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Filme do Dia: Boilesk (1933), Dave Fleischer

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  B oilesk (EUA, 1933). Direção: Dave Fleischer. Um tradicional show de burlesco em Berlim, não parece animar o público a se tornar espectador do mesmo, até um determinado número... Essa evocação da féerica cena artística berlinense – no ano da ascensão do Nazismo – não deixa escapar motivos de fortes conotações sexuais, impensáveis pouco tempo depois, como o número do teatro burlesco no qual um casal que se despede apaixonadamente várias vezes, e quando o marido finalmente sai, uma pequena multidão de outros homens emerge dos cantos mais diferentes do quarto. Ou o número de strip-tease que lota o teatro antes ocupado apenas por um solitário espectador. Lá pela metade do curta ocorre a interação entre ação ao vivo e animação, prática trabalhada de forma muito mais criativa (e tecnicamente mais eficiente) na década anterior, pelos próprios Fleischer inclusive. E aqui sequer chega a existir uma interação real entre os dois universos, pois quando as Irmãs Watson sobem a ribalta, tem-s

Filme do Dia: Mallorca (1933), María Forteza

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  M allorca (Espanha, c. 1933-34). Direção: María Forteza. Redescoberto quase um século após nos arquivos espanhóis, esse curta provavelmente é a primeira obra cinematográfica dirigida por uma mulher no país.  Suas imagens apresentam uma sensibilidade que provavelmente “falam” mais que o discurso de seu narrador over , homem, tal como a quem o filme é dedicado, o compositor Isaac Albéniz, falecido em 1909, de quem as cartelas iniciais fazem referência de que o filme foi inspirado “na estética de tua música”, fazendo inteligente associação entre a cultura do país como mais que um pano de fundo, mas aparentemente uma força propulsora na organização das imagens, como era comum nas então populares sinfonias urbanas, sobretudo à época do cinema mudo. Muitas das imagens são recortadas a partir dos arcos da cidade histórica. Por sorte a voz over tem papel relativamente pequeno. E são as edificações históricas que ganham primeiro plano, ao som de uma música nostálgica (a cargo de Rafael Par

Filme do Dia: O Velho da Montanha (1933), Dave Fleischer

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  O  Velho da Montanha ( The Old Man of the Mountain , EUA, 1933); Direção: Dave Fleischer. Numa montanha, um velho passa a aterrorizar animais e humanos. Betty Boop vai ao encontro dele e passa a ser perseguida, sendo salva somente por conta dos animais que se reúnem e atacam o velho. Como em Minnie the Moocher , do ano anterior, Cab Calloway e sua orquestra surgem ao início. Se o prólogo ao vivo não possui qualquer organicidade com o universo animado e ficcional que se segue, sua música não apenas provoca um elemento de continuidade entre os dois mundos, como Calloway ou o homem negro, se dilatarmos a analogia, pode servir como metonímia, inclusive, para uma personagem branca e velha tal como o vilão aqui retratado, e sua energia sexual desmedida – o Velho encarna a voz de Calloway a determinado momento. E Fleischer provoca uma torção maliciosa em um clichê típico dos contos de fadas, apropriado ad nauseum pelos filmes da Disney, em que os animais ajudam os humanos de “bom coraç

Filme do Dia: Feiticeira das Águas (1933), Kenji Mizoguchi

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  F eiticeira das Águas ( Taki no Shiraito , Japão, 1933). Direção: Kenji Mizoguchi, Takumei Seiryo & Seiryo Takuaki. Rot. Adaptado: Yasunuga Higashibojo, Shinji Masuda & Kennosuke Takeoka, a partir do romance de Kyoka Izumi. Fotografia: Minoru Miki. Montagem: Tatsuko Sakane. Dir. de arte: Shichiro Nishi. Com: Takako Irie, Tokihiko Okada, Nobuo Kosaka, Kumeko Urabe, Suzuko Taki, Bontarô Miake, Ichirô Sugai A famosa artista das águas Taki no Shirahito (Irie) se apaixona pelo intempestivo e orgulhoso cocheiro da carruagem que a leva com sua trupe, Kinya Murakoshi (Okada). Tempos depois, ela o encontra vulnerável e desempregado dormindo numa ponte. Acolhe-o em sua casa e afirma que bancará seu estudos, pois quer vê-lo um grande homem. Para ele, ela não é   a artista famosa, apenas Tomo Mizushima, uma garota como outra qualquer. Murakoshi parte para Tóquio. Dois anos se passam. Enquanto Murakoshi recebe ajuda dela para se formar em direito, ela enfrenta a vida de artista itineran

