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Mostrando postagens com o rótulo 1964

Filme do Dia: A Mulher da Areia (1964), Hiroshi Teshigahara

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  A   Mulher da Areia ( Suna no Oona , Japão, 1964). Direção: Hiroshi Teshigahara. Rot. Adaptado: Kôkô Abe & Eiko Yoshida, a partir do romance de Abe. Fotografia: Hiroshi Segawa. Música: Tôru Takemitsu. Montagem: Fusako Shuzui. Dir. de arte: Tôtetsu Hirakawa & Masao Yamazaki. Com: Eiji Okada, Kyôko Kishida, Hiroko Itô, Kôji Mitsui, Sen Yano, Ginzô Sekiguchi. Niki, um entomólogo (Okada) de férias se torna prisioneiro de uma comunidade que vive nas dunas, passando a dividir a cabana com uma mulher (Kishida), que vivia sozinha. Inconformado com a vida insalubre que leva, Niki tenta fugir várias vezes, sempre em vão. Na única tentativa relativamente bem sucedida, amordaça a mulher após ter passado vários dias fingindo conformismo com a situação e faz uso do equipamento dela para conseguir fugir da depressão no meio da duna em que vivem. Porém logo sua fuga é sentida pela comunidade e ele fica preso em areia movediça, sendo salvo pela comunidade e voltando a mesma situaçã...

Filme do Dia: Les Jeux des Anges (1964), Walerian Borowczyk

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  L es Jeux des Anges (França, 1964). Direção e Rot. Original: Walerian Borowczyk. Fotografia: Gérard Cox & Francis Pronier. Música: Bernard Parmegiani. Montagem: Claude Blondel. A aparente evocação do genocídio e sua racionalidade orquestrada parece ressoar de forma um tanto simbólica, beirando a abstrata, nesse curta do realizador polonês, que faz uso de cânticos de prisioneiros em campos de concentração na sua banda sonora, assim como dos sons de um órgão que, a determinado giro de ângulo, transforma-se em carabinas que disparam, numa provável alusão a uma civilização que gerou arte e cultura elevadas, mas igualmente a barbárie. Inicia e finda com imagens bastante escurecidas e uma banda sonora de vagões de trem em movimento. Há uma secura e impessoalidade em todo o ritual, com paredes frias e nuas e, há determinado momento, corpos sendo decapitados em série, embora sua representação seja pouco antropomorfizada. A imagem da asa (de um anjo como sugere o título?) decepada, ...

Filme do Dia: Screen Tests (1964-66), Andy Warhol

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  S creen Tests (EUA, 1964-66). Direção: Andy Warhol. Rot. Original: Ronald Tavel. Filmetes curtos (entre 4 e 6 minutos) que Warhol fez das mais diversas celebridades do mundo das artes e da cultura e, particularmente, de amigos próximos que circulavam pela Factory. Na sua instalação museográfica (aparentemente ouve outro formato para sua exibição enquanto filme de 33 minutos) fica ressaltada a dimensão de “retrato”, de longa tradição na história da fotografia, adicionado o movimento, o que torna uma experiência interessante por, entre outros motivos, ressaltar o tempo, ausente da fotografia e por expressar as mais diversas reações à câmera. Nesse último sentido, o próprio Warhol gostava de chamá-los de emotion pictures , e realmente em muitos deles (como em John Palmer) aflora uma intensidade nas faces evocativas dos melhores momentos de Cassavetes (que por sinal possui entre um de seus mais reverenciados filmes um com o título de Faces ). Existem desde pessoas que choram até ...

Filme do Dia: Faces de Novembro (1964), Robert Drew

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  F aces de Novembro ( Faces of November , EUA, 1964). Direção: Robert Drew. Esse sensível curta-metragem de Drew procura menos ser fiel ao estilo de um tema, sobre o qual se tem acesso privilegiado aos bastidores do evento, como Primárias e Crise: Por Trásde um Compromisso Presidencial que observar, com um toque de poesia a reação aos funerais de Kennedy. A inclusão de certos planos como os de gotas de chuva no asfalto remetem ao precursor desse estilo, Joris Ivens com seu A Chuva , ainda que no caso em questão tal descrição de elementos poéticos do cotidiano se dá em conjunção com um dos momentos mais tensos da história americana, provocando um efeito intrigante. Em sua maior parte, está mais interessado em colher as impressões nos rostos anônimos que acompanham a cerimônia do que se deter sobre o staff presidencial, sendo tal efeito bastante evocativo dos curtas sobre partidas de futebol produzidos pelo Canal 100 no Brasil, no seu interesse tão ou maior (principalmente aqui)...

