sobretudo dos mais velhos e daqueles que viveram em áreas não atingidas pelo conflito), assim como poucos professores e escolas completamente danificadas enquanto obstáculo para a educação das crianças. Em poucos momentos, Jennings parece se aproximar de um tom menos didático, ainda assim sem abdicar da locução over (a cargo de William Hartnell), como quando os destroços são observados enquanto verdadeiro parque de diversões para os pequenos ou ainda quando u

Filme do Dia: A Midsummer Day's Work (1939), Alberto Cavalcanti

Imagem
  A   Midsummer Day's Work (Reino Unido, 1939). Direção: Alberto Cavalcanti. Fotografia: Jonah Jones. Montagem: R.Q McNaughton. Simpático curta de Cavalcanti que acompanha não apenas Oxford, centro de reconhecida universidade, mas sobretudo os trabalhadores que se encontram a serviço das comunicações. A música e o tom ensolarado e límpido que acompanha os planos iniciais logo irão ceder a uma certa apreensão prosaica  da realidade, porém sem invalidar uma certa propensão épica em pleno prosaico. Sua referência jocosa a Shakespeare já no título, em aberto contraste com a inclusão de um aspecto do cotidiano – e ainda por cima operário -  é acompanhada por outras das residências de Francis Drake e de William Blake.13 minutos.

Filme do Dia: The True Story of Lili Marlene (1944), Humphrey Jennings

Imagem
    T he True Story of Lili Marlene (Reino Unido, 1944). Direção: Humphrey Jennings. Fotografia: H.E. Fowle . Música: Dennis Blood. Montagem: Sidney Stone. Dir. de arte: Edward Carrick. Contando com encenações abertas que reconstituem a gênese da célebra canção (que se tornaria título de um dos últimos filmes de Fassbinder , quatro décadas após), esse curta parece fugir um pouco da poética mais associada a Jennings. Aqui se somam a essas reconstituições encenadas imagens de arquivo (dentre outros, do inevitável O Triunfo da Vontade ) em contra-propaganda mais direta, de longe a opção mais utilizada (e mais bem-sucedida, diga-se de passagem) pelos britânicos. Aqui se encena, inclusive, o estabelecimento improvisado de uma rádio de propaganda nazista na Belgrado bombardeada e ocupada, em que se executa a canção cantada por Lale Andersen. Como o objetivo principal da rádio era atingir e levantar a moral de seus compatriotas soldados, observa-se (como em Fassbinder, embora de forma men

Filme do Dia: Spring Offensive (1940), Humphrey Jennings

Imagem
  S pring Offensive (Reino Unido, 1940). Direção: Humphrey Jennings. Rot. Original: Hugh Gray, com comentários de A.G. Street. Fotografia: Eric Cross, H.E.Fowle & Jonah Jones. Montagem: Geoffrey Foot. Dir. de arte: Edward Carrick. Todo esse curta vinculado à Escola Documental Britânica, dirigido por seu realizador talvez mais talentoso, ao menos no que diz respeito ao esforço de guerra empreendido pelo órgão, tem como objetivo provavelmente transformar os agricultores, e gente do campo em geral, em duplos daqueles que escutam o comentário radiofônico da BBC, sobre as propostas do ministro da agricultura e a necessidade de incrementar a produção;  que no, plano imagético, após certo tempo, ocorre através de uma substituição da imagem da família que escuta à transmissão para cenas de campos viçosos e destituídos da presença humana.  O curta apresenta, de forma didática, a divisão de áreas para cada responsável no Comitê de Guerra para a Agricultura. Ainda que a presença no título

Filme do Dia: Listen to Britain (1942), Humphrey Jennings & Stephen McAllister

Imagem
  L isten to Britain (Reino Unido, 1942). Direção, Rot. Original e Montagem: Humphrey Jennings & Stephen McAllister. Fotografia: H.E. Fowle & Fred Gramage. Esse simpático documentário concorreu ao Oscar da categoria (algo que nao pode ser considerado tão distintivo já que mais de duas dezenas de filmes concorreram esse ano). Ao apresentar uma pretensão de descrever uma nação paralelos podem ser efetuados com a produção documental que se deteve tanto sobre cidades ( Berlim, Sinfonia de uma Metrópole sendo o exemplo mais evidente) ou igualmente países ( O Homem com a Câmera ) de duas décadas antes. Ao contrário dessa última produção, no entanto, duas distinções básicas podem ser referidas. No plano formal, inexiste o acentuado modernismo que impregna projetos como o de Vertov , que também problematiza   o próprio processo de criação cinematográfica. No plano ideológico, trata-se de uma peça de propaganda, mesmo que diga-se de passagem bem mais sutil do que as habituais produz

Filme do Dia: The Front Line (1940), Harry Watt

Imagem
  T he Front Line (Reino Unido, 1940). Direção: Harry Watt. Fotografia: Jonah Jones & Harry Rignold.  Curta vinculado à Escola Documental Britânica que ressalta o aspecto de tranquilidade (“permanece intacta”) e cotidiano em Dover, a cidade da frente de combate que faz menção o título. Tudo isso numa “cidade que era para supostamente se encontrar em ruínas”.  Vários exemplos de um cotidiano que continua sem maiores obstáculos são citados, desde o guarda de trânsito e os ônibus circulando normalmente, até a velha senhora que continua seu hábito de muitos anos de alimentar os pombos, assim como os cinemas, as pistas de patins. Só quando já se aproxima de metade de sua metragem é que são observados os efeitos de bombardeios com uma igreja e casas próximas avariadas. O que o narrador comenta como “o espírito de Dover” se encontra materializado na fala de uma jovem que mora nas cercanias da igreja. Aproveita o adeus de uma moradora com uma mensagem de otimismo e anti-nazista para finali

Filme do Dia: Squadron 992 (1940), Harry Watt

Imagem
  S quadron 992 (Reino Unido, 1940). Direção: Harry Watt. Comentários: W.D.H McCulloch.  Fotografia: Jonah Jones. Música: Walter Leigh. Montagem: Richard Q. McNaughton. Mesmo com as características que compõem o forte da Escola Documental Britânica segundo os preceitos de Grierson de certa objetividade, ainda que aqui de um uso social mais estritamente vinculado a questões estratégicas de guerra – a utilização de balões que servem como obstáculos para voos rasantes da esquadra inimiga – tampouco deixa de apresentar imagens de uma veia poética mais afinada com Flaherty , ainda que ocasionalmente, como um plano de um pequeno barco em meio as ondas ligeiramente revoltas ou, em seu final, a sombra de um balão sobre um paredão rochoso.  E prosaicas, inserindo ocasionalmente crianças se divertindo com as manobras militares ou, reverso da moeda,  fugindo dos bombardeios.  É a narração over que guia as imagens. Como documentário evidentemente encenado, a exemplo da maior parte dos produzidos

Filme do Dia: If War Should Come (1939)

Imagem
I f War Should Come (Reino Unido, 1939). Curta documental que pretende materializar a possibilidade palpável da guerra atingir à Inglaterra a partir de um recorte bem concreto, as atividades mercantis realizadas por navios, particularmente o SS Ionian (flagrado, ironicamente, em sua última viagem antes de ser bombardeado). Como em outros curtas do   movimento que veio a ser conhecido como Escola Documental Britânica, a possibilidade da guerra é um mero pretexto para que o filme se detenha nas minúcias das atividades empreendidas pelos marinheiros que habitam a embarcação. Assim, observa-se o capitão observando com um aparelho a luminosidade do sol nas águas do mar, outro homem fazendo a medição da temperatura interna do barco e dados sobre o tipo de carregamento transportado pelo barco são referidos por um narrador em tom de voz sempre idêntico. De Gibraltar a Malta a embarcação leva dois dias e meio. Curiosa se faz a comparação do uso de sua banda sonora   seja com experimentaçõ

Filme do Dia: N or NW (1938), Len Lye

Imagem
N   or Nw (Reino Unido, 1938). Direção: Len Lye. Com: Evelyn Corbett, Dwight Godwin. Talvez nunca a influência dos cacoetes visuais vanguardistas tenha se tornado mais explícita na relativamente conservadora apropriação que a Escola Documental Britânica fez deles do que neste filme de Lye. Tal como McLaren, Lye tornar-se-ia mais conhecido por sua obra como animador de vanguarda, porém a partir de um enredo praticamente banal, sobre um erro de correspondência que quase finda o namoro entre um casal apaixonado a que faz referência o título, o filme apresenta uma série de intervenções vanguardistas que incluem desfocamento e uma variação mais sutil do corte abrupto que seria celebrizado duas décadas após pela Nouvelle Vague associados a uma trilha sonora jazzística que o tornam extremamente pulsante e vivo em relação até mesmo aos filmes mais celebrados do movimento, tal como o de longe mais conhecido Night Mail (1936), para não citar a bem mais ortodoxa incursão de McLaren contempo

Filme do Dia: Industrial Britain (1931), Robert Flaherty

Imagem
I ndustrial Britain (Reino Unido, 1931). Direção: Arthur Elton, Robert Flaherty & Basil Wright.  Fotografia: Arthur Elton & Basil Wright. O que talvez mais chame a atenção nesse curta documental que pretende glorificar a modernidade da indústria britânica seja a face humana que esse processo de industrialização é representado. Apresentando, principalmente no início, ofícios que envolvem uma boa dose de habilidade artesanal de seus praticantes, como dar forma ao vidro, e esses operários sendo visualizados de corpo inteiro, o filme se afasta da fetichização com relação ao maquinário dos curtas institucionais brasileiros produzidos à época de Vargas. Algo que fica patente no seu climático final onde se destaca exclusivamente os rostos e corpos desses trabalhadores. Existe momentos em que a glória dos feitos de engenharia, como a de uma ponte, assim como múltiplas chaminés que surgem em mais de um momento do filme, emergem enquanto façanhas descoladas dos trabalhadores que as

Filme do Dia: Shown by Request (1947), Colin Dean

Imagem
S hown by Request (Reino Unido, 1947). Direção: Colin Dean. Curta documental que apresenta boa parte da logística que envolve a projeção, circulação e manutenção dos próprios filmes produzidos pelo COI – Central Office of Information, órgão que substituiu o Ministério da Informação britânico no pós-guerra. Aqui se lida somente com os filmes já devidamente finalizados, ao contrário de O Homem coma Câmera de Vertov e boa parte da dinâmica se encontra associada a planta do prédio em que funciona a “biblioteca” de preservação dos filmes, em que cada cópia nova (a média para cada produção é de vinte) é indexada, discriminada quando emprestada e avaliada suas condições quando de seu retorno, observando-se em detalhe o que determinados projetores podem provocar na mesma tanto na película quanto na imagem projetada (riscos) e sua avaliação de possibilidade de recuperação ou dano tão efetivo que se torna imperativo se desfazer da cópia em questão. Também se observa as vans que levam o a

Filme do Dia: The Glorious Sixth of June (1934), Alberto Cavalcanti

Imagem
T he Glorious Sixth of June (Reino Unido, 1934). Direção: Alberto Cavalcanti. Com: Humphrey Jennings, W.H. Auden, V.C. Clinton Baddeley, Ralph Bond. Documentário encenado que se aproxima muito mais da proposta de Cavalcanti de tentar tornar os documentários produzidos pelo núcleo do que ficou conhecido como Escola Documental Britânica mais interessantes e menos impregnados pela restrita visão de valorização social das classes menos favorecidas requerida por John Grierson . Aqui o mote da carta a ser entregue a um membro da realeza por um funcionário do GPO, sistema postal britânico ao qual o núcleo se encontrava subordinado então (e que rendou outros curtas mais inspirados e tampouco ortodoxos como o mais célebre Night Mail ou N or Nw ) se transforma num argumento de uma pretensa comédia. O mensageiro, sequestrado nas barbas de seu superior, passa a ser torturado para entregar a correspondência. Talvez não soe mais estranho o fato de ninguém, em meio as rocambolescas estratégi

Filme do Dia: English Harvest (1938), Humphrey Jennings

Imagem
E nglish Harvest (Reino Unido, 1938). Direção: Humphrey Jennings. Aqui, ao contrário de The Farm , as mesmas imagens dos trabalhadores da fazenda sendo supridos de sua dose de cerveja, durante o intervalo do trabalho, não é acompanhado pelo comentário algo paternalista daquele, mas somente da música de Beethoven – não é impossível imaginar que Humberto Mauro tenha travado conhecimento, por sinal, com essa produção, já que ele incorpora a mesma sinfonia, em alguns de seus trechos mais expressivos, em Argila , realizado pouco após.   Mesmo que próximo do curta contemporâneo citado, aqui Jennings parece ter conseguido melhor efeito estético, não abusando tanto da voz over e apresentado de forma mais focada e menos carente de uma aceitação algo populista de seu outro curta. Ambos os curtas terminam com as mesmas imagens. Dufay Chromex. 8 minutos e 55 segundos.

Filem do Dia: The Song of Ceylon (1934), Basil Wright

Imagem
T he Song of Ceylon (Reino Uni do, 1934). Direção, Fotografia e Montagem: Basil Wright. Rot. Adaptado: Robert Knox, a partir de trechos de An Historical Relation of Ceylon . Música: Walter Leigh. Essa visão exótica do Ceilão (atual Sri Lanka) bem poderia ser tributária das aventuras de Flaherty , porém mesmo na proximidade maior com esse, que é a sua atração por culturas de fortes traços não ocidentalizados, há um modo bastante distinto de apresentar o paraíso natural de coexistência pacífica, sem as adversidades naturais que são o principal obstáculo em Flaherty . Aqui a palavra, mesmo a narrada, para não falar da nativa, que é utilizada apenas como elemento sonoro para ritmar as imagens possui menor impacto do que a montagem e a música, que tendem a ressaltar o quão permeada pelo lúdico é a cultura seja no trabalho, nos cultos religiosos ou na própria arte, representada pela dança. Tampouco se forja um personagem que crie uma identidade maior com o que é apresentado, tal como n

Filme do Dia: Book Bargain (1937), Norman McLaren

Imagem
B ook Bargain (Reino Unido, 1937). Direção: Norman McLaren. Antes de se tornar reconhecido internacionalmente por sua originalidade como animador no Canadá, McLaren realizou documentários mais convencionais como este, que retrata minuciosamente o processo de fabricação em massa de livros. Mesmo num contexto tão avesso à experimentação e que requer tanta objetividade na descrição, endossada por sua grave narração em tom monocórdio como o que este curta foi produzido, McLaren encontra espaço para deixar sua marca. Aqui, sobretudo, no elegante uso da câmera lenta, que tanto contribui para auxiliar o que a narração comenta – deixando evidenciado processos tecnológicos  que a olho nu passam demasiado rápido – quanto provocam uma suspensão temporária em um filme de ritmo quase tão autômato quanto os processos aos quais descreve. E nessa breve suspensão, a imagem parece se tornar bela por si mesma. Provavelmente deve ter influenciado  a seqüência semelhante de descrição da produção d