Filme do Dia: Uma Noite Sobre o Monte Calvo (1933), Alexander Alexeieff & Claire Parker

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  U ma Noite Sobre o Monte Calvo ( Une Nuit sur le Mont Chauve , França, 1933). Direção: Alexander Alexeieff & Claire Parker. Clássico da animação, evoca as sensações de uma criança em um ambiente inóspito, no caso o sombrio Monte Calvo, onde cavalos, sombras e bruxos parecem se confundir. Longe de pretensões realistas, o filme funde e transforma seres, demonstrando a capacidade de invenção da animação e sua recusa ao cânone de servir como mera antropormofização de animais que já estava se instituindo no momento com as produções Disney. Até mesmo a percepção de se tratar da fantasia de uma criança é uma liberdade para com o filme, pois esse não apresenta nenumha ordem de hierarquia, entre humanos, animais e natureza física. A música de Mussorgski é o elemento rítimico central. Sua técnica de alfinetes em tela suscita uma imagem não de todo definida, fundamental para a atmosfera onírica resultante.| 8 minutos e 22 segundos.

Filme do Dia: A Delinquente (1933), Yasujirô Ozu

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  A   Delinquente ( Hijôsen no Onna , Japão, 1933). Direção: Yasujirô Ozu. Rot. Original: Tadao Ikeda, a partir do argumento de Ozu. Fotografia: Hideo Shigehara. Montagem: Kazuo Ishikawa & Minoru Kuribayashi. Dir. de arte: Yonekazu Wakita. Cenografia: Takeshi Hoshino. Figurinos: Kurenai Saitou. Com: Kinuyo Tanaka, Jôji Oka, Sumiko Mizukubo, Kôji Mitsui, Yumeko Aizome, Yoshio Takayama, Koji Kaga, Yasuo Nanjo. Tokiko (Tanaka) trabalha em um escritório no qual o filho do chefe lhe corteja. Ela, no entanto, apenas possui olhos para o gângster Jyoji (Oka). Um jovem estudante, Hiroshi (Mitsui) decepciona sua irmã, Kazuko (Mizukubo) quando pretende se unir ao grupo de Jyoji. Jyoji, por sua vez, sente-se atraído por Kazuko, provocando forte crise de ciúmes de Tokiko. Já de início salta aos olhos tanto cacoetes de um estilo visual que seria refinado na maturidade, com montagens de planos de corte seco de objetos  e elegante angulação intercalados por eventuais  travellings descritivos

Filme do Dia: Camicia Nera (1933), Giovacchino Forzano

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  C amicia Nera (Itália, 1933). Direção e Rot. Original: Giovacchino Forzano. Fotografia: Mauro Albertelli,  Eugenio Bava, Mario Craveri, Ercole Granata & Giulio Rufini. Música: Gian Lucca Tocchi. Montagem: Mario Bonotti & Giovacchino Forzano. Dir. de arte: Antonio Valente. Com: Enrico Marroni, Antonietta Mecale, Enrico Da Rosa, Guido Petri, Lamberto Patacconi, Pino Locchi, Vinicio Sofia, Renato Tofoni. Membros de uma comunidade, e o povo italiano como um todo, sentem a eclosão da I Guerra Mundial, com os socialistas defendendo a neutralidade mas sendo rapidamente subjugados pelo patriotismo fascista, influenciado pelos artigos escritos por Mussolini. Um ferreiro (Da Rosa) parte para a guerra, mesmo contra a vontade de seu pai. Porém, se retorna feliz para reencontrar o filho (Locchi) já mais crescido e, inclusive, sabendo ler, a sorte não se repete é ferido gravemente, em 1918, na frente francesa, vítima de uma granada e permanece em estado de choque. Sua família vai pessoal

Filme do Dia: Chinaman's Chance (1933), Ub Iwerks

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C hinaman´s Chance (EUA, 1933). Direção: Ub Iwerks. Se alguns episódios da série do sapo Flip são toscos ( Movie Mad ) e outros apresentam já muito do talento criativo de Iwerks ( Soup Song ) esse aqui conseguir unir aos traços já mais apurados alguns momentos para lá de interessantes como os que o personagem, aqui policial, acaba se drogando com ópio e tendo uma viagem que Iwerks consegue reproduzir através de da trucagem óptica semelhante (seria a mesma?) comumente utilizada nos filmes de ação ao vivo efetivada com uma câmera utilizada justamente para esses fins, que deixa todas as imagens turvas.  Aliás, seu talento para trucagens óticas o levará, ao final da carreira, a colaborar com produções de longa-metragem célebres tais como Os Pássaros (1963), de Hitchcock e Mary Poppins (1964). Curiosamente, provavelmente por motivos financeiros, a série continuou como desde o início sendo produzida em p&b, quando praticamente todos as concorrentes já faziam uso de cores. A represen

