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Filme do Dia: Ni Olvido, Ni Perdon: 1972, la Masacre de Trelew (1972), Raymundo Gleyzer

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N i Olvido Ni Perdón: 1972, la Masacre de Trelew (Argentina, 1972). Direção: Raymundo Gleyzer. Esse corajoso, senão mesmo suicida (o próprio realizador seria posteriormente morto pela ditadura, sendo sua história narrada no documentário longo Raymundo , de 2003) documentário, apresenta imagens de televisão da rendição de um grupo de 16 membros de organizações de esquerda, incluindo peronistas, das Farc e dos Motoneros. Após suas extensas declarações à imprensa e rendição incondicional, comenta-se sobre a covarde execução de todos. Dos planos televisivos e das imagens enviesadas das ondas magnéticas da televisão se passa então para uma montagem bem dinâmica, característica de outros curtas do mesmo realizador (desde o seu Nuestras Islas Malvinas ). Aqui, no entanto, faz-se intenso uso de recursos bastante simples, como fotos fixas e ruídos de fundo, para representar o processo de captura e execução do grupo. Gleyzer, a partir dos relatos dos poucos sobreviventes da chacina, ocorri

Filme do Dia: Nuestras Islas Malvinas (1966), Raymundo Gleyzer

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N uestras Islas Malvinas (Argentina, 1966). Direção: Raymundo Gleyzer. Para quem antecipadamente sabe do desaparecimento do cineasta dez anos após, vítima do regime ditatorial, imagina-se que esse documentário curto possa se encontrar entre os antecessores do movimento documentarista radical argentino, lembrado quase sempre por La Hora de los Hornos , de dois anos após. Nada mais distante, no entanto, seja em termos de estilo ou de conteúdo. Narrado do início ao final por uma mesmo narrador, a exceção de dois momentos, nos quais entra o áudio de depoimentos de um morador ilustre britânico e de um argentino que permanece morando lá, o filme se aproxima mais de uma leve crônica. Conseguindo autorização do governo britânico, o então jovem de 24 anos realiza uma série de tomadas que apresentam um pouco do cotidiano do pacato vilarejo que é a capital da ilha. Crianças deslizando na neve com seus trenós, um casal britânico no café da manhã, a igreja anglicana, etc. Por mais que demons

Filme do Dia: La tierra quema (1964), Raymundo Gleyzer

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La Tierra Quema (Argentina, 1964). Direção, Rot. Original e Montagem: Raymundo Gleyzer. Fotografia: Rucker Vieira. Curta interrompido, como C abra Marcado para Morrer de Coutinho , pela eclosão do regime militar no Brasil. A influência do Cinema Novo, na luz estourada, e particularmente na evidente referência a Vidas Secas tampouco ocultam suas diferenças com a produção brasileira equivalente contemporânea, demarcada sobretudo pela necessidade de um tom didático mais acentuado, já que dirigida para o público argentino. E por um caráter de encenação que soa por demais artificioso, através do uso de voz over como canal de expressão para os “diálogos”, mais próximos de um monologismo também vinculado a obra de Nélson Pereira dos Santos, assim como ao original de Gracialiano Ramos. Há um aberto choque entre tais vozes encenadas e o caráter bem mais realista das imagens captadas. Não menos artificiosas são as cenas em que marido e mulher “capinam” na terra árida. Seu caráter de abe