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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Filme do Dia: Judex (1916), Louis Feuillade

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J udex (França, 1916). Direção: Louis Feuillade. Rot. Original: Arthur Bernède & Louis Feuillade. Fotografia: André Glatti & Leon Klausse. Dir. de arte: Robert-Jules Garnier. Com: René Cresté, Musidora, Édouard Mathé, Gaston Michel, Yvonne Dario, Yvette Andréyor, Juliette Clarens, Jean Devalde, Georges Flateau, Louis Leubas, Marcel Lévesque. No mesmo ano que Griffith lançava seu Intolerância , Feuillade, a seu modo, também apresentava um monumento cinematográfico cuja extensão, se somados todos os episódios, supera igualmente em metragem aquele. Mais importanto, no entanto, é o quanto esse filme sinaliza para uma estética muito mais moderna visualmente que a de Griffith . Com infinitamente menos recursos do que o realizador norte-americano, Feuillade consegue não apenas orquestrar a movimentação dos atores com muito mais sutileza, apresentando composições impressionantes por seu talento visual e um estilo europeu no qual a montagem, pedra de toque da filmografia de Griff

Filme do Dia: Canoeing on the Charles River, Boston, Mass. (1904), Edwin S. Porter

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C anoeing  on the Charles River, Boston, Mass.(EUA, 1904). Fotografia: Edwin S. Porter. Uma procissão de canoas desce lentamente o rio. Pela indumentária e idade dos rapazes se supõe tratar-se de um grupo de estudantes com seus respectivos parentes ou namoradas. Todas as canoas portam bandeirolas americanas. Por essa época o gênero atualidade já havia deixado de ser o maior interesse do público e o fato de aqui se fazer uso de estratégias de filmagem que caíam em desuso – único plano e sem movimentação alguma de câmera, com tempo mais dilatado do que as atualidades do início do século tornando a ação sem maior apelo ainda mais prolongada – não deve ter auxiliado em maior sucesso junto aos espectadores. Pode-se imaginar também se tratar de um filme de encomenda para determinada associação ou instituição. Torna-se algo surpreendente ele ter sido filmado justamente por Porter, o homem que estava provocando os maiores avanços no filme ficcional do mesmo período. Edison Manufacturing

Filme do Dia:O Eclipse (1962), Michelangelo Antonioni

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O  Eclipse ( L´Eclisse , Itália/França, 1962). Direção: Michelangelo Antonioni. Rot. Original: Michelangelo Antonioni, Enio Bartolini, Tonino Guerra & Ottiero Ottieri. Fotografia: Gianni Di Venanzo. Música: Giovanni Fusco. Montagem: Eraldo Da Roma. Dir. de arte: Piero Poletto. Cenografia: Piero Poletto. Figurinos: Bice Brichetto & Gitt Magrini. Com: Monica Vitti, Alain Delon, Francisco Rabal, Louis Seigner, Lilla Brignone, Rosanna Rory, Mirella Ricciardi, Cyrus Elias .             Vittoria (Vitti), entediada e em crise existencial, decide romper sua relação com Riccardo (Rabal). Riccardo insiste, mas Vittoria finca pé em sua decisão. Vai até a Bolsa de Valores onde encontra a mãe (Brignone) e se sente atraída por um rapaz que trabalha lá, Piero (Delon). Último filme da chamada Trilogia da Incomunicabilidade de Antonioni , também composto por A Aventura (1960) e A Noite (1961), na qual o cineasta radicaliza mais que qualquer outro filme anterior seu desinteresse p