Filme do Dia: Uma História de Amor (1933), Max Ophüls

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U ma História de Amor ( Liebelei , Alemanha, 1933). Direção: Max Ophüls. Rot. Adaptado: Max Ophüls, Curt Alexander & Felix Salten, baseado na peça de Arthur Schnitzler. Fotografia: Franz Planer. Música: Theo Mackeben. Montagem: Friedel Buckow. Dir. de arte: Gabriel Pellon. Figurinos: Adolf Braun. Com: Wolfgang Liebeneiner, Magda Schneider, Luise Ullrich, Carl Esmond, Gustav Gründgens, Olga Tschechowa, Paul Hörbiger, Paul Otto. Na Viena do início do século XX, o tenente Lobheimer (Liebeneiner) é amante da Baronesa Von Eggersdorff (Tschechowa), esposa de seu superior no Exército e amigo de seu pai, Barão von Eggersdorff (Gründgens). Porém, em uma noite que encontra-se com o amigo Theo (Esmond) e Mizzi (Ullrich), a garota que corteja, acaba aproximando-se da amiga de Mizzi, Christine (Schneider). A partir do momento que decide romper com a Baronesa, contra a vontade dela, os boatos chegam ao ouvido do Barão que o desafia a um duelo. Na véspera do duelo, Lobheimer tenta despedir-

Filme do Dia: O Homem Invisível (1933), James Whale

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O   Homem Invisível ( The Invisible Man , EUA, 1933). Direção: James Whale. Rot. Adaptado: R.C. Sheriff, baseado no conto de H.G. Wells. Fotografia: Arthur Edeson. Música: Heinz Hoelmhead. Montagem: Ted J. Kent. Dir. de arte: Charles D. Hall. Com: Claude Rains, Gloria Stuart, William Harrigan, Henry Travers, Una O’Connor, Forrester Harvey, Holmes Herbert, E.E. Clive. O cientista Jack Griffins (Rains) se transforma no Homem Invisível. Ele viaja para um pequeno vilarejo britânico, mas os efeitos da transformação também lhe provocam alterações de personalidade e   ele passa a aterrorizar   a população, divertindo-se as custas deles, e acreditando que irá dominar o mundo. Uma extensa força policial e diversas operações são montadas para detê-lo, inclusive quando ele anuncia que irá assassinar o cientista e sócio que não conseguiu lhe auxiliar o retorno a visibilidade e sanidade, Arthur Kemp (Harrigan), e o acaba efetivamente fazendo. Quando ele se refugia no celeiro de uma fazenda,

Filme do Dia: Os Dragões da Morte (1933), Stuart Walker

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O s Dragões da Morte ( The Eagle and the Hawk , EUA, 1933). Direção: Stuart Walker. Rot. Adaptado: Seton I. Miller & Bogart Rogers, a partir do conto de John Monk Saunders. Fotografia: Harry Fischbeck. Música: John Leipold. Montagem: James Smith. Dir. de arte: Robert Odell. Figurinos: Travis Banton.  Com: Fredric March, Cary Grant , Jack Oakie, Carole Lombard, Guy Standing, Forrest Harvey, Kenneth Howell, Leyland Hogdson. Sensível às mortes que se sucedem dos artilheiros que voam com ele, o exímio piloto do exército norte-americano em combate na I Guerra Mundial Young (March), percebe subitamente que o próximo a ser escalado para o posto é ninguém menos que seu melhor amigo, Henry Crocker (Grant). O mal estar que acompanha Young, inclusive em servir como modelo e fomentador dos jovens recém-chegados ao cenário de guerra, parece se objetificar ao observar com Crocker um dos garotos que havia feito um discurso improvisado sob pressão do general, morto após um ataque aéreo ini

