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Mostrando postagens com o rótulo Cinema Francês

Filme do Dia: Le Billet de Banque (1906), Louis Feuillade & Alice Guy

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  L e Billet de Banque (França, 1906). Direção Louis Feuillade & Alice Guy. Um casal elegante é atacado por uma dupla de malfeitores, numa calçada citadina semi-deserta. Graças a intervenção de uma testemunha, trajando-se de forma maltrapilha,   a ação é sustada e os criminosos fogem. Os ofendidos pela ação da dupla o recompensam regiamente. Porém, por onde anda, o homem não consegue trocar a nota alta que lhe foi dada pelo casal. Nem mesmo em um restaurante chique, onde a apresentação da mesma escandaliza o garçom, que chama o gerente. Policiais são chamados e o homem levado à delegacia. Após relatar sua narrativa, é liberado. Encontra um homem se banhando e se apossa de suas boas vestes, deixando as suas para o banhista. Porém deixa na roupa a nota de elevado valor. E volta ao restaurante chique, sem encontrar mais o dinheiro, após a refeição concluída. Os policiais o levam novamente à delegacia, onde o homem roubado já explica o ocorrido, e ele consegue finalmente trocar o di

Filme do Dia: Les Jeux des Anges (1964), Walerian Borowczyk

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  L es Jeux des Anges (França, 1964). Direção e Rot. Original: Walerian Borowczyk. Fotografia: Gérard Cox & Francis Pronier. Música: Bernard Parmegiani. Montagem: Claude Blondel. A aparente evocação do genocídio e sua racionalidade orquestrada parece ressoar de forma um tanto simbólica, beirando a abstrata, nesse curta do realizador polonês, que faz uso de cânticos de prisioneiros em campos de concentração na sua banda sonora, assim como dos sons de um órgão que, a determinado giro de ângulo, transforma-se em carabinas que disparam, numa provável alusão a uma civilização que gerou arte e cultura elevadas, mas igualmente a barbárie. Inicia e finda com imagens bastante escurecidas e uma banda sonora de vagões de trem em movimento. Há uma secura e impessoalidade em todo o ritual, com paredes frias e nuas e, há determinado momento, corpos sendo decapitados em série, embora sua representação seja pouco antropomorfizada. A imagem da asa (de um anjo como sugere o título?) decepada, aliá

Filme do Dia: Cor da Pele: Mel (2012), Laurent Boileau & Jung Henin

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  C or da Pele: Mel ( Couleur de Piel: Mel , França/Bélgica/Coréia do Sul/Suiça, 2012). Direção e Rot. Original: Laurent Boileau & Jung.Henin. Fotografia: Remon Fromont. Música: Siegfried Canto & Little Comet. Montagem: Ewin Rickaert. Dir. de arte: Jean-Jacques Lonni. Durante a Guerra da Coréia e após milhares de crianças coreanas foram adotadas ao redor do mundo. Jung foi adotado por um casal francês que já possuía 3 filhos e adotaria ainda uma menina coreana. Jung cresceu algo ensimesmado com o fato de ser diferente dos outros, apesar de vários outros garotos coreanos adotados também viverem em suas cidades. Ele se refugia no seu mundo dos sonhos, fomentado sobretudo pelos desenhos. Durante um determinado momento, influenciado por produtos culturais japoneses, decide renegar sua ascendência coreana e se considerar japonês. O fato de ter mentido e roubado em um episódio, assim como cometido outras irresponsabilidades provoca a ira dos pais, sobretudo de sua mãe adotiva, que

Filme do Dia: 120 Batimentos por Minuto (2017), Robin Campillo

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  1 20 Batimentos por Minuto ( 120 Battements par Minute , França, 2017). Direção: Robin Campillo. Rot. Original: Robin Campillo & Phillippe Mangeot. Fotografia: Jeanne Lapoirie. Música:  Arnaud Rebotini. Montagem: Robin Campillo & Stephanie Leger. Cenografia: Hélène Ray. Figurinos: Isabelle Panetier. Com: Nahuel Pérez Biscayart, Arnaud Valois, Adèle Haenel, Antoine Reinartz, Ariel Borenstein, Félix Maritaud, Aloïse Sauvage, Simon Bourgarde, Coralie Roussier. Nos idos dos anos 90, um grupo de militantes pratica uma série de ações pretendendo chamar a atenção do governo francês para o descaso com as vítimas da AIDS. Um desses militantes é o jovem Sean Dalmazo (Biscayart), que se contaminou aos 16 anos com seu professor de matemática e que agora vivencia uma relação com outro ativista, Nathan (Valois). Com o agravamento de sua doença, Sean reivindica de Thibault (Reinartz), um dos líderes do grupo, ações mais eficazes e rompe com o mesmo. Esse filme com tons de docudrama, tra

