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Mostrando postagens com o rótulo Primeiro Cinema

Filme do Dia: The Moonshiner (1904), Wallace McCutcheon

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  T he Moonshiner (EUA, 1904). Direção: Wallace McCutcheon. Fotografia: G.W. Bitzer. Com: Wallace McCutcheon, Gayne Withman. Um grupo de homens produz ilegalmente bebida ao qual troca por milho numa casa próxima. Um agente da lei observa a ação e avisa para seus colegas. Segue-se uma ação policial que encontra resistência por parte dos foras-da-lei resultando em mortes de ambos os lados. Mais longo que outros filmes do período ( The Mystery of the Missing Jewel Casket , The Nihilist )   e com extensão similar ao de muitos dos filmes dirigidos por Griffith na Biograph quase dez anos após, ainda assim não possui a mesma clareza na apresentação de sua narrativa que o primeiro, aproximando-se mais do segundo, em que a relativa complexidade da trama, ao menos se comparada a das similares de então, como os filmes de perseguição não é beneficiada pela curta extensão da metragem, excessivo foco em ações que não acrescentam muito em termos narrativos (como as ações no alambique im...

Filme do Dia: Kindergarten Ball Game (1904), A.E. Weed

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  K indergarten Ball Game (EUA, 1904). Fotografia: A.E. Weed. Em um clube aparentemente de elite de Kansas City – algo de seu austero mobiliário é parcamente entrevisto, assim como as próprias vestimentas das crianças – um grupo de quase duas dezenas de crianças desenvolvem o jogo que dá nome ao título do filme jogando uma bola contra o chão, ao mesmo tempo em que uma bola se move aparentemente sozinha no solo – efeito de trucagem? A dimensão de encenação ganha peso ainda maior quando, mais ou menos na metade de sua curta duração, as crianças passam a se movimentar em círculos e fila indiana, abandonando a posição fixa do início. American Mutuoscope and Biograph. 51 segundos.

Filme do Dia: Une Course d'Obstacle (1906), Alice Guy

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  U ne Course d’Obstacle (França, 1906). Direção: Alice Guy. Em evento festivo, homem apresenta que haverá uma corrida de obstáculos e os prêmios dos vencedores. Após certa confusão, pela ansiedade dos competidores, é dada a partida. O primeiro obstáculo a ser vencido são barris, que os competidores devem atravessar por dentro dos mesmos. O segundo obstáculo são malas em que os competidores devem retirar as roupas que estão nelas e se vestirem com as mesmas. O terceiro obstáculo é um muro que tem que ser transposto. Após atravessarem um rebanho de ovelhas, chegam a banca onde se encontram os prêmios. Quando se soma a má qualidade da imagem do filme em questão com – e principalmente – a retórica visual da época,   com cenas filmadas à relativa distância para abranger todos os os envolvidos e ausência de decupagem, pouco se tem ideia do que são, por exemplo, os prêmios a serem oferecidos, com exceção de uma cartola e uma garrafa de bebida. Mesmo Guy extraindo comicidade...

Filme do Dia: Scrambling for Eggs (1902)

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  S crambling for Eggs (EUA, 1902). Mesmo episódio que derivou Babies Rolling Eggs . Aqui proavelmente a confusão que gera um empurra-empurra e ao menos uma pessoa caindo, a partir do momento em que algum adulto deve ter lançado um ovo que passa a ser disputado pelos infantes,   foi propositalmente “combinado” para constar no registro das imagens, tal a coincidência de ocorrer justamente no exíguo tempo desse filmete. E temporariamente fazendo com que boa parte das crianças que se encontram em caça aos ovos de páscoa nos jardins da Casa Branca, esqueçam um pouco a própria câmera que os filma. Situação que volta a ocorrer, próximo ao final, e bem mais perto de onde se encontra a câmera. |Edison Manufacturing Co. 1 minuto.

Filme do Dia: Guillaume Tell et le Clown (1898), Georges Méliès

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  G uillaume Tell et le Clown (França, 1898). Direção: Georges Méliès. Palhaço monta um boneco que o surpreende ao ganhar vida. Aqui curiosamente existe uma parada e substituição dos atores por bonecos dos dois lados. Tanto do boneco que ganha vida, mas que volta a ser boneco, nos momentos em que o palhaço o destrata e do palhaço quando o modelo tornado humano se enfurece com o tratamento que lhe é dispensado e ataca o artista. Os cenários ao fundo são evidentemente cartazes pintados e se o espectador tinha alguma expectativa de ver algo relativo a flechas e maçãs na cabeça, a breve cene não se encaminhará para isso, embora talvez fosse o intuito original do palhaço. Ou seja, trata-se de uma desconstrução da mitologia referente ao personagem por parte dele próprio. Star-Film. 1 minuto.

Filme do Dia: Exploding a Whitehead Torpedo (1900), James H. White

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  E xploding a Whitehead Torpedo (EUA, 1900). Fotografia: James H. White Sem dúvida a grande atração do filme é o efeito majestoso provocado nas águas da explosão de um torpedo. A presença da figura humana em cena - três homens observam a operação de uma canoa situada relativamente perto do evento – acaba servindo tanto para proporcionar uma dimensão da escala de monumentalidade da altura que a água salta quanto como para reforçar o papel de observação de um evento por parte do espectador. Edison Manufacturing Co. 29 segundos.

Filme do Dia: Admiral Dewey Receiving the Washington and New York Committees (1899), James H. White

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  A d miral Dewey Receiving the Washington and New York Committees (EUA, 1899). Fotografia: James H. White Como a maior parte da produção da época esse filme flagra bastante coisa antes e também depois do evento chave ao qual faz referência seu título. Por conta disso, acaba-se testemunhando o alto nível de ansiedade que acomete Dewey, herói da guerra hispano-americana, nos segundos que antecedem ao encontro com as autoridades, andando de um lado para o outro do convés diversas vezes. Edison Manufacturing Co. 1 minuto e 26 segundos.

Filme do Dia: Admiral Dewey Landing at Gibraltar (1899)

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  A dmiral Dewey Landing at Gibraltar (EUA, 1899). Um dos heróis americanos em batalha na guerra hispano-americana, Dewey se tornou em figura asseadiada pelo novo meio e surge em uma série de filmes do período, voltando a viver a si próprio na ficção The Battle Cry of Peace (1915), do pioneiro J. Stuart Blackton. O filme aqui se resume a ação do desembarque de Dewey. Talvez seu melhor momento seja a tensão que gera toda a situação de pompa e, por outro lado, atravessar a prancha de desembarque sem causar vexame, o que Dewey faz não de todo sem atropelos esbarrando um pouco abruptamente com as autoridades que o recepcionam. Outra curiosidade é o fato de que se percebe toda a ação de um ângulo bem abaixo do píer onde se encontram as autoridades e talvez por   conta disso ou da não adaptação do formato original do filme se gera a situação em que boa parte do filme as autoridades que irão receber Dewey tem suas cabeças literalmente decepadas do quadro, permanecendo apenas dos om...

Filme do Dia: Le Billet de Banque (1906), Louis Feuillade & Alice Guy

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  L e Billet de Banque (França, 1906). Direção Louis Feuillade & Alice Guy. Um casal elegante é atacado por uma dupla de malfeitores, numa calçada citadina semi-deserta. Graças a intervenção de uma testemunha, trajando-se de forma maltrapilha,   a ação é sustada e os criminosos fogem. Os ofendidos pela ação da dupla o recompensam regiamente. Porém, por onde anda, o homem não consegue trocar a nota alta que lhe foi dada pelo casal. Nem mesmo em um restaurante chique, onde a apresentação da mesma escandaliza o garçom, que chama o gerente. Policiais são chamados e o homem levado à delegacia. Após relatar sua narrativa, é liberado. Encontra um homem se banhando e se apossa de suas boas vestes, deixando as suas para o banhista. Porém deixa na roupa a nota de elevado valor. E volta ao restaurante chique, sem encontrar mais o dinheiro, após a refeição concluída. Os policiais o levam novamente à delegacia, onde o homem roubado já explica o ocorrido, e ele consegue finalmente tr...

Filme do Dia: Crissie Sheridan (1897), William Heise

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C rissie Sheridan (EUA, 1897). Fotografia William Heise. Um exemplar um pouco tardio das então bastante populares “danças da serpentina”, ao menos nesta cópia sem colorização, com a artista que lhe dá titulo, provocando efeitos com sua roupa em várias camadas, e que curiosamente parece finalizar seu número um pouco antes da filmagem, e aí novamente começar a se movimentar. Em alguns momentos a artista fica virtualmente invisível diante do protagonismo das roupas em movimento saracoteante. Produzido por William K.L. Dickinson. |Edison Manufacturing Co. 40 segundos.

Filme do Dia: Women of the Ghetto Bathing (1901), Arthur Marvin

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  W omen of the Ghetto Bathing (EUA, 1901). Fotografia: Arthur Marvin. Um número extenso de mulheres se divertem em um banho público na cidad e de Nova York. Apesar da composição da cena ser interessante, encontra-se muito distante do perfeccionismo cinematográfico dos Irmãos Lumière que possuem como um de seus mais extrarodinários exemplos uma cena de lavadeiras na qual se sobrepõe quatro planos focais distintos em relação à câmera. American Mutoscope & Biograph. 55 segundos.

Filme do Dia: The Tramp and the Dog (1896)

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  T he Tramp and the Dog (EUA, 1896). Assim que uma mulher deixa salsichas para curtirem ao sol, um homem pula a cerca para rouba-las, mas não contava com um cachorro da casa, que voa para seu traseiro, na verdade a ponta de sua camisa, dificultando em extremo que o homem consiga pular novamente a cerca, enquanto a mulher, que simulara umas vassouradas (longe de tocarem nele) apenas passa a observar a cena. O cachorro leva a melhor e derruba-o da cerca e o “arrasta” pelo quintal. Um homem observara tudo, a partir do momento que o ladrão tenta fugir, aplaudindo a cena, numa espécie de reforço moral da mesma. O Primeiro Cinema sempre nos surpreende, neste caso com uma proposta visual bem distinta do que era feito pelos Lumière ou Edison, não por acaso desaparecido até 2021, quando foi encontrado em arquivos da Noruega. |Selig Polyscope. 40 segundos.

Filme do Dia: The Whole Dam Family and the Dam Dog (1905), Edwin S. Porter

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  T he Whole Dam Family and the Dam Dog (EUA, 1905). Direção: Edwin S. Porter. Mesmo que a motivação desse filme já tivesse um extenso repertório iconográfico que lhe serviu como inspiração, como os cartões postais e o próprio vaudeville , Porter parece destilar certa ironia ou ao menos preservar a que havia eventualmente no vaudeville no modo como descreve essa família americana típica enquadrada pela moldura não menos   típica de uma fotografia. Plano a plano   se observa todos os componentes da família Dam e até sua cozinheira e seu cachorro, com as devidas indicações do nome acrescidas a moldura e o modo como pretendem ser representados.   O motivo do filme parece um tanto atípico em relação aos gêneros que se encontravam mais em evidência à sua época, sendo a referida tradição iconográfica exterior ao universo do cinema o seu parentesco mais próximo. Esta apresentção dura cerca de metade de sua metragem. Os atores olhando diretamente para a câmera e fazendo m...

Filme do Dia: Baño de Caballos (1896), Gabriel Veyre

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  B año de Caballos (México, 1896). Direção: Gabriel Veyre. No ano seguinte após a primeira exibição pública do cinematográfo dos Lumière na França, Veyre já realizava diversos “flagrantes” semelhantes aos dirigidos e produzidos pelos irmãos franceses para quem Veyre já havia trabalhado mas que, aparentemente, já se encontrava dissociado no momento em que chega ao México, fundando sua própria companhia. Aqui se trata de um frenético banho de cavalos numa fazendo, tendo  ao lado do tanque homens que seguram as rédeas dos cavalos e cachorros latindo, enquanto os cavalos se agitam incessantemente. Inicia com a entrada dos cavalos no tanque, mas sua saída demasiado ligeira, mesmo para os padrões de tão breve filme, talvez tenha sido motivo de controvérsia entre os homens – um deles puxa um dos cavalos de volta ao tanque e parece escutar o que outro grita da margem. Gabriel Veyre. 33 segundos.

Filme do Dia: The Impossible Convicts (1906), G.W. Bitzer

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  T he Impossible Convicts (EUA, 1906). Direção: G.W. Bitzer. Filme de trucagens, em que a sensação é o movimento aparentemente em reverso efetivado por trucagens que, no entanto, está longe de ser ponto pacífico sobre a sua exata relação com os movimentos dos presos e dos policias que tentam detê-los em um motim. A beleza das imagens em reverso seriam exploradas posteriormente de modo poético por realizadores como Cocteau e enfatizadas o seu aspecto de nonsense já aqui presentes em filmetes promorcionais como o de Strawberry Fields Forever dos Beatles. O mais curioso é ter sido dirigido justamente por Bitzer, que juntamente com Griiffith , realizará a fundamental guinada para filmes narrativos que se afastam justamente desse gênero de filmes de trucagens poucos anos após. American Mutuoscope & Biograph. 3 minutos.