The Film Handbook#154: Dusan Makavejev

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Dusan Makavejev Nascimento: 13/10/1932, Belgrado, Sérvia, Iuguslávia Carreira (como diretor) : 1953- N os anos 60, Dusan Makavejev , um dos realizadores europeus mais originais e provocativos parecia ter estabelecido uma carreira expressiva. Falhando em cumprir sua promessa inicial, no entanto, seu peculiar senso de humor e interesse nas relações entre sexualidade e política tem sido enfraquecida por uma crescente auto-indulgência. Após estudar psicologia e cinema, Makajevev passou uma década realizando curtas e documentários, frequentemente experimentais em sua forma. Em 1966, sua estreia em longa-metragem, O Homem Não é um Pássaro / Covek nije Tica , anunciava um novo talento ao mundo. Seu enredo frouxo e elíptico (um operário fabril se apaixona por uma garota que, por fim, o trai com um motorista de caminhão) era repleto de ambiguidades, contrastando os antiquados conceitos de amor do homem com as perspectivas muito mais liberadas da garota, dentro de um contexto social clar

Filme do Dia: A Queda de Berlim (1950), Mikheil Chiaureli

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A  Queda de Berlim ( Padeniye Berlina , URSS, 1950). Direção: Mikheil Chiaureli. Rot. Original: Mikheil Chiaureli & Pyotr Pavelenko. Fotografia: Leonid Kosmatov. Música: Dmitri Shostakovich. Montagem: Tatyana Lykhachyova. Dir. de arte: Vladimir Kaplunovski & Aleksei Parkhomenko. Com: Mikheil Geloveni, Boris Andreyev, Marina Kovalyova, V. Savelyev, G. Timoshenko, A. Urasalyev, Nikolai Bogolyubov, Jan Werich. A jovem Natasha (Kovalyova), apaixonada pelo operário padrão Alexei (Andreyev) abandona seu namorado, o pianista Kostya (Timoshenko)  . Alexei havia sido convidado para uma honra inimaginável, conhecer Josef Stálin (Gelovani). Quando tudo parecia ir as mil maravilhas, no entanto, Natasha e Alexei sofrem ferimentos de estilhaços de bombas jogadas pelos nazistas.  Após três meses insconsciente, Alexei soube que Natasha fora capturada pelos nazistas. Esse pavoroso e grandiloquente épico sobre a derrota alemã pela União Soviética atesta tal e qual a própria União Sov

Filme da Semana: The Marriage (1976), Arnaldo Jabor

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The Marriage (O Casamento, Brazil, 1976). Directed by Arnaldo Jabor. Written by Arnaldo Jabor from the novel by Nélson Rodrigues. Cinematography by Dib Lutfi. Edited by Rafael Valverde. Set decoration and costumes by Francisco Altan & Mara Chaves. Cast: Adriana Prieto, Paulo Porto, Camila Amado, Nélson Dantas, Érico Vidal, Fregolente, Mara Rúbia, Carlos Kroeber, André Valli, Cidinha Millan. Glorinha (Prieto) is on the eve of her wedding when a series of revelations torments her and her circle of family and friends. Dr. Camarinha (Fregolente), a friend of Sabino (Porto), his father, says Glorinha’s fiancé is homosexual. Glorinha, in turn, reveals to him that she had been a lover of his dead son, Antonio  Carlos (Vidal) a year ago. Sabino reveals to Noemia (Amado), his secretary with whom he ends up having a sexual relationship, who had experienced a homosexual practice as a child and calls her by the name of his daughter. Noemia, in turn, Xavier’s (Dantas) lover, who lives

"Rainbow", Ada Jones & Billy Murray

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Filme do Dia: O Pecado da Carne (1932), Lewis Milestone

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  O  Pecado da Carne ( Rain , EUA, 1932). Direção: Lewis Milestone. Rot. Adaptado: Maxwell Anderson, a partir da peça de John Colton & Clemence Randolph e do conto de W.Somerset Maugham. Fotografia: Oliver T. Marsh. Música: Alfred Newman. Montagem: Duncan Mansfield. Dir. de arte : Richard Day. Figurinos: Milo Anderson. Com: Joan Crawford, Walter Huston, Fred Howard, William Gargan, Mary Shaw, Guy Kibbee, Beulah Bondi, Walter Catlett. Nas ilhas tropicais de Pago Pago, Sadie (Crawford), garota de má reputação, enfrenta a ira de um grupo de religiosos incomodados com sua presença e a atração que exerce nos homens do exército lá baseados. Comandando o movimento contra ela se encontra o pregador Alfred Davidson (Huston). Um dos soldados, de índole mais ingênua, O’Hara (Gargan), apaixona-se fortemente por Sadie. Após vários embates com Davidson, Sadie, que após pressão desse junto ao governador, recebe ordens de ser enviada de barco a San Francisco, onde cumprirá pena de prisão

