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Mostrando postagens com o rótulo 1965

Filme do Dia: Screen Tests (1964-66), Andy Warhol

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  S creen Tests (EUA, 1964-66). Direção: Andy Warhol. Rot. Original: Ronald Tavel. Filmetes curtos (entre 4 e 6 minutos) que Warhol fez das mais diversas celebridades do mundo das artes e da cultura e, particularmente, de amigos próximos que circulavam pela Factory. Na sua instalação museográfica (aparentemente ouve outro formato para sua exibição enquanto filme de 33 minutos) fica ressaltada a dimensão de “retrato”, de longa tradição na história da fotografia, adicionado o movimento, o que torna uma experiência interessante por, entre outros motivos, ressaltar o tempo, ausente da fotografia e por expressar as mais diversas reações à câmera. Nesse último sentido, o próprio Warhol gostava de chamá-los de emotion pictures , e realmente em muitos deles (como em John Palmer) aflora uma intensidade nas faces evocativas dos melhores momentos de Cassavetes (que por sinal possui entre um de seus mais reverenciados filmes um com o título de Faces ). Existem desde pessoas que choram até aque

Filme do Dia: The Raw Ones (1965), John Lamb

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  T he Raw Ones (EUA, 1965). Direção: John Lamb. Fotografia: Jack Hill & Robert Wilson. Montagem: Jack Hill. Sob o pretexto de se tratar de uma produção com propósitos “educacionais” sobre o nudismo, o filme talvez tenha se tornado o mais ousado – e provavelmente disputado à época – dos célebres nudies , produções que exploravam a nudez, aqui quase indiscriminadamente entre rapazes e moças (essas se encontram em maior quantidade), e aparentemente o primeiro no formato longa-metragem. Não falta a voz over para trazer comentários que pretenderiam um verniz intelectual que vão de Freud a Rousseau, assim como Thomas Jefferson (no que diz respeito à liberdade de expressão). E que afirma se tratarem de famílias (em muitos poucos momentos se observa crianças, menos que animais) que viajam centenas de quilômetros para compartilharem desse momento de despojamento coletivo, passando por como diversas sociedades e culturas lidam com a nudez, quando, na verdade, os espectadores da época deve

Filme do Dia: São Paulo S/A (1965), Luiz Sérgio Person

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S ão Paulo S/A (Brasil, 1965). Direção e Rot. Original: Luís Sérgio Person. Fotografia: Ricardo Aranovich. Montagem: Glauco Mirko Laurelli. Música: Cláudio Petraglia. Com: Walmor Chagas, Eva Wilma, Otelo Zeloni, Ana Esmeralda, Darlene Glória. Carlos (Chagas) leva uma vida afetiva conturbada, dividindo-se entre a tresloucada Ana (Glória), a emancipada Hilda (Esmeralda) e tentando conquistar o coração da moça de família Luciana (Wilma). Consegue empregar-se na Volkswagen, e ganha dinheiro por fora, ao fazer contatos com a empresa de auto-peças de um conhecido, Arthur (Zeloni). Porém, sua situação se complica, sendo despedido da empresa, quando esta toma notícia da sua ligação com   Arthur, e, ao mesmo tempo, vê-se rejeitado por Luciana. Pressionado por Carlos,   Arthur o admite em sua empresa de auto-peças, que continua fornecendo peças para a Volks, onde logo torna-se seu funcionário mais destacado. Aproveitando sua situação econômica privilegiada pede Luciana em casamento. Porém logo