Filme do Dia: Opening Cerimonies, St. Louis Exposition (1904), A.E. Weed

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  O pening Cerimonies, St. Louis Exposition (EUA, 1904). Fotografia: A.E. Weed. Registro de momentos da cerimônia de abertura da Feira Mundial de St. Louis. Difícil se encontrar outro filme tão carregadamente simbólico de referências ao poder. O fato de se tratar da abertura de um dos eventos que mais orgulhavam e exibiam a demonstração de progresso das nações industrializadas já é bastante significativo, porém a lenta panorâmica de quase 360 graus que descreve de certa distância a multidão reunida, ressalta ainda mais não apenas o gigantismo do evento, como dos próprios prédios, que ganham uma dimensão monumental diante das pessoas. Por fim a câmera se detém praticamente aos pés da figura maior de poder, em um palanque devidamente condecorado com a bandeira norte-americana, para o discurso solene oficial e por lá se detém por um longo tempo até o final do filme. American Mutoscupe & Biograph. 3 minutos e 34 segundos.

Filme do Dia: Seeing New York by Yacht (1903), Frederick S. Armitage & A.E. Weed

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  S eeing New York By Yacht (EUA, 1903). Direção: Frederick S. Armitage & A.E. Weed, O efeito de flicagem conseguido com os lapsos de imagem transformam essa viagem pelo Rio   Hudson o oposto – e talvez em consciente deboche – das comportadas vistas panorâmicas habituais;   aqui os saltos na imagem   e a desnaturalização de veículos que se movem   nas pontes aos quais o barco   cruza – foi filmado em vários dias – e antecipam em mais de meio século efeitos semelhantes do New American Cinema, tais como os filmes de Jonas   Mekas, demonstrando uma subversão justamente pela função de tal gênero, antecipado já em seus títulos. American Mutoscope & Biograph. 3 minutos

Filme do Dia: Kørsel med Grønlandske Hunde (1897), Peter Elfelt

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  K ørsel med Grønlandske Hunde (Dinamarca, 1897). Direção Peter Elfelt. De impressionante e singela beleza este filme do início das atividades como cinegrafista de Elfelt. Um homem em um trenó levado por uma pequena matilha, surge de longe contra o fundo de uma cerca (de pequenos arbustos podados na mesma altura?) e várias árvores de galhos retorcidos e sem folhas, acusando o clima invernal, assim como o assoalho de neve no qual desliza sem fricções maiores o trenó. O homem passa rente à câmera e se fica apenas com a paisagem, até o retorno em sentido contrário dele, agora em pé e chicoteando os cachorros de fora do trenó e correndo para ganhar empuxo para conseguir novamente voltar ao trenó. Ao final os cachorros parecem incertos para onde seguir e o homem não consegue direcioná-los. É impressionante o quanto de ação se consegue apresentar em tão pouco tempo. |Elfelt. 40 segundos.

Filme do Dia: Os Cartazes Bem Humorados (1906), Georges Méliès

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  O s Cartazes Bem Humorados  (Les Affiches en Goguette, França, 1906), Direção: Georges Méliès Um cartaz que se subdivide em diversos anúncios diferentes ganha vida, em certos momentos, e as figuras do anúncio começam a insultar muitos dos transeuntes. Nem a polícia consegue detê-los, já que quando o cartaz é destruído no meio do alvoroço, seus personagens continuam a se divertir do outro lado do muro. Méliès foi um dos primeiros cineastas a brincar com a relação entre imagens e a vida real, um dos temas que seria inúmeras vezes apropriado, sobretudo seguindo a mesma veia cômica, em filmes tão diversos quanto o episódio de Fellini para Boccaccio’70 ou A Rosa Púrpura do Cairo , de Woody Allen . Esse tipo de filme, é saudado como uma anárquica contraposição aos melodramas e ao cinema a pretende contar minimamente sobre um tema, geralmente permeados por uma verve moral extremamente conservadora.|Georges Méliès/Star Film. 3 minutos e 30 segundos.  

Filme do Dia: Annual Baby Parade, 1904, Asbury Park, N.J. (1904), A.C. Abadie

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  Annual Baby Parade, 1904, Asbury Park, N.J. (EUA, 1904). Fotografia A.C. Abadie. A parada anual dos “bebês” quase nos faz crer que o termo era utilizado com outra definição que a usual um século e duas décadas após. Ou seja, não são apenas bebês, mas inicialmente crianças pequenas, mas não exatamente bebês, que são filmadas. Em grupos, vestidos de forma similar, como um grupo que passa trajando uniforme (do exército confederado?). Seguida, aí sim, por um desfile de carrinhos de bebê, guiados por zelosas mães, ladeadas por crianças pequenas e aias. Alguns dos carrinhos são bastante ornamentados. Outros aparentemente guiados apenas por criados. Um minúsculo, curiosamente é guiado pelos pés de uma mulher que já possui um bebê ocupando seus braços. Dois garotos surgem vestidos de cowboys. E muitos detalhes se perdem na imagem não muito nítida, algo que era o habitual nos filmes da companhia, e maximizado pelo tempo. Em várias ocasiões, o movimento maior é menos das que efetivament...