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Mostrando postagens de junho, 2022

Filme do Dia: The Absence of Eddy Table (2016), Rune Spaans

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  T he Absence of Eddy Table (Noruega, 2016). Direção: Rune Spaans. Rot. Original e Dir. de arte: Dave Cooper. Música: John Erik Kaada. Aborrecido curta de animação no qual seu protagonista se depara com duas mulheres portadoras de uma moléstia que provocará mutações nelas e seres que o perseguirão. Aparentemente se beneficia de um diálogo com o formato em quadrinhos, tendo sido idealizado pelo mesmo Cooper que fortemente colabora com a produção. As gosmas produzidas pelos seres, elas próprios objetos de transformações, são herdeiras da tradição Alien / Gremlins. Tordenfilm A. S. 12 minutos.

Filme do Dia: Not Angels But Angels (1994), Wiktor Grodek

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  Not Angels  But Angels (República Tcheca, 1994). Direção e Rot. Original: Wiktor Grodek. Documentário sensacionalista sobre prostituição masculina a partir de entrevistas com profissionais jovens, muitos menores de idade, que atuam (ao menos parcialmente) no terminal ferroviário central de Praga. Trabalhando o tema de forma voyeurística e não se escusando em fazer uso de temas clássicos demasiado marcados na história do cinema como a abertura da Paixão Segundo Mateus (de Accatone ), incluindo Erbame Dich (de O Sacrifício)  ou a Bachiana n.5 (de Deus e o Diabo na Terra do Sol ) para depoimentos um tanto triviais sobre o universo da prostituição, incluindo as práticas sociais prediletas dos entrevistados e chegando a apresentar fotos de cenas de sexo com alguns deles. Indagados sobre se usavam preservativos, em pleno auge da epidemia de AIDS, todos afirmaram que havia situações de exceção que não faziam uso dos mesmos. Também é entrevistado um agenciador, que infamemente afirma não

Filme do Dia: Two Strangers Who Meet Five Times (2017), Marcus Markou

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  T wo Strangers Who Meet Five Times (Reino Unido, 2017). Direção e Rot. Original Marcus Markou. Fotografia Chris Fergusson. Montagem Paulyne Antoniou. Dir. de arte Eryl Ellis. Figurinos Robert Lever. Com Laurence Spellman, Sargon Yelda, Dimitri Andreas, Alister Cameron, Luko Gale, Gino Azzopardi. Cinco encontros entre dois estranhos, Samir e Alistair. Quando crianças, Samir (Gale) e Alistair (Azzopardi) tem sua brincadeira interrompida, quando a mãe de Alistair o chama, alegando o risco dos germes. Já adultos, Samir (Yelda) é achincalhado de forma provocativamente racista por Alistair (Spellman), quando tentava utilizar o seu cartão no caixa automático. Tempos depois, Alistair vai para uma seleção de emprego comandada por...Samir, que após certo tempo o reconhece da situação anterior. Anos se passam e Alistair, agora morador de rua, reconhece Samir. Esse, retorna com dinheiro que lhe servirá para que passe algumas semanas. Já na terceira idade, Samir (Andreas), aparentemente v

Filme do Dia: Cidadão Boilesen (2009), Chaim Litewski

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  C idadão Boilesen (Brasil, 2009). Direção: Chaim Litewski. Fotografia: José Carlos Asbeg, Ricardo Lobo & Cleison Vidal. Música: Lucas Marcier & Rodrigo Marçal. Montagem: Pedro Asbeg. Em um país conhecido pelo não enfrentamento da memória dos tempos de sua ditadura mais recente ou de um uso marcadamente maniqueísta na medida em que pouco aprofunda em termos reflexivos, esse documentário faz uso de uma quantidade bem razoável de material de arquivo (no qual imagens documentais e ficcionais são utilizadas com fins de efeito diverso) para se encaminhar no sentido oposto. Cede-se a fala aqui tanto a ex-militantes, inclusive o que coordenou a ação da morte do personagem-título, o empresário Henning Boilesen, que ao final apresenta talvez a fala mais forte de todo o filme, afirmando sobre seu convívio com as “mortes que vivi, as morte que eu morri, a morte que eu não e a morte que e as mortes que eu cometi” a partir de uma fala que o cita de ninguém menos que Carlos Alberto Brilha

