Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Robert Flaherty

Filme do Dia: O Homem de Aran (1934), Robert Flaherty

Imagem
  O   Homem de Aran ( Man of Aran , Reino Unido, 1934). Direção, Rot. Original e Fotografia: Robert J. Flaherty . Música: John Greenwood. Montagem: John Goldman. Com: Colman “Tiger” King, Maggie Dirrane, Michael Dirrane, Pat Mulin, Patch “Red Beard” Ruadh, Patcheen Faerty, Tommy O´Rourke, Stephen Dirrane. Tal como em seu mais célebre filme, Nanook, o Esquimó (1922), Flaherty centra foco em outra comunidade cuja única ocupação não parece ser outra que a da luta pela própria sobrevivência em condições naturais adversas, e faz com que membros dessa comunidade representem a si próprios. Seus belos planos abertos que recortam a diminuta figura humana ganham uma força épica comovente, sobretudo quando associados a uma fúria majestosa da natureza. Não é nenhum pouco improvável que, tal como em Nanook , Flaherty tenha feito com que os pescadores utilizassem técnicas já ultrapassadas para o seu período para fins de maior efeito dramático. Aqui os acompanhamos lutando contra os imensos verg

O Dicionário Biográfico de Cinema#12: Robert J. Flaherty

Imagem
Robert J. Flaherty (1884-1951) n. Iron Mountain, Michigan 1922: Nanook of the North  [ Nanook, O Esquimó ] (d). 1925: Story of a Potter  (d). 1926: Moana (d); The 24 Dollar Island (incompleto) (d). 1928: White Shadows in the South Seas [ Deus Branco ] (completado por e creditado a W.S. Van Dyke); Acoma, The Sky City  (não lançado) (d). 1931: Tabu  (co-dirigido com F.W. Murnau); Industrial Britain  (d). 1934: Man of Aran  [ O Homem de Aran ] (d). 1936: Elephant Boy  [ O Menino e o Elefante ] (co-dirigido com Zoltan Korda ). 1942: The Land  (d). 1948: Louisiana Story  [ A História de Louisiana ] (d). A carreira problemática de Flaherty é perversamente mais rica para estudos que seus próprios filmes. Por ter pioneiramente dado forma ao documentário e elaborado linhas de batalha entre a convicção e o comercialismo,  Flaherty então permanece relevante em qualquer estudo do cinema de não-ficção. Enquanto vivo, seu calor e pureza visionária, carregando de emoção a opinião sobre si.

Filme do Dia: Industrial Britain (1931), Robert Flaherty

Imagem
I ndustrial Britain (Reino Unido, 1931). Direção: Arthur Elton, Robert Flaherty & Basil Wright.  Fotografia: Arthur Elton & Basil Wright. O que talvez mais chame a atenção nesse curta documental que pretende glorificar a modernidade da indústria britânica seja a face humana que esse processo de industrialização é representado. Apresentando, principalmente no início, ofícios que envolvem uma boa dose de habilidade artesanal de seus praticantes, como dar forma ao vidro, e esses operários sendo visualizados de corpo inteiro, o filme se afasta da fetichização com relação ao maquinário dos curtas institucionais brasileiros produzidos à época de Vargas. Algo que fica patente no seu climático final onde se destaca exclusivamente os rostos e corpos desses trabalhadores. Existe momentos em que a glória dos feitos de engenharia, como a de uma ponte, assim como múltiplas chaminés que surgem em mais de um momento do filme, emergem enquanto façanhas descoladas dos trabalhadores que as