Filme do Dia: Domingo à Tarde (1965), António de Macedo

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  D omingo à Tarde (Portugal, 1965). Direção: António de Macedo. Rot. Adaptado: António de Macedo, a partir do romance de Fernando Namora. Fotografia: Elso Roque. Montagem: António de Macedo. Com: Isabel de Castro, Ruy de Carvalho, Isabel Ruth, Alexandre Passos, Constança Navarro, Fernanda Esmeralda, Fernanda Borsatti, Fernanda de Figueiredo. Jorge (Carvalho), introspectivo e pouco comunicativo, envolve-se emocionalmente com uma paciente sua, Clarisse (Castro), que se encontra em estado terminal de leucemia. Apesar de seus esforços, Clarisse segue o mesmo destino reservado a maior parte dos pacientes de Jorge. Com a mesma bossa distanciada e fria que seus créditos finais assomam, criando imagens assimétricas entre o branco e o preto básicos, este filme apresenta da forma mais desapaixonadamente antisentimental o seu caso de amor algo desesperado. E a continuidade da vida após o fim irremediável dele. O gesto do personagem vivido pelo longevo ator Ruy de Carvalho, é o mesmo (cabeça

Filme do Dia: Crime no Carro Dormitório (1965), Constantin Costa Gavras

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  C rime no Carro Dormitório ( Compartiment Tueurs , França, 1965). Direção Costa-Gavras. Rot. Adaptado Costa-Gavras & Sébastien Japrisot, a partir do romance de Sébastien Japrisot. Fotografia Jean Tournier. Música Michel Magne. Montagem Christian Gaudin. Dir. de arte Rino Mondellini. Com Jacques Perrin, Catherine Allégret, Yves Montand, Simone Signoret, Claude Mann, Pierre Mondy, Michel Piccoli, Jean-Louis Trintignant, Charles Denner, Bernadette Lafont. Crime praticado em um trem, cujo corpo é entrevisto pelo jovem recém-chegado pela primeira vez a Paris, Daniel (Perrin), enlevado pela também jovem e noviça em Paris, Bombat (Allégret), torna-se obsessão dos investigadores Graziani (Montand) e o Comissário Tarquin (Mondy), já que os outros presentes no vagão vão sendo sequencialmente eliminados, ao ponto da dupla Daniel e Bombat se tornarem alvos potenciais do assassino. Em resumo, o protótipo do thriller de Costa-Gavras, com visível inspiração em Hitchcock , embora em um

Filme do Dia: Mickey One (1965), Arthur Penn

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  M ickey One (EUA, 1965). Direção: Arthur Penn . Rot. Original: Alan M. Surgal. Fotografia: Ghislain Cloquet. Música: Eddie Sauter. Montagem: Aram Avakian. Dir. de arte: George Jenkins.  Figurinos: Domingo A. Rodriguez. Com: Warren Beatty , Alexandra Stewart, Hurd Hatfield, Franchot Tone, Teddy Hart, Jeff Corey, Kamatara Fujiwara, Donna Michelle. Foragido da mafia decide se refugiar em Chicago, onde é batizado como Mickey One (Beatty) e consegue alguma notoriedade no mundo do entretenimento após alguns empregos menos rentáveis. Porém a sombra da organização, ou melhor, sua onipresença, continua se fazendo presente na vida de Mickey. Os créditos iniciais já denunciam a influência da Nouvelle Vague (que será melhor digerida em Bonnie & Clyde ), porém o que prenunciava ser uma apropriação mais acomodada aos padrões realistas americanos, logo após os créditos, acaba se transformando num extravagante e persecutório filme de ação.  Tal mudança de chave parece menos auxiliar o filme

Filme do Dia: As Quatro Faces do Medo (1965), Masaki Kobayashi

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  A s Quatro Faces do Medo ( Kaidan , Japão, 1965). Direção: Masaki Kobayashi. Rot. Adaptado: Yôko Mizuki, baseado no livro de Lafcadio Hearn. Fotografia: Yoshio Myiajima. Música: Tôro Takemitsu. Montagem: Hisashi Sagara. Dir. de arte: Jusho Toda.   Com: Rentaro Mikuni, Michiyo Aratama, Misako Watanabe, Tatsuya Nakadai, Keiko Kishi, Katsuo Nakamura, Osamu Takizawa, Kanemon Nakamura, Yûko Mochizuki. Madeixas Negras . Um samurai falido (Mikuni) abandona sua esposa fiel e doce (Aratama) para se casar com a filha de uma família rica (Watanabe), de quem acaba não gostando e achando orgulhosa e egoísta. Acreditando que havia sido um ato impensado da juventude, após muitos anos decide retornar à primeira esposa e possui uma surpresa desagradável, após a acolhida inicial . A Mulher da Neve . Jovem e velho carregadores de madeira acabam se abrigando em uma velha cabana da intensa tempestada de neve. Lá recebem a visita de uma entidade fantasmagórica (Nakadai). O velho morre, mas ao jovem, Yuk

Filme do Dia: O Caminho do Progresso (1965)

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  O   Caminho do Progresso (Brasil, 1965). Fotografia Giulio de Luca. Montagem Italo di Bello. O comentário musical talvez fale mais que qualquer das obviedades de sua voz over (narração de Alberto Cury). Assim, nos créditos iniciais e ao lado do otimista título há uma presença de um rock instrumental. Quando se aproxima da realidade dos interiores os temas se tornam regionais. Quando se adentra no interior de uma indústria, os acordes instrumentais de uma famosa balada rock emergem. O recado está dado. Caminha-se para o progresso da metrópole paulistana, observada do alto e logo, mais de perto, coalhada de veículos. São esses que transportam tudo, inclusive outros veículos. Assim o curta destaca, uma vez mais, mesmo que de forma inicialmente oblíqua, o papel central da indústria automotiva, como vários outros produzidos por Manzon ( Indústria Automobilística , Como Nasceu o Primeiro Carro Brasileiro , Boa Viagem Pelas Novas Estradas , O Nosso Pequeno 1800 e tantos outros). São essa

Filme do Dia: Os Amores de uma Loira (1965), Milos Forman

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  O s Amores de uma Loira ( Lásky Jedné Plavovlásky , Tchecoslováquia, 1965). Direção: Milos Forman. Rot. Original: Milos Forman, Jaroslav Papousek, Ivan Passer & Vaclev Sasek sob argumento de Forman, Papousek & Passer. Fotografia: Miroslav Ondrícek. Música: Evzen Illín. Montagem: Miroslav Hájek. Dir. de arte: Karel Cerný. Cenografia: Vladimir Macha. Figurinos: Zdena Snajdarová. Com: Hana Brejchová, Vladimir Pucholt, Vladimír Mensik, Jirí Hrubý, Milada Jezková, Josef Sebanek, Josef Kolb, Marie Salacová. Andula (Brejchová) é uma garota de uma região tcheca em que existem 16 mulheres para cada homem. A situação promete ser diferente com a chegada de soldados. Porém, para a decepção das garotas, trata-se de reservistas veteranos. No baile local um grupo de homens se interessa por Andula e suas duas amigas, porém essa se engraça com o pianista da banda, bem mais jovem que os homens, Milda (Pucholt). Morando num colégio interno de moral extremamente repressora, Andula provoca   um

Filme do Dia: Subterrâneos de Futebol (1965), Maurice Capovila

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  S ubterrâneos do Futebol (Brasil, 1965). Direção: Maurice Capovila. Rot. Original: Maurice Capovila, Clarice Herzog &  Francisco Ramalho Jr. Fotografia: Thomas Farkas. Tal como o mais conhecido Viramundo , esse curta documental (mais tipicamente curta que o outro, em termos de metragem) expressa tendências estilístico-ideológicas similares, não por acaso tendo sido os dois produzidos por Farkas. Nesse sentido vai a voz over a fazer seus comentários estatísticos (lá a quantidade impressionante de nordestinos emigrados em dez anos para São Paulo, aqui a não menos impressionante quantidade de jogos a acontecerem em um final de semana). E igualmente se conta não com um “narrador auxiliar”, mas com vários, e se naquele é um empresário, aqui um médico e um técnico ou preparador fazem, dentre outros, esse papel. O último vem a comentar sobre a curta vida profissional (ele se refere a 15 anos) de um jogador e indaga o que será depois dele ter encerrado sua carreira, justamente enquanto

