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Filme do Dia: Os Crimes de Diogo Alves (1909), João Freire Correia & Lino Ferreira

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O s Crimes de Diogo Alves (Portugal, 1909). Direção: João Freire Correia & Lino Ferreira. Com: Carlos Leal, Maria da Luz Veloso, Nascimento Fernandes, Lino Ferreira, João Tavares, Thomas Vieira. A cópia sobrevivente, aparentemente com menos da metade de sua metragem original e sem nenhuma cartela, dessa que para muitos é considerada a primeira produção ficcional portuguesa, torna-se, tal como sobreviveu, um apanhado condensado de alguns crimes do grupo de Diogo Alves (saber quem ele é em meio ao grupo é um exercício de adivinhação), seguido pelo julgamento – em um momento no qual esse poderia ser apresentado isoladamente, mais uma vez é o grupo que ganha proeminência, em perfeita síntese com uma cinematografia ainda bastante vinculada ao chamado “cinema de atrações”, imperativo   anos antes nas indústrias cinematográficas de proa. Enquanto pela época o suspense já começava a ser potencializado através do uso da montagem paralela, aqui a cena que se pressupõe ter o mais interesse

Filme do Dia: Le Baromètre de la Fidélité (1909), Georges Monca

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  L e Baromètre de La Fidélité (França, 1909). Direção: Georges Monca. Com: Max Linder , Jeanne Marnac . Após lua-de-mel idílica, casal se vê em situação de tédio absoluto após dois anos e cada um possui seu amante. Uma amiga do casal, vendo que a situação não está nada animadora, envia a esposa um “barômetro da fidelidade”. Um criado, após saber da função do instrumento, altera a cor do mesmo, deixando os cônjuges desesperados ao chegarem em casa e o verem com a cor alterada. Curiosamente o ritmo desse filme é bem mais feérico do que as produções posteriores dirigidas pelo próprio Linder e, inclusive, possuindo uma montagem mais rápida do que a maior parte da produção norte-americana contemporânea, incluindo Griffith . Seu aberto tom de farsa se resolve através dos paralelismos e consegue soluções visuais cinematográficas à altura das teatrais, como a  semelhante  velocidade frenética  com que marido e esposa deslizam pelo vestíbulo para irem de encontro aos seus respectivos aman

Filme do Dia: O Casarão Isolado (1909), D.W. Griffith

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  O   Casarão Isolado  ( The Lonely Villa , EUA, 1909). Direção: D.W. Griffith. Rot. Adaptado: Mack Sennet, baseado na peça de André de Lorde. Fotografia: G.W. Bitzer & Arthur Marvin. Com: David Miles, Marion Leonard, Mary Pickford, Gladys Egan, Adele DeGarde, Mack Sennet Talvez o que mais chame a atenção, dentre as muitas coisas significativas, nesse filme de Griffith, seja a sua economia narrativa. Tudo é contado em seu exíguo tempo, com uma dinâmica proporcionada pela continuidade das ações e com inclusive tempo suficiente para dois momentos de montagem paralela – no primeiro deles, fazendo uso do que se tornaria habitual, o telefone, como motivação para acentuar o suspense: a mulher com invasores em casa conta tudo ao marido pelo telefone; no segundo, alterna-se o carro se aproximando com o marido, policiais e voluntários e a ação dos bandidos. Mas talvez nenhuma cena signifique melhor sua economia narrativa do que o plano final no qual não apenas é representada a captura dos

Filme do Dia: A Trap for Santa Claus (1909), D.W. Griffith

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  A   Trap for Santa Claus (EUA, 1909). Direção: D.W. Griffith. Fotografia: G.W. Bitzer. Com: Marion Leonard, Henry B. Walthall, Gladys Egan, John Tansey, Kate Bruce, William J. Butler, Mack Sennett. Desempregado e desafogando constantemente as mágoas no álcool Arthur (Walthall) abandona a esposa Helen (Leonard) e suas duas crianças à própria sorte. Resta a Helen mendigar pelas ruas até que a sorte lhe abençoa com a herança de uma tia, provocando-lhe uma mudança de vida considerável. Na noite de natal, enquanto seus filhos (Egan e Tansey) nem conseguem conciliar o sono esperando pela chegada do Papai Noel, Arthur invade a residência com intuito de roubar e é surpreendido por Helen, que o aceita de volta e sugere que se vista de Papai Noel, para a felicidade das crianças. Melodrama rotineiro do realizador que conta com as habituais expressões de dor e sofrimento nos corpos (mais ainda que nos rostos, dos quais a câmera nunca se aproxima) de Walthall e, sobretudo, Leonard, a típica m

Filme do Dia: Le Voyage sur Jupiter (1909), Segundo de Chomón

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  L e Voyage sur Jupiter (França, 1909). Direção: Segundo de Chomón. Mais uma das inúmeras variações de Chomón sobre temas como o de Viagem à Lua (1902), de Méliès. Não se trata exatamente de uma das mais inspiradas. Colorizado artesanalmente como a maior parte dos filmes que o realizador dirigiu no período, apresenta um astrônomo de uma corte medieval que apresenta ao rei o planeta Júpiter. O rei acaba sonhando com uma série de peripécias em Júpiter. Curiosamente, ao contrário da maior parte das produções do gênero, o mundo fantástico possui um “álibi realista”. Pathè Fréres. 10 minutos e 11 segundos.

Filme: The Red Man's View" (1909), D. W. Griffith

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T he Red Man´s View (EUA, 1909). Direção: D.W. Griffith. Rot. Original: Frank E. Woods. Fotografia: G. W. Bitzer. Com: Owen Moore, James Kirkwood, Lottie Pickford,  Kate Bruce, Dorothy West, Charles Craig, Arthur V. Johnson, Alfred Paget, W. Chrystie Miller. Uma tribo de índios é forçada a abandonar sua terra por conta da truculenta invasão dos conquistadores. O êxodo da tribo em busca de outras terras separa um jovem índio, Silver Eagle (Moore), de sua amada, Minnewanna (Pickford), que os homens brancos não deixam partir. Após a morte de uma velha liderança da tribo, que é cremado em ritual tradicional, Silver Eagle vai buscar sua amada. Um homem branco tenta atirar em ambos, porém outro os livra, para a completa felicidade de casal. Para quem acredita que Griffith realizou filmes apenas da perspectiva dos vencedores esse, além de vários outros títulos do realizador, demonstra o oposto. Simpático aos índios e apresentando com evidente antipatia os brancos, ainda que com a exc

Filme do Dia: Criando uma Víbora (1909), D.W. Griffith

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C riando uma Víbora ( Nursing a Viper , EUA, 1909). Direção: D.W. Griffith. Rot. Original: D.W. Griffith & Frank E. Woods. Fotografia: G.W. Bitzer. Com: Arthur V. Johnson, Marion Leonard, Frank Powell, Frank Evans, James Kirkwood, Florence Lawrence, Mack Sennet. Ambientado na Revolução Francesa, um dos motivos históricos que também despertou a atenção do realizador (sendo o primeiro a Guerra Civil Americana), o filme se encontra longe dos mais virtuosos que o realizador efetuou no período como Vida Solitária ou O Preço do Trigo . Aqui, ao contrário de Vida Solitária , o uso de uma trama mais pretensiosa acaba encontrando seus limites, seja no tempo, seja em uma organização da ação que deixa margens a falta de clareza do que realmente se efetiva, em certos momentos, e isso mesmo fazendo uso de cartelas, ausentes do outro. Aqui um casal de aristocratas defende idéias republicanas. Após acolherem um aristocrata de uma propriedade vizinha que foge do linchamento, fazendo-o passar

Filme do Dia: What Drink Did (1909), D.W.Griffith

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W hat Drink Did (EUA, 1909). Direção: D.W. Griffith. Com: David Miles, Florence Lawrence, Adele DeGarde, Gladys Egan, Charles Avery, Owen Moore, John R. Cumpson, Mack Sennett, Harry Solter. Alfred (Miles), pai respeitado e amado pelas filhas (Egan e DeGarde) e esposa (Lawrence), passa a se desinteressar da família a partir do momento que concorda em ir após o trabalho com outros trabalhadores beber em um saloon . Chocada ao presenciar o marido bêbado, sua esposa pede que uma das filhas vá procurá-lo. Ela o encontra em um bar, mas ele resiste em voltar para casa. Ao voltar para casa e perceber a mãe e a irmã desesperadas, retorna ao bar, onde é violentamente afastada pelo pai, provocando a ira de um dos empregados do estabelecimento que ao discutir com Alfred e tentar matá-lo com um tiro, atinge a garota. Desesperado, Alfred se regenera e agora se afasta dos antigos amigos de bebedeira, reaproximando-se da família. Mesmo que de longe menos cinematograficamente interessante que

Filme do Dia: Nerone (1909), Luigi Maggi

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N erone (Itália, 1909). Direção: Luigi Maggi. Rot. Original: Decoroso Bonifanti & Arrigo Frusta. Fotografia: Giovanni Vitrotti. Com: Alberto Capozzi, Lydia De Roberti, Luigi Maggi, Mirra Principi, Ercole Vaser, Ernesto Vaser, Serafino Vite, Mario Voller-Buzzi. Nero descarta sua esposa Octavia e se encanta por Poppea. Poppea, sabendo-se dona da situação, pede que ele assassine Octavia, o que ele logo mandará que seja feito. Morta Octavia, a população se revolta. Acuado, incendeia Roma e foge, sendo assassinado. Provável “reação” da cinematografia italiana as adaptações clássicas do film d´art francês, através de adaptações inspiradas na história da Roma Antiga que se tornaram freqüentes no cinema de então (sendo a mais famosa de todas, Cabíria , de 1914). Filmada completamente em planos abertos, narra sua história de forma tão concisa, porém igualmente esquemática – sendo a figura feminina, evidentemente, demonizada, como principal má influência sobre Nero. Visualmente a únic

Filme do Dia: Those Awful Hats (1909), D.W. Griffith

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Those Awful Hats (EUA, 1909). Direção: D.W.Griffith. Ainda que longe da desenvoltura no trato narrativo tal como alcançada alguns anos depois com filmes como The Girl and her Trust (1912), Griffith já faz uso das relações de espelhamento entre palco e espectadores, mesmo que com um fim bem mais prosaico que seu A Regeneração de um Ébrio , realizado no mesmo ano, onde pretende um comentário moral sobre o alcoolismo a partir de uma peça teatral agindo sobre um espectador alcoólatra. Aqui, mulheres com chapéus extravagantes vão assistir uma sessão de cinema  que igualmente exibe um filme em que os chapéus das mulheres também representam uma situação problemática. O tema dos chapéus grandes atrapalhando a visão dos espectadores era do cotidiano da época, como se pode perceber em comentário igualmente humorístico realizado pela animação Fantasmagorie (1908), de Émile Cohl. Igualmente digno de nota é a profusão de informação visual com eventos acontecendo na sala de cinema e na t

Filme do Dia: The Renunciation (1909), D.W. Griffith

The Renunciation (EUA, 1909). Direção e Rot. Original: D.W. Griffith. Fotografia: G.W. Bitzer & Arthur Marvin. Com: Mary Pickford, Anthony O´Sullivan, James Kirkwood, Harry Solter, Billy Quirk, Edwin August, Wilfred Lucas, Arthur V. Johnson. A paixão por uma mesma garota, Kittie (Pickford), faz com que dois amigos percam a cabeça e briguem por ela. Um deles é seu tio Steve (O´Sullivan), o outro –por quem Kittie parece realmente nutrir afeto – é Joe Fielding (Kirkwood). Quando os dois se preparam para o que ameaça ser um embate mortal, Kittie forja uma outra paixão por um terceiro homem, almofadinha, fazendo com que os ânimos se tornem novamente tranqüilos e a amizade entre os dois rivais retorne. Com a mesma apresentação visual relativamente desleixada que acompanha a maior parte de suas produções no ano anterior de sua estréia na direção, igualmente inexistem cortes para planos mais próximos da m esma cena, sendo que são os atores que se deslocam para mais próximo d