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Filme do Dia: O Roubo dos Cofres de Porquinho (1946), Robert Clampett

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  O   Roubo dos Cofres de Porquinho ( The Great Piggy Bank Robbery , EUA, 1946). Direção: Robert Clampett. Rot. Original: Warren Foster. Música: Carl W. Stralling. Montagem: Treg Brown. Animação completamente surrealisticamente alucinada. A partir dos sonhos de Patolino de se transformar em um detetive, assiste-se a investigação que Duck Tracy acaba travando em uma mansão repleta de monstros e onde ele descobre o produto do roubo, centenas de porquinhos-cofres. Com direito a cenas como a que um batalhão de aviões partem da cabeça de um dos vilões e apenas se perceber de fato se tratar de um sonho ao final – o que justificaria toda a indisfarçável anarquia que não precisa se render a uma ordenação narrativa mais convencional – Clampett, que nunca conseguiu impor uma marca autoral tal como Chuck Jones ou Tex Avery, realiza uma de suas melhores animações. Destaque para os monstros do delírio de Patolino, bastante contemporâneos em seu grafismo e para a ponta sem direito a diálo...

Filme do Dia: Russian Rhapsody (1944), Robert Clampett

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  R ussian Rhapsody (EUA, 1944). Direção: Robert Clampett. Rot. Original: Lou Lilly.  Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Peças de propaganda na animação nunca foram tão populares provavelmente quanto no auge da propaganda de guerra da Segunda Guerra Mundial – a Disney havia realizado seu curta demonizando Hitler, Education for Death , um ano antes – e, habitualmente, tampouco criativas. Este curta de Clampett muito menos é exceção. Um Hitler extraordinariamente bem desenhado, torna-se vítima de um grupo de Gremlins do Kremlin (título também da deliciosa canção, única coisa talvez verdadeiramente digna de nota). Bem menos interessante e mais datado do que o curta igualmente dirigido por Clampett no ano anterior com algumas referências semelhantes (avião, gremlin, referência mais discreta ao universo da guerra). É curioso como a postura com relação à União Soviética – Stálin aqui apresentado como principal terror de Hitler – rapidamente se transformará com o final...

Filme do Dia: Coal Black and de Sebben Dwarfs (1943), Robert Clampett

Coal Black and de Sebben Dwarfs (EUA, 1943). Direção: Robert Clampett. Rot. Adaptado: Warren Foster, baseado na história dos Irmãos Grimm. Música: Eddie Beale, Milt Franklyn & Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Essa pérola do anti-politicamente correto demonstra que o  preconceito contra os negros e a sexualidade enquanto temas explícitos não eram restritos somente ao mais renomado Tex Avery. Aqui, Clampett conta em ritmo tão alucinadamente frenético quanto os das várias versões de Chapeuzinho Vermelho exploradas por Avery, e notadamente influenciado por este, uma versão “negra” da história da Branca de Neves completamente ritmada pelo swing da música negra. Da velha negra na cadeira de balanço até as voluptuosas ancas da protagonistas passando por anões que sopram como saxofones vivos, entre inúmeros outros detalhes menores, nada é gratuito nessa sátira que se tornou banida da exibição pública desde 1957. Curiosamente sobra preconceito até contra os japoneses, então n...

Filme do Dia: A Tale of Two Kitties (1942), Robert Clampett

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A Tale of Two Kitties (EUA, 1942). Direção: Robert Clampet. Rot. Original: Warren Foster. Música: Carl W. Stalling. Essa clássica animação sobre dois gatos que pretendem capturar um pássaro foi a estréia de Piu-Piu nas telas, aqui com outro nome e sem ainda a coloração que lhe tornaria característica  (aqui ele é rosado) e já apresentando seu famoso bordão (“Acho que vi um gatinho”), sem ter ainda Frajola como adversário. Da dupla de gatos, um faz o papel do mais experiente e coloca o outro para trabalhar. Alguns dos momentos mais hilários são justamente os da desventuras do gato mais tolo e gordo. O título, uma evidente sátira com o romance de Dickens ( A Tale of Two Cities ) já havia sido utilizado pela primeira série de desenhos do Gato Félix duas décadas antes. Entre algumas das mais espirituosas tiradas do filme, existe uma que troça com o rígido código de censura americano da época – um dos gatos após ter sido pressionado para lhe entregar o pássaro, afirma que o fará s...

Filme do Dia: Falling Hare (1943), Robert Clampett

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Falling Hare (EUA, 1943). Direção: Robert Camplett. Rot. Original: Warren Foster. Música: Carl W. Stalling. Alistando-se no Exército, Pernalonga sofrerá o pão que o diabo amassou no avião que divide com um gremlin.Os elementos básicos da animação associada aos estúdios Warner e seu personagem mais famoso, encontram-se aqui presentes. O tom blasée de seu protagonista somente se sustenta ao início pois logo apanhará bastante do gremlin coadjuvante que faz ele passar pela maior parte das torturas que Pernalonga pratica em outros personagens. Assim como a interação com o espectador – a certo momento Pernalonga se volta para a câmera e faz uma pergunta. Uma certa ironia com o establishment , particularmente com a censura, mais uma vez parodiada na cartela inicial ou com o próprio milatarismo do momento – sua atuação no Exército é um tanto quanto desanimadora. E, evidentemente, uma forte dose de humor surreal – a súbita parada do avião a um palmo do chão sem qualquer motivação plausív...

Filme do Dia: Ali-Baba Bound (1940), Robert Clampett

Ali-Baba Bound (EUA, 1940). Direção: Robert Clampett. Rot. Original: Melvin Millar. Música: Carl W. Stalling. Gaguinho foi o ultimo legionário remanescente em meio ao Saara e sofre o ataque de Ali-Baba e seus homens-bombas. Com a ajuda da mãe de seu camelo, ele consegue se livrar dos árabes. Mesmo que a troça tampouco deixe de atingir os próprios ocidentais – eles abandonaram o forte para uma convenção em Boston, por exemplo – naturalmente a caricatura mais grosseira sobra para os árabes, Ali-Babá latindo como um cão raivoso. Em apenas um momento essa animação consegue ir além do trivial, com uma piada digna dos melhores desenhos de Tex Avery – a mãe camelo antes de salvar o filho retorna e vai até um posto de gasolina onde é abastecida. O fato de isso acontecer em meio a um desenho sem maiores surpresas, ao menos dentro dos padrões  do gênero apenas salienta ainda mais o seu tom de absurdo, ao contrário de seu uso excessivo por Avery. Leon Schlesinger Studios para Warner Bros...