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Mostrando postagens com o rótulo Dave Fleischer

Filme do Dia: Vaudeville (1924), Dave Fleischer

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  V audeville (EUA, 1924). Direção Dave Fleischer. Com Max Fleischer. Koko se torna mestre de cerimônias e faz-tudo (bilheteiro, músico) de um cinema que apresenta igualmente números de vaudeville. Guindado a tal função por seu desenhista, Max Feischer (Fleischer). O jogo de espelhamentos dos frames iniciais deste curta já apontam para o quão antenados eram os Fleischer, alguns anos antes de, em um contexto empresarial outro, produzirem as soporíferas animações coloridas da década seguinte. Aqui o próprio tema de Max Fleischer em sua mesa de trabalho, em plena interação com os seres animados que cria, surge primeiramente como desenho, antes de observarmos seu equivalente em ação ao vivo. Este jogo persiste mais adiante, como Koko se tornando bilheteiro de um cinema, onde imita o ídolo do western de então Will Rogers , em um espetáculo que remete ao título do curta. Os números que são exibidos nos filmetes exibidos no cinema sob mediação de Ko-Ko, são versões animadas nada distan

Filme do Dia: Mariutch (1930), Dave Fleischer

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M ariutch (EUA, 1930). Direção: Dave Fleischer. Imigrante italiano se despede choroso de sua Mariutch apenas para descobrir que a mesma se apresenta em um espetáculo de vaudeville. Como é habitual na série, ocorre uma interrupção da ação, mais ou menos em sua metade, para que se acompanhe a letra e a canção, aqui prenunciada pela voz de um narrador. O número que Mariutch se encontra em vias de se apresentar sugere ser nada menos que de strip-tease , o que juntamente com os prolongados beijos molhados do casal quando de sua despedida demonstra o quão mais ousados tais desenhos eram do que se tornariam ao longo da década com a imposição do padrão Disney de animação e a vigência do Código Hays . Fleischer Studios para Paramount Pictures. 6 minutos e 50 segundos.    

Filme do Dia: All's Fair at the Fair (1938), Dave Fleischer

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  A ll's Fair at the Fair (EUA, 1938). Direção: Dave Fleischer. Música: Edward Heyman & Sammy Timberg. Nessa animação acompanhada por nostálgica canção, estrutura recorrente da série Color Classics , da qual faz parte, um casal caipira se encanta com a Exposição Universal, onde tudo é mecanizado, da barbearia e do salão de beleza até a produção do suco ou o companheiro de dança. O universo caipira, fonte de inspiração de comédia desde a tenra idade do cinema aqui não chega a ser escamoteado como pode ser pensado ao início do curta. Longe daqui se faz, por exemplo, a caricatura grotesca de Rube and Mandy at Coney Island (1903), de Porter. Aqui não há o choque ou o conflito com o novo, que poderia gerar a situação cômica, mas o deslumbramento e a rápida assimilação desse moderno como prática a ser seguida, algo que fica explicitado em seu final, quando o casal, que havia chegado em uma lenta carroça em meio a multidão frenética de carros, sai com seu próprio carro, levando o ca

Filme do Dia: O Velho da Montanha (1933), Dave Fleischer

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  O  Velho da Montanha ( The Old Man of the Mountain , EUA, 1933); Direção: Dave Fleischer. Numa montanha, um velho passa a aterrorizar animais e humanos. Betty Boop vai ao encontro dele e passa a ser perseguida, sendo salva somente por conta dos animais que se reúnem e atacam o velho. Como em Minnie the Moocher , do ano anterior, Cab Calloway e sua orquestra surgem ao início. Se o prólogo ao vivo não possui qualquer organicidade com o universo animado e ficcional que se segue, sua música não apenas provoca um elemento de continuidade entre os dois mundos, como Calloway ou o homem negro, se dilatarmos a analogia, pode servir como metonímia, inclusive, para uma personagem branca e velha tal como o vilão aqui retratado, e sua energia sexual desmedida – o Velho encarna a voz de Calloway a determinado momento. E Fleischer provoca uma torção maliciosa em um clichê típico dos contos de fadas, apropriado ad nauseum pelos filmes da Disney, em que os animais ajudam os humanos de “bom coraç