Filme do Dia: The Dot and the Line: A Romance in Lower Mathematics (1965), Chuck Jones & Maurice Noble

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  T he Dot and the Line: A Romance in Lower Mathematics (EUA, 1965). Direção: Chuck Jones & Maurice Noble.  Rot. Original: Norton Juster, a partir de seu próprio argumento. Música: Eugene Poddany. Dir. de arte: Maurice Noble. Esse curta animado demonstra o quanto o talento de Jones não se resumia às clássicas animações que havia desenvolvido para a Turma do Pernalonga. Seu tom irônico, já antecipado no primeiro comentário do narrador a respeito de uma “sensível e viril linha que se apaixonara perdidamente por um ponto”, não garante, no entanto, um humor espontâneo, e tampouco parece ser esse o seu objetivo. As características gráficas do ponto e da linha se tornam motivo que os amigos da linha acusem a “falta de profundidade” do ponto ou que, deprimido com a falta de receptividade do ponto, a linha acabe se contorcendo em vários ângulos, até quase perder sua característica original. Porém, linha refeita, uma aproximação acaba ocorrendo, proporcionando senão um vida feliz desde en

Filme do Dia: As Pinturas do Meu Irmão Júlio (1965), Manoel de Oliveira

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  A s Pinturas do Meu Irmão Júlio (Portugal, 1965). Direção, Fotografia e Montagem: Manoel de Oliveira. Rot. Original: Manoel de Oliveira & José Régio. Música: Carlos Paredes. Ao contrário de outra incursão sua que faz referência à pintura ( O Pintor e a Cidade ) nesse também filme curto,  Oliveira abraça de forma mais ortodoxa às convenções dos documentários sobre arte e, embora possua uma locução over , ao contrário da produção da década anterior, após algum tempo como que se liberta dessa e parece se contentar com o próprio universo pictórico das obras do irmão, passeando com a câmera sobre elas e acompanhado de temas musicais instrumentais ao violão, de viés tradicional. Motivos aparentemente vinculados à noite, boemia, bebida, prostituição, dança e música emergem de seus quadros e o filme pretende evocar, seja o movimento das ondas em um quadro que apresenta um pescador em um barco, seja a dança em meio a boemia. Ou motivos populares outros, como o quadro que escolhe para en

Filme do Dia: Quando Só o Coração Vê (1965), Guy Green

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Q uando Só o Coração Vê ( A Patch of Blue , EUA, 1965). Direção: Guy Green. Rot. Adaptado: Guy Green, a partir do romance Be Ready With Bells and Drums , de Elizabeth Kata. Fotografia: Robert Burks. Música: Jerry Goldsmith. Montagem: Rita Roland & Hal G. Davis. Dir. de arte: George W. Davis & Urie McCleary. Cenografia: Henry Grace & Charles S.Thompson. Com: Sidney Poitier, Elizabeth Hartman, Shelley Winters, Wallace Ford, Ivan Dixon, Elisabeth Fraser, John Qualen, Kelly Flynn. Garota pobre e cega explorada pela mãe Rose-Ann (Winters) e pelo avô alcoólatra (Ford), Selina (Hartman) consegue o apoio de um homem negro que se interessa e se aproxima dela, Gordon Ralfe (Poitier). Ela se apaixona por ele, que reage de forma ambígua. Seu irmão, Mark (Dixon), desaprova os cuidados que Gordon dispensa a uma garota branca. Rose-Ann possui planos de abandonar o pai e ir morar com Sadie (Fraser), sua melhor amiga e que também destrata a garota. Demasiado óbvio na composição de s

Filme do Dia: A Prova do Leão (1965), Cornel Wilde

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A   Prova do Leão ( The Naked Prey , EUA, 1965). Direção: Cornel Wilde. Rot. Original: Clint Johnston & Don Peters. Fotografia: H.A.R. Thomson. Música: Edwin Astley, Andrew Tracey & Cornel Wilde. Montagem: Roger Cherill. Com: Cornel Wilde, Gert van den Berg, Ken Gampu, Patrick Mynhardt, Bella Randles, Morrison Gampu, Sandy Nkomo, Eric Mcanyama. Explorador na África de meados do século XIX (Wilde), é capturado por um grupo de nativos, após um companheiro (Berg) seu de expedição, inadvertidamente ter agido com truculência no trato com os mesmos. Consegue fugir, mas é perseguido por um grupo de nativos, matando alguns deles. Chega ao limite de uma outra aldeia, onde conquista a simpatia de uma pequena garota (Randles), que o recolhe de uma situação de quase afogamento, após a aldeia ter sido invadida, sendo os nativos capturados para o comércio escravo. Seus perseguidores, que haviam desistido diante da situação de conflito maior, quando voltam a vê-lo vulnerável continuam a

Filme do Dia: De Punhos Cerrados (1965), Marco Bellocchio

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D e Punhos Cerrados ( I Pugni in Tasca , Itália, 1965). Direção e Rot. Original: Marco Bellocchio . Fotografia: Alberto Marrama. Música: Ennio Morricone. Montagem: Silvano Agosti  & Anita Cacciolati. Dir. de arte: Gisella Longo. Com: Lou Castel, Paula Pitagora, Marino Masé, Liliana Gerace, Pier Luigi Troglio, Jeannie McNeil, Irene Agnelli, Gianni Schicchi. Alessandro (Castel), jovem epilétpico, não disfarça o incômodo perante a família desestruturada na qual vive. A mãe (Gerace) cega, religiosa e passiva. A irmã, Giulia (Pitagora), mantém uma proximidade francamente incestuosa com ele. Um irmão, Leone (Troglio) é retardado. Enquanto o outro, Augusto (Masé) finge não fazer exatamente parte do grupo e se encontra mais interessado em seu casamento com Lucia (McNeill). Talvez o que torne esse filme mais ousadamente avançado e mesmo bastante vinculado a uma postura contemporânea, o de uma anomia patológica que resulta em crimes praticados de fato seja também o seu calcanhar de A

Filme do Dia: A (1965), Jan Lenica

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A   (Al. Ocidental, 1965). Direção e Rot. Original: Jan Lenica. Fotografia: Georges Maillet & Renate Rühr. Música: Georges Delerue & Bernard Parmegiani. Homem passa a ser constantemente atormentado pela presença constante da letra A em seu apartamento. Após tentar frustradamente se livrar por diversos meios da mesma, quando essa finalmente some e ele acorda de um longo período de inconsciência, festeja o sumiço da letra, mas logo se vê sem saber o que fazer e surge a letra B. Partindo de uma frase de Ionesco, apresentada ao final, essa animação curta bem poderia sinalizar para as evocações do totalitarismo, como boa parte da produção do Leste Europeu da época, incluindo o próprio Lenica, mas aqui parece primordialmente focar nos próprios medos e temores humanos introjetados e paralisantes. Não saindo do ambiente claustrofóbico do apartamento de seu personagem, bastante detalhado em termos de objetos, mas trabalhado de forma plana sobre a imagem em p&b, o filme conta

Filme do Dia: Meet Marlon Brando (1965), Albert Maysles & David Maysles

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M eet Marlon Brando (EUA, 1965). Direção e Fotografia: Albert Maysles & David Maysles. Montagem: Catherine Zwerin. Os Irmãos Maysles, no auge de seus documentários curtos e longos sobre personalidades, acompanham entrevistas concedidas por Marlon Brando , pretensamente para divulgar seu último filme, Morituri , mas que acabam servindo mais como passaporte para que Brando desfie seu charme para com as entrevistadoras mais jovens e belas ou, em alguns breves momentos, apresente um discurso “sério” sobre a defesa de minorias como os índios ou negros norte-americanos – a determinado momento ele interrompe uma entrevista para a TV francesa para indagar de uma transeunte negra se o governo americano está fazendo algo pela população negra do país. Ainda que possa se filiar a uma corrente do Cinema Direto que explora o culto às personalidades, sobretudo do mundo do entretenimento, tais como Jane (1962), de Robert Drew e Don’t Look Back (1967), de Pennebaker , sua pretensão aqui é b

