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Mostrando postagens de outubro, 2017

Filme do Dia: Blitz Wolf (1942), Tex Avery

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B litz Wolf (EUA, 1942). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Rich Hogan. Música: Scott Bradley. Avery, no auge de sua inventividade anárquica, põe todo o seu talento nesse curta indicado ao Oscar da categoria. Aqui, a paródia de um dos clássicos do curta de animação dos estúdios Disney, Os Três Porquinhos (1933), serve como pretexto para o Lobo da série de animações altamente sexualizadas dirigidas por Avery parodiando personagens como Chapeuzinho Vermelho, encarnar ninguém menos que Hitler. Astuto e com um bigodinho que mesmo fazendo referência não chega a ser exatamente uma cópia do líder alemão, a animação faz referências mais pesadas ao Japão, simplesmente explodido com uma bomba, do que com a própria encarnação de Hitler, a determinado momento observado, numa cena típica do humor averyano, pedindo para que todos os ruidosos efeitos sonoros da guerra parem para que ele possa falar ao telefone com sua amada, sendo imediatamente atendido. Outra cena antológica é a que o Lobo e

The Film Handbook#147: Bernardo Bertolucci

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Bernardo Bertolucci Nascimento: 16/03/1941, Parma, Emilia-Romagna, Itália Carreira : 1962- Os filmes de Bernardo Bertolucci parecem simultaneamente pessoais e estranhamente sujeitos a cairam nas graças da moda cinematográfica, apesar de não se poder condenar a consistência temática de sua obra nem, vinculado a isso, certos elementos quase autobiográficos em boa parte dessa. Filho de um bem sucedido poeta, Bertolucci escreveu ele próprio poesia quando jovem. Após realizar filmes amadores em 16 mm em sua adolescência, trabalhou como assistente para Pasolini em Accattone ; como retribuição, foi-lhe permitido dirigir A Morte / La Commare Secca > 1 , a partir de um roteiro de Pasolini . Ambientado, como Accattone , nas classes trabalhadoras suburbanas de Roma, e traçando uma investigação policial envolvendo o assassinato de uma prostituta, o filme mescla a fotografa do cinema noir , personagens realistas e um estilo narrativo a la Rashomon   (as horas finais da vítima são descrit

Filme do Dia: Fahrenheit 11 de Setembro (2004), Michael Moore

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F ahrenheit 11 de Setembro ( Fahrenheit 9/11 , EUA, 2004). Direção e Rot. Original: Michael Moore. Fotografia: Mike Desjarlais, Kirsten Johnson & William Rexer. Música: Jeff Gibbs & Bob Golden. Montagem: Kurt Engfehr, Todd Woody Richman & Chris Seward. Dir. de arte: Dina Varano. Seu estilo grandemente pop e seu tom marcadamente panfletário e efetivado no calor do momento trai suas intenções tanto ideológicas quando mercadológicas. Nesse sentido, Moore apenas repete a fórmula já presente nos seus documentários realizados para a  televisão e em Tiros em Columbine . Longe dos distúrbios no Iraque, o retrato que o cineasta traça da guerra está distante da crueza densa das imagens de Corações e Mentes (1974), de Peter Davis, célebre documentário sobre o Vietnã. Aqui, pelo contrário, trabalha-se sob a chave de um engenhoso orquestrador de imagens –algumas delas retiradas de filmes ficcionais como Nosferatu (1922), de Murnau – que tem o intuito explícito de servir como c

Filme do Dia: Peeping Penguins (1937), Dave Fleischer

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P eeping Penguins (EUA, 1937). Direção: Dave Fleischer. Música: Sammy Timberg. Um grupo de jovens pinguins se sente curioso a respeito de um casa fechada que se encontra para alugar e, mesmo contra a advertência de uma pinguim mais velha, invade-a e a explora até serem deslocados para longe por um dos fogos de artifício que explodiram acidentalmente. Um dos 36 curtas produzidos para a série Color Classics (1934-1941), no qual uma canção e uma prédica moral, aqui reunidos praticamente numa figura só – e, embora não deixe de explorar uma fórmula de moralismo bem rasteira, como habitual, aqui sobra farpas igualmente para a agente desse moralismo, que apesar de cantar contra a curiosidade dos pinguins jovens, fica ela própria tentada a explorar o que seria uma chaminé, ficando com a cabeça presa na mesma. Fleischer Studios para Paramount Pictures. 7 minutos.

