Cristiano Burlan, um relato de vida – 3
JC – Você chegou a essa situação? CB – Cheguei, me senti um lixo. Outra vez, foi quando agredi um garoto na escola, ele quebrou o nariz, saiu sangue, isso me machucou muito. Outra vez, ver uma pessoa congelada, apavorada, quando você aponta a arma para ela. Eu acho que é um clic, você tem medo de matar alguém, você não tem coragem e de repente você mata e isso vira um hábito. JC – Essas ações ocorriam onde? CB – Itaim, boutique, padaria, essas coisas. Várias vezes eu quase morri, isso para não dizer que vi o Diabo três vezes na minha frente e mandei um dedão pra ele. Mas eu não tenho orgulho disso, eu queria não ter passado por essas histórias. É tão pesado, tão trágico e dolorido o que aconteceu comigo, com minha família e com meus amigos, que para mim parece que é uma ficção, barata até, muito inventada. Se eu fizesse um documentário contando minha história realmente, as pessoas iam achar que sou louco, que parece um romance. JC – Dá um exemplo. CB – Esse exe