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Mostrando postagens de maio, 2021

Filme do Dia: Tempestade Sobre Washington (1962), Otto Preminger

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  T empestade Sobre Washington ( Advise and Consent , EUA, 1962). Direção: Otto Preminger. Roteiro Adaptado:  Allen Drury, baseado no romance de Wendell Mayes. Fotografia: Sam Leavitt. Música: Jerry Fielding. Montagem: Louis R. Loeffler. Dir. de arte: Lyle R. Wheeler. Cenografia: Eli Benneche. Com: Franchot Tone, Lew Ayres, Henry Fonda , Walter Pidgeon, Charles Laughton, Don Murray, Peter Lawford, Gene Tierney, Burguess Meredith, Eddie Hodges, Paul Ford, Inga Swenson, Paul McGrath George Grizzard, John Granger. O presidente americano (Tone) pretende nomear, a todo custo, como secretário de Estado, Robert Leffingwell (Fonda), que possui uma posição moderada sobre o conflito com o bloco soviético. Para o conservador e sagaz senador Seabright Cooley (Laughton), esse é o maior insulto possível. Em conluio com outro ardoroso crítico de Leffingwell, o senador Brigham Anderson (Murray), assim como com o lider da maioria no Congresso (Pidgeon) eles irão desenterrar um passado obscuro do mesm

O Dicionário Biográfico de Cinema#82: Tuesday Weld

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  Tuesday Weld (Susan Ker Weld), n. Nova York, 1943 D e Rock, Rock, Rock [ Ritmo Alucinante ] (56, Will Price) a Falling Down [ Um Dia de Fúria ], muito pouco de Tuesday Weld tem sido banal ou esperado. Há tema mais rico para uma biografia hollywoodiana ou autobiografia - por ser simplesmente inteligente e articulada o suficiente, e ter sobrevivido a toda a loucura de ter sido uma ninfeta da mídia na era Eisenhower, assim como uma garota com o peso do nome Tuesday,  conseguindo mostrar que pode ser uma atriz extraordinária, assim como uma grande beleza, que foi de alguma maneira lamentável devastada aos vinte e cinco anos? T omando somente um exemplo peculiar: ela possui cenas como Zelda no filme para a TV F. Scott Fitzgerald   in Hollywood (76, Anthony Page) que são tão boas quanto qualquer atriz faria na tela grande. Sua melhor obra é frequentemente a menos conhecida, ou pouco evocada. Considerando que raramente obteve os papéis que seu talento e ousadia clamavam - Lolita, digamos, o

Filme do Dia: A Casa Assassinada (1971), Paulo César Saraceni

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  A   Casa Assassinada (Brasil, 1971). Direção: Paulo César Saraceni. Rot. Adaptado: Paulo César Saraceni, baseado em romance de Lúcio Cardoso. Fotografia e Montagem: Mário Carneiro. Música: Antônio Carlos Jobim.  Dir. de arte e Figurinos: Fredy Carneiro. Com: Rubens Araújo, Norma Bengell, Nélson Dantas, Joseph Guerreiro, Leina Krespi, Carlos Kroeber, Tetê Medina, Nuno Veloso. Após casar com Valdo, Nina (Bengell), mulher atraente e de modos liberais, passa a morar na provinciana mansão dos Menezes, no interior de Minas, decadente família que já não possui sequer rendas para mantê-la. Enreda-se na complexa teia familiar que envolve a hostilidade do irmão mais velho Demétrio (Dantas), sua reprimida mulher Ana (Medina), o delírio do irmão rejeitado homossexual Timóteo (Kroeber) e o desejo de Nina pelo jardineiro da casa (Veloso). Os boatos de seu envolvimento com o jardineiro provocam uma tentativa frustrada de suicídio do marido. O jardineiro, no entanto, é quem se suicida.  Nina parte