Filme do Dia: Janaína, a Virgem Proibida (1972), Olivier Perroy

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J anaína, a Virgem Proibida (Brasil, 1972). Direção, Rot. Original e Fotografia: Olivier Perroy. Música: Egberto Gismonti. Montagem: Olivier Perroy & Silvio Renoldi. Com: Ronnie Von, Marlene França, Raul Cortez, Cyl Farney, Olívia Salles, Cynira Arruda, Luiz Lopes Correa, Mara Duval. Ricky Ricardo (Von), no auge de seu sucesso como cantor pop, decide abandonar o estrelato, as pressões dos fãs e do empresário Tony Morely (Farney) e a família, composta por uma mãe dominadora (França) e um irmão cruel, Raul (Cortez), que acredita ter assassinado, para morar na Bahia, onde acolhido por prostitutas, apaixonar-se-á pela enigmática Janaína (França). Janaína, no entanto, desaparecerá misteriosamente nas águas do mar. Tony o reencontra e tenta faze-lo voltar à carreira, levando Raul consigo. Ricky, no entanto, prefere buscar por Janaína e também desaparece. Mesmo integrado a uma filmografia que ficou conhecida popularmente como pornochanchada, dirigindo ainda nessa linha A Infidel

Filme do Dia: Violette (2013), Martin Provost

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V iolette (França/Bélgica, 2013). Direção: Martin Provost. Rot. Original: Martin Provost, Marc Abdelnour & René de Ceccatty. Fotografia: Yves Cape. Música: Hugues Tabar-Nouval. Montagem: Ludo Troch. Dir. de arte: Thierry François. Cenografia: Catherine Jarrieur-Prieur. Figurinos: Madeline Fontaine. Com: Emmanuelle Devos, Sandrine Kiberlain, Olivier Gourmet, Catherine Hiegel,  Jacques Bonnaffé, Olivier Py, Nathalie Richard, Stanley Weber. Anos 1940. De origem humilde, Violette Leduc (Devos) é uma insegura escritora não publicada que, incentivada pela estrela literária em ascensão Simone de Beauvoir (Kiberlain) tem seu primeiro livro publicado pela editora Gallimard. Apaixonada obcecadamente por Beauvoir, que se intimida com sua obsessão mas respeita seu talento literário e sua gana em expressar a sexualidade feminina de forma pouco habitual, Violette sofre com a solidão e constante instabilidade emocional que a vincula sobretudo a mãe Berthe (Hiegel). Ela vivencia ao longo do

Filme do Dia: Let It Be (1970), Micheal Lindsay-Hogg

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L et it Be ( Let it Be , Reino Unido, 1970). Direção: Michael Lindsay-Hogg. Com: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, Billy Preston,   Mal Evans,   Michael Lindsay-Hogg,   George Martin, Heather McCartney, Linda McCartney, Yoko Ono, Derek Taylor. Música: The Beatles.         Os próprios Beatles foram produtores-executivos desse documentário originalmente filmado em 16 mm. As pretensões iniciais eram as de flagrar um novo momento da banda, de retorno às raízes do rock que produziram no início de carreira. O resultado tornou-se o registro dos próprios momentos finais, onde apenas há muito custo a apatia e os desentendimentos (um deles flagrado pelas câmeras, envolvendo McCartney e Harrisson) são superados e a pulsante energia da música ganha vida própria. De longe o melhor projeto cinematográfico com a participação da banda (embora, na época de seu lançamento, Os Reis do Iê-Iê-Iê de Lester tenha sido mais ousado formalmente) e o único que flagra “ao viv

