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Mostrando postagens com o rótulo Curta Metragem

Filme do Dia: Alma (2009), Rodrigo Blaas

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  A lma (EUA/Espanha, 2009). Direção e Rot. Original: Rodrigo Blaas. Música: Nacho Mastretta. Dir. de arte: Alfonso Blaas. O maior charme dessa animação é que sua aparente singeleza acaba revelando, na verdade, uma peça de humor negro. Garota numa cidade em pleno inverno  se sente atraída por um boneco, vestido semelhante a ela, que se encontra em uma loja de brinquedos. Após, com muito esforço, conseguir atingi-lo, torna-se ela própria a próxima atração da vitrine. Ou seja, todos os bonecos que lá se encontram foram crianças reais movidas, provavelmente, pela mesma curiosidade. Blaas é animador que contribuiu com diversos longas como Procurando Nemo e Wall-E  5 minutos e 25 segundos.

Filme do Dia: Christmas Comes But Once a Year (1936), Dave Fleischer

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  C hristmas Comes But Once a Year (EUA, 1936). Direção: Dave Fleischer. Música: Bob Rothberg, Tot Seymour & Sammy Timberg. Na noite de natal, todas as crianças de um orfanato se divertem por pouco tempo, pois os presents que recebem logo se desfazem em suas mãos de tão velhos que são. Ouvindo o choro das crianças quando passa diante do orfanato, Professor Grampy resolve se travesir de Papai Noel e improvisar dezenas de brinquedos a partir das bugigangas que possui em sua oficina. O resultado é a volta da alegria das crianças. Esse é o único curta no qual o personagem do Professor não aparece acompanhado de uma das mais célebres criações de Fleischer, Betty Boop. A canção-título, tal como em outros filmes da série Color Classics, ganha destaque, assim como uma completa“higienização” de referências dirigidas particularemente ao universo adulto, sendo aqui igulmante destituído de uma certa astúcia que acompanha até mesmo os outros títulos da comportada série. Fleischer Studios pa

Filme do Dia: The Village (2010), Stelios Polychronakis

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  T he Village ( To Horio , Grécia, 2010). Direção , Rot. Original e Dir. de arte Stelios Polychronakis. Fotografia Dimitris Horlanopoulos. Música Yiannis Psaroudakis. Montagem Frank Rosam. Em uma noite de inverno, o médico do vilarejo recebe um bilhete da necessidade de um atendimento. Ele se dirige à cidade em meio ao vento frio. E lá não encontra ninguém. Nem tampouco, aparentemente, nas casas. Antes de entrar em uma ele utiliza um estetoscópio na porta, e prende a perna de uma cadeira quebrada com esparadrapo.   Depois busca um apoio melhor para uma viga no teto. Em um salão desvira um prato e descobre restos de comida repletos de vermes. Após limpar tudo, põe uma música na vitrola e começa a dançar com uma vassoura. Assusta-se ao se deparar com o quadro de um velho na parede. Pega sua valise e abandona a vila, voltando a fincar uma placa sinalizadora do local. No dia seguinte, lê o jornal e desaparece como um espectro. Ambientado em um período passado, provavelmente entre

Filme do Dia: The Story of Hansen and Gretel (1951), Ray Harryhausen

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  T he Story of Hansen and Gretel (EUA, 1951). Direção: Ray Harryhausen. Rot. Adaptado: Charlotte Knight, a partir dos Irmãos Grimm. João e Maria, filhos de um cançador, culpados por terem se desfeito acidentalmente de um dos poucos resquícios de comida que restavam, resolvem partir para a floresta em busca de algo para a ceia. João possui a ideia de ir marcando a trilha que seguem com pedaços de pão, porém logo observam que uma ave os havia comido e que se encontram perdidos. A bruxa verde, criatura temida por todos os animais da floresta, através de um feitiço constrói uma casa de doces que atrai os olhos e os estômagos famintos das crianças. Ela as convida a entrarem, mas lá rapidamente aprisiona João. Quando prepara o fogo que os tornará sua refeição, Maria a empurra dentro do forno e os encantos da bruxa se desfazem. Um coelho, em dívida como todos os animais da floresta, com o ato de Maria, traz uma arca repleta de joias para as crianças, cujo pais as encontra pouco depois. N