Filme do Dia: The Cobweb Hotel (1936), Dave Fleischer

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  T he Cobweb Hotel (EUA, 1936). Direção: Dave Fleischer. Rot. Original: Bill Turner. Essa animação sem dúvida se destaca da série Color Classics , sempre protagonizada por temas adocicados ou, no mínimo, amenos, pelo sombrio e grotesco. Aqui, uma aranha possui um hotel que aparentemente oferece todo o conforto aos seus hospedes insetos, mal sabendo eles que ficarão presos em suas teias. É o que parece acontecer com o casal de abelhas recém-casadas que lá decide se hospedar. Porém, unindo-se com outros companheiros insetos, libertos das teias por uma das abelhas, eles conseguem coletivamente derrotar a malévola aranha – criação bastante inspirada em seu horrendo aspecto. A criatividade aliada a alguns clichês dos filmes de horror, utilizados parcimoniosamente, assim como a própria canção, Spend the Night at the Cobweb Hotel auxiliam a transformar esse episódio no talvez mais interessante de toda a série. Fleischer Studios para Paramount Pictures. 7 minutos e 53 segundos.

Filme do Dia: Goonland (1938), Dave Fleischer & Seymour Kneitel

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  G oonland (EUA, 1938). Direção: Dave Fleischer & Seymour Kneitel. Popeye viaja até a terra dos horríveis Goons, criaturas que apenas trabalham. Lá descobreo seu pai, Pappy, aprisionado. Ele tenta se fazer ouvir, mas Pappy o ignora até o momento em que,   correndo risco de vida, Pappy consegue ter acesso a uma lata de espinafre e salva o filho, que entra em luta acirrada contra os Goons. Essa animação em p&b, é a primeira a apresentar tanto Pappy quanto os Goons, que se tornaram então recorrentes nas tiras dos jornais de Popeye. Porém, mais do que isso, o que chama a atenção aqui é a presença do recurso a referência do suporte fílmico – a certo momento a briga entre Popeye e os Goons é tão intensa que o filme se rompe e observamos mãos em um laboratório fazendo as emendas necessárias – e a interação entre animação e ação ao vivo, algo praticamente banido do universo de animação de então, ainda que de forma bem mais modesta do que o habitual na obra muda de Fleischer. Fleis

Filme do Dia: Trip to Mars (1924), Dave Fleischer

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  T rip to Mars (EUA, 1924). Direção: Dave Fleischer. Esse curta envereda por uma saudável e tresloucada fantasia, dando  destaque e reelaborando de modo mais sofisticado um dos temas que sempre acompanhou o universo da animação desde os seus primórdios, o da relação entre o animador e a animação que ganha vida própria e interage, podendo inclusive se voltar contra o seu próprio criador. Fleischer faz referência ao universo da criação desde o início, quando surge em sua prancheta criando traços de modo espontâneo e desarticulado. Aos poucos, no entanto, surge a figura do palhaço Koko, personagem recorrente de sua produção na época e que ele acredita que possui pertinência o suficiente para acompanhar o restante da trajetória. A partir de uma cartela que explica o fascínio de Fleischer pela astronomia, ele resolve enviar seu pequeno ser ao espaço, contra a vontade desse.  Koko, para se vingar, coloca dinamite ao pé da escrivaninha do criador que acaba voando até marte por conta da exp

Filme do Dia: Invisible Ink (1921), Dave Fleischer

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  I nvisible Ink (EUA, 1921). Direção: Dave Fleischer. Max Fleischer busca trabalhar em sua prancheta mas é impedido pela súbita aparição do Palhaço Koko, que não o deixa se concentrar para fazer nada que não seja persegui-lo. O mais curioso nessa série de filmes realizados com o personagem é que ela sempre trabalha com um apurado conceito de interação entre animador e animação, fazendo uso de uma técnica bem sucedida de mesclar ação ao vivo e animação. No caso em questão, Fleischer após tentar diversas formas se livrar de Koko como uma porta desenhada ou tentando fazê-lo retornar para a tinta ou utilizar a tinta invisível que nomeia o filme, ao qual Koko acaba dando uma resposta inusitada em um dos trechos mais interessantes. Fleischer sofrrerá os reveses que Koko praticará no “mundo real”, fazendo com que o animador siga por um inusitado traçado no qual encontrará dezenas de personificações de Koko. Talvez o que se torna mais interessante, para além da técnica bem aplicada e das tr