Filme do Dia: A Infância Nua (1969), Maurice Pialat

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      A  Infância Nua ( L´Enfance Nue , França, 1969). Direção: Maurice Pialat . Rot. Original: Maurice Pialat & Arlette Langmann. Fotografia: Claude Beausoleil. Com: Michel Terrazon, René Thierry, Marie-Louise Thierry, Henri Puff, Raoul Billerey, Linda Guttemberg, Marie-Marc, Pierette Deplanque. François (Terrazon) é um problemático garoto de 10 anos abandonado pelos pais e cujos pais adotivos (Billerey e Guttremberg) decidem abrir mão da guarda por conta do excesso de problemas provocados pelo garoto e por acreditarem que ele está influenciando mal a filha adotiva Josette (Deplanque). A seguridade social leva François para o sítio do casal de meia-idade, os Minguet (René e Marie-Louise Thierry), onde François divide espaço com um adolescente mais velho, Raoul (Puff) e se apega grandemente com a bisavó. Envolvendo-se sempre em pequenas confusões, François acaba sentindo bastante a morte da bisavó. Com outras crianças, provoca um sério acidente de trânsito pelo qual é levado ao

Filme do Dia: Chamonix (2002), Valérie Mréjen

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  C hamonix (França, 2002). Direção e Rot. Original: Valérie  Mréjen. Fotografia: Catherine Pujol. Montagem: Camille Maury.  Dir. de arte: Quico Herrero. Com Jocelyne Desverchère, Fabienne Gaston-Dreyfus, Dominique Gilliot, Manuela Gourary, Laura Henno, Quico Herrero, Charles Pannequin, Bernard Richter, Catherine Vinatier. Série de depoimentos diretamente para a câmera, onde um grupo de nove de pessoas discorre sobre passagens de suas vidas. Embora pretenda justamente realçar sua ambigüidade com o documentário, trata-se, quase que certamente de um filme ficcional, pois a representação dos atores que dele participam, com uma certa máscara de distanciamento emocional sobre o que relatam, se aproxima mais do modelo dos filmes de ficção. Le Fresnoy Studio National des Arts Contemporaines. 13 minutos.

Filme do Dia: Retorno à Normandia (2007), Nicolas Philibert

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  R egresso à Normandia ( Retour en Normandie , França , 2007). Direção e Montagem: Nicolas Philibert. Fotografia: Katell Dijan. Nesse documentário, Phillibert (de Ser e Ter ) reencontra trinta anos após o elenco amador que protagonizou Eu, Pierre Rivière, Que Degolei Minha Mãe, Meu Irmão e Minha Irmã (1976), de René Alio. Alguns dos motivos que o levaram a ir atrás dos participantes da produção surgem logo ao início - o próprio Phillibert havia trabalhado enquanto técnico na produção, no início de sua carreira – outros ele deixa para o final – seu pai, assim como o próprio autor do livro a partir da biografia do próprio Rivière, Michel Focault, haviam feito pontas no filme que acabaram não chegando à versão final. Ao final, Philibert rende sua homenagem, incluindo sua participação não sonorizada no filme. Curiosamente, dado o relativo estado de conservação da cópia que foi aproveitada as imagens do filme dos anos 1970 para essa produção e a ausência de uma dissonância muito grande e

Filme do Dia: L'Inde Fantôme: Dream and Reality (1969), Louis Malle

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  L ’Inde Fantôme: Dream and Reality (França, 1969). Direção: Louis Malle. Rot. Original: Guy Bechtel & Louis Malle.  Fotografia: Etienne Becker. Montagem: Suzanne Baron. Uma das surpresas agradáveis que acompanha a trajetória de quem assiste sequencialmente os episódios dessa série produzida para a TV, nesse que é seu quarto episódio, é que uma vez mais o risco de se cair em algo próximo dos documentários padrões ou reportagens extensas sobre locais “exóticos”, com sua estrutura segmentar de tópicos tidos como interessantes, vislumbrada sobretudo no segundo ( Things Seen in Madras ) felizmente se arrefece. E aqui, como o título já pode encaminhar uma hipótese de suspeita, trabalha-se com a divisão possível de ser pensada então, entre sonho e realidade, como se objetividade e subjetividade pudessem ser separadas. E com uma imersão nessa experiência de uma forma mais profunda, do que meramente fruto de um momento de catarse coletiva (como, uma vez mais, Things Seen in Madras ), co