Filme do Dia: Felix in Hollywood (1923), Otto Mesmer

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  F elix in Hollywood (EUA, 1923). Direção e Rot. Original: Otto Mesmer. Um ator fracassado decide que deve se “vender” para Hollywood. Ele manda Felix conseguir dinheiro para comprar uma passagem para a Califórnia. Felix transforma uma sapataria falida no maior sucesso da cidade, pondo goma de mascar no chão e arruinando os sapatos de todos os transeuntes. O ator decide que Felix não irá com ele, mas esse vai travestido de valise. Lá, após algumas tentativas, acaba tendo seu valor reconhecido. Normalmente já recheado de private jokes e metalinguagem, um episódio ambientado em Hollywood não deixará de lado uma série de referências galhofeiras ao universo do cinema já desde o início, quando apresenta a frustração de um artista “sério” que vai para Hollywood apenas pelo dinheiro. Na meca do cinema a oportunidade para caricaturar algumas celebridades como o diretor William S. Hart, o galã Douglas Fairbanks, Ben Turpin, o célebre ator cômico vesgo, além, é claro, de Chaplin , a quem F

Filme do Dia: Puss in Boots (1922), Walt Disney

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  P uss in Boots (EUA, 1922). Direção Walt Disney. Rot. Adaptado Walt Pfeiffer, a partir dos contos de Grimm. Fotografia Red Lyon Garoto leva flores a garota que corteja, ao mesmo tempo que sua gata faz brinacadeiras amorosas com o gato da garota. O rei, que é seu pai, no entanto, desgosta da ideia de ver sua filha flertando com um mero plebeu, e o expulsa de casa, assim como sua gata. Essa disse que tem uma ideia para reverter o quadro, mas somente se ele comprar umas botas para ela. Botas compradas, o jovem se torna um toureiro mascarado. Após conseguir derrotar o animal, ganha a admiração do rei, que lhe concede a mão da filha, e quando esse se desmascara, ao mesmo tempo corre para fugir da fúria do rei. Antes Disney tivesse, guardadas as proporções dos desdobramentos da indústria, permanecido fiel à singeleza de alguns de seus curtas iniciais, como esse. Certamente não teria se tornado o império e referência que se tornaria. E tampouco teria pausterizado narrativas complexas em

Filme do Dia: Ballerina on the Boat (1969), Lev Atamanov

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  B allerina on the Boat ( Balerina na Korable , União Soviética, 1969). Direção Lev Atamanov. Rot. Original Rosa Khusnutdinova. Fotografia Mikhail Druyan.  Música Alfred Schnittke. Montagem Lidiya Kyaksht. Dir. de arte Geliy Arkadev & Boris Korneev. Em um navio, o seu timoneiro, ao qual vai sendo substituído,   acaba por cair na água, toda vez que tenta imitar os passos do treino de uma bailarina, de quem observa o treino. Após muito observarem da perícia da bailarina em literalmente voar pelos ares, o barco ameaça ser tragado pela força de um redemoinho. Quem parte pioneiramente para salvar a situação é a bailarina, a pular para uma ilha e lá ajudar a formar uma frente contrária às correntes geradas pelo redemoinho. E para festejarem a conquista, os marinheiros passam a dançar, com a presença da bailarina. A embarcação finalmente aporta. Em apenas uma década e meia que o afasta de filmes como An Extraordinary Match   (ou, de sua própria lavra, O Antílope Dourado) , per

Filme do Dia: Les Jeux des Anges (1964), Walerian Borowczyk

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  L es Jeux des Anges (França, 1964). Direção e Rot. Original: Walerian Borowczyk. Fotografia: Gérard Cox & Francis Pronier. Música: Bernard Parmegiani. Montagem: Claude Blondel. A aparente evocação do genocídio e sua racionalidade orquestrada parece ressoar de forma um tanto simbólica, beirando a abstrata, nesse curta do realizador polonês, que faz uso de cânticos de prisioneiros em campos de concentração na sua banda sonora, assim como dos sons de um órgão que, a determinado giro de ângulo, transforma-se em carabinas que disparam, numa provável alusão a uma civilização que gerou arte e cultura elevadas, mas igualmente a barbárie. Inicia e finda com imagens bastante escurecidas e uma banda sonora de vagões de trem em movimento. Há uma secura e impessoalidade em todo o ritual, com paredes frias e nuas e, há determinado momento, corpos sendo decapitados em série, embora sua representação seja pouco antropomorfizada. A imagem da asa (de um anjo como sugere o título?) decepada, aliá