O Dicionário Biográfico de Cinema#137: Ingrid Thulin

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  Ingrid Thulin (1926-2004), n. Solleftea, Suécia O casamento de Ingrid Thulin com Harry Schein, o diretor do Instituto de Cinema Sueco pode ser posto na conta de seu interesse inicial de se mover para filmes internacionais. Porém seus filmes para Ingmar Bergman foram cruciais em apresentar o trauma angustiante que esperava por uma bela mulher. Esta face expressiva de olhos tristes, incapazes de esquecer a dor e uma ampla boca que pode convir ao sofrimento apaixonado e carregado prazer. E é uma face trágica, imagem inesquecível da ansiedade que ronda o universo de Bergman. E studou balé e, depois, treinou no Teatro Dramático Real, em Estocolmo. Passou a atuar em filmes no final dos anos 40: Dit Vindarna Bar  (48, Ake Ohberg); Havets Son (49, Rolf Husberg), Kärleken Segrar (49, Gustaf Molander); Hjärter Knekt (50, Hasse Ekman); När Kärleken kom Till Byn  (50, Arne Mattson); Leva pa 'Hoppet'  (51, Goran Gentele); Möte med Livet  (52, Gosta Werner); Kalle Karlson fran Jularbo  (5

Filme do Dia: A Hora do Lobo (1968), Ingmar Bergman

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  A Hora do Lobo ( Vargtimmen , Suécia, 1968). Direção e Rot. Original: Ingmar Bergman. Fotografia: Sven Nykvist. Música: Lars Johan Werle. Montagem: Ulla Ryghe. Dir. de arte: Marik Vos-Lundh. Figurinos: Mago. Com:  Max von Sydow , Liv Ulmann, Gertrude Fridh, Georg Rydeberg, Erland Josephson, Naima Wifstrand, Ulf Johansson, Gudrun Brost, Bertil Anderberg, Ingrid Thulin . Alma (Ulmann) relembra a época que viveu com o pintor Johan Borg (Sydow), quando  passam a morar em uma ilha isolada. Inicialmente vivendo em harmonia,  após sete anos de união, a situação conjugal passa a ser cada vez mais desintegradora. Certo dia, uma mulher avisa a Alma que ela procure pelos diários de Johan. Essa passa a ler seu diário, enquanto ele se encotra ausente, descobrindo, entre outras coisas, seu envolvimento com uma amante, Veronica Vogler (Thulin). Certo dia, Johann é convidado ao castelo do Barão Von Merkens (Josephsson), onde encontrará um grupo de decadentes aristocratas de meia-idade atolados em su

Filme do Dia: Estranhas Coisas de Paris (1956), Jean Renoir

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  E stranhas Coisas de Paris ( Elena et les Hommes , França/Itália, 1956). Direção: Jean Renoir. Rot. Adaptado: Jean Renoir & Jean Serge. Fotografia: Claude Renoir. Música: Joseph Kosma. Montagem: Borys Lewin. Dir. de arte: Jean André. Figurinos: Rosine Delamare. Com: Ingrid Bergman, Jean Marais, Mel Ferrer, Jean Richard, Juliette Gréco, Pierre Bertin, Dora Doll, Albert Rémy. Paris, anos anteriores a I Guerra Mundial. A polonesa Elena (Bergman) desperta a paixão de Rollan, um popular general com aspirações a ditador, ao mesmo tempo que também mexe com o coração do aristocrata que a apresentou a Rollan, o Conde Henri de Chevincourt (Ferrer). O tempo e o reconhecimento relativamente precoce de suas obras mestras não parece ter sido muito saudável para Renoir . Ao contrário do rigor de um Rossellini , quase empertigado em um projeto de cinema (e de tv) muito cioso e pouco aderente à publicidade ou fama, ele enveredou por aventuas nas quais se saúda a vitalidade das cores, quase co