Filme do Dia: Thugs with Dirty Mugs (1939), Tex Avery

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  T hugs  with Dirty Mugs (EUA, 1939). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Jack Miller. Música: Carl W. Stelling. Montagem: Treg Brown. Edward G. Robemsome vive Killer, um assaltante implacável que resolve assaltar todos os bancos da cidade na sequência dos números de suas agências, saltando a de número 13 e completando a célere marca de 86 unidades assaltadas num único dia. Mesmo que longe dos melhores exemplares de seu talento, Avery já aponta aqui para algumas características que se tornarão sua marca registrada, dentre elas a forte alusão (direta ou indiretamente) ao universo do cinema de ação ao vivo de sua época, assim como a auto-referencialidade, ambas já postas nas primeiras imagens pós-creditos iniciais esse curta de animação. De fato, o filme apresenta algo como um equivalente dos próprios créditos da história que acompanhamos, e não apenas isso como tirando troça, desde o seu título (uma referência explícita ao então recente Anjos de Cara Suja , de Michael Curtiz) dos filmes

Filme do Dia: Ensaio de um Crime (1955), Luis Buñuel

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    E nsaio de un Crime ( Ensayo de un Crimen , Espanha, 1955). Direção: Luis Buñuel. Rot. Original: Luis Buñuel, Eduardo Ugarte & Rodolfo Usigli. Fotografia: Agustín Jiménez. Música: José Pérez. Montagem: Jorge Bustos & Pablo Gómez. Dir. de arte: Jesús Bracho. Cenografia: Manoel Ladrón de Guevara. Com: Ernesto Alonso, Miroslava Stern, Rita Macedo, Ariadna Welter, Rodolfo Landa, Andrea Palma, Carlos Riquelme, Leonor Llausás. Quando criança, Archibaldo de la Cruz (Alonso), filho de uma distinta e rica família, recebeu uma caixa de música com uma bailarina. Era época da Guerra Civil hispânica e sua preceptora quando se aproxima da janela, é morta por um tiro. A partir desse momento, Archibaldo acreditará que possui o poder de matar as pessoas e seu desejo de morte associado ao erotismo, ocorrerá quando volta a escutar a canção da caixa de música, que reencontra em um antiquário. Internado em um hospital, provoca a morte de uma freira, quando essa foge de suas mãos. Conhece a

Filme do Dia: Tudo Que o Céu Permite (1955), Douglas Sirk

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  T udo Que o Céu Permite ( All That Heaven Allows , EUA, 1955). Direção: Douglas Sirk. Rot. Original: Peg Fenwick, baseado no argumento de Edna  & Harry Lee. Fotografia: Russell Metty. Música: Frank Skinner. Montagem: Fred Baratta &  Frank Gross. Dir. de arte: Alexander Golitzen & Eric Orbom. Cenografia: Russell A. Gausman &  Julia Heron. Figurinos: Bill Thomas. Com: Jane Wyman, Rock Hudson, Agnes Moorehead , Conrad Nagel, Virginia Grey, Gloria Talbott, William Reynolds, Charles Drake, Hayden Rorke, Jacqueline deWit. Cary Scott (Wyman) enviuva ainda relativamente jovem e torna-se objeto dos comentários sobre o próximo esposo, no ambiente provinciano da classe média alta em que vive. Todos pensam que o escolhido será Harvey (Nagel), porém qual não é a surpresa ao descobrirem que ela prefere o jardineiro Ron Kirby (Hudson), bem mais jovem que ela. A aceitação recebida no meio dos amigos de Kirby, um entusiasta do estilo de vida primitivo a la Thoreau, não ocorre em seu

Filme do Dia: O Descobrimento do Brasil (1937), Humberto Mauro

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  O   Descobrimento do Brasil (Brasil, 1937). Direção: Humberto Mauro. Rot. Original: Humberto Mauro & Bandeira Duarte sob o argumento de Affonso de Taunay. Fotografia: Alberto Botelho, Alberto Campiglia, Humberto Mauro & Manoel Ribeiro. Música: Heitor Villa-Lobos. Montagem: Alberto Botelho. Cenografia: José Queiroz, Arnaldo Rosenmayer & Bernardino José de Souza. Com: Álvaro Costa, Manoel Rocha, Alfredo Silva, De Los Rios, Armando Duval, Reginaldo Calmon, João de Deus, J. Silveira, Arthur Oliveira, Hélio Barroso. A esquadra de Pedro Álvares Cabral (Costa), parte em busca das Índias Orientais e acaba chegando à costa brasileira, onde trava seus primeiros contatos com os índios e com a ajuda dos mesmos constói a gigantesca cruz que celebrará a primeira missa a ser rezada no novo território, retornando para Portugal com a carta na qual Pero Vaz de Caminha (Rocha), narra toda a aventura. Mauro estrutura sua epopéia sobre o mito fundador da nação brasileira, algo semelhante