Filme do Dia: Maître Galip (1964), Maurice Pialat

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  M aître Galip (França, 1964). Direção: Maurice Pialat . Rot. Adaptado: A partir do poema de Nazim Hikmet. Fotografia: Willy Kurant. Ainda mais que em Pehlivan , centrado em tema único, esse curta de Pialat do momento inicial de sua carreira, também ambientado na Turquia, toma as palavras de um poeta como passaporte para olhares menos centrado ou mais dispersos sobre motivos vários. Complementa a poesia um canto tradicional e é da complexa tessitura entre o canto e sua música, a poesia e as imagens da primavera escaldante em Istambul que o curta trafega. Às crianças, entrevistas em meio a multidão em Pehlivian ,  observa-se com peculiar atenção, bem antes mesmo do narrador atentar para uma passagem do poeta que faz referência aos seus cinco anos de idade. Seus rostos miúdos surgem inicialmente valorizados apenas por si próprios. Posteriormente vinculados a passagem dos anos pelo poeta, como referido e aí, quando a idade adulta chega, é a preocupação com o trabalho que se ...

Filme do Dia: Indústria Automobilística (1964)

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  Indústria Automobilística (Brasil, 1964). Fotografia Giulio de Luca. Montagem Italo di Bello, Ubirajara Dantas & Irene Soares. Difícil encontrar um modelo que personifique melhor a atualização das “cavações” mudas, que muitos dos curtas produzidos por Manzon. De fato, nem se precisa elencar alguém como diretor, já que essa função talvez se encontre minimamente associada a algum tipo de controle criativo – basta lembrar o que um nome como Resnais efetuou para uma encomenda igualmente da indústria em seu Le Chant du Styrène , meia década antes e também em cores vivas. E para ficar nas últimas, por exemplo, o que se transformava em um prazer estético-visual em algumas cenas do curta francês, aqui, numa fotografia em cores tecnicamente impecável, algo ainda raro aos filmes de ficção no país, transforma-se em uma ode ao desejo de consumo. Inicia-se com uma pista de corridas, onde os modelos da indústria automobilística brasileira são testados. Na verdade, não da indústria auto...

Filme do Dia: La Tía Tula (1964), Miguel Picazo

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L a Tía Tula (Espanha, 1964). Direção: Miguel Picazo. Rot. Adaptado: José Miguel Hernán, Miguel López Yubero, Miguel Picazo & Luis S. Enciso, a partir do romance de Miguel de Unamuno. Fotografia: Juan Julio Baena. Música: António Pérez Olea. Montagem: Pedro del Rey. Cenografia: Luis Argüello. Com: Aurora Bautista, Carlos Estrada, Irene Gutiérrez Caba, Enriqueta Carballeira, Carlos Sánchez Jiménez, Mari Lolo Cobos, Chiro Bermejo, José Maria Prada, Paul Ellis. Tula (Bautista) assume o lugar de mãe das crianças Ramirín (Jiménez) e Tulita (Cobos), quando sua irmã morre e deixa viúvo Ramiro (Estrada), que logo se sente atraído pela nora. Extremamente devota da igreja, Tula rejeita sistematicamente os avanços de Ramiro, como já rejeitara os de um pretendente seu na cidade, Emilio (Bermejo). Sua postura fleumática apenas se vê abalada quando na noite que retorna de uma despedida de solteira, fica sabendo que Ramiro engravidou uma jovem prima sua, Juanita (Carballeira), das férias passad...

Filme do Dia: Mass for the Dakota Sioux (1964), Bruce Baillie

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M ass for the Dakota Sioux (EUA, 1964). Direção: Bruce Baillie. Esse fime de Baillie, talvez ainda mais fortemente do que no caso de um realizador como Pelechian, resiste a qualquer interpretação mais fechada. O amplo uso de fusões, a ausência de diálogos ou narrativa e elementos aparentemente díspares, sendo boa parte filmada – mesmo encenada – pelo próprio Baillie e outras sendo imagens de arquivo. Tudo, enfim, dificulata uma leitura compreensível de seu filme. Há um homem que cai e aparentemente morre na calçada, sendo observado por curiosos. Um homem cruza vários locais com sua motocicleta. Imagens da TV apresentam de comerciais de TV a cenas de filmes e de guerra. Talvez seja, juntamente com Castro Street (1966), o filme de Baillie mais conhecido. Aparentemente, existe uma versão 5 minutos mais longa. 19 minutos.    

Filme do Dia: Cilada Diabólica (1964), Freddie Francis

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  C ilada Diabólica ( Nightmare , Reino Unido, 1964). Direção: Freddie Francis. Rot. Original: Jimmy Sangster. Fotografia: John Wilcox. Música: Don Banks. Dir. de arte & Don Mingaye: Bernard Robinson. Figurinos: Rosemary Burrows. Com:   Moira Redmond, David Knight, Jennie Linden,   Brenda Bruce, George A. Cooper, Clytie Jessop, Irene Richmond, John Welsh. Janet (Linden) é uma estudante secundarista atormentada pelos pesadelos com a mãe que se encontra internada em um asilo para doentes mentais, após ter assassinado seu pai. Ao ser convidada a passar uma temporada na mