O Dicionário Biográfico de Cinema#122: Grace Kelly

 

Grace Kelly (1928-82), n. Philadelphia

Grace Kelly foi o suficiente para Hollywood acreditar em si própria. De uma família rica e da Academia Americana de Artes Dramáticas, esteve dentro e fora de Hollywood em seis anos: bela, articulada, graciosa, e digna. Não que tenha sido indevidamente impressionante em Fourteen Hours [Horas Intermináveis] (51), de Hathaway, ou como a esposa quaker em High Noon [Matar ou Morrer] (52, Fred Zinnemann). E Ava Gardner fez pouco de sua modéstia em Mogambo (53, John Ford).

Quem deveria brincar de fada madrinha senão Alfred Hitchcock? Primeiro, colocou-a de camisola, e submeteu-a a armadilha sorridente de Ray Milland em Dial M for Murder [Disque M para Matar] (54). Depois, usou-a para provocar James Stewart envolto em gesso em Rear Window [Janela Indiscreta] (54); finalmente deu-a  a Cary Grant para brincar na porta do príncipe em To Catch a Thief [Ladrão de Casaca] (55). Em todos os três, sugeriu-se ser alguém de alta classe (para Hitchcock é sempre um esnobe) e sua reinvindicação real a Grant de um beijo de boa noite em um hotel de Monte Carlo, ou indagá-lo a escolher entre os seios ou as pernas são indeléveis. 

Hollywood estava encantada, e lhe concedeu um Oscar pelo monótono Country Girl [Amar é Sofrer] (54, George Seaton). De resto, foi lacrimosa em The Bridges at Toko-Ri [As Pontes de Toko-Ri] (55, Mark Robson), menos brilhante que as esmeraldas em Green Fire [Tentação Verde] (55, Andrew Marton) e timidamente educada para coisas superiores em The Swan [O Cisne] (56, Charles Vidor) e High Society [Alta Sociedade] (56, Charles Walters), no qual canta docemente nos braços de Crosby e dá uma personificação amadora de Katharine Hepburn. 

Após isso, casou-se com o Príncipe Rainier (em 1956) e se limitou a ser a princesa mais plausível do mundo, distribuindo prêmios no Grande Prêmio de Mônaco, e recepcionando concertos de caridade. O mais próximo de um retorno parece ter sido um interesse inicial em interpretar Marnie. Morreu em um acidente de carro, dirigindo em estradas muito próximas daquelas usadas em Ladrão de Casaca - onde havia dirigido tão velozmente. 

Texto: Thomson, David. The New Biographical Dictionary of Cinema. Nova York: Alfred A. Knopf, 2014, pp. 1418-19. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: El Despojo (1960), Antonio Reynoso

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng