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Mostrando postagens com o rótulo 1907

Filme do Dia: Eine Moderne Ehe (1907), Johann Schwarzer

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  E ine Moderne Ehe (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. Casal burguês se encontra na mesa apático até o momento em que ele recebe um bilhete o convidando ao clube, para cuidar de “negócios”. A mulher, aproveitando a ocasião, manda um bilhete para o amante e se encontra com o mesmo, enquanto o marido se diverte com uma prostituta. Ainda que o “desmascaramento da moral burguesa” seja um aditivo erótico habitual em alguns filmes de Schwarzer, ao mesmo tempo se observa, pelo padrão narrativo que Griffith logo estaria estabelecendo, surge aqui algo truncado, ao apresentar as situações vividas por marido e esposa de forma algo independente. Trata-se de um dos raros filmes de Schwarzer em que se observa, de fato, uma interação erótica entre um casal (na verdade, dois aqui), ainda que em ambos os casos, todos estejam com roupas, sejam roupas sociais no caso do marido e sua parceira, seja roupas íntimas que não deixam muito o que se ver, no caso da mulher com o amante – como se a ...

Filme do Dia: A Madame com Desejos (1907), Alice Guy

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  A   Madame com Desejos  (Madame a des Envies , França, 1907). Direção: Alice Guy. Mulher grávida deseja tudo que encontra pelo caminha e não se escusa em simplesmente roubar o pirulito de uma criança ou o cachimbo de um vendedor.  Apesar do filme ser estruturado em planos abertos o suficiente para enquadrar o corpo inteiro dos atores, ocorre cortes abruptos para planos aproximados da protagonista degustando o que havia surrupiado, o que empresta um interessante senso rítmico à narrativa, acentuado pela igual variação da trilha musical que acompanha essa cópia em questão, como demonstra o quanto a montagem se encontrava distante dos princípios do cinema clássico. O caráter de escracho, mais elaborado e discreto que nas produções britânicas do início do século ou mesmo em produções francesas contemporâneas, encontra-se, por exemplo, na barriga propositalmente mal feita que simula a gravidez da personagem. Guy continuaria sua carreira nos EUA. Pathé Frères. 4 min...

Filme do Dia: Le Frotteur (1907), Louis Feuillade & Alice Guy

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  L e Frotteur (França, 1907). Direção: Louis Feuillade & Alice Guy. No mais puro espírito anárquico do primeiro cinema, este filme, tido por alguns como dirigido por Alice Guy, apresenta um faxineiro estabanado que faz um buraco no apartamento que limpa que provocará  uma sucessão de quedas de destroços e, posteriormente, gente nos andares inferiores. Caso tenha sido efetivamente dirigido por Guy, diverge bastante do estilo de outros filmes dirigidos por ela no mesmo período.|Société des Etablissements L. Gaumont. 3 minutos e 36 segundos.

Filme do Dia: Trial Marriages (1907), G.W. Bitzer

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    T rial Marriages (EUA, 1907). Direção: G. W. Bitzer. Após várias tentativas frustradas de efetivar casamento, seguindo um anúncio de jornal, homem acaba desistindo da empreitada nessa tosca comédia que procura extrair elementos cômicos (e tipicamente para os padrões da época) das ações físicas de seus personagens, sobretudo quando se engalfinham em brigas e desarrumam ou quebram parte dos elementos em cena. Os enquadramentos são sempre à distância, como no teatro e o tempo de execução das “cenas”, já que se pode falar mais de cenas que propriamente de planos possui um tempo bem mais amplo do que será codificado posteriormente pelo cinema clássico, algo que fica saliente na leitura do jornal efetivada pelo homem logo ao início, que apresenta um tempo mais condizente com o qual efetivamente se lê uma notícia que o tempo que será convencionado dentro de um ritmo mais “otimizado” do filme clássico.   Sua cenografia atipicamente mais realista que o usual então, acaba s...

Filme do Dia: Diana Im Bade (1907), Johann Schwarzer

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  D iana Im Bade (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. Mulher se aproxima de um lago e após apreciar o ambiente, começa a se despir para um banho. Ao contrário de outro filme contemporâneo do realizador, ambientado em local muito similar ( Baden Verboten ), que já inicia com uma cena in media res , de um grupo de mulheres se banhando, o arranjo aqui soa mais perverso, já que centrado no ato de despir – o filme é concluído quando a mulher se encontra próxima de ficar completamente despida. Como no outro filme referido, tira-se proveito da imagem da água refletindo o corpo da mulher. E o ambiente natural parece provocar essa súbita recusa dos trajes tipicamente burgueses (que em nada apontam para sua referência de origem, a deusa romana da caça) sendo “substituídos” pela natural “vestimenta de Eva”. Saturn Film. 1 minuto.