Filme do Dia: La Femme Image (1959), Guy Borremans

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  L a Femme Image (França, 1959). Direção: Guy Borremans. Música: Ornette Coleman. Com: Roger Blay. O longo improviso jazzístico corresponde menos a uma tentativa de equivalência nas imagens do que a sonoridade traz, tal como nas vanguardas da década de 20 (aqui lembradas pelo toque surreal do jogo de xadrez a la Entr’acte ) que da deambulação errante de seu jovem protagonista, um tanto desvairado em sua sede de encontrar uma mulher (real? Irreal? Alucinação ou demasiado sólida ao ponto de lhe lançar um olhar de interrogação reprovativa quando a toca em uma rua?). A determinado momento, quando esbarra em outro transeunte, a câmera talvez desperte mais atenção do que o próprio, provocandoo retorcesso de algumas pessoas que vinham atrás. E é sintomático que isso se dê à época em que Acossado se preocupasse ainda menos com o flagrante de quem se vê sendo filmado (como na cena em questão) ou observa uma dupla de atores em plena ação (a célebre cena do Champs-Elisées do filme-marco de Go

Filme do Dia: L'utilité des Rayons X (1898), Alice Guy

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  L ’ utilité des Rayons X (França, 1898). Direção Alice Guy. Mulher desce escadaria e é abordada por homens que tiram um raio-x da mesma. A cópia digitalizada deste filme se encontra, infelizmente, em tão péssimo estado, que fica difícil se compreender qual o efeito cômico buscado. Provavelmente, a mulher é um homem travestido, desengonçada como uma das “estrelas” das produções britânicas de pouco depois ( Mary Jane’s Mishappy ), embora visualmente o filme seja bem mais convencional às convenções da época, sem os cortes para planos mais fechados, como é o caso dos britânicos. |Societé des Etablissements L. Gaumont. 56 segundos.

Filme do Dia: Sangue para Drácula (1974), Paul Morrisey

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  S angue para Drácula ( Sangue per Dracula , Itália/França/Iuguslávia, 1974). Direção: Paul Morrisey. Rot. Adaptado: Paul Morrisey & Pat Hackett, baseado livremente no romance de Bram Stoker. Fotografia: Luigi Kuveiller. Música: Claudio Gizzi. Montagem: Jed Johnson & Franca Silvi. Dir. de arte: Enrico Job. Cenografia: Gianni Gianvagnoni. Figurinos: Benito Persico. Com: Udo Kier, Joe Dallesandro, Arno Juerging, Maxime MacKendry, Milena Vukotic, Stefania Casini, Dominique Darel, Silvia Dionisio, Vittorio De Sica. Conde Drácula (Kier) viaja para a Itália com seu assistente Anton (Juerging), atrás de sangue virgem e de uma esposa. A família aristocrática do Marquês (De Sica) e Marquesa (MacKendry) Di Fiore, pretende que uma de suas filhas seja a escolhida por Drácula. Porém, as duas irmãs mais velhas já eram acostumadas a fazer sexo com Mario Balato (Dallesandro), um empregado da residência. Balato descobre tudo e, após deflorar a filha mais jovem, vai de encontro ao Conde para

Filme do Dia: Be Natural: A História não Contada da Primeira Cineasta do Mundo (2018), Pamela B. Green

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  B e Natural: A História não Contada da Primeira Cineasta do Mundo ( Be Natural: The Untold Story of Alice Guy , EUA, 2018). Direção Pamela B. Green. Rot. Original Pamela B. Green & Joan Simon. Fotografia Boubkar Benzabat. Música Peter G. Adams. Montagem Pamela B. Green. Em ritmo não menos que supersônico é construída uma espécie de instalação multimídia sobre Alice Guy-Blaché, a cineasta pioneira, a partir de um recorte documental bastante convencional. E nos tornamos conscientes da importância da pesquisa historiográfica para que nomes como o dela, passassem a ser objeto de investigação, cujo próximo passo, levaria a (re)descoberta de seus arquivos e filmes. Assim como dois de seus depoimentos (um de 1957 em áudio, outro, mais extenso aparentemente, de 1964, filmado). E toda a arrojada criação visual de ponta, ao menos de certa perspectiva, que se multiplica como rizomas em direção a locais e referências acadêmicas, artísticas ou simplesmente anônimos, que possivelmente ta

