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Cristiano Burlan, um relato de vida – 2

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JC – Volte ao Capão, essa história da escola, como foi? CB – Primeiro que as escolas na periferia têm sempre muitas grades e portões, quando você entra, as portas vão se fechando atrás de você. Quando pela primeira vez eu fui visitar meu irmão numa cadeia em São Paulo, eu tive a mesma sensação que tinha quando entrava na escola. Uma escola na periferia é sempre cinza, concreto, não tem cor nenhuma e parece que você está entrando numa cadeia. Não tem biblioteca nas escolas públicas, sempre tem alguns livros ali, restos que chegam, pelo menos na minha época, hoje não sei. Os professores iam ensinar meio forçados e não tinham interesse pelos alunos. Os alunos também não tinham interesse pelos professores. Assim pouca gente consegue se interessar pelos estudos. Muito cedo comecei a me interessar por literatura, música, teatro, cinema, por cinema principalmente, aí comecei a atravessar o rio para ir a Santo Amaro. JC – Isso revela que você tem energia, isso não vem do seu