Filme do Dia: A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1965), Roberto Santos

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A   Hora e a Vez de Augusto Matraga (Brasil, 1965). Direção: Roberto Santos. Rot. Adaptado: Roberto Santos & Gianfrancesco Guarnieri, baseado no conto de João Guimarães Rosa. Fotografia: Hélio Silva. Música: Geraldo Vandré. Montagem:  Sílvio Reinoldi. Figurinos: Assis A. Horta. Com: Leonardo Villar, Jofre Soares, Maria Ribeiro, Maurício do Valle, Flávio Migliaccio, Antonio Câmera, Ivan de Souza, Emmanuel Cavalcanti. Augusto Matraga (Villar) é um cruel fazendeiro que é traído pela mulher (Ribeiro) e por seus capatezes, enfrentando sozinho o seu rival, Major Consilvo (Câmera), quase morrendo. Dado como morto é acolhido por um casal de lavradores e se influencia pelo misticismo deles. Um dia, com a chegada do jagunço Joãozinho Bem Bem (Soares), Matraga se sente na obrigação de partir guiado apenas pelo próprio cavalo. O cavalo lhe traz de volta a sua cidade, no momento em que Bem Bem se encontra em conflito aberto com o padre (do Valle), atrás de vingar a morte de um de seus h

Filme do Dia: Help! (1965), Richard Lester

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H elp! (Reino Unido, 1965). Direção: Richard Lester. Rot. Original: Marc Behm & Charles Wood. Fotografia: David Watkin. Música: George Harrison, John Lennon, Paul McCartney & Ken Thorne. Montagem: John Victor-Smith. Dir. de arte: Ray Simm. Figurinos: Dinah Greet, Julie Harris & Arthur Newman. Com: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, Leo McKern, Eleanor Bron, Victor Spinetti, Roy Kinnear. Clang (McKern) é líder espiritual de uma religião oriental que transforma Ringo Starr (Starr) em seu alvo, quando observa numa apresentação dos Beatles que assiste pela televisão, que o mesmo possui um anel que acredita que ninguém pode permanecer com o mesmo por mais de algumas horas. Com sua assistente Ahme (Bron), passa a seguir Ringo nos mais diversos locais, sempre cometendo atentados que nunca vingam. Os Beatles buscam a ajuda de um cientista, Prof. Foot (Spinetti), que demonstra não só ser louco como também bastante interessado em possuir o anel. Com

Filme do Dia: Pour le Mistral (1965), Joris Ivens

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P our le Mistral (França, 1965). Direção: Joris Ivens. Rot. Original: René Guyonnet & Joris Ivens. Fotografia: Gilbert Duhalde, André Dumaître & Pierre Lhomme. Música: Antoine Duhamel & Luc Ferrari. Documentário curto em que Ivens explora de forma poética os efeitos do Mistral, o famoso vento que sopra do Vale do Rhône para o Mediterrâneo, sobre homens, plantas e animais. Mesmo que, a determinado e breve momento, o filme se interesse mais aproximadamente por uma descrição social dos mais necessitados na região, evidentemente os que também mais sofrem com os efeitos do vento, o filme se aproxima mais de uma visão panorâmica como a presente no mais célebre filme de Ivens, Chuva (1929). Sendo que aqui, ao contrário daquele, não se busca retratar o efeito da chuva sobre um dia na cidade e o estilo já parece bem mais domesticado. De uma maneira geral, Ivens parece se manter incólume em relação às novas tendências do documentário moderno. Narrado e com sequências encenad