Filme do Dia: Sublime Dedicação (1954), Keisuke Kinoshita

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S ublime Dedicação ( Nijushi no Hitomi , Japão, 1954). Direção: Keisuke Kinoshita. Rot.Adaptado: Keisuke Kinoshita, baseado no romance de Sakae Tsuboi. Fotografia: Hiroyuki Kusuda. Música: Chuji Kinoshita. Dir. de arte: Kimihiko Nakamura. Com: Hideko Takamini, Hideki Goko, Yukio Watanabe, Makoto Miyagawa , Takaro Terashita, Kaoko Kase, Yumiko Tanabe, Ikuko Kambara. Anos 1920. Hisako Oichi (Takamini) é a nova professora que desperta comentários de um provinciano vilarejo de pescadores por seus hábitos considerados modernos como andar de bicicleta e trajar roupas no estilo ocidental. Após se ferir em uma brincadeira provocada por seus alunos ela ganha a simpatia dos pais das crianças e se afasta da escola, sendo remanejada para outra instituição mais próxima de sua casa. Cinco anos depois ela volta a ensinar as mesmas crianças. Porém o acirramento do conflito na Manchúria faz com que, não concordando com a nova política de incentivo ao ingresso no exército, ela abandone a esc

Filme do Dia: Sylvia - Paixão Além das Palavras (2003), Christine Jeffs

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S ylvia – Paixão Além das Palavras ( Sylvia , Reino Unido, 2003). Direção: Christine Jeffs. Rot. Original: John Brownlow. Fotografia: John Toon. Música: Gabriel Yared. Montagem: Tariq Anwar. Dir. de arte: Maria Djurkovic, Jane Cecchi, Joanna Foley & John Hill. Cenografia: Phillippa Hart. Figurinos: Sandy Powell . Com: Gwyneth Paltrow, Daniel Craig, Jared Harris, Blythe Danner, Michael Gambon, Amira Casar, Andrew Havill, Lucy Davenport. Inglattera, final dos anos 50. Sylvia Plath (Paltrow) é uma frágil aspirante americana a poeta e já tentou várias vezes o suicídio. Após ler alguns poemas de Ted Hughes (Craig), ela se apaixona por ele a primeira vez que o encontra. Os dois se casam, e criam dois filhos porém logo a instabilidade emocional e a insegurança de Sylvia se fazem presentes no obsessivo controle com o marido. Hughes e Sylvia ficam amigos do casal Assia (Casar) e David Wevill (Havill), porém Sylvia sente a intimidade excessiva entre Hughes e Assia e os manda irem em

Filme do Dia: The Magic Fluke (1949), John Hubley

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T he Magic Fluke (EUA, 1949). Direção: John Hubley. Rot. Original: Sol Barzman. Música: Del Castillo. A Raposa e O Corvo formam um entrosado duo que apresenta suas músicas em um clube noturno lotado de frequentadores. Certa noite, no entanto, em meio à apresentação, chega um telegrama em que a Raposa é convocada a trabalhar para a prefeitura pela bagatela de 50 mil dólares. Não apenas a Raposa aceita o convite como sai de imediato do local e esnoba o corvo quando esse surge. Agora uma celebridade da Música, a Raposa enche um monumental teatro, porém o Corvo lhe passa uma varinha mágica que faz com que a cada ato da regência surja algo. E a plateia finde por se postar contra o regente, surgindo o Corvo como homem-banda. Nessa segunda animação da séirie Jolly Frolics , Hubley volta a fazer dos personagens principais de seu curta anterior, a Raposa e o Corvo, os protagonistas. E há uma evidente paródia do sucesso como transformação do caráter ao qual sujeita sem pestanejar

