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Dos colégios, o de São José é o mais antigo e afamado. Foi provavelmente fundado logo após a Igreje de São Sebastião, encontrando-se ao pé do morro que traz seu nome, perto da rua da Ajuda. Na frente há um portão, mais que sólido, degenerando já para o pesado estilo brasileiro. Passando por debaixo desse portão, os visitantes atingem uma vasta área aberta, coberta de grama, em cujo fundo encontram um só lance de edifício com janelas de rótulas pintadas de vermelho. A aparência externa oferecia sinais palpáveis de negligência, e exames ulteriores confirmavam as primeiras impressões. [...] Avistamos uns poucos colegiais que se achavam por ali passeando, de beca vermelha, alguns já tonsurados, mas a maior parte ainda muito jovem. Não apresentavam nenhuma elasticidade de espírito, nenhuma curiosidade sagaz, nenhuma urbanidade de maneiras e pouquíssimo asseio pessoal. Examinaram-nos com um pasmo estúpido,  demonstrando ao que nos pareceu a influência da ignorância despótica sobre as forças
No caso de terras recém-descobertas, lugares ainda sem nome, o sujeito, "eterno Adão", de fato não pertence a elas, mas caberia a ele dar nome ao que vê, dar a partida para a inscrição de tais locais "no mundo dos brancos", dos mapas, do tempo histórico. Sua chegada marcaria a origem dessas ilhas aos olhos do Ocidente e sua mudança de um estado de "pura natureza" para uma corrida em direção ao que este viajante entendesse por "civilização", semente a ser lançada por ele mesmo nessa terra que crê, paradisíaca ou infernalmente, em branco. (O Brasil Não é Longe Daqui, Flora Süssekind)