Filme do Dia: Os Cartazes Bem Humorados (1906), Georges Méliès

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  O s Cartazes Bem Humorados  (Les Affiches en Goguette, França, 1906), Direção: Georges Méliès Um cartaz que se subdivide em diversos anúncios diferentes ganha vida, em certos momentos, e as figuras do anúncio começam a insultar muitos dos transeuntes. Nem a polícia consegue detê-los, já que quando o cartaz é destruído no meio do alvoroço, seus personagens continuam a se divertir do outro lado do muro. Méliès foi um dos primeiros cineastas a brincar com a relação entre imagens e a vida real, um dos temas que seria inúmeras vezes apropriado, sobretudo seguindo a mesma veia cômica, em filmes tão diversos quanto o episódio de Fellini para Boccaccio’70 ou A Rosa Púrpura do Cairo , de Woody Allen . Esse tipo de filme, é saudado como uma anárquica contraposição aos melodramas e ao cinema a pretende contar minimamente sobre um tema, geralmente permeados por uma verve moral extremamente conservadora.|Georges Méliès/Star Film. 3 minutos e 30 segundos.  

Filme do Dia: L'Inde Fantôme: The Indians and the Sacred (1969), Louis Malle

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  L ’Inde Fantôme: The Indians and the Sacred (França, 1969). Direção: Louis Malle. Rot. Original: Guy Bechtel & Louis Malle.  Fotografia: Etienne Becker. Montagem: Suzanne Baron. Nesse episódio de sua admirável série para a TV, Malle observa a forte veia mística que trespassa a cultura indiana. Se por um lado foge em tudo e por tudo da mistificação um tanto simplória que a cultura indiana representava para o mundo ocidental, e exemplificada em outro episódio ( The Impossible Camera ), na fala de alguns europeus, na cola da recente viagem dos Beatles ao país, mas evidentemente não só, por outro tampouco consegue escapar de seu próprio viés da religião enquanto “ópio do povo”, na vulgata marxista, e também explorado anteriormente – e literalmente no discurso do cineasta em Things Seen in Madras . Ou seja, é a exploração de fiéis crédulos que é observada em sua inclemência, com padres amealhando dinheiro e dando em troca sementes que foram tocadas por dois abutres, tradição milenar

Filme do Dia: A Bela da Tarde (1967), Luis Buñuel

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  A   Bela da Tarde ( Belle de Jour , França/Itállia, 1967). Direção: Luis Buñuel. Rot. Adaptado: Luis Buñuel & Jean-Claude Carrière, a partir do romance homônimo de Joseph Kessel. Fotografia: Sacha Vierny. Montagem: Louisette Hautecoeur. Cenografia: Robert Clavel. Figurinos: Hélène Nourry. Com: Catherine Deneauve , Jean Sorel, Michel Piccoli, Geneviève Page, Pierre Clémenti, Françoise Fabian, Macha Méril, Muni, Maria Latour, Francisco Rabal, Georges Marchal, Francis Blanche, Iska Khan, Marcel Charvay. Séverine (Deneauve), é uma dona de casa burguesa, que vive uma vida relativamente asséptica com o marido médico, Pierre (Sorel). Certo dia, uma amiga confidenciou que uma conhecida se tornara prostituta por vontade própria. O libertino amigo do casal, Henri Husson (PIccoli), conta-lhe como eram os prostíbulos quando os frequentava e lhe fala um endereço. Séverine vai ao mesmo e após vacilos, é recebida pela proprietária, Madame Anaïs (Page), que a acolhe entre entusiasmada e protet

Filme do Dia: O Segredo Íntimo de Lola (1969), Jacques Demy

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  O   Segredo Íntimo de Lola ( Model Shop , EUA, 1969). Direção e Rot. Original: Jacques Demy. Fotografia: Michel Hugo. Montagem: Walter Thompson. Dir. de arte: Kenneth A.Reid. Cenografia: Antony Mondello. Figurinos: Gene Ashman & Rita Riggs. Com: Gary Lockwood, Anouk Aimée, Alexandra Hay, Carol Cole, Tom Fielding, Severn Darden, Neil Elliott. George (Lockwood), 26 anos, estudante californiano de arquitetura, tenta lidar com o fato de sua relação com Gloria (Hay) acabou, seu carro se encontra em vias de ser rebocado por falta de pagamento e seus pais afirmam que ele deve se apresentar para o Exército, tendo em vista a Guerra do Vietnã. Em meio a tudo, ele vê uma tábua de salvação temporária em uma mulher que encontra casualmente no estacionamento. Aos poucos sabe que se chama Lola (Aimée), aliás Sissi, e trabalha numa espelunca erótica, onde é fotografada por ele. George retorna e consegue convencê-la de encontrarem-se. Ela o chama para casa onde mora e conta-lhe algo sobre sua v