Filme do Dia: Nosferato no Brasil (1971), Ivan Cardoso

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N osferato no Brasil (Brasil, 1971). Direção: Ivan Cardoso. Rot. Original e fotografia: Ivan Cardoso. Com: Torquato Neto, Scarlet Moon, Daniel Más, Helena Lustosa. Seja na Hungria do século XIX (em p&b) ou no Rio de Janeiro dos anos 70, Nosferato (Neto) ataca várias mulheres, nesse filme considerado referência no cinema experimental nacional. Filmado em Super-8 com câmara na mão, não possui nenhuma preocupação de narrativa clássica ou apresentar verossimelhança (as cenas em que Nosferato mata um rapaz, percebe-se que a tábua que ele utiliza para matá-lo não chega nem perto de encostar na vítima) em suas cenas de violência (embora uma beleza, que mescla selvageria e lirismo, evocativa do próprio ato sexual, seja presente nos constantes ataques às mulheres) e a Budapeste do século XIX é visivelmente o próprio Rio dos anos 70. A mais bela cena é a que Nosferato ataca uma vítima no banco traseiro de um carro, enquanto a conotação sexual de seus atos encontra-se presente seja num

Filme do Dia: O Jovem Törless (1966), Volker Schlöndorff

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  O  Jovem Törless ( Der Junge Törless , Al. Ocidental/França, 1966). Direção: Volker Schlöndorff & Herbert Asmodi baseado no romance de Robert Musil. Fotografia: Franz Rath. Música: Hans Werner Henze. Montagem: Claus von Boro. Cenografia: Maleen Pacha. Com: Matthieu Carrière, Marian Seidowski, Bernd Tischer, Fred Dietz, Lotte Ledl, Jean Leaunay, Barbara Steele, Herbert Asmodi, Hanna Axmann-Rezzori . No Império Austro-Húngaro, o jovem Törless (Carrière) se despede da mãe (Axmann-Rezzori) e passa a vivenciar um verdadeiro rito de passagem para o universo masculino, em um internato no qual um dos rapazes, Anselm von Basini (Seidowski) se torna o bode expiatório para toda sorte de sevícias e torturas. Törless, ao mesmo tempo que se sente tocado pelas humilhações inflingidas a Basini, procura se distanciar do mesmo, como que buscando ocultar traços de identidade com alguém que é considerado fraco, efeminado e doente. O auge da tensão ocorre quando Basini é torturado em um giná

Filme do Dia: Bela Aldeia, Bela Chama (1996), Srdjan Dragojevic

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B ela Aldeia, Bela Chama ( Lepa Sela, Lepo Gore , Servia-Croácia, 1996) Direção: Srdjan Dragojevic. Rot.Original: Vanja Bulic, Srdjan Bragojevic & Nikola Pekajovic. Fotografia: Dusan Joksumovic. Música: Laza Ristovski. Montagem: Petar Markovic. Com: Dragan Bjegorilic, Nikola Kojo, Velimir-Bata Zivojiniv, Dragan Maksimovi, Zoran Cuijanovic, Nikola Pekajovic, Dragan Petrovic, Milorad Mandic.       As aventuras e desventuras de Milan (Bjegorilic), jovem sérvio antes, durante e depois da eclosão da guerra que assolou a ex-república iuguslava a partir de 1992: sua amizade desde a infância com Halil (Pekajovic), jovem muçulmano, que irá lutar do outro lado do front;  a separação da família, a união e a amizade que se forma no grupo - composto por homens de diversas nacionalidades e uma mulher, jornalista americana - que se encontra sitiado no túnel onde Milan e Halil, nunca entrarem com medo do bicho papão, túnel este inaugurado pelo Camarada Tito em 1980, onde ficam tão sedentos