Filme do Dia: Eu Sou Curisoa - Azul (1968), Vilgot Sjöman

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  E u Sou Curiosa – Azul ( Jag är Nyfken – En Film i Blatt , Suécia, 1968). Direção e Rot. Original: Vilgot Sjöman. Fotografia: Peter Wester. Montagem: Wic Kjellin & Carl-Olov Skeppstedt. Com: Lena Nyman, Maj Hultén, Vilgot Sjöman, Börje Ahlstedt, Sonja Lindgren, Bertil Wikström, Hans Hellberg, Bim Warne, Peter Lindgren. A jovem Lena (Nyman) viaja para o desabitado Norte do país, filmando e se envolvendo sexualmente com o realizador do filme, Vilgot Sjöman (Sjöman) e entrevistando pessoas, “diante ou não das câmeras” sobre questões vinculadas à sexualidade como métodos anti-concepcionais, aborto e a projeção de um mundo cada vez mais super-povoado. Pensado certamente para ser o succ è s d’scandale que de fato se transformou, o filme de Sjöman se atreve a várias ousadias ou, a depender da perspectiva, oportunismo. No campo dos costumes, ao apresentar uma franqueza com relação a tópicos vinculados à sexualidade que atualizam algo  do qual a Suécia já tinha fama de pioneirismo (

O Dicionário Biográfico de Cinema#136: Mike Figgis

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  Mike Figgis , n. Carlisle, Inglaterra, 1940 1 988: Stormy Monday  [ Dia Fatal ]. 1990: Internal Affairs [ Justiça Cega ]. 1991: Liebestraum [ Liebestraum - Atração Proibida ]. 1993: Mr. Jones . 1994: The Browning Version  [ Nunca Te Amei ]. 1995: Leaving Las Vegas [ Despedida em Las Vegas ]. 1997: One Night Stand [ Por Uma Noite Apenas ]. 1998: The End of Sexual Innocence [ A Perda da Inocência ]. 1999: Miss Julie [ Desejos Proibidos de Miss Julie ]. 2000: Timecode . 2001: Hotel . 2001: The Battle of Orgreave  (d). 2002: "About Time 2", episódio de Ten Minutes Older: The Cello . 2003: "Red, White and Blues", para The Blues  (TV); Cold Creek Manor  [ Garganta do Diabo ]. 2004: "Cold Cuts", um episódio de The Sopranos  [ Família Soprano ]. 2008: Love Live Long . 2009: One & Other a Portrait of Trafelgar Square (d). 2010: The Co(te)lette Film  (c)*. 2011: Lucrezia Borgia  (c); China-Town . 2013: Suspension of Disbelief . A inda que Mike Figgis nunca ten

Filme do Dia: A Liberdade (1929), Leo McCarey

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  A  Liberdade ( Liberty,  EUA, 1929). Direção:  Leo McCarey . Rot. Original: Leo McCarey & H.M. Walker.   Fotografia: George Stevens. Música: Richard C. Currier & William H. Terhune. Com:  Stan Laurel ,  Oliver Hardy , Sam Lufkin, James Finlayson, Jack Hill, Harry Bernard, Jean Harlow , Ed Brandenburg. Dois fugitivos de um presidio (Laurel e Hardy) conseguem alcançar um carro de seus comparsas. Na pressa da fuga, eles trocam a farda de presos por suas próprias, mas se enganam com as calças. Quando buscam locais para desfazer o equívoco sempre são flagrados por pessoas, inclusive policiais. Procuram um arranha-céu em construção, mas o elevador parte com eles ao topo e lá passam agruras em uma altura fenomenal, tendo que equilibrar-se entre os exíguos blocos de ferro. No momento das estripulias do alto do prédio o filme é evocativo de aventuras similares de Harold Lloyd, porém a parte mais saborosa se concentra na sua primeira metade, com um prólogo que parte de uma equiparação