Filme do Dia: Bout-de-Zan vole un Élephant (1913), Louis Feuillade

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  B out-de-Zan vole un Éléphant (França, 1913). Direção e Rot. Original: Louis Feuillade. Com: René Poyen. Jeanne Saint-Bonnet, Renée Carl, Juliette Malherbe. Uma criança e seu elefante de estimação provocam confusão em uma cidade. O carisma do animal talvez seja o maior destaque nesse filme, onde a criança não se escusa em acenar diretamente para a câmera em seu início. A interação do elefante com seus amigos humanos provoca algunas momentos surreais, como a cena final, na qual come na mesa do jantar com a criança e uma mulher que os “adotou”. Destaque para a quantidade variada de cenários e para o pouco caso com sua verosimilitude, típica sobretudo de um período pouco anterior – como é o caso da cena na qual o elefante não apenas derruba um soldado que tentara se afastar dele como na sua ação acaba também fazendo tremer o cenário que representa o portão de um quartel militar. Société des Etablissement L. Faumont. 9 minutos e 19 segundos.

Filme do Dia: Au Pays Noir (1905), Ferdinand Zecca & Lucien Nonguet

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  A u Pays Noir (França, 1905). Direção Ferdinand Zecca & Lucien Nonguet. Rot. Adaptado a partir do romance de Émile Zola. A descrição da precariedade de uma família mineira a apresenta em situação típica associada ao grupo social, família numerosa, mas também com certa dignidade (não há ninguém vestindo andrajos, existem mais objetos de cena, ilustrando os adereços da casa – inclusive um indefectível quadro religioso na parede – que o habitual em produções da época). As cartelas possuem apresentação típica do estúdio então. Letras garrafais em chamativo vermelho sobre fundo preto. Na cena seguinte, a apresentar a saída para o trabalho do chefe da família, observamos um elaborado trabalho cenográfico, primorosamente realista em contraposição aos pensados por Méliès em seu Viagem à Lua , por mais que facilmente se perceba a tentativa de criar profundidade a partir das telas que a representam, mas das quais se pode observar, inclusive, seu contato com o chão. E o mais incrível é

Filme do Dia: Rosas de Sangue (1960), Roger Vadim

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  R osas de Sangue ( Et Mourir de Plaisir , França/Itália, 1960). Direção: Roger Vadim . Rot. Adaptado: Roger Vadim & Roger Vailland a partir da história original de Claude Brulé & Claude Martin e do romance Carmilla , de Sheridan Le Fanu. Fotografia: Claude Renoir.  Música: Jean Prodromidès. Montagem: Victoria Mercanton & Maurizio Lucidi. Dir. de arte: Jean André & Robert Guisgand. Cenografia: Robert Christidès. Figurinos: Marcel Escoffier. Com: Mel Ferrer, Elsa Martinelli, Annette Stroyberg, Alberto Bonucci, René-Jean Chauffard, Gabriella Farinon, Serge Marquand, Edith Peters. Carmilla Von Karnestein (Stroyberg), numa reunião social, aponta sua semelhança com a ancestral Millarca. Carmilla sente ciúmes da relação de seu primo, Leopoldo (Ferrer) com a noiva Georgia (Martinelli). Numa noite em que se festeja com fogos de artifício próximos ao cemitério abandonado da família, acidentalmente também ocorrem explosões de minas que existiam na região desde a invasão alemã

Filme do Dia: Varda por Agnès (2019), Agnès Varda

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  V arda por Agnès ( Varda par Agnès , França, 2019). Direção e Rot. Original: Agnès Varda & Didier Rouget. Fotografia: Claire Duguet, François Decreau & Julia Fabry.  Montagem: Nicolas Longinotti & Agnès Varda. Há um tom professoral e uma sensação de déjà vu inescapáveis na revisitação de sua obra que, somados a estrutura em forma de apresentação diante de uma plateia em um teatro e ausência de perguntas ou qualquer tipo de confrontação por parte dos outros que transformam esse último filme da realizadora em um exercício algo engessado de autocelebração, condescendência essa que um contemporâneo sobrevivente seu, Godard , jamais se permitiu ou sequer contemplou. Mais de uma vez a realizadora exalta o tripé ideação, criação (por em execução a ideia inicial) e compartilhamento como fundamento do cinema. Porém o último filme q parece cumprir a risca o mesmo é o seu anterior, não por acaso vislumbrado como seu filme-testamento, Visages Villages , algo q poderia se estender

Filme do Dia: Neron Essayant des Poisons sur des Esclaves (1896), Georges Hatot

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  N eron Essayant des Poison sur des Esclaves (França, 1896). Direção: Georges Hatot. Um assistente de Nero, ao lado do mesmo, oferece veneno a dois escravos, diante de alguns de seus subordinados nesse filme que parece ser uma das primeiras incursões em um repertório mais tipicamente ficcional que o habitualmente associado aos Lumière.  Aparentemente trata-se do primeiro filme dirigido por Hatot. Do cenário excessivamente artificioso aos gestos grandiloquentes da aproximação fatal da morte quase instantânea vivenciada pelos escravos, esse filme parece antecipar em ao menos uma década a maior parte da produção épica italiana. Curiosamente essa produção é um pouco mais longa que as “vistas”, que compunham o grosso da produção dos Lumière então. Destaque para o terceiro homem que entra com os dois escravos e que sai em posição de agradecimento patético (outro escravo de quem foi poupada à vida?). Lumière. 1 minuto.

Filme do Dia: Perdi Meu Corpo (2019), Jérémy Clapin

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  P erdi Meu Corpo ( J’ai Perdu Mon Corps , França, 2019). Direção: Jérémy Clapin. Rot. Adaptado: Jérémy Clapin & Guillaume Laurant, a partir do romance de Laurant. Música: Dan Levy. Montagem: Benjamin Massoubre. Naoufel sonha em ser pianista e astronauta, algo incentivado respectivamente pela mãe e pelo pai, quando criança. Porém, ele se torna, na adolescência, um entregador de pizzas, diante de um pai desinteressado dele e da vida, e de um irmão mais velho irritante e pouco sensível às demandas do jovem. E para piorar, enquanto entregador não possui o menor talento. Certa noite ao ir entregar o produto para uma garota, Gabrielle, que mora no trigésimo quinto andar e após uma demora de quarenta minutos, dado um acidente que vivenciara, Naoufel descobre que a pizza já se encontra completamente destroçada. Ele conversa um longo tempo com Gabrielle pelo interfone. Ela o convida para passar a noite em seu apartamento, mas ele vai embora, após ter comido ele próprio a pizza. Porém, v

Filme do Dia: Course en Sacs (1896), Louis Lumière

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  C ourse en Sacs (França, 1896) Direção: Louis Lumière. Uma corrida de sacos, evento comum nos festejos da época. Os competidores (e muito provavelmente a própria assistência que os ladeia) são operários das fábricas dos Lumière. É interessante a idéia progressiva da multidão que se fecha e goza do desastrado último competidor, que tem seu avanço indiscriminado que ameaça a própria câmera que os registra;   alertado pelo realizador, dos quais se observa as mãos gesticulando para que algumas pessoas se desviem da câmera, numa primeira aparição do realizador em seu próprio filme, intervenção que se tornará comum no cinema autoral dos anos 60. Lumière. 35 segundos.

Filme do Dia: Le Baromètre de la Fidélité (1909), Georges Monca

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  L e Baromètre de La Fidélité (França, 1909). Direção: Georges Monca. Com: Max Linder , Jeanne Marnac . Após lua-de-mel idílica, casal se vê em situação de tédio absoluto após dois anos e cada um possui seu amante. Uma amiga do casal, vendo que a situação não está nada animadora, envia a esposa um “barômetro da fidelidade”. Um criado, após saber da função do instrumento, altera a cor do mesmo, deixando os cônjuges desesperados ao chegarem em casa e o verem com a cor alterada. Curiosamente o ritmo desse filme é bem mais feérico do que as produções posteriores dirigidas pelo próprio Linder e, inclusive, possuindo uma montagem mais rápida do que a maior parte da produção norte-americana contemporânea, incluindo Griffith . Seu aberto tom de farsa se resolve através dos paralelismos e consegue soluções visuais cinematográficas à altura das teatrais, como a  semelhante  velocidade frenética  com que marido e esposa deslizam pelo vestíbulo para irem de encontro aos seus respectivos aman