Filme do Dia: Londres, Entrée du Cinématographe (1896), Louis Lumière & Charles Moisson

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L ondres, Entrée du Cinématographe (França, 1896). Um dos poucos filmes dos Lumière a aparentemente fazerem alguma auto-referência – no caso a entrada do aparentemente majestoso Teatro Empire, de Londres, cuja atração, como discretamente pode ser percebido em sua marquise, onde um relativamente discreto anúncio na mesma dá notícia do cinematógrafo dos Lumiére “toda noite”. Ao discriminar a exibição de seu tão recente instrumento em tão pujante rua moderna como a aqui flagrada, repleta do movimento de carruagens e transeuntes, é como se ao mesmo tempo os irmãos de Lyon estivessem igualmente se inscrevendo no coração dessa modernidade. Destaques para os dois cavalheiros que fazem uma rápida mesura com suas cartolas para a câmera. É curioso como o cinema entra pela porta da frente da burguesia, como aqui observado, para logo depois se tornar o espetáculo predileto do populacho, somente sendo reabilitado novamente nos idos do cinema narrativo com Griffith . Lumière. 40 segundos.

Filme do Dia: Zero Kelvin (1995), Hans Petter Moland

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Z ero Kelvin ( Zero Kelvin , Noruega/Suécia, 1995) Direção: Hans Petter Moland. Rot.adaptado: Lars Bill Lundholm&Hans Petter Molland. Fotografia: Philip Ogaard. Música: Terje Rypdal. Montagem: Einar Egeland. Com: Gard B.Eidsvold, Stellan Skarsgard, Bjorn Sundquist, Camilla Marteens. Larsen (Eidsvold), rapaz sensível e apaixonado afasta-se da jovem (Marteens) que ama e de quem pretende tornar-se noivo para trabalhar para uma companhia de exploração de peles em geleiras distantes da Groenlândia. Quando lá chega com o representante da companhia terá que enfrentar uma tripla dificuldade: saudades da amada; a companhia duplica a quantidade de pedidos para o ano seguinte e, pior, a difícil convivência com os outros dois companheiros de choupana, especialmente Randbeck (Skarsgard), rude caçador de grande experiência. Após inúmeras dificuldades como a fuga do outro companheiro, o cientista Holm (Sundquist) e diversas brigas com Randbeck, inclusive uma provoca  o incêndio da choupana

The Film Handbook#153: Robert Bresson

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Robert Bresson Nascimento: 25/09/1901, Bromont-Lamothe, França Morte : 18/12/1999, Paris, França Carreira  (como realizador): 1934-1983 O s filmes de Robert Bresson são bastante distintos de qualquer coisa no cinema. Em sua determinação desdenhosa de excluir elementos frequentemente essenciais ao meio - espetáculo, drama, interpretação - Bresson seguiu uma visão do mundo unicamente pessoal que permanece consistente, independente da natureza de seu tema. Tendo abandonado planos de ser pintor, dirigiu um curta atipicamente cômico ( Affaires Publiques ) e escreveu diversos roteiros para outros diretores. Em 1943, após um ano na Alemanha, prisioneiro de um campo de guerra, dirigiria seu primeiro longa-metragem, Anjos do Pecado / Les Anges do Péché > 1 . Apesar de dizer respeito à redenção espiritual (as tentativas de uma jovem freira de salvar a alma de uma assassina somente são bem sucedidas com sua própria morte) antecipar o tema da salvação em sua obra posterior, seus atores

Filme do Dia: Carnaval Atlântida (1952), José Carlos Burle & Carlos Manga

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C arnaval Atlântida (Brasil, 1952). Direção: José Carlos Burle e Carlos Manga. Rot. Original: José Carlos Burle, Berliet Júnior & Victor Lima. Fotografia: Amleto Daissé. Música: Lyrio Panicalli. Montagem: José Carlos Burle & Waldemar Noya. Cenografia: Martim Gonçalves. Com: Oscarito , Grande Otelo , Cyl Farney, José Lewgoy, Eliana, Colé Santana, Renato Restier, María Antonieta Pons.         O produtor Cecílio B. de Milho (Restier) pretende fazer uma grandiosa produção sobre Helena de Tróia. Ele busca a assessoria do respeitado professor Xenofontes (Oscarito), especialista em cultura grega, dispensando os talentos dos artistas locais (Othelo e Santana). Porém, os planos iniciais para um drama histórico se desfazem quando Xenofontes assume o papel de Helena, enquanto o farsante Conde Verdura (Lewgoy), que na realidade é um motorista de grã-fino, é Menelaus. O rigor acadêmico de Xenofontes enfraquece diante da sensualidade da rumbeira Lolita (Pons) e os artistas convencem  

Filme do Dia: Caixeiro-Viajante (1969), Albert Maysles, David Maysles & Charlotte Zwerin

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C aixeiro-Viajante ( Salesman , EUA, 1969). Direção: Albert Maysles, David Maysles & Charlotte Zwerin. Fotografia: Albert Maysles. Montagem: Charlotte Zwerin & David Maysles. Esse documentário, um dos marcos do Cinema Direto norte-americano, acompanha 5 vendedores de bíblia em suas duras jornadas de trabalho, sob o sol ou sob a neve. Ao contrário de outros luminares associados ao movimento, como Wiseman , que se especializou em efetivar panoramas críticos de instituições como hospitais psiquiátricos, hospitais, escolas ou o sistema penal, aqui se depara sobretudo com situações e personagens peculiares. Há uma evidente tensão e melancolia que vão em extrema oposição ao que é recitado nas reuniões de vendedores, uma mescla entre um discurso de  auto-ajuda pré-fabricado, tentativa de impor um otimismo inexistente e prédicas que mal conseguem disfarçar sua dimensão puramente econômica e liberal através de um discurso moral e até religioso – como é o caso de um dos vendedore

Filme do Dia: Entre a Loura e a Morena (1943), Busby Berkeley

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E ntre a Loura e a Morena ( The Gang’s All Here , EUA, 1943). Direção: Busby Berkeley. Rot. Original: Walter Bullock, a partir do argumento de Nancy Wintner, George Root Jr. & Tom Bridges. Fotografia: Edward Cronjager. Música: Hugo Friedhofer, Arthur Lange, Cyril J. Mockridge, Alfred Newman & Gene Rose. Montagem: Ray Curtiss. Dir. de arte: James Basevi & Joseph C. Wright. Cenografia: Thomas Little. Figurinos: Yvonne Wood. Com: Alice Faye, Carmen Miranda , Phil Baker, Benny Goodman, Eugene Pallette , Charlotte Greenwood, Edward Everett Horton, Tony De Marco, James Ellison, Sheila Ryan. Um sargento do exército, Andy (Ellison) se apaixona por uma corista, Edie Allen (Faye). O problema é que ele já é comprometido com uma garota, que conhece desde criança, Vivian (Ryan), filha do casal Peyton (Horton e Greenwood), amigos de seu pai (Pallette), que foi fotografado em um não muito afamado nightclub ao lado da cantora e dançarina brasileira Dorita (Miranda). Se a insipidez d

4 Anos de Blog

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4 anos de blog. Resenhas sobre 1425 filmes foram postadas durante esse periodo, ou seja, uma por dia, desde a criação do mesmo. São resenhas de um acervo que vai completar 20 anos de existência justamente esse ano. Somadas às de produções novas e antigas que venho assistindo. Apesar de já contar com o material na hora da seleção para futura postagem, essa seleção é cega, aleatória, não discriminando entre resenhas bem escritas, mal escritas, pequenas, grandes, de filmes próximos ou distantes temporal ou afetivamente, canônicos ou desconhecidos, longas ou curtas. Por vezes, no momento da seleção ou da divulgação da postagem, dá vontade de reescrever algumas resenhas, como a recentemente divulgada sobre o filme experimental mexicano La Formula Secreta , que voltei a ver várias vezes após tê-la escrito e que talvez teria mais e melhor a dizer sobre. Porém, contenho-me. A proposta do blog é justamente as das primeiras impressões sobre um filme visto ou revisto. Não descarto a possibili

