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Filme do Dia: Ponteio (1941), Humberto Mauro

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  P onteio (Brasil, 1941). Direção: Humberto Mauro. Fotografia: Manuel P.Ribeiro. Música: Heckel Tavares. Montagem: Humberto Mauro. Um dos mais belos curtas realizados por Mauro para o INCE. Nessa produção ele conquista um raro equilíbrio entre um lirismo longe de excessivo (ao contrário de boa parte de sua produção posterior, em que por vezes, descamba para pieguice como em Meus Oito Anos ) e, mesmo com os parcos recursos que lhe eram destinados, consegue não apenas uma notável edição de som, apresentado no momento em que o violeiro demonstra sua virtuosidade diante do maestro Heckel Tavares, como uma poética de imagens que consegue fazer uso expressivo da sobreposição das mesmas para apresentar no momento da execução da peça, através do arranjo de Tavares, observar-se motivos que remetem ao mundo folclórico que a peça evoca. Ou ainda a montagem, que elegantemente, destaca cada um dos naipes de músicos que se destacam em determinado momento da composição –a cargo de um não menos ele

Filme do Dia: O Descobrimento do Brasil (1937), Humberto Mauro

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  O   Descobrimento do Brasil (Brasil, 1937). Direção: Humberto Mauro. Rot. Original: Humberto Mauro & Bandeira Duarte sob o argumento de Affonso de Taunay. Fotografia: Alberto Botelho, Alberto Campiglia, Humberto Mauro & Manoel Ribeiro. Música: Heitor Villa-Lobos. Montagem: Alberto Botelho. Cenografia: José Queiroz, Arnaldo Rosenmayer & Bernardino José de Souza. Com: Álvaro Costa, Manoel Rocha, Alfredo Silva, De Los Rios, Armando Duval, Reginaldo Calmon, João de Deus, J. Silveira, Arthur Oliveira, Hélio Barroso. A esquadra de Pedro Álvares Cabral (Costa), parte em busca das Índias Orientais e acaba chegando à costa brasileira, onde trava seus primeiros contatos com os índios e com a ajuda dos mesmos constói a gigantesca cruz que celebrará a primeira missa a ser rezada no novo território, retornando para Portugal com a carta na qual Pero Vaz de Caminha (Rocha), narra toda a aventura. Mauro estrutura sua epopéia sobre o mito fundador da nação brasileira, algo semelhante

Filme do Dia: Brasa Dormida (1928), Humberto Mauro

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B rasa Dormida (Brasil, 1928). Direção, Rot. Original, Montagem e Cenografia: Humberto Mauro. Fotografia: Edgar Brasil. Com: Nita Ney, Luís Soroa, Máximo Serrano, Pedro Fantol, Rozendo Franco, Corte Real, Pascoal Ciodaro, Haroldo Mauro, Juca de Godoy. O aparentemente incorrigível jovem Luís Soares (Soroa) é enviado pelo pai, rico industrial, para estudar. Porém, não possuindo qualquer interesse pelos estudos, acaba sendo renegado pelo pai. Em situação difícil, segue um anúncio de jornal que procura vagas para trabalhar em uma usina. Na usina de Máximo (Serrano), onde demonstra ser um verdadeiro trabalhador, apaixona-se pela filha do usineiro, Anita (Ney), namoro que provoca o despeito do gerente da usina (Ciodaro), que relata tudo ao pai. Decidido a que sua filha rompa a relação com um jovem ao qual não possui referência sobre qual família pertence, Máximo leva Anita de volta ao Rio de Janeiro. Dificuldades na usina, no entanto, os trazem de volta e eles chegam no momento em qu