Filme do Dia: Somewhere in Dreamland (1936), Dave Fleischer

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  S omewhere in Dreamland (EUA, 1936). Direção: Dave Fleischer. Casal de irmãos pequenos que passam o dia em árdua tarefa de juntar restos de madeira das ruas e que ocasionalmente se encantam com as belezas gastronômicas oferecidas pela vitrine de uma padaria, ao chegarem em casa, no entanto, a parca comida não os sacia da fome, provocando o choro da mãe. Sonham à noite com um mundo encantado, em que todas suas fantasias se realizam. E acordam diante da mesma realidade distante do sonho, porém nem tanto assim... Acordes da tradicional My Bonnie Lies Over the Ocean e, sobretudo, de um tema clássico bastante conhecido dão a tônica dessa visão da pobreza um tanto dickensiana (ou se quisermos nos ater ao cinema, chapliniana) em sua sentimentalidade. Quando se ingressa no mais que tradicional universo onírico como passaporte para fantasias coloridas musicadas que eram o cerne da animação da década, fica-se a indagar se o filme findará no próprio universo de fantasia ou retornará à dura

Filme do Dia: There's Something About a Soldier (1934), Dave Fleischer

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  T here’s Something About a Soldier (EUA, 1934). Direção: Dave Fleischer. Música: George Steiner & Sammy Timberg. Fazendo uso de uma composição do britânico Noel Gay composta para um filme de ação ao vivo, produzido no ano anterior, inclusive para seu título, essa animação curta tem ao menos uma passagem que se torna digna de nota, mesmo deixando de lado os dois beijos grandemente sensuais trocados por Betty Boop e seu galante soldado. Trata-se do momento em que o soldado, como todos os voluntários, resolve se alistar, a partir da sedução exercida por Betty. Aqui, voluntariamente ou não, ocorre um sagaz comentário sobre a padronização que o exército efetua literalmente sobre o corpo do indivíduo, que sai com uma postura padrão que o soldado deve ter.   Aliás, o soldado em questão, é de longe o mais atrativo da longa lista e apesar de já ter despertado a atração da heroína antes mesmo de sua metamorfose como militar, a qual aliás faz referência o título, a ganhará de fato evident

Filme do Dia: Ko-Ko's Conquest (1929), Dave Fleischer

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  K o-Ko’s Conquest (EUA, 1929). Direção: Dave Fleischer. Divertido curta mudo com o personagem do palhaço Koko, cujo principal atrativo é sua teia de referências  e conexões entre o mundo da animação e o da ação ao vivo. A forma como a ilustração de uma narrativa é inserida – o próprio Fleischer contando a Koko como conquistara sua medalha como herói, salvando as casinhas onde moram seus personagens animados da inundação através do escatológico recurso de beber  toda a água que esta vazando de um cano (ao mesmo tempo que observamos seu ventre se enchendo, numa cena evocativa do que o Mont Phyton fará, de material semelhante, décadas após com Monty Phyton – O Sentido da Vida ) – pode passar inicialmente despercebida. Fleischer cria uma garota que imediatamente se lança a água para que Koko venha salvá-la. Após salva-la, o casal se depara com um vilão. E fugindo desse caem do alto de uma travessia entre arranha-céus,  subitamente  não apenas dentro de uma igreja  mas já na posição de

Filme do Dia: I´m Afraid to Come Home in the Dark (1930), Dave Fleischer

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I ´ m Afraid to Come Home in the Dark (EUA, 1930). Direção: Dave Fleischer. Se algumas das estratégias aqui utilizadas em nada são dessemelhantes a episódios produzidos muito tempo depois, nessa longeva série - aqui se tratando já do décimo oitavo episódio) que seria posteriormente levada adiante pelos Famous Studios em 1947, após 9 anos de encerrada a original – noutros, fica evidente se tratar de um outro momento, em termos de criação artística e também de moralidade. Produzida em p&b e traços básicos, boa parte da ação transcorre como que numa moldura de uma tela de cinema, sendo o efeito onipresente da auto-reflexividade incorporado na forma de gag,   de maneira mais sutil por uns poucos realizadores posteriores como Tex Avery. Da mesma forma, o tema aqui em questão é do marido que retorna para casa somente na manhã seguinte e tem que se defrontar com os reclamos da esposa. A canção (composta em 1907, onde aparentemente também se situa o universo aqui retratado), de fato,

Filme do Dia: Granite Hotel (1940), Dave Fleischer

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G ranite Hotel (EUA, 1940). Direção: Dave Fleischer. Rot. Original: George Manuell. Música: Sammy Timberg. Um hotel da pré-história -   o título evidentemente é uma sátira ao duradouro sucesso de Grande Hotel - serve como pretexto para uma série de gags explorando, sobretudo, os anacronismos habitualmente explorados pela veia humorística (em nada muito distinta de seus congêneres de ação ao vivo e, de certa forma, antecipando o padrão do que seria a série televisiva Os Flinstones duas décadas após, com o diferencial de aqui tudo se encontrar a serviço das gags e não existir protagonismo de personagens). A telefonista, acompanhando os pedidos mais exóticos de seus hóspedes e sempre os fazendo cumprir, a seu modo – para um hóspede que se encontra trêmulo de frio, sobe um urso que empresta a sua própria pele – até ao final, quando, continua incólume, mesmo o hotel tendo sido aniquilado pelas chamas. Abdica do universo de fantasia xaroposo e musical triunfante na década anterior

Filme do Dia: Peixe Educado (1937), Dave Fleischer

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P eixe Educado (Educated Fish, EUA, 1937). Direção: Dave Fleischer. Hora da lição. A professora peixe badala o sino para que seus alunos venham. E todos eles respondem ao chamado, inclusive um polvo com um livro em cada tentáculo, um peixe-serra e um grupo de sardinhas em lata, com exceção de um pequeno peixe mal humorado que se desfaz de seus livros. A professora o captura à força, porém ele faz com que o peixe-espada espirre cortando sua própria mesa e uma traquinagem envolvendo a própria professora que o deixa de castigo na sala ao lado. A lição é sobre iscas, anzóis e como evita-los como modo de sobrevivência. O peixinho rebelde observa uma saída na sala e vai passear, observando uma atrativa isca e a mordendo, sendo capturado e escapando por pouco de ser objeto de pesca. Ele retorna a jato à sala de aula, falando ininterruptamente sobre o assunto. Animação um pouco demasiado óbvia em seu tom fabular dirigido ao público infantil de tenra idade. Com o acréscimo de uma ca

Filme do Dia: Now You're Talking (1927), Dave Fleischer

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N ow You’re Talking (EUA, 1927). Direção: Dave Fleischer. Rot. Original: Max Fleischer. Fotografia: S. Roy Luby. O talento dos Fleischer é posto à prova nessa realização de um curta animado institucional para a companhia telefônica Bell, apresentando a forma correta de como se tratar o aparelho telefônico. E, para a sorte do espectador, o filme apresenta o triunfo da criatividade sobre o didatismo maçante. Como é comum na produção da dupla, trata-se de um filme que apresenta ação ao vivo e animação, ainda que aqui mais intercaladas do que interagindo propriamente como em outros títulos. Animador que espera notícias sobre o nascimento de seu filho tem problemas para escutar o que a enfermeira está dizendo no outro lado da linha. A partir dessa situação ele imagina e sonha com uma historinha animada sobre um telefone que sofre maus tratos e acaba indo parar no hospital, onde médico e enfermeira tem acesso aos diários em que o telefone reclama do alter-ego do desenhista, sujeito irasc

Filme do Dia: As Viagens de Gulliver (1939), Dave Fleischer

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A s Viagens de Gulliver ( Gulliver’s Travels , EUA, 1939). Direção: Dave Fleischer. Rot. Adaptado: Dan Gordon, Cal Howard, Tedd Pierce, Izzy Sparber & Edmond Seward, a partir do romance de Jonathan Swift. Fotografia: Charles Schettler. Música: Victor Young. Um homem procura refúgio de seu navio que afundou em uma ilha. É noite. Um jovem caminha distraidamente pela costa descobre esse enorme gigante deitado sobre a areia e corre desesperado para tentar avisar a todos do reino de Lilliput, porém não o consegue rapidamente, pois todos os corações e mentes se encontram voltados para o casamento da filha do rei de Liliput com o filho do reino rival, Blefiscu que, indignado pela decisão da canção de seu reino não ser a escolhida, decide entrar em guerra contra Lilliput. Quando finalmente o jovem é ouvido, todos os esforços dos lilliputianos se voltam para encontrar o gigante e posteriormente aprisioná-lo e carregá-lo até as imediações do palácio real. Quando o gigante Gulliver acor