Filme do Dia: A Última Malha (2005), Laura Neuvonen

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  A  Última Malha ( Kutoja , Finlândia, 2005). Direção e Rot. Original: Laura Neuvonen. Música: Christer Nuutinen. Montagem: Kai Lappalainen, Laura Neuvonen & Olli Rajala. Animação em 3D sobre a obsessão de tricotar por uma mulher que acaba quase morrendo e, aparentemente, descobrindo uma nova promissora obsessão ao final. O tema da obsessão, para efeitos humorísticos, ganha um adicional através da repetitiva banda sonora. Apesar de alguns momentos de genuína hilariedade, não vai além disso. Anima Vitae. 6 minutos e 44 segundos

Filme do Dia: O Cavalo Fujão (1908), Louis J. Gasnier

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  O   Cavalo Fujão ( Le Cheval Emballé ,  França, 1908). Direção: Louis J. Gasnier. Rot. Original: André Heuzé. Homem vai fazer uma entrega e enquanto a faz seu cavalo acaba comendo a ração que se encontra na calçada de uma loja defronte ao mesmo prédio. Quando o proprietário da loja descobre o ocorrido, uma série de confusões se sucede. Mais conhecido por suas produções com o comediante Max Linder , o único elemento efetivamente digno de menção e que se destaca de situações não muita diversas das encontradas nos filmes de perseguição é a primeira vez que se utiliza na história do cinema da montagem paralela, observada logo ao início do filme, alternando planos do cavalo se alimentando e do homem se dirigindo ao apartamento onde efetivará sua entrega – motivo evidentemente para uma gag visual; o cavalo aparecendo bem mais robusto, notadamente fazendo uso de outro animal. A série de atropelos e tropeções e o rastro de destruição que segue o herói é típica dos filmes de perseguições, s

O Dicionário Biográfico de Cinema#81: Elvis Presley

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Elvis Presley (1935-1977), n. Tupelo, Mississippi H á uma tradição de cantores que fizeram uma série de filmes, por conta de seus comprovados admiradores. Mas existe maior contraste entre energia e rotina que entre Elvis Presley, o fenômeno, ao vivo ou em gravações, e Presley, o autômato no cinema? Seus filmes ainda são exibidos na TV, mas Presley agora está numa espécie de moldura, e posso acreditar que passados mais dez anos, serão recuperados com júbilo camp  por sua enganadora e monótona "juventude" - tão saudável, tão saltitante, tão impecavelmente limpo quando confrontado com o que sabemos do verdadeiro Presley. Há exceções: deu uma interpretação genuína em Flaming Star  [ Estrela de Fogo ] (60, Don Siegel ); o roteiro de Clifford Odets para Wild in the Country  [ Coração Rebelde ] (61, Philip Dunne) funciona bem, e Tuesday Weld e John Ireland entram por baixo da pele flácida do moço; Há números com Ann-Margret em Viva Las Vegas  [ Amor à Toda Velocidade ] (64, George