Filme do Dia: Garrincha, Alegria do Povo (1962), Joaquim Pedro de Andrade

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G arrincha, Alegria do Povo (Brasil, 1962). Direção: Joaquim Pedro de Andrade . Rot. Original: Joaquim Pedro de Andrade, Luiz Carlos Barreto, Mário Carneiro, David Neves & Armando Nogueira. Fotografia: Mário Carneiro. Música: Carlos Lyra & Severino Silva. Montagem: Joaquim Pedro de Andrade & Nello Melli. Esse longa-metragem de estréia de Andrade , produzido no auge do encantamento com o povo brasileiro, mesmo observando o futebol como válvula de escape para o trabalhador agüentar o rojão da semana, algo enfatizado em suas imagens finais que apresentam o fim do encantamento e a volta a dura realidade já a partir dos serviços de transporte urbanos lotados, não apela, no entanto, para o julgamento moral depreciativo e simplista de defini-lo como mera alienação das massas. Aliás, mesmo que suas imagens sejam predominantemente dessas, a determinada ocasião não deixa de enfatizar uma elite, em seu nicho específico, observando e aplaudindo de modo mais contido o espetáculo

Filme do Dia: Suteneko Tora-Chan (1947), Kenzô Masaoka

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S uteneko Tora-chan (Japão, 1947). Direção: Kenzo Masaoka. Rot. Original: Tomio Sasaki. Um gatinho faminto e desamparado é acolhido por uma família que consiste numa gata e três gatinhas. A chegada do novo “irmão” acaba provocando os ciúmes de uma das gatas, que resolve abandonar a casa na surdina. Sentindo-se culpado pelo evento, o jovem gato irá arriscar sua vida para trazê-la de volta, enfrentando desde um cachorro até as correntezas, sendo finalmente aceito sem restrições pela família. A primeira vista parecendo decepcionantemente mais convencional que seu clássico Kumo to Chûri (1943), tanto nos traços como no enredo, nem por isso essa animação deixa de trazer alguns dos elementos mais interessantes daquele.  As canções parecem fluir dos personagens com uma naturalidade impressionante, os movimentos dos personagens são um espetáculo à parte, assim como a presença da natureza que, mesmo deslocada aqui para o âmbito do local de fuga da civilização, tampouco deixa de possuir

Filme do Dia: Hey There (1918), Alfred J. Goulding

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H ey There (EUA, 1918). Direção: Alfred J. Goulding. Com: Harold Lloyd, “Snub” Pollard, Bebe Daniels, June Havoc, William Gillepsie, Billy Fay, Gus Leonard, Lige Conley, Sammy Brooks. Rapaz (Lloyd) admirador de estrela de cinema (Daniels) tem que burlar a segurança do estúdio para conseguir entrar e, após aprontar inúmeras confusões, consegue encontra-la e falar das cartas que lhe escreveu por alguns segundos, antes de fugir do estúdio quando da chegada de um de seus perseguidores. Curta rotineiro produzido por Hal Roach que,como inúmeras comédias de então ( The Cinema Director , A Movie Star ,   Dia de Estreia ) tematiza um ou outro aspecto do universo do cinema (exibição, produção, star system, etc.). Desistindo do personagem de Luke, Lloyd aqui já começa a burilar a sua nova persona, calcada em seu próprio nome; se aqui trata-se de um anônimo “rapaz” nos créditos, visualmente já se encontra bem próximo da personificação através da qual Lloyd ganhará notoriedade, com

Filme do Dia: Mulheres da Beira (1923), Rino Lupo & George Pallu

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M lheres da Beira (Portugal, 1923). Direção: Rino Lupo & George Pallu.   Rot. Adaptado: Rino Lupo, a partir de conto de Abel Botelho. Fotografia: Artur Costa de Macedo. Montagem: Marie Meunier & George Pallu. Com: Brunilde Júdice, António Pinheiro, Mário Santos, Rafael Marques, Maria Júdice Caruson, Celeste Ruth, Duarte Silva, Marina Santos. Ana (Júdice) é a bela filha de um homem pobre e viúvo, Pedro (Pinheiro). Certo dia um amigo de Pedro lhe dá o conselho dela ir à cidade mais próxima do povoado em que vivem, em Arouca, trazer pães para vender e ganhar alguns trocados. Ela fica entusiasmada com a experiência e bastante encantada com o mundo que não conhecia de Arouca, de mulheres que se vestem bem e dos homens fidalgos. No caminho para lá, desperta a paixão de André (Santos), um pastor de ovelhas. Em Arouca do Fidalgo da Mó (Marques). Sofrendo eventuais maus tratos do pai rude, Ana confessa a tia que irá fugir com o Fidalgo, que lhe prometeu uma vida de luxo no Por