Filme do Dia: Sangue Mineiro (1929), Humberto Mauro

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S angue Mineiro (Brasil, 1929). Direção e Rot. Original: Humberto Mauro. Fotografia: Edgar Brasil. Com: Carmen Santos , Nita Ney, Luiz Soroa, Maury Bueno, Máximo Serrano, Fantol, Rosendo Franco, Augusta Leal, Adhemar Gonzaga, Elie Sori.          Em noite de São João, Carmen (Santos), filha adotiva do empresário Juliano Sampaio (Fantol), tenta o suicídio após perceber que seu amor, Roberto (Soroa), encontra-se nos braços de sua irmã, Neusa (Ney). Ela é socorrida por dois rapazes, Cristóvão (Bueno) e Max (Serrano), que voltam de uma noitada de farras e é levada para a fazenda de Acaba Mundo, onde é acolhida como filha pela matriarca Martha (Leal). Carmen desperta o amor tanto no jovem intempestivo e fanfarrão Cristóvão, inconsequente moço da cidade, quanto no seu ajuizado primo Max. Após a descoberta pela família Sampaio de que Carmen se encontra em Acaba-Mundo, Neusa vai visitá-la e pede que ela retorne ao lar, afirmando que nada mais existe entre ela e Roberto. As investida

Filme do Dia: Rio de Janeiro (1948), Humberto Mauro

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R io de Janeiro (Brasil, 1948). Direção: Humberto Mauro. Curioso sobretudo por registrar boa parte da paisagem da então capital brasileira, com muitos de seus marcos hoje não mais existentes (como é o caso do Palácio Monroe), o filme de Mauro parte de uma diversidade de prédios e monumentos para somente posteriormente se aproximar das praias. Ou seja, evita-se a comparação imediata com belezas naturais paradisíacas, elencando sobretudo fatos associados à “civilização” (transportes, ensino, cultura, esportes). Com narração over bastante característica de seu período, o filme curiosamente abre mão de apresentar uma vista do Corcovado ou do Pão de Açúcar, dois dos mais reconhecidos cartões-postais da cidade, assim como tampouco flagra o Maracanã em construção. Nessa dimensão monumental, a figura humana torna-se de extrema coadjuvância, retratada como massa transeunte ou fazendo uso dos serviços de transportes da cidade. Destaque para o momento no qual o hino de louvor ao Rio, Cidad

Filme do Dia: O Canto da Saudade (1952), Humberto Mauro

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O  Canto da Saudade (Brasil, 1952). Direção e Rot. Original: Humberto Mauro. Fotografia: José de Almeida Mauro. Montagem: Luiz Mauro. Cenografia: Alaíde Faria. Com: Cláudia Montenegro, Mário Mascarenhas, Humberto Mauro, Alfredo Souto de Almeida, Zizinha Macedo, Alcir Damata, Bruno Mauro, Lourival Coutinho. Na provinciana Volta Grande, interior de Minas, o sanfoneiro Galdino (Mascarenhas) sofre em sua paixão platônica por Maria Fausta (Montenegro), que é apaixonada por João do Carmo (Almeida). O namoro de Fausta com Carmo é reprovado pelo pai e apoiado por Garrincha (Macedo), a geniosa esposa do Coronel Januário (Humberto Mauro) que, ao mesmo tempo, força Januário a se candidatar a prefeito. A harmonia  da pequena Volta Grande é abalada com o desaparecimento de Maria Fausta, após ter sido agredida pelo pai na noite de seu aniversário ao flagrá-la nas mãos de João do Carmo. Na fazenda de Januário acresce no pesar ao desaparecimento de Fausta a flagrante derrota de Januário nas u

Filme do Dia: Alberto Nepomuceno (1950), Humberto Mauro

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A lberto Nepomuceno (Brasil, 1950). Direção: Humberto Mauro. Fotografia: Jose de A. Mauro e Manoel Ribeiro. Apólogo do compositor Alberto Nepomuceno, nascido em meados do século XIX e falecido em 1920, o filme reúne trechos de composições do autor mesclados a algumas informações básicas sobre Nepomuceno e algumas de suas composições mais famosas. Mesmo que o auge de sua apropriação por uma dimensão política de exaltação nacionalista à época do Estado Novo já houvesse passado (sendo um de seus temas mais famosos, Batuque , apropriado em número coreográfico de Romance Proibido ) é ainda grandemente sobre esse viés e do folclore nordestino que o compositor é evocado. Assim, louva-se a camapanha de Nepomuceno para a introdução da língua “pátria”  no universo da música erudita brasileira e se afirma que o compositor “retrata cenas típicas de nossa terra”. No plano visual, é interessante o quanto o realizador ilustrou uma composição como Sesta na Rede , com uma jovem loura de olhar s