Filme do Dia: Nanook, o Esquimó (1922), Robert Flaherty

Imagem
N anook, o Esquimó ( Nanook of the North , EUA, 1922). Direção e Rot. Original: Robert J. Flaherty. Fotografia: Robert J. Flaherty. Música: Stanley Silverman (versão remasterizada em 1998). Montagem: Robert J.Flaherty & Charles Gelb. Com: Nanook, Nyla, Cunayou, Allee, Allegoo.          Iniciando com belo travelling ondulante que apresenta a perspectiva do deserto de gelo a partir do barco, o filme busca retratar o cotidiano de um bravo caçador esquimó, Nanook, que vive no extremo gelado da província canadense de Quebec. Assim acompanhamos Nanook, suas duas mulheres e filhos indo ao empório trocar as peles que coletou no último ano por mantimentos. Nanook observando sem maior curiosidade o primeiro gramofone que vê na vida. Nanook demonstrando suas habilidades na caça de peixes,   da raposa branca, da foca e de uma imensa morsa. Apresentando orgulhoso sua ninhada de huskys siberianos, construindo um iglu, tendo que admoestar os cães que se revoltam contra o líder da matilha

Filme do Dia: Moana (1926), Robert Flaherty

Imagem
M oana (EUA, 1926). Direção: Robert J. Flaherty. Rot. Original: Robert J. Flaherty (também entretítulos) & Julian Jonhson (entretítulos). Fotografia e Montagem: Robert J. Flaherty. Esse filme, tido por alguns como pela primeira vez referenciado pelo termo documentário, segue todas as estratégias do filme de estréia de Flaherty que fora retumbante sucesso, Nanook, o Esquimó   (1922): um cenário exótico (lá as intempéries do Ártico, aqui os mares do sul da Polinésia); a personificação de um herói (o personagem-título de ambos os filmes); a romantização de culturas que possuem como aliados ou opositores somente elementos da própria natureza, se possível tornadas ainda mais   exóticas através da utilização de costumes já findos (lá a pesca sem arpão, aqui o ritual de tatuagem para ingresso no universo masculino), etc. Procura reconstituir, com material filmado em mais de um ano, um dos dias mais importantes para um jovem homem polinésio, o de sua iniciação no universo dos adul

Filme do Dia: A História de Louisiana (1948), Robert Flaherty

Imagem
  A História de Louisiana ( Louisiana  Story , EUA, 1948). Direção: Robert Flaherty. Rot. Original: Robert & Frances Flaherty. Fotografia: Richard Leacock. Música: Virgil Thompson. Montagem: Helen van Dongen. Com: Joseph Boudreaux, Lionel Le Blanc, E. Bienvenu, Frank Hardy, C.P. Guedry. Ao contrário do que poderia sugerir o título não se trata de um documentário sobre a história do estado americano comprado da França. É antes uma visão poético-pastoral de um mundo idílico, onde numa região pantaneira a única família moradora dos arredores convive com projetos pioneiros para a exploração de petróleo. O protagonista é um garoto (Boudreaux) curioso e furtivo, que passa a se interessar tanto pela obra das mãos humanas quanto pela natureza que já convive há bem mais tempo. Tendo como companheiro um guaxinim, acompanha-se suas aventuras de investigar os ovos dos jacarés, a decepção com a aparente morte de seu guaxinim, Jojo ou o seu temor diante da ameaça de explosão da plat

The Film Handbook#48: Robert Flaherty

Imagem
Robert Flaherty Nascimento: 16/02/1884, Iron Mountain, Michigan, EUA Morte : 23/07/1951, Black Mountain, Vermont, EUA Carreira  (como diretor): 1913-48 É compreensivelmente lugar-comum considerar Robert John Flaherty como o pai do documentário; de fato, foi o segundo filme de Flaherty que levou Grierson a cunhar o próprio termo. Ainda que a palavra seja frequentemente utilizada para denotar um registro fílmico objetivo da realidade histórica, a obra de Flaherty apresenta mais frequentemente a visão subjetiva de um artista poético trabalhando, em certa medida, com ficção. Filho de um mineiro que se tornou garimpeiro, Flaherty levou diversos anos explorando regiões desertas do Canadá, onde desenvolveu um fascínio pelos rituais cotidianos da vida esquimó. Tão cedo quanto 1913 ele filmou suas primeiras sequencias dos esquimós, a maior parte das quais foi destruída em um incêndio na sala de montagem. Perseverante, ele retornou diversos anos após, financiado pela companhia de peles