Filme do Dia: Manhattan Medley (1931), Bonney Powell

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  M anhattan Medley (EUA, 1931). Direção: Bonney Powell. (segunda resenha) Aparentemente bastante autoconsciente do ciclo recente de sinfonias urbanas que teve Nova York como modelo, esse curta revisita tanto motivos monumentais que já haviam sido ressaltados por suas antecessoras ( Manhatta , Twenty-Four Island ) como o transatlântico e os arranha-céus (inclusive o Empire State então recém-edificado, como igualmente a ideia de uma metrópole em constante mutação, voltando as imagens de retroescavadeiras em meio a construções que já haviam chamado atenção de Flaherty em seu curta de quatro anos antes, quanto apresenta, em aberto contraste, visões mais prosaicas da vida urbana, tal como fará seu contemporâneo A Bronx Morning , de Jay Leyda. Tal como no exemplo mais célebre do ciclo, Berlim, Sinfonia de uma Metrópole (1927), de Walter Ruttman, emula-se algo como um dia na metrópole moderna, indo da escuridão do amanhecer a escuridão da noite, adentrando no terreno da vida noturna e do

Filme do Dia: Munchausen (2013), Ari Aster

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  M unchausen (EUA, 2013). Direção e Rot. Original Ari Aster. Fotografia Pawel Pogorzelski. Música Daniel Walter. Montagem Arndt-Wulf Peemöller. Dir. de arte Bonnie Bacevich, Maya Levy & Emma Toll. Cenografia Jennifer Giron. Figurinos Dakota Keller. Maquiagem Jennifer Cabezas & Ali Magee. Com Bonnie Bedelia, Liam Aiken, Rachel Brosnahan, Richard Riehle, David Purdham, Seth W. Owen. Mãe (Bedelia) não consegue superar a imaginada partida do filho de casa para seguir sua vida individual, com a universidade, o envolvimento com uma moça e posterior casamento. Tudo a faz lembrar dele, dos filmes que assistiam juntos ao boneco enterrado na areia que descobre ao cuidar do jardim. E põe um produto no sanduíche que lhe serve, visando seu adoecimento. O filho de fato adoece. A mãe chama um médico. O garoto, apesar de aparente melhora, vem a óbito na véspera de sua tão aguardada partida. A narrativa toda é construída através de uma irritante apropriação pós-moderna e cínica d

Filme do Dia: Precious Images (1986), Chuck Workman

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  P recious Images (EUA, 1986). Direção e Montagem: Chuck Workman. Nada mais institucional e, por conseguinte, anêmico que esse curta (ganhador do Oscar de ação ao vivo de sua categoria) em tributo suposto centenário do cinema pelo Director’s Guild of America, o sindicato dos diretores de Hollywood, em detrimento da data mundialmente mais aclamada, quase uma década após (1995). O resultado é um extenso e aborrecido videoclipe no estilo dos apresentados anualmente na festa do Oscar que inicia e finda com Cidadão Kane e, como previsível, realiza não um tributo ao cinema, mas ao cinema norte-americano bem entendido, como sinônimo do cinema. Filmes estrangeiros eventuais são algo raro e em co-produção – como um da série Godzilla . Por mais impressionante que seja a quantidade de títulos referidos a esse prodígio de paciência na edição de imagens em um período ainda sem as facilidades da tecnologia digital surge a inevitável compreensão que das centenas de filmes referidos, a maior parte

Filme do Dia: How Animated Cartoons Are Made (1919), Wallace A. Carlson

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  H ow Animated Cartoons Are Made (EUA, 1919). Direção Wallace A. Carlson. Seguindo uma tradição que observa os bastidores do universo da animação, algo muito comum então, desde ao menos Winsor McCay, The Famous Cartoonist of American of New York Herald and His Moving Comics (1911), e tornada comum sobretudo na década seguintes, com os Fleischer ( Invisible Ink e muitos outros), Carlson já inicia com uma ótima referência à fama dos produtores de então. Segue com uma história que viu em uma brochura, e que o levou a redigir um texto, para o escritório do dono do estúdio e pede para que permaneçam do lado de fora, saindo praticamente chutado de lá, mas afirmando (via cartelas, óbvio) polidamente que ele apenas afirmara que precisava de uns pequenos refinamentos, embora vejamos que os papeis voaram e se espalharam no tranco. Vemos então o desenhista apresentar duas cenas que do roteiro, segundo ele as mais simples, por onde se iniciaria a realização dos desenhos. Depois de desenhar um

Filme do Dia: Africa Squeaks (1931), Ub Iwerks

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  A frica Squeaks (EUA, 1931). Direção Ub Iwerks. Música Scott Bradley & Carl W. Stalling. O sapo Flip está em um safári na África, com uma procissão de animais na sua cola. Ele atira contra o que acha ser o traseiro de um leão, e acerta um nativo, despertando a atenção também de um grupo maior. Embora tente fugir, Flip é capturado, e levado ao seu rei. O rei leva Flip para a panela. Esse foge e se torna objeto de atração e mesmo devoção das nativas, que o querem transformar em novo monarca, sendo que ele prefere voltar a panela. Em um dos melhores momentos, um dos pioneiros da tradição disneyana,  Iwerks faz com que Flip ajuste o leão como uma pose para foto, mas não para ser fotografado, e sim mirado por sua espingarda. Como quase todas as representações de animação então, os nativos africanos – assim como seus descendentes afro-americanos – são observados de forma caricata, sem rostos individualizados, associados com a antropofagia, com o habitual osso como presilha dos cabe

Filme do Dia: 59 Days (2020), Zina Papadopoulou

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  5 9 Days (Grécia, 2020). Direção Zina Papadopoulou. Fotografia e Música Grigoris Grigoropoulos. Curta de animação demasiado colado em imagens filmadas em ação ao vivo de três garotos (filhos do músico que assina a trilha sonora dessa produção, já que com o mesmo sobrenome, como confirmam os créditos finais que o incluem também como “pai”), que passam pelo primeiro período de reclusão mais intensa devida a pandemia do coronavírus no país. Há um esquema que remonta a ordem de um diário filmado, e depois “transcrito” para os desenhos (rotoscopia?) de forma que, aparentemente somente tem como norte o avanço dos dias, já que não possui qualquer intensificação dramática ou algo do tipo. O que resulta em um compromisso com a experiência vivida, inclusive do crescente tédio por parte dos garotos, mas que não o torna tampouco particularmente estimulante. |Oval Image. 5 minutos.

Filme do Dia: Pai e Filha (2000), Michael Dudok de Wit

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  P ai e Filha ( Father and Daughter , Holanda/Bélgica/Reino Unido, 2000). Direção e Rot. Original: Michael Dudok de Wit. Música: Denis L. Chartrand & Normand Roger. Dir. de arte: Michael Dudok de Wit. Em chave lírica (talvez demasiada) esse curta de animação narra uma forte relação de afeto entre pai e filha, rompida inexplicavelmente com a súbita partida do pai, que a abandona no dia em que andam de bicicleta, indo em um barco e não mais retornando. Durante diversas fases de sua vida ela retorna ao mesmo local. Com traços básicos, em que linhas e silhuetas se sobressaem em branco e preto basicamente e esse recorte minimalista e com um potencial pathos proporcionado pela sua trilha sonora original e ausência efetiva de diálogos, foi ganhador do Oscar de sua categoria. CinéTé Filmproductie BV/Cloudrunner Ltd. 8 minutos e 8 segundos.