Filme do Dia: Lábios Sem Beijos (1930), Humberto Mauro

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L ábios Sem Beijos (Brasil, 1930). Direção: Humberto Mauro. Rot. Original: Adhemar Gonzaga. Fotografia e Montagem: Humberto Mauro. Com: Lelita Rosa, Paulo Morano, Didi Viana, Gina Cavalieri, Augusta Guimarães, Alfredo Rosário.           Um grupo de mulheres da alta sociedade carioca está interessada em encontrarem seus pares. Lelita (Rosa), uma decidida feminista, apaixona-se por Paulo (Morano), que conhecera quando esse invadira o táxi em que se encontrava. Logo ficará abalada quando toma conhecimento que Didi (Didi), também se encontra encantada pelo mesmo homem. Furiosa com Paulo, rompe o namoro. Casualmente, no entanto, quando sai para passear com Didi e é abordada por um malfeitor, descobre que o noivo de Didi é outro rapaz, de mesmo nome. Lelita sela seu retorno com Paulo em cima de uma árvore, de onde se escondem de um boi que os perseguira.            Primeiras incursão de Mauro no cinema carioca, meia década após ter iniciado sua carreira, tendo sido convidado de

Filme do Dia: Meus Oito Anos (1955), Humberto Mauro

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Meus Oito Anos (Brasil, 1955). Direção: Humberto Mauro. Fotografia: José Mauro. Esse talvez seja o mais célebre dentre os curtas que Mauro dirigiu para a série Brasilianas, produzida pelo Instituto Nacional de Cinema Educativo. Aqui a nostalgia dos tempos de criança do poema de Casimiro de Abreu, devidamente musicado, vem embalar a melancolia de um homem do interior de Minas. Nessa apologia aos valores simples, tudo é observado com ternura e sem conflito – talvez daí a ausência de figuras adultas no filme, restritas a uma mão na cabeça do garoto deitado na rede – como a captura de um pássaro na armadilha, o jogo de bolinha de gude, o banho de cachoeira com o amigo ou a ida a missa. Nesse universo inocente e devidamente dessexualizado e naturalizado, faz-se uso a certo momento de um flashback dentro de outro – o adulto que lembra a criança que por sua vez sonha com elementos da natureza – com um resultado final que oscila entre a poesia visual de suas imagens e certa pieguice senti

Filme do Dia: Argila (1940), Humberto Mauro

Argila (Brasil, 1940). Direção e Rot. Original: Humberto Mauro, baseado em argumento próprio. Fotografia: Manoel P. Ribeiro & Humberto Mauro. Música: Radamés Gnattali. Montagem: Watson Macedo & Hipólito Colombo. Com: Carmem Santos, Celso Guimarães, Floriano Faissal, Lídia Mattos, Saint-Clair Lopes, Bandeira Duarte, Mauro de Oliveira, J. Silveira, Pérola Negra.          Gilberto (Guimarães), competente e humilde artesão de cerâmica, torna-se objeto da paixão da jovem viúva rica Luciana (Santos). A noiva de Gilberto, Marina (Mattos) sente-se enciumada, assim como seu irmão Pedrinho. Como prova de sua gratidão por Luciana, que cuidara de seu restabelecimento após ter levado uma queda quando trabalhava em sua residência, Gilberto lhe dá um raro maracá índio. Luciana compra a fábrica que produzia peças que eram vendidas pela região e decide transformá-la em realizadora de objetos artísticos. Numa noite de festa o maracá é furtado por Pedrinho. Quando sabe da história o pai do men