Filme do Dia: Coal Face (1935), Alberto Cavalcanti

Imagem
Coal Face (Reino Unido, 1935). Direção: Alberto Cavalcanti. Rot. Original: Alberto Cavalcanti & Montagu Slater, com poema de W.H.Auden. fotografia: Stuart Legg & Basil Wright. Música: Benjamin Britten. Montagem: Wiliam Coldstream. Quando comparado a outros documentários curtos de temática similar produzidos pelo que veio a ser conhecido como Escola Documental Britânica, sobretudo Industrial Britain (1931), esse, mesmo fazendo uso do tom heroico e algo épico para descrever as ações dos trabalhadores é menos focado em suas próprias personas – naquele existe vários “retratos” ligeiros sobre mestres da arte de alguns ofícios, dando relevo ao nome dos mesmos. Aqui, por outro lado, destaca-se sobretudo o processo de produção de forma menos suavizada que naquele, mesmo que se conte com a poesia de Auden ou com uma trilha musical mais elaborada que aquele (que, no entanto, nos primeiros planos das pás de um moinho parecia indicar uma atitude de maior influência por imagens de ape

Filme do Dia: Christmas Under Fire (1941), Charles Hasse & Harry Watt

Imagem
Christmas Under Fire (Reino Unido, 1941). Direção: Charles Hasse & Harry Watt. Esse retrato de um pouco comum natal em meio ao sofrimento da guerra é o tema desse documentário. Prejudicado por seu pouco inventivo som que, com exceção de ocasionais cânticos natalinos em seu prólogo e final, é completamente dominado por sua não menos inventiva narração over , sem qualquer outra referência sonora. Encontra-se longe do senso de ritmo propiciado pela montagem ou de um uso das imagens menos reduzido conseguidos em um filme de temática semelhante, Listen to Britain (1942), de Humphrey Jennings. Destaque para a cena final, que descreve um aglomerado de pessoas que passará sua noite de natal nos subterrâneos do metrô londrino. Porém, nem aí se encontrarão destituídos do espírto natalino, como se pode perceber pela árvore de natal montada e, para fechar o filme, o destaque dado a um recém-nascido em local tão inusitado reforça a identidade com o homenageado da noite.  Crown Film Unit

Filme do Dia: "We Live in Two Worlds" (1937), Alberto Cavalcanti

We Live in Two Worlds (Reino Unido/Suiça, 1937). Direção: Alberto Cavalcanti. Rot. Original: J. B. Priestley. O próprio Priestley narra esse curta documental que parte do princípio de que vivemos em dois mundos. O das comunidades nacionais, aparentemente destituídos de conflitos, e o da comunidade internacional. A partir daí inexplicavelmente parte para a Suíça enquanto exemplificação desse mundo internacional. Priestley surge em dois momentos, e sua segunda aparição igualmente demarca a divisão entre uma primeira parte, centrada sobretudo na dimensão mais folclórica, tradicional e rural suíça e uma segunda que apresenta o progresso econômico representado por indústrias, mas sobretudo pelos meios de transporte e comunicação. Num momento em que a tensão bélica já desponta no horizonte europeu, seu idealismo, ao acreditar que as comunicações aproximam o que as fronteiras físicas demarcam e afastam, soa um tanto simplista. Talvez mais compreensível seja a verdadeira apologia que é feit

Filme do Dia: A Diary for Timothy (1945), de Humphrey Jennings

A Diary for Timothy (Reino Unido, 1945). Direção: Humphrey Jennings. Rot. Original: E.M. Forster. Fotografia: Fred Gamage. Música: Richard Addinsell. Até mesmo em um gênero tão insípido como o do filme de propaganda os britânicos tentaram aplicar uma coloração humanista mais do que de apenas explícita propaganda. Jennings e sua equipe o fizeram através do recurso de apresentar fatos, dados e expectativas sobre o futuro a partir do prisma de um diário visual para o infante Timothy, nascido em setembro de 1944. A música atenua parcialmente a postura empertigada e pomposa, algo ainda mais ressaltada por se lidar com “atores naturais”, ao contrário do naturalismo que se extraiu de postura semelhante nos filmes neo-realistas contemporâneos. Como a maior parte dos documentários britânicos de guerra se evita o melodrama, embora certos momentos sejam de evidente manipulação emocional, como o do canto natalino sobre a imagem em close do pequeno e inocente bebê, alheio a todas as vitórias e v