Filme do Dia: A Little Girl Who Did Not Believe in Santa Claus (1907), J. Searle Dawley & Edwin S. Porter

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  A   Little Girl Who Did Not Believe in Santa Claus (EUA, 1907). Direção: J. Searle Dawley & Edwin S. Porter. Com: Gitchner Hartman, Mr. Lehapman, Bessie Schrednecky, William Sorelle, Miss Sullivan. Garoto que acredita em Papai Noel, ao contrário da irmã, surpreende-o depositando os brinquedos e sua residência e se alia a esse como seu assistente e, ao mesmo tempo, tornando-o cativo com um laço. Uma das beneficiadas pelas ações noelinas é justamente a menina que não acredita nele. É difícil resgatar muitas das significações desse filme que não apresenta cartelas e, como regra na época, fazia uso de planos abertos em que não se observava de próximo as ações (e sobretudo) expressões em jogo. Por exemplo, não se sabe se o Papai Noel demonstra satisfação ou o contrário quando o garoto escala o telhado e alcança a chaminé de uma casa. Edison Manufacturing Co. 14 minutos.  

Filme do Dia: Der Angler (1907), Johann Schwarzer

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  D er Angler (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. Duas mulheres se aproximam de um lago. Elas adentram para tomar banho. Um pescador se aproxima do local e lança uma isca que acaba ferindo a criada. Essa reclama com um policial que surge, e os três se afastam do local, enquanto a jovem, sem que os outros percebem, aproxima-se de suas roupas e começa a se vestir. O filme se diferencia da maior parte dos outros dirigidos por Schwarzer no mesmo ano, mesmo que também tenha recorrências evidentes – a maior delas a locação, provavelmente a mesma de outros filmes ambientados em um lago como Diana Im Bade e Baden Verboten , assim como o fato de mulhere ingressarem ou se prepararem para ingressar no mesmo; as diferenças ficam por conta de sua duração, cerca do triplo da habitual e do uso recorrente de movimentos de câmera. Com relação aos últimos, por mais virtuoso que seja o que se designaria posteriormente plano-sequencia, com toda a ação ocorrendo aparentemente sem nenhum cort...

Filme do Dia: La Glu (1907), Alice Guy

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  L a Glu (França, 1907). Direção: Alice Guy. Garoto se apodera de um balde de cola para fazer uma série de traquinagens, passando a mesma na escadaria de uma mansão e em um banco do jardim e na sela da bicicleta, provocando aflições em todos e, por fim, nele mesmo ao descuidadamente sentar no próprio balde de cola. Embora o garoto seja “democrático” na escolha de seus alvos, fazendo troça tanto da mansão burguesa quanto do humilde ciclista há um interesse peculiar em observar as damas da sociedade com seus traseiros tão colados no banco que quando se levantam, o banco vai junto, na situação mais ridícula e hilária do filme. Quando se imagina que o ciclista, que flagra o autor das peraltices, irá aplicar um “corretivo” ao garoto, no estilo do pioneiro O Regador Regado , o filme finda com os dois tentando se desembaraçar da cola, e o ciclista, inclusive em posição menos favorável, estrebuchando-se como um gafanhoto para se desenredar de sua bicicleta. Société des Etablissem...

Filme do Dia: A Diversão de Satã (1907), Segundo de Chomón & Ferdinand Zecca

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A   Diversão de Satã ( L e Spectre Rouge ,   França, 1907). Direção: Segundo de Chomón & Ferdinand Zecca. Rot. Original: Segundo de Chomón. Colorizado artificialmente, como a maior parte das produções de Chomón da época, esse filme é um verdadeiro cortejo de sucessivos efeitos dos mais diversos. Um demônio (personagem habitual desde Méliès como pretexto para as trucagens e utilizado também por Chomón em outras produções) apresenta seus mais diversos poderes, dentre eles apreender várias mulheres numa garrafa, faze-las desaparecer ou levitar. Se as sobreposições espectrais sobre a imagem soam demasiado toscas aos olhos de mais de um século após, os efeitos de miniaturização como o presente no momento da apresentação das garrafas, em que o demônio inclusive se aproxima da câmera – recurso utilizado praticamente como única forma de se ter uma imagem mais próxima, já que embora planos mais aproximados já se fizessem presentes para destacar algum elemento em cena habitualment...

Filme do Dia: Fantasies Endiablées (1907), Segundo de Chomón

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F antasies Endiablées (França, 1904). Direção: Segundo de Chomón Chomón consegue bater o próprio Méliès em sua especialidade com esse curioso filme de trucagem em que o diabo “dança” com várias mulheres, numa posição muito mais próxima de simular o coito - e o título reforça a visualidade. Impressionante não apenas por sua carga erótica subliminar, como pelo impressionante efeito de colorização e relativo bom gosto quanto aos adereços de cena, evitando os excessos de informação presentes em boa parte de produção similar, como é o caso não poucas vezes de Méliès. Pathé Frères. 3 minutos.