Filme do Dia: Way Back When a Nag Was Only a Horse (1940), Dave Fleischer

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W ay Back When a Nag Was Only a Horse (EUA, 1940). Direção: Dave Fleischer. Rot. Original: Joe Stultz. Música: Sammy Timberg. A loja de departamentos (tal como fora o hotel em Granite Hotel ) serve ainda mais aos propósitos de uma narrativa que, mesmo sendo motivada primordialmente por gags, muitas delas vinculadas aos anacronismos, não deixa de apresentar um padrão menos fragmentado e mais linear, apresentando um típico casal pré-histórico indo às compras. O motivo do casal em compras proporciona um fluxo narrativo menos refém das gags por si sós. Soma-se a isso uma maior dinâmica no uso de recursos, incluindo uma voz over de estilo sociológico-documental empostando uma seriedade que se choca de forma evidente com as primeiras imagens, de uma das tiradas anacrônicas mais felizes, apresentando um garoto entregando os jornais matutinos com seu velocípede a base de esqueleto de algum animal. Ou   seja, é a partir   da mediação de um meio de comunicação de   massa que anuncia uma li

Filme do Dia: La Paloma (1930), Dave Fleischer

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L a Paloma (EUA, 1930). Direção: Dave Fleischer. Sendo uma das primeiras, senão a primeira, série sonora da indústria cinematográfica, Screen Songs e sua estratégia de enfatizar determinada canção com sua letra – no caso aqui a célebre canção-título de origem mexicana – acabaria por se tornar antiquada quando do surgimento de sua concorrente de influência avassaladora, a Silly Simphonies , sendo praticamente pouco lembrada e não tida em grande conta, o que não deixa de ser algo injusto tendo em vista senão este episódio alguns outros (como I’m Afraid to Come Home in the Dark ). Como naquele, ainda que de forma menos insistente, o personagem é observado através da própria moldura da tela de cinema e no seu maior momento de criatividade, as notas musicais de seu protagonista seresteiro se transforma numa escala/escada que permite que sua dama desça do balcão, numa evocação hispânica de Romeu e Julieta . No final,o herói é simplesmente devorado por um peixe que é devorado, por sua

Filme do Dia: Peeping Penguins (1937), Dave Fleischer

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P eeping Penguins (EUA, 1937). Direção: Dave Fleischer. Música: Sammy Timberg. Um grupo de jovens pinguins se sente curioso a respeito de um casa fechada que se encontra para alugar e, mesmo contra a advertência de uma pinguim mais velha, invade-a e a explora até serem deslocados para longe por um dos fogos de artifício que explodiram acidentalmente. Um dos 36 curtas produzidos para a série Color Classics (1934-1941), no qual uma canção e uma prédica moral, aqui reunidos praticamente numa figura só – e, embora não deixe de explorar uma fórmula de moralismo bem rasteira, como habitual, aqui sobra farpas igualmente para a agente desse moralismo, que apesar de cantar contra a curiosidade dos pinguins jovens, fica ela própria tentada a explorar o que seria uma chaminé, ficando com a cabeça presa na mesma. Fleischer Studios para Paramount Pictures. 7 minutos.

Filme do Dia: Poor Cinderella (1934), Dave Fleischer

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P oor Cinderella (EUA, 1934). Direção: Dave Fleischer. Música: Sammy Timberg. Talvez não seja tão aleatório que esse seja o único curta colorido com a célebre personagem Betty Boop. Ao contrário de boa parte de suas narrativas que, mesmo se detendo em um universo de fantasia possuem uma base fincada solidamente em um cotidiano urbano contemporâneo (tal como é o caso de Baby be Good ) , aqui se abraça o mundo da fantasia sem qualquer moldura mediadora. Mesmo fazendo uso extenso de canções, como habitual no período, e tendo as cores como atrativo para os seus cenários luxuosos – descritos com relativa discrição, ao final de contas, não se encontra ausentes alguns não menos discretos toques de malícia, que interagem com os clichês, como é o caso do cupido que abre mão não de uma lança, mas de um martelo batido na cabeça do príncipe. Até os ratos, que serão transformados em cavalos, através da fada madrinha, em um dos “efeitos” mais visualmente interessantes da animação, participam d