Filme do Dia: Ensopado de Coelho (1941), Tex Avery

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  E nsopado de Coelho ( All This Rabbit Stew, EUA, 1941). Direção: Tex Avery. Rot. Original: David Monahan. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Um garoto negro procura a todo custo caçar Pernalonga. Porém, esse evidentemente utiliza todas as suas artimanhas, inclusive se mover juntamente com o buraco de sua toca ou confundir o rapaz tomando um urso por ele em uma caverna. Apenas um ano após sua estréia e ainda com traços diferenciados – e talvez mais interessantes e bem definidos – do que se tornará seu auge, por volta de meados da década, Pernalonga protagoniza esse que é o único dos 11 curtas hoje censurados de qualquer lançamento oficial ou exibição em TV por conta do evidente racismo com que descreve a preguiça malemolente e os traços do garoto negro (Black Elmer). O momento mais hilário, sem dúvida alguma, é o qual não apenas Black Elmer e Pernalonga, mas o próprio urso respira aliviado de terem fugido da toca do mesmo.

Filme do Dia: Ready Any Good Meters Lately (1947), John Waterhouse

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  R eady Any Good Meters Lately (Reino Unido, 1947). Direção: John Waterhouse. Com: Richard Masssingham. Curta de propaganda que adverte para a necessidade de racionamento de combustível no pós-guerra. Massingham (também realizador de curtas similares, como Coughs and Sneezes ) vivencia várias situações para exemplificar a necessidade de racionamento, a mais memorável delas sendo entrar em uma banheira não muito cheia de água completamente vestido, que é também a primeira imagem do filme.   Massingham é entrevisto no sofá de sua casa completamente rodeado por lembretes suspensos que indicam “observe os seus medidores”, assim como o que o disco na vitrola repete sem parar, subtítulo dessa produção que não chega sequer a desenvolver estratégias de uma maior tentativa de contato com o público, como a do narrador que interage diretamente com os atores e cenas apresentadas tal como em Coughs and Sneezes . COI/Ministry of Fuel and Power/Public Relationship Films. 1 minuto.

Filme do Dia: Bid'Em In (2003), Neal Sopata

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  B id´Em In (EUA, 2003). Direção: Neal Sopata. Representação inicialmente promissora sobre a venda de escravas negras na América do século XIX, essa animação em 2D que remete a colagens que apresentam gravuras da época acaba cedendo, no final de contas, a se centrar na representação de um leilão de escravos.|Sopata Prod. 1 minuto e 49 segundos.

Filme do Dia: Niebieski Pokój (2014), Tomász Siwinski

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  N i ebieski Pokój (Polônia, 2014). Direção: Tomász Siwinski. Rot. Original e Montagem: Tomász Siwinski. Música: Rémi Boubal. Construído a partir de um ritmo que enfatiza aspectos oníricos e/ou de fluxo de consciência de seu protagonista, relacionados a impossibilidade de acesso a sua família, mulher e dois filhos, observados a partir de uma janela de uma casa que se move por momentos passados da existência da personagem. Essa janela passa a ser sua única forma de contato com o mundo (interior? exterior?). Denso e algo sufocante, ao mesmo tempo que evoca toda uma tradição cinematográfica que bebe ou flerta com o onirismo; também pode ser pensado como uma atualização mais densa de curtas repletos de simbolismos de realizadores do Leste Europeu, sendo ao mesmo tempo menos ideologizado e esquemático que a maior parte da produção da Escola de Zagreb e menos hermético que alguns realizadores experimentais tais como Svajmaker. Há algo de uma poética da memória evocativa de Tarkovski. Sacr

Filme do Dia: The Queen of Basketball (2021), Ben Proudfoot

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  T he Queen of Basketball (EUA, 2021). Direção Ben Proudfoot. Fotografia Brandon Somerhalder. Música Nicholas Jacobson-Larson. Montagem Stephanie Owens & Ben Proudfoot. Documentário sobre um destaque no basquetebol feminino estadunidense dos anos 1970, a carismática Lucy Harris. Além de ter todos os elementos valorativos para um tributo revisionista, mulher e negra, Lusia “Lucy” Harris, ainda foi capturada pela voga militante da época. Então, conseguiu ajudar a implantar um time de basquete feminino na universidade para onde foi, e se tornou a única negra no time. Desde o início já prevemos se tratar dela, quando fala dela em terceira pessoa. Além dos depoimentos da própria Lucy, abundam imagens de arquivo de jogos e reportagens televisivas. Ela participou da primeira equipe feminina a jogar uma olimpíada, em Montreal. No terço final do curta vem a já esperada parte mais dolorosa de uma trajetória resumida em sorrisos por Lucy: a impossibilidade de crescimento profissional quand