Filme do Dia: Quem Dá aos Pobres... (1940), Carl Dalton & Ben Hardeway

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  Q uem Dá aos Pobres ( Busy Bakers , EUA, 1940). Direção: Carl Dalton & Ben Hardaway. Rot. Original: Jack Miller. Um velho padeiro de grande virtuosidade se encontra arruinado até ceder o último item de sua padaria para um velho cego que, na verdade, é um elfo disfarçado que, juntamente com seus comparsas, produz uma enorme quantidade de quitutes enquanto o padeiro dorme. Produto típico da animação do estúdio nos anos 30 e início da década seguinte, ou seja, mais pueril e sem personagens fixos, ritmada em boa parte por um tema musical, ao contrário do que configurará na década de 40 e se tornará marca registrada do estúdio. Hardaway atuou mais como roteitista do que diretor. Leon Schlesinger Studios para Warner Bros. 7 minutos e 6 segundos.

Filme do Dia: Baara (1978), Souleymane Cissé

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  B aara (Mali, 1978). Direção e Rot. Original: Souleymane Cissé. Fotografia: Étienne Carton de Grammont & Abdoulaye Sidibé. Música: Lamine Konté. Montagem: Andrée Davanture. Com: Balla Moussa Keita, Baba Niare, Bubukar Keita, Oumou Diarra, Ismaila Sarr, Oumou Koné, Fanta Diabaté, Ibrahim Traoré. Balla Traoré (Keita) é um jovem engenheiro de uma indústria. Ele descobre que o carregador que lhe levara comida do mercado até sua casa, Balla Diarra (Niare) é de uma família que tradicionalmente fora escrava de sua família e consegue libertá-lo da prisão, onde se encontra por não possuir documentos, arranjando-lhe emprego na fábrica. Quando fica sabendo do quão são explorados e serão ainda mais, após o dono da fábrica, Sissoko (Moussa Keita) já contar com a demissão de 200 empregados, Traoré convoca uma reunião com os empregados para alertá-los da situação. Porém informantes já sabem de tudo, enquanto a mulher adúltera de Sissoko, Djénéba (Diarra), morre estrangulada por esse, ao desco

Filme do Dia: Scrooge; or Marley's Ghost (1901), Walter R. Booth

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  S crooge; or Marley’s Ghost (Reino Unido, 1901). Direção: Walter R. Booth. Essa, que é a primeira das muitas dezenas de adaptações do célebre conto de natal de Dickens, demonstra o quanto o cinema britânico se encontrava entre os mais interessantes do período, apresentando aqui uma rara tentativa de narrativa (como é o caso do mais sofisticado História de um Crime , francês), contemporâneo às experiências mais anárquicas (e também mais curtas) da Escola de Brighton. Fica patente o desajeito, para os padrões narrativos que se tornarão mais prementes ao final da década, com Griffith , com que a história é narrada, com uma longa cena inicial, no qual praticamente nada de dramático acontece, a não ser Scrooge mandar seu assistente de escritório sair. Somente na cena 2, antecipada já pela cartela, é que surge a primeira manifestação do fantasma, que ganha face na aldabra da porta. Quando se senta para desfrutar de sua refeição, um pouco mais relaxado, Scrooge percebe assustado a volta d

