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Mostrando postagens com o rótulo "Uma Arte- As Cartas de Elizabeth Bishop"

Cartas Elizabeth Bishop#5

O pintor ou bombeiro mais miserável que a gente pega aqui sempre troca de roupa no trabalho e toma um banho de chuveiro no banheiro de empregada e põe a roupa de andar na rua antes de sair. Vivem na imundície, o que é inevitável, mas quanto ao asseio pessoal são limpíssimos. Já os ingleses não são. Pessoas formadas em Oxford fedem. Carta a Robert Lowell, 26 de agosto de 1963

Cartas Elizabeth Bishop#4

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Ontem  nos divertimos ouvindo [pelo rádio] a volta da seleção brasileira de futebol da Suécia - eles finalmente ganharam o campeonato mundial e todo o Brasil está em êxtase - até os bancos fecharam. É muito mais importante para eles do que seria um Sputnik. Parece que o time foi apresentado ao rei da Suécia, e um deles perdeu a cabeça e tentou abraçar o rei, à maneira brasileira. Eles são mesmo umas gracinhas - uns homens baixinhos, de todos os tons do negro ao branco, e se abraçam e se beijam e choram de entusiasmo quando fazem um gol, etc. - e correm muitíssimo depressa. A Lota estava  voltando do Rio e levou horas num engarrafamento - foi uma multidão ao aeroporto, e os pobres jogadores não podiam nem mesmo sair do avião - ficaram trancados lá dentro. Doze jatos os acompanharam. Todo mundo acha que isso significa que virão "dias melhores para o Brasil". Deus sabe por que, ou de que modo - e este é um bom exemplo do jeito de ser deste povo tolo porém simpático. Nossa coz...

Cartas Elizabeth Bishop#2

Mas sempre gostei das histórias a respeito de Shelley, que andava por Oxford olhando para dentro dos carrinhos de bebê; uma vez ele perguntou a uma mulher que levava um bebê no colo: "Minha senhora, seu filho pode nos dizer alguma coisa a respeito da preexistência?" (Carta de Elizabeth Bishop a Robert Lowell, 30/06/1948)

Cartas Elizabeth Bishop#1

A livraria daqui é de um inglês e sua mulher, que é uns vinte anos mais velha que ele, mas muito bonita, com cabelos pintados de um tom vivo de rosa. Os dois ficam jogando xadrez no canto e detestam ser interrompidos por um freguês. No outro dia um conhecido meu entrou lá para comprar um livro e o pediu muito timidamente. Hugh, o inglês, disse: "Meu Deus! Será que você não vê que estou prestes a fazer uma jogada?" (em carta de Elizabeth Bishop a Robert Lowell, 1 de janeiro de 1948)