Filme do Dia: Space Kid (1966), Seymour Kneitel

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S pace Kid (EUA, 1966). Direção: Seymour Kneitel. Rot. Original: Irving Dressler. Música: Winston Sharples. Mesmo sendo um dos últimos exemplares da série Noveltoons (1943-67), procurou se adaptar tanto em termos temáticos – lidando com o universo do espaço, então bastante em voga e não mais com fantasias tradicionais, motivo básico dos desenhos tradicionais da série – quanto de estilo e modo de produção, mais próximo de traços sem grande riqueza de direção de arte que invadiam as televisões então. O filme inteligentemente inverte a usual lógica de uma criança terrestre se aventurando pelo espaço, apresentando um garoto extraterrestre que decide visitar a Terra a partir de um conselho da mãe que, incomodada com sua bagunça dentro de casa, indaga se ele não prefere passear pelo espaço.   Pena que tal criatividade não fique demonstrada no próprio corpo do episódio, que tira de um único e exclusivo motivo: o fato da criança ficar cuidando de um bebê enquanto sua mãe vai

Filme do Dia: L'Invitation au Voyage (1927), Germaine Dulac

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L ’Invitation du Voyage (França, 1927). Direção: Germaine Dulac. Rot. Adaptado: Germaine Dulac & Irène Hillel-Erganger, a partir de um poema de Baudelaire. Fotografia: Paul Guichard & Lucien Bellavoine. Cenografia: César Silvagni. Com: Emma Gynt, Raymond Dubreuil, Robert Mirfeuil, Paul Lorbert, Tania Daleyme, Djemil Anik, Lucien Bataille. Mulher (Gynt), cansada do marasmo de seu casamento, resolve sair para a noite e, na boate, sente-se atraída por um marinheiro (Dubreuil) do qual, após certo tempo, aproxima-se. Pouco tempo depois, no entanto, o marinheiro passa a dar atenção a outra mulher, dançando com ela, mesmo enviando flores para a primeira. A mulher decide ir embora. O marinheiro, após afastar a segunda mulher de si, sente-se triste por não ter conseguido concretizar a fantasia de leva-la a conhecer seu barco. Nessa adaptação de um poema de Baudelaire o que mais se destaca é o forte simbolismo associado ao desejo. E aqui conquistando uma representação apropr

Filme do Dia: O Homem Nu (1968), Roberto Santos

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O  Homem Nu (Brasil, 1968). Direção: Roberto Santos. Rot. Adaptado: Roberto Santos & Fernando Sabino, baseado no conto de Sabino. Fotografia: Hélio Silva. Música: Rogério Duprat. Montagem: Silvio Reinoldi. Dir. de arte: Romeu Camargo. Com: Paulo José, Leila Diniz, Esmeralda Barros, Irma Alvarez, Ana Maria Nabuco, Osvaldo Loureiro, Íris Bruzzi, Ruth de Souza, Jofre Soares, Milton Gonçalves.          Conhecedor do folclore brasileiro, o professor Sílvio Proença (José) decide ir a São Paulo, participar de um congresso sobre o tema, deixando a esposa, Mariana (Diniz), no Rio. Porém, impossibilitado de partir, vai dormir com um grupo de boêmios que casualmente encontra no aeroporto, na residência de Marialva (Barros). No dia seguinte, a porta bate quando vai pegar o pão no corredor e ele fica completamente nu. A partir daí começa uma longa e cansativa tentativa de voltar a se vestir que passa por um armário, uma sauna, moradias improvisadas de miseráveis, oficina mecânica e a pra