Filme do Dia: Ela Que Mora no Andar de Cima (2020), Amarildo Martins

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  E la Que Mora no Andar de Cima (Brasil, 2020). Direção: Amarildo Martins. Rot. Original: Alana Rodrigues. Fotografia: Renato Ogato. Dir. de arte: Rô Melink. Com: Marcélia Cartaxo, Raquel Rizzo. Luzia (Cartaxo) passa a provar diariamente os quitutes preparados pela vizinha do andar de cima, Carmen (Rizzo), que pretende abrir uma confeitaria. Os convites de Carmen passam a ser desejosamente ansiados por Luzia, porém quando Carmen surge trazendo um neto, Luzia percebe que ficará mais difícil, ao menos temporariamente, encontrar a amiga. Martins investe no humor sempre perigoso, a um passo daquele que observa de cima seus personagens, marcados por certa comicidade kitsch. Algo que a música, no momento que mais se aproxima de uma sedução (e, por consequencia, da concretização da fantasia de Luzia), escolhida a dedo, Coração de Papel (composta em 1967, mas regravada em 1974, que é a versão em questão), por motivos vários. Não apenas pelo caráter kitsch da mesma, mas igualmente por rem

Filme do Dia: Colpa del Sole (1951), Alberto Moravia

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  C olpa del Sole (Itália, 1951). Direção e Rot. Original: Alberto Moravia. Com: Strelsa Brown, Giancarlo Sbragia, Clotilde Scarpita. Um homem (Sbragia) e uma mulher (Scarpita) em ambiente sofisticado, discutem o que aparenta ser o fim do envolvimento amoroso entre ambos, no sofá da sala de estar da mulher. O homem ameaça ir embora. A mulher demonstra indiferença. Um jovem casal surge   na área verde diante da casa. A mulher comenta que parecem apaixonados. Pouco depois, o homem do jovem casal atira contra a mulher. Impactados, o homem que observa faz menção de acudi-la, mas é impedido pela mulher, que agora afirma que o quer presente e passam a se beijar, enquanto um grupo de transeuntes se aproxima do corpo,   ao que tudo indica inerte, da vítima. Esse excêntrico curta foi o único testemunho do célebre escritor enquanto diretor, ao contrário das dezenas de adaptações de sua obra (ao menos duas delas clássicos do cinema, O Desprezo e O Conformista ). Ainda que a ação, a seu modo,

Filme do Dia: The Lonedale Operator (1911), D.W. Griffith

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  T he Lonedale Operator (EUA, 1911). Direção: D.W. Griffith. Rot. Original: Mack Sennett. Fotografia: G. W. Bitzer. Com: Blanche Sweet, Francis J. Grandon, Charles West, George Nichols, Joseph Graybill, Dell Henderson, Edward Dillon, Wilfred Lucas. Uma jovem (Sweet), assume o comando do telégrafo enquanto o pai (Nichols) se sente mal e o namorado engenheiro (Gordon), tem que se ausentar por conta do trabalho. Dois assaltantees (Henderson e Graybill) invadem o posto. Trancada na sala do telégrafo, a jovem avisa a estação mais próxima, enquanto os ladrões tentam invadir o aposento. Quando eles conseguem entrar, a jovem aponta uma arma para eles. Logo, os homens da estação próxima chegam, entre eles o engenheiro. Essa “versão” na verdade traz somente stills do filme, o que torna problemático qualquer consideração que não seja superficial sobre o mesmo, no sentido de que até mesmo a configuração dos ângulos dos planos se torna outra com o “recorte” que se faz diante das imagens das f

O Dicionário Biográfico de Cinema#135: Wayne Wang

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  Wayne Wang , n. Hong Kong, 1949 1 975: Man, a Woman and a Killer . 1981: Chan is Missing [ Chan Sumiu ]. 1985: Dim Sum: A Little Bit of Heart . 1987: Slam Dance [ Dançando Com o Perigo ]. 1989: Eat a Bowl of Tea  [ Um Amor em Chinatown ]; Life is Cheap...But Toilet Paper is Expensive . 1993: The Joy Luck Club [ O Clube da Felicidade e da Sorte ]. 1995: Smoke [ Cortina de Fumaça ]; Blue in the Face [ Sem Fôlego ] (co-dirigido com Paul Auster). 1997: Chinese Box [ O Último Entardecer ]. 1999: Anywhere But Here  [ Em Qualquer Outro Lugar ]. 2001: The Center of the World [ O Centro do Mundo ]. 2002: Maid in Manhattan [ Encontro de Amor ]. 2005: Because of Winn-Dixie [ Meu Melhor Amigo ]. 2006: Last Holiday [ As Férias da Minha Vida ]. 2007: A Thousand Years of Good Prayers  [ Mil Anos de Orações ]. 2008: The Princess of Nebraska [ A Princesa do Nebraska ]. 2009: Chinatown Film Project . 2011: Snow Flower and the Secret Fan  [ Flor da Neve e o Leque Secreto ]. A o final de 1993, nenhum ci

Filme do Dia: Filmando a Segunda Guerra (2000), Richard Schickel

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  F ilmando a Segunda Guerra ( Shooting War , EUA, 2000). Direção e Rot.   Original: Richard Schickel. Fotografia: Nancy Schreiber. Música: Arthur B. Rubinstein. Montagem: Bryan McKenzie & Steven Spielberg .  Dir. de arte: Doug J. Meerdink. Documentário que mescla cenas de guerra com alguns dos realizadores das mesmas. Entre os fotógrafos e cinegrafistas que dão seu depoimento encontram-se o célebre fotógrafo Walter Rosenblum e os cinegrafistas Don Honeyman, Stephen Ambrose, Jim Bates, Arthur Mainzer e Russ Meyer. Também são apresentadas as imagens dos documentários realizados por nomes reconhecidos do universo de ficção como os cineastas  John Ford ,  John Huston  (que não se esquivam em fazerem reconstituições para dar maior apelo visual às cenas, no caso do primeiro inclusive utilizando-se de maquetes para reconstituir cenas da batalha de Midway) e Richard Brooks. Entre as mais impressionantes imagens encontram-se a da japonesa que suicida-se após jogar o filho do despenhadeiro,

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#71: Mataron a Venancio Flores

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  MATARAN A VENANCIO FLORES  (Uruguai, 1982). Uma rara tentativa de realizar filmes sérios no Uruguai , utilizando realizadores, atores e financiadores locais, Mataron a Venancio Flores , foi uma tentativa audaz mas, em última instância, fracassada, pela Cinemateca Uruguaya , de iniciar um movimento cinematográfico uruguaio. A Cinemateca Uruguaya fiinanciava curtas à época, e houve uma competição de roteiros, que foi ganho por "A Mediodía", de Rolando Esperanza. Juan Carlos Rodríguez, que havia realizado curtas anteriormente, e o diretor teatral Héctor Manuel Vidal desenvolveram o roteiro para um longa. O orçamento de 100 mil dólares do filme foi custeado inteiramente pela Cinemateca.  O Uruguai estava sob regime militar desde 1973, e o temor da censura pode ter sido a razão porque Mataron  foi ambientado no passado, meados de 1800. A duradoura batalha política entre os conservadores "Blancos" e os liberais "Colorados", iniciado em 1839 com uma guerra civi

Filme do Dia: Cabra-Cega (2004), Toni Venturi

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  C abra-Cega (Brasil, 2004). Direção: Toni Venturi. Rot. Original: Di Moretti, a partir do argumento de Fernando Bonassi, Roberto Moreira & Victor Navas. Fotografia: Adrian Cooper. Música: Fernanda Porto. Montagem: Willen Dias. Dir. de arte: Cláudia Minari & Francisco de Andrade. Figurinos: Carolina Li. Com: Leonardo Medeiros, Débora Duboc, Jonas Bloch, Michael Bercovitch, Bri Fioca, Walter Breda, Odara Carvalho, Renato Borghi. Thiago (Medeiros) faz parte de um grupo de esquerda armada e se encontra refugiado no apartamento do jovem estudante de arquitetura, Pedro (Bercovitch). Sua tensão é grande, pois se vive um momento de desbaratamento de quase todas células de resistência e a morte de seus principias líderes, como Lamarca, que Thiago assiste pela televisão. Fazem parte do restrito convívio de Thiago, além de Pedro, com quem sempre entra em tensão, por achá-lo demasiado alienado, a jovem militante Rosa (Duboc), balconista e dublê de enfermeira, e o veterano Mateus (Bloch