Filme do Dia: Pier Paolo Pasolini (1971), Carlo Hayman-Chaffey

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P ier Paolo Pasolini ( Pier Paolo Pasolini – A Filmmaker´s Life , Itália, 1971). Direção: Carlo Hayman-Chaffey. Música: Andro Cecovini. Montagem: Anthony Ciccolini. Com depoimentos de Pasolini e de alguns de amigos e colaboradores (Nineto Davoli, os irmãos Citti, Alberto Moravia, Cesare Zavatini), esse documentário parece mais uma colcha de retalhos do que foi possível fazer em termos de improviso. Une aos depoimentos nada expressivos, com exceção de alguns momentos do próprio Pasolini , flashes rápidos de alguns de seus filmes. Pasolini , como habitualmente, surge entre tímido e professoral, discutindo desde tópicos teóricos até seu auto-confesso complexo de Édipo que foi a motivação maior para a filmagem do drama de Sófocles. Ainda a destacar, o único depoimento não abertamente laudatório de Pasolini , de Zavatini, veterano roteirista do Neorrealismo, que afirma que o cineasta ainda não havia conseguido unir o Pasolini realizador de cinema e o escritor em seus filmes. A certo m

Filme do Dia: Plutopia (1951), Charles A. Nichols

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P lutopia (EUA, 1951). Direção: Charles A. Nichols. Rot. Original: Ralph Wright & Al Bertino. Música: Joseph Dubin. Mais divertido que o padrão da animação contemporânea em curta-metragem do estúdio, apresenta a ida de Mickey com Pluto na colônia de férias denominada Camp Utopia. Para Pluto, no entanto, a situação se transforma em pesadelo, a partir do momento em que Mickey lê que as instruções impedem a presença de cães em alojamentos. Posto para dormir diante da porta e dividindo o local com um gato nada amistoso, somente resta a Pluto sonhar com “um mundo melhor”. E, na sua utopia, ele vem a ser tratado da forma mais respeitosa possível pelo gato, que se transforma em seu mordomo particular. Destaque para a relação sado-masoquista entre gato e cão desenvolvida no sonho de Pluto, criada pelo próprio gato, que pede insistentemente que Pluto morda seu rabo, assim como a inclusão de elementos do universo da vigília – no caso aqui a forma carinhosa com que Mickey se dirige a Pl

Filme do Dia: O Império dos Sentidos (1976), Nagisa Oshima

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O  Império dos Sentidos ( Ai no Corrida , Japão/França, 1976). Direção e Rot. Original: Nagisa Oshima. Fotografia: Hideo Itoh. Música: Minoru Miki. Montagem: Patrick Sauvion & Keiichi Uraoka. Dir. de arte: Jusho Toda. Figurinos: Masahiro Kato & Jusho Toda. Com: Tatsuya Fuji, Eiko Matsuda, Aoi Nakajima, Yasuko Matsui, Meika Seri, Kanae Kobayashi, Taiji Tonoyama, Shinkichi Noda, Kyôji Kokonoe. O lascivo e mulherengo Kichizo (Fuji), conhecedor de todas as mulheres que trabalham no bordel que freqüenta, encanta-se pela insaciável e obsessiva Sada Abe (Matsuda), que não admite que ele possua mais relações com ninguém, a não ser quando por ordens dela própria. Tal intimidação não é mera retórica, como Kichizo descobre ao tentar fazer amor com sua esposa, Toku (Nakajima). Abe apenas sai praticamente do quarto onde fazem sexo para fazer sexo por dinheiro com um velho professor (Kokonoe), que sustentará a relação com Kichizo. A obsessão gradual acabará os levando a práticas de sa