Filme do Dia: Red Hot Riding Hood (1943), Tex Avery

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  R ed Hot Riding Hood (EUA, 1943). Direção: Tex Avery. Música: Scott Bradley. Esse que é a primeiro de uma série de animações que, devido ao extremo sucesso dessa, Avery desenvolveria na meia dúzia de anos seguintes parodiando a história de Chapeuzinho Vermelho, já apresenta todos os motivos que voltarão a ser explorados posteriormente: auto-referência ao universo de produção (aqui os personagens em seu prólogo convencional reivindicam que a história seja recontada de forma “sexy e urbana”, cansados que estão de reproduzirem sempre o mesmo estilo convencional, numa evidente alfinetada a Disney); referências um tanto evidentes a sexualidade tanto na histeria do lobo, encarnando uma janota que frequenta clubes noturnos, admirando a   dança de Chapeuzinho, uma bombshell mais provocativa do que suas similares de carne-e-osso contemporâneas; e uma vovó moderna e sexualmente ainda ativa, que corre ardentemente atrás do lobo (na versão original, o final os apresentava com f

The Film Handbook#146: Rob Reiner

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Rob Reiner Nascimento : 06/03/1945, Nova York, EUA Carreira (como diretor): 1984- A té estabelecer um estilo consistente, Robert Reiner é, no entanto, um dos mais promissores diretores de comédias a emergir da América nos anos recentes. Filho do ator-roteirista-diretor cômico Carl Reiner, ele primeiro se tornou conhecido por suas aparições regulares na série de tv Tudo em Família / All the Family , porém foi sua estreia em longa-metragem Isto é Spinal Tap / This is Spinal Tap > 1 que revelou um privilegiado novo talento na direção. Uma sátira de documentário de rock seguindo a nada ilustre turnê americana de uma banda britânica de heavy metal ficcional (mas inteiramente crível), o filme é notável tanto pela precisão de sua paródia dos métodos do documentário de Cinema Direto quanto por sua apaixonada e profunda sátira sobre os excessos da indústria da música: a artificialidade das festas promocionais, as letras vulgares e sexistas e a pose pretenciosas dos músicos, assim com

Filme do Dia: O Espinho no Coração (2009), Michel Gondry

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O  Espinho no Coração ( L’Épine dans le Couer , França, 2009). Direção e Rot. Original: Michel Gondry. Fotografia: Jean-Louis Bompoint. Montagem: Marie-Charlotte Moreau. Figurinos: Florence Fontaine. Inicia  de forma passível de ser lida como uma ficção que emula cacoetes documentais, algo nada incomum desde os anos 60, tais como o ajuste de foco em meio a cena em andamento. Pouco depois, no entanto, fica-se sabendo que o intuito desse documentário é se aproximar de uma tia de Gondry, Suzette, e sua família. O filme se avizinha de uma forma aparentemente nostálgica e leve da família Gondry, mas logo as rusgas começam a surgir. O filho de Suzette, Jean-Yves se afirma homossexual e com relação problemática com a mãe, também sua professora na escola. A mãe, afirmar ter sido ele sempre uma pessoa difícil e não necessariamente por ser homossexual, mas sim por ser um fraco. Com alguns  momentos de delicadeza, como a do reencontro da professora com duas de suas ex-alunas, que relembra

Filme do Dia: Sangue de um Poeta (1930), Jean Cocteau

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  S angue de um Poeta ( Le Sang d´un Poète , França, 1930). Direção, Rot. Original e Montagem: Jean Cocteau. Fotografia: Georges Périnal. Música: Georges Auric. Dir. de arte: Jean-Gabriel D´Aubonne & Jean d´Eaubonne. Figurines: Coco Channel. Com: Enrique Rivero, Elizabeth Lee Miller, Pauline Carlton, Odette Talazac, Jean Desbordes, Ferdinand Dichamps, Féral Benga. Um poeta terá que passar por vários ritos para conquistar a imortalidade. Mesmo já apresentando aqui muitos dos efeitos visuais que sofisticaria em produções posteriores a esse filme – considerado juntamente com Um Cão Andaluz e A Idade do Ouro , ambos de Buñuel – como a melhor expressão do surrealismo no cinema, está longe de conseguir o mesmo resultado daqueles. Também produzido pelo Visconde Noilles e com narrativa talvez ainda mais obscura do que as livres associações dos filmes de Buñuel , é prejudicado pelo tom auto-indulgente e auto-elegíaco, repositório de clichês românticos, com que o universo artísti

Filme do Dia: Inocente Donzela (1910), D.W. Griffith

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I nocente Donzela ( An Arcadian Maid , EUA, 1910). Direção: D.W. Griffith. Rot. Original: Stanner E.V. Taylor. Fotografia: G.W. Bitzer. Com: Mary Pickford, Mack Sennet, George Nichols, Kate Bruce, William J. Butler, William Lehrman, Frank Evans, Charles Craig. Uma criada (Pickford) consegue emprego numa fazenda em que, pouco depois, aparece um cigano (Sennet) que demonstra se encontrar apaixonado por ela, mas que na verdade apenas quer usá-la para saldar suas dívidas contraídas no jogo. Ela rouba do próprio patrão. Ele afirma a ela que o dinheiro é para providenciar o casamento e tenta fugir mas acaba sendo jogado do trem onde se encontrava. Ela, depois de todas as declarações dele sobre o quanto agira de má fé, devolve o dinheiro sem que ninguém perceba. Melodrama típico da época, com direito a uma cena na qual um boneco é visivelmente jogado do trem (evocativo de O Grande Roubo do Trem ) sendo a imagem substituída pela do ator, ninguém menos do que o futuro comediante

Filme do Dia: Fra' Diavolo (1942), Luigi Zampa

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F ra’ Diavolo (Itália, 1942). Direção: Luigi Zampa. Rot. Adaptado: Luigi Zampa, a partir da peça de Luigi Bonelli & Giuseppe Romualdi. Fotografia: Giovanni Vitrotti. Música: Constantino Ferri & Umberto Paoletti. Montagem: Rolando Benedetti. Cenografia: Ivo Batelli & Savino Fino. Figurinos: Giovanni Spellani. Com: Enzo Fiermonte, Elsa De Giorgi, Laura Nucci, Cesare Bettarini, Agostino Salvietti, Carlo Romano, Loris Grizzi, Marcello Giorda. No final do século XVIII, Fra’ Diavolo (Fiermonte) é conhecido pelo exército napoleônico como bandoleiro e tido como herói pelos camponeses, grupo social ao qual faz parte, por sua luta pela libertação de Nápoles do domínio francês. Após casar com a influente e rica Fortunata (Consiglio), ele se torna general do exército napolitano. Porém, a vida doméstica e burguesa não o satisfaz, e ele continua a manter uma existência dupla, procurando salvar a pele de seus ex-companheiros de luta e mesmo voltando a comandar uma rebelião contr

Filme do Dia: Weiner (2016), Josh Kriegman & Elyse Steinberg

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W einer (EUA, 2016). Direção: Josh Kriegman & Elyse Steinberg. Rot. Original: Josh Kriegman, Elyse Steinberg & Eli B.Despres. Fotografia: Josh Kriegman. Música: Jeff Beal. Montagem: Eli B. Despres . Documentário que segue os bastidores da campanha à prefeitura de Nova York em 2013 do candidato democrata Anthony Weiner, mesmo após esse ter renunciando a sua carreira como agressivo parlamentar no congresso, fazendo uso de estratégias próximas de alguns candidatos republicanos, após o vazamento de fotos suas de roupa íntima e excitado em contatos pela internet dois anos antes. Quando inevitavelmente comparado com filmes referenciais de bastidores de uma campanha política como o clássico Primárias (1960), de Drew, fica bastante demarcado o que separa duas épocas, e isso em termos conceituais mais amplos, já que por seu próprio estilo esse documentário se encontra distante de representar algum marco em seu gênero como aquele. É a cultura da performance, da excessiva can