Filme do Dia: Houve Uma Vez Dois Verões (2002), Jorge Furtado

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  Houve uma Vez Dois Verões (Brasil, 2002). Direção e Rot. Original: Jorge Furtado. Fotografia: Alex Sernambi. Montagem: Giba Assis Brasil. Dir. de arte: Ana Luiza Azevedo. Cenografia: Fiapo Barth. Figurinos: Rosangela Cortinhas. Com: André Arteche, Ana Maria Maineri, Pedro Furtado, Júlia Barth, Victória Mazzini, Marcelo Aquino, Janaína Kraemer Mota,  Yuri Ferreira.  Chico (Arteche) e Juca (Furtado), são dois adolescentes dispostos a quase tudo para perderem a virgindade. A ocasião parece mais próxima do que nunca, quando viajam sem os respectivos pais para uma cidade de veraneio. Chico apaixona-se por Roza (Maineri), que lhe procura tempos depois, atrás de dinheiro, pois se encontra grávida e necessita fazer um aborto. Com um certo esforço ele consegue juntar a quantia necessária, porém a garota desaparece. Só então ele percebe que foi vítima de um golpe. Reencontra Roza tempos depois e vem novamente a ser enganado por ela. Na terceira tentativa, no entanto, os dois formam um casal.  

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#42: It's All True

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  It's All True . (EUA/BRASIL/MÉXICO, 1941-3). Um dos mais celebrados filmes inacabados de todos os tempos, o projeto de "boa vizinhança" de Orson Welles para a RKO Radio e o Birô de Assuntos Inter-Americanos (OCIAA), It's All True , era dado como perdido até 1980, quando 30 mil metros de negativo em nitrato foram descobertos nos cofres da Paramount Pictures. (Os arquivos da RKO foram adquiridos pela Desilu Studios em 1957 que, por sua vez, foram comprados pelas Gulf+Western em 1967, uma companhia que incluía a Paramount). O material foi transferido para um formato "seguro" em acetato pelo American Film Institute e, em 1986, Richard Wilson, que havia sido produtor associado de Welles nos dois episódios brasileiros, começou a tarefa de pesquisar e realizar um documentário, assistido por Catherine L. Benamou, que posteriormente escreveria um livro, It's All True: Orson Welles Pan-American Odissey  (2007). O filme resultante: It's All True: Based on an

Filme do Dia: Trip to Mars (1924), Dave Fleischer

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  T rip to Mars (EUA, 1924). Direção: Dave Fleischer. Esse curta envereda por uma saudável e tresloucada fantasia, dando  destaque e reelaborando de modo mais sofisticado um dos temas que sempre acompanhou o universo da animação desde os seus primórdios, o da relação entre o animador e a animação que ganha vida própria e interage, podendo inclusive se voltar contra o seu próprio criador. Fleischer faz referência ao universo da criação desde o início, quando surge em sua prancheta criando traços de modo espontâneo e desarticulado. Aos poucos, no entanto, surge a figura do palhaço Koko, personagem recorrente de sua produção na época e que ele acredita que possui pertinência o suficiente para acompanhar o restante da trajetória. A partir de uma cartela que explica o fascínio de Fleischer pela astronomia, ele resolve enviar seu pequeno ser ao espaço, contra a vontade desse.  Koko, para se vingar, coloca dinamite ao pé da escrivaninha do criador que acaba voando até marte por conta da exp

Filme do Dia: What Demoralized the Barbershop (1898), William Heise

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  W hat Demoralized the Barber shop (EUA, 1898). Direção: William Heise. Numa barbearia frequentada exclusivamente pelo sexo masculino, a vista das pernas de duas mulheres que conversam no alto de uma escada provocam crescente furor entre clientes e barbeiros, o que finda com a concentração de todos. Em relativamente pouco tempo, os homens que trabalhavam para Edison perceberam a necessidade de se adaptar rapidamente em termos do que era apresentado nos filmetes curtos de então de forma a continuar angariando interesse junto ao público. Quando se compara esse filme, por exemplo, com The Barber Shop ,  produzido quatro anos antes se tem a medida dessas mudanças. Elas vão de um maior realismo cenográfico em relação ao fundo negro e poucos adereços que evocavam uma barbearia no anterior, até a inclusão de um interesse erótico, os pés e início das pernas de mulheres que se exibem para os homens, para completo atordoamento dos mesmos, inclusive do barbeiro em atividade, demonstrando a m

Filme do Dia: Tocaia no Asfalto (1962), Roberto Pires

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  T ocaia no Asfalto (Brasil, 1962). Direção: Roberto Pires. Rot. Original: Roberto Pires, a partir do argumento de Rex Schindler. Fotografia: Hélio Silva. Música: Remo Usai. Montagem: Roberto Pires. Dir. de arte: José Teixeira de Araújo. Com: Agildo Ribeiro, Arassary de Oliveira, Adriano Lisboa, Geraldo Del Rey, Angela Bonatti, David Singer, Jurema Penna, Antonio Pitanga, Milton Gaúcho, Othon Bastos. Rufino (Ribeiro), matador de aluguel, chega em Salvador, proveniente de Maceió, com a missão de matar o Coronel Pinto Borges (Gaúcho), candidato a governador. Ele se hospeda na pensão de Dona Filó (Penna), um bordel disfarçado, apaixonando-se por sua vizinha de quarto, Ana Paula (Oliveira). A filha de Borges, Lucy (Bonatti) se encontra enamorada do deputado Ciro (Del Rey), que faz oposição ao pai e o convocou a uma CPI. Sabendo que há um matador contratado para dar um fim em Borges, Luciano (Lisboa) é encarregado de encontrar um homem para que dê cabo dele, antes de fazer o mesmo com Ci

Filme do Dia: Amor Até as Cinzas (2018), Jia Zhang-ke

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  A mor Até as Cinzas ( Jiang Hu er nü , China/França/Japão, 2018). Direção e Rot. Original: Jia Zhang-ke. Fotografia: Eric Gautier. Música: Giong Lim. Montagem: Matthieu Laclau. Dir. de arte: Weixin Liu. Com: Zhao Tao, Liao Fan, Li Xuan, Casper Liang, Ding Jiali, Xu Zheng, Diao Yi’nan, Feng Xiaogang. 2001. Qiao (Tao) se vê profundamente vinculada ao namorado Bin (Fan), que é envolvido com a máfia local e que, após se encontrar com um chefão de mais idade e respeitado por ele, fica sabendo pouco após do assassinato do mesmo. Sua viagem ao local para prestar solidariedade resulta em mais violência, inclusive contra ele e em sua defesa, em vias de ser morto por linchamento por uma gangue de homens mais jovens, Qiao saca o revólver que carregam no carro, e que não possui licença, sendo ambos presos e afastados um do outro.   Qiao não recebe nenhum visita, quando presa, de Bin, e o mesmo se dá quando é solta da prisão, 5 anos após. Ela tenta, sem sucesso, estabelecer algum tipo de víncul

Filme do Dia: Squadron 992 (1940), Harry Watt

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  S quadron 992 (Reino Unido, 1940). Direção: Harry Watt. Comentários: W.D.H McCulloch.  Fotografia: Jonah Jones. Música: Walter Leigh. Montagem: Richard Q. McNaughton. Mesmo com as características que compõem o forte da Escola Documental Britânica segundo os preceitos de Grierson de certa objetividade, ainda que aqui de um uso social mais estritamente vinculado a questões estratégicas de guerra – a utilização de balões que servem como obstáculos para voos rasantes da esquadra inimiga – tampouco deixa de apresentar imagens de uma veia poética mais afinada com Flaherty , ainda que ocasionalmente, como um plano de um pequeno barco em meio as ondas ligeiramente revoltas ou, em seu final, a sombra de um balão sobre um paredão rochoso.  E prosaicas, inserindo ocasionalmente crianças se divertindo com as manobras militares ou, reverso da moeda,  fugindo dos bombardeios.  É a narração over que guia as imagens. Como documentário evidentemente encenado, a exemplo da maior parte dos produzidos

Filme do Dia: Presos em Flagrante (1994), Raymond Depardon

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  P resos em Flagrante ( Délits Flagrants ,França, 1994). Direção e Rot. Original: Raymond Depardon. Fotografia: Nathalie Crédou. Montagem: Camille Cotte, Roger Ikhlef & Georges-Henri Mauchant. Surpreendidos aparentemente em flagrante delito, como resume o título, esse documentário acompanha os diálogos entre 14 acusados, seus advogados de defesa e os promotores públicos que decidirão se os mesmos irão para corte ou serão libertos, com direito a responderem na justiça em liberdade. Com câmera estática e planos que duram em média por volta de dois minutos, sendo geralmente que, como no Primeiro Cinema, em que o quadro, via de regra, acaba tendo uma função mais importante do que o plano em si mesmo – tanto o é, que existem uns poucos cortes quase imperceptíveis durante momentos das sessões filmadas. As exceções são os planos iniciais, sendo que um deles apresenta O Palácio da Justiça parisiense por um minuto e meio e os momentos em que os acusados são transportados ao longo de inte

O Dicionário Biográfico de Cinema#80: Henry King

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  Henry King (1888-1982), n. Christianburg, Virgínia 1 916: Who Pays . 1917: Southern Pride ; A Game of Wits ; The Mate of the Sally Ann . 1918: Beauty and the Rogue ; Powers That Pray ; Hearts or Diamonds (*); The Locked Heart ; When a Man Rides Alone ; Hobbs in a Hurry ; All the World to Nothing . 1919: Brass Buttons ; Some Liar ; Where the West Begins ; Sporting Chance (**);  This Hero Stuff ; Six Feet Four ; 23 1/2 Hours Leave  [ Vinte e Três e Meia Horas de Licença ]; A Fugitive from Matrimony ; Haunting Shadows . 1920: The White Dove ; Uncharted Channels ; One Hour Before Dawn  [ Uma Hora da Madrugada ]; Help Wanted - Male ; Dice of Destiny . 1921: When We Were 21 ; Mistress of Shenstone  (***); Salvage ; The Sting of the Lash ; Tol'able David  [ David, o Caçula ]. 1922: The Seventh Day ; Sonny  [ Piedoso Embuste ]; The Bond Boy ; 1923: Fury ; The White Sister  [ Irmã Branca ]. 1924: Romola . 1925: Sackcloth and Scarlett ; Any Woman ; Stella Dallas . 1926: Partners Again  [ D

Filme do Dia: O Açougueiro (1969), Claude Chabrol

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 O    Açougueiro (Le Boucher, França/Itália, 1969). Direção e Rot. Original: Claude Chabrol. Fotografia: Jean Rabier. Música: Pierre Jansen. Montagem: Jacques Gaillard. Dir. de arte: Guy Littaye. Figurinos: Joseph Poulard. Com: Stéphane Audran, Jean Yanne, Anthony Pass, Pascal Ferone, Mario Beccara, William Guérault, Roger Rudel.              Helene (Audran),  professora escolar num vilarejo francês, sentimentalmente problemática desde uma relação frustrante, aprecia a amizade do açougueiro local, Popaul (Yanne), um veterano de guerra. Uma série de crimes em locais próximos começam a ocorrer. Helene, que trata seus alunos como filhos, vê uma de suas crianças serem mortas a poucos metros de onde se encontrava em excursão. Próximo ao local o isqueiro que dera de presente a Popaul. Porém, quando ele reaparece com um isqueiro na mão, Helene, ainda abalada com a morte da criança, chora de felicidade. Logo, no entanto, a certeza  de que Popaul é culpado se confirma, quando procura o outro is

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#41: Carmen Santos

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SANTOS, CARMEN  (Brasil, 1904-52). Ainda que tenha dirigido somente um filme concluído, Carmen Santos foi a pioneira feminina mais importante do cinema brasileiro , produzindo numerosos filmes, mais notavelmente para Humberto Mauro , e atuando em uma série de filmes silenciosos, incluindo o grande Limite  (1930). Santos nasceu em Vila Flor, Portugal, e após emigrar quando adolescente, envolveu-se com o cinema brasileiro muito cedo, atuando em Urutau (1919). O filme nunca foi exibido publicamente, e nem foram os dois filmes seguintes nos quais atuou, A Carne  (1924) e Mademoiselle Cinema  (1925). De acordo com Elice Munerato e Maria Helena Darcy de Oliveira em "As Musas das Matinês", "o público começou a amar Carmen Santos nos anos 20, principalmente através da revista de cinema Cinearte ", que reportou sobre os mistérios que rondavam seu trabalho. "O produtor do primeiro filme desapareceu com os negativos, e os dois filmes remanescentes supostamente foram destr