Filme do Dia: La Légende de Polichinelle (1907), Lucien Noguet & Albert Capellani

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L a Légende de Polichinelle (França, 1907). Direção: Lucien Noguet & Albert Capellani. Rot. Original: Albert Capellani. Com: Max Linder . É virtualmente impossível acompanhar o enredo desse filme sem referência a alguma fonte extra-fílmica como catálogo da companhia ou a própria disseminação do mito do Polichinelo (Arlequim, na versão em inglês, como é o caso em questão). Entre as coisas que mais chamam a atenção nesse filme se encontram uma virtuosa e longeva panorâmica que acompanha um dos planos iniciais nas quais Arlequim passeia com seu séquito no castelo. Algo muito pouco comum no universo da ficção, antes aplicado ao universo dos “panoramas”.   Assim como ser estrelada por Max Linder , embora se encontre muito mais próxima do universo fantástico de um Méliès ou Zecca, algo que fica acentuado sobretudo na última e longa cena, com trucagens e alegorias móveis típicas do primeiro. Aliás o fato da última cartela anunciar que se trata da “última cena” já trai uma menção ...

Filme do Dia: Sklavenmarkt (1907), Johann Schwarzer

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S klavenmarkt  (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. Mesmo que anteriormente tenha dirigido filmes curtos com mais de um plano, aqui se procede um retorno a um plano único e bastante longo. Um paxá se encontra sentado diante de sua tenda e observa as mulheres que lhe serão servidas serem despidas. Quatro mulheres lhe são ofertadas, a última sendo recusada. Extraordinariamente a nudez e a condição feminina, anteriormente alvo somente de uma admiração distanciada do olhar masculino, progressivamente vão sendo objetos de uma violência (principalmente gozada por antecipação, já que é apresentada apenas enquanto “aperitivo” do que deverá ocorrer posteriormente, ou seja, do estupro em certos casos como o da garota que aparenta grande resistência) como aqui ou em sua variação Skvalenraub , provavelmente filmado no mesmo dia e aproveitando os objetos de cena. A mulher que surge   duas vezes espiando por trás da tenda do paxá, inicialmente sugerindo algum desdobramento dramá...

Filme do Dia: Eine Aufregende Jagd (1907), Johann Schwarzer

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E ine Aufregende Jagd (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. A se fiar em algumas filmografias, é curioso observar o quanto a disposição dos filmes de Schwarzer não apresentam necessariamente uma “evolução” em termos da presença mais constante ou menos do corte. Aqui, por exemplo, observa-se um de seus filmes mais complexos até então, senão o mais. O que inicialmente aparenta ser apenas mais uma situação bastante comum em seus filmes – jovem senhora burguesa se despe e entra em lago – torna-se próximo de um filme de perseguição. É curioso observar o quanto a pose burguesa que ostenta certos valores – no caso ela inicia a leitura de um livro – é rapidamente deixada de lado quando se vê só, após a criada se afastar (e literalmente sair para sempre de cena, diga-se de passagem). Não menos curioso é se observar a curta panorâmica que se antecipará ao casal de ciganos, cuja mulher se apropria das vestimentas da senhora burguesa. A partir de então, observa-se a figura de um guarda...

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

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D er Traum des Bildhauers (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. Schwarzer, pioneiro do cinema erótico, tenta aqui brincar com a relação algo onírica que faz menção o título do artista e sua obra, desde o início representado por um trio feminino que se encontra nu e, a determinado momento, quando o artista dorme, sai de seu pedestal e se aproxima dele, uma delas lhe beijando. No estúdio do artista, construção cenográfica bastante marcada como então comum, não poderia faltar a estrela de oito pontos que é o logotipo do estúdio. Saturn Film. 4 minutos.

Filme do Dia: Course a la saucisse (1907), Alice Guy

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Course à la Saucisse (França, 1907). Direção: Alice Guy. A mesma estrutura do mais conhecido La Course des Sergents de Ville (1907), de Zecca. Como naquele, um cachorro rouba um pedaço de salsicha – lá é carne - e é perseguido por um grupo de pessoas que provoca uma série de atropelos aos transeuntes que encontram no caminho. As mesmas quedas habituais assim como a necessidade de exibir todos os perseguidores em cada cena são marcas registradas desses “filmes de perseguição”. Não faltam tampouco a invasão ao espaço doméstico por conta do cachorro ter adentrado uma casa, sendo igualmente visível a precária cenografia, ao menos aos padrões do cinema narrativo clássico,  que representa a casa. Ainda que a jocosa seqüência final aqui não exista – a do cachorro subindo os muros e telhados de um edifício, não falta o plano final isolado do canino, outra marca registrada do Primeiro Cinema, presente em alguns de seus clássicos como O Grande Roubo do Trem . É tido por alguns como si...