Filme do Dia: Confins (1933), Boris Barnet

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C onfins ( Okraina , URSS, 1933). Direção: Boris Barnet. Rot. Adaptado: Boris Barnet & Konstantin Finn, a partir de conto do segundo. Fotografia: Mikhail Kirillov & A.Spiridonov. música: Sergei Vasilenko. Dir.de arte: Sergei Kozlovski. Cenografia: G.Kogan. Com: Aleksandr Chistyakov, Sergey Komarov, Yelena Kuzmina, Nikolai Kriuchkov, Nikolai Bogolyubov, Hans Klering, Mikhail Zharov, Vladimir Uralski. 1914. o cotidiano de uma pequena aldeia, cujos eventos mais excitantes até então se resumiam a uma greve e posterior repressão policial, é abalado com o início da I Guerra Mundial, e a partida de vários de seus jovens para o combate. Um desses, Sensa Kadkin (Kriuchkov), filho do sapateiro Nikolai   (Bogolyubov) é morto em combate. Anka (Kuzmina) se interessa por um alemão, Mueller (Klering) e o leva para sua casa, mas seu pai o expulsa e Nikolai o chama para trabalhar com ele, sendo espancado por um grupo revoltado. Anka intervém por ele. 1917. O tzar abdica. Os soldados que p

Filme do Dia: Ugokie Kori no Tatehiki (1933), Ikuo Oishi

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U gokie Kori no Tatehiki (Japão, 1933). Direção: Ikuo Oishi. Animação japonesa visivelmente inspirada nas do Gato Félix apresenta uma raposa que se transforma em samurai enquanto pai e filho gatos travam uma disputa com a raposa/samurai. Toda a lógica da animação está centrada nas transformações que os personagens fazem de si próprios, apropriação de recurso bastante utilizado nos desenhos produzidos por Pat Sullivan. O diferencial aqui, além do contexto japonês tradicional e de música igualmente tradicional, é a morte ao final, recurso que quando utilizado na animação ocidental geralmente  possui uma conotação humorística correlata.  As exceções a confirmar a regra são as trágicas mortes de inspiração fabular tradicional dos longas da Disney posteriores. P.C.L Manga-bu. 11 minutos.

Filme do Dia: Zero em Conduta (1933), Jean Vigo

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Z ero em Conduta ( Zéro de Conduite , França, 1933) Direção, roteiro e montagem: Jean Vigo. Música: Maurice Jaubert. Com: Louis Lefévre, Gilbert Pluchon, Gérard  de Bédarieux, Constantin Goldenstein-Kehler, Jean Dasté, Robert Le Flon, Delphin, Du Verron. Colin (Pluchon), Caussat (Lefévre) e Bruel (Goldstein-Kehler) voltam de trem às aulas no internato em que estudam. Enquanto se divertem, inventando várias brincadeiras, subitamente o companheiro de cabine cai morto no chão. Quando chegam a estação e relatam o fato, ele aparece e se apresenta como sendo o novo professor da escola, Huguet (Dasté). Ainda na estação, surge um novo aluno, Tabard (Bédarieux), a quem sua mãe pede desculpas por se encontrar adoentado e que só irá para a escola no dia seguinte. Dormitório dos alunos. Silêncio completo. No centro do dormitório, um cubículo, com uma tenda armada onde dorme o supervisor conhecido pelos jovens como Dry-Fart (Le Flon). Logo, no entanto, ruídos imitando animais ressoam e Dry-

Filme do Dia: Fétiche (1933), Wladyslaw Starewicz

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F étiche (França, 1933). Direção,  Rot. Original, Fotografia e Dir. de arte: Wladyslaw Starewicz. Música: Edouard Flament. Mãe pobre que não tem uma laranja para dar a seu filho, costura um cachorro de pelúcia que ganha vida com suas lágrimas e se aventura pelo mundo atrás da laranja nesse surpreendente curta que faz uso da mescla entre ação ao vivo e animação não a partir de desenhos, mas da utilização de stop motion com   bonecos. Técnica a qual Starewicz é um dos nomes e pioneiros (foi o realizador da primeira animação com bonecos em 1912). Tornou-se o primeiro de uma série programada para ter doze filmes, sendo que cinco foram produzidos.   É digno de se observar que apesar do encantamento infantil se fazer aqui presente, a crueldade e o horror não se encontram igualmente ausentes. É o caso do tétrico “inferno” no qual o pequeno cachorro irá ingressar, repleto de figuras horrorosas e que trapaceiam umas com as outras por interesses, de forma curiosamente próxima dos humanos.

Filme do Dia: Footnote to Fact (1933), Lewis Jacobs

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F ootnote to Fact (EUA, 1933). Direção: Lewis Jacob. Era para fazer parte de uma tetralogia sobre a depressão americana e acebou sendo o único. Jacobs utiliza uma montagem hiper-acelerada. Enquanto uma mulher se balança numa cadeira, numa ação que mais parece de um exercício repetido, o mundo também se movimenta lá fora.   Há evidentes alusões a Eisenstein , sobretudo no momento em que contrapõe porcos abatidos e homens em situação semelhante, esparramados no chão. Jacobs parece ironizar com a classe média. A jovem a certo momento parece acordar de seu estado de torpor, porém as imagens mais distintas entrevistas (crianças brincando na rua, desempregados, manifestações fascistas e anti-fascistas) a motivam não para uma tomada de consciência, como seria de se esperar no seu modelo soviético (nesse caso, por se tratar da protagonista do filme), mas para o suicídio com gás. Seu panfletarismo um tanto esquemático   – a sequência muito acelerada de montagem ocorre próximo ao final,

Filme do Dia: My Motherland (1933), Iosif Kheifits & Aleksandr Zarkhi

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M y Motherland ( Moya Rodina , União Soviética, 1933). Direção: Iosif Kheifits & Aleksandr Zarkhi. Rot. Original: Mikhail Bleiman, Iosif Kheifits & Aleksandr Zarkhi. Fotografia: Moisei Kaplan. Música: Gavriil Popov. Dir. de arte: Nikolai Suvorov. Com: Bari Haydarov, Gennadiy Michurin, Aleksandr Melnikov, Yanina Zhejmo, Yun Fa-shu, Konstantin Nazarenko, Lyudmila Semyonova, Oleg Zhakov. O exército chinês inicia  uma invasão do território soviético a partir de uma ponte situada na fronteira. Vários soldados soviéticos se mantem cumprindo o seu dever de resguardar a fronteira mesmo sob o custo de suas vidas ou de sua integridade física. Dentre os muitos chineses capturados se encontra Van (Haydarov). Alguns homens do Exército Vermelho como Vaska (Melnikov) e Malyutka (Nazarenko) aprendem algumas palavras em chinês. Um dos líderes da frente soviética, Vasily, é capturado e torturado por um grupo de militares chineses unido aos brancos russos. O jovem Van é testemunha da covar

Filme do Dia: King Klunk (1933), Walter Lantz

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K ing Klunk (EUA, 1933). Direção: Walter Lantz. Música: James Dietrich. Episódio da série animada com Pooch, the Pup, que não foi comercialmente exibida no Brasil e apresenta uma primeira sátira ao recente mega-sucesso King Kong , lançado menos de seis meses antes, e sem créditos para direção. Seguindo elementos básicos da trama do filme, deve-se observar apenas que dentre os elementos paródicos se encontra uma personagem africana que se apaixona por Pooch, conseguindo a animação elevar ainda mais o grau de racismo já existente em seu original, no momento em que Pooch toma um tremendo susto ao perceber que sua jovem namorada branca fora substituída por uma garota africana de lábios carnudos e fitinhas no cabelo, mais alusivas a um estereótipo das crianças negras do sul dos Estados Unidos que propriamente africanas. O gorila recebe flechadas no traseiro do cupido para ter sua paixão pela namorada de Pooch atiçada (recurso já entrevisto no anterior A Wet Night , da série do coelho

Filme do Dia: Longe de Ti (1933), Mikio Naruse

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L onge de Ti ( Kimi to Wakarete , Japão, 1933). Direção e Rot. Original: Mikio Naruse. Fotografia: Sutekarô Inokai. Dir. de arte: Tatsuo Hamada. Cenografia: Kojirô Kawasaki & Matasaburo Okuno. Figurinos: Tose Tanaka. Com: Mitsuke Yoshikawa, Sumiko Mizukubo, Akio Isono, Reikichi Kawamura, Ryuko Fuji, Yôko Fujita, Tomio Aoki, Chôko Iida. Kikue (Yoshikawa) é gueixa para sustentar Yoshio (Isono), seu filho, que prefere cabular as aulas e ficar deitado ao léu ou sair com seus amigos arruaceiros. Um colega seu vai a casa dele e conta que ele não tem aparecido pela escola para Kikue. Shôkiku (Mizukubo), tida por Kikue, como tendo uma amizade fraternal, preocupa-se com ele. Shôkiku nutre por Yoshio algo além do amor fraternal e vice-versa. Ela o alerta para a ótima mãe que possui e que ela não gosta do trabalho que faz. Quando Kikue se excede brigando com o homem que a sustenta, Yoshio e Shôkiku velam por ela. Yoshio decide deixar o grupo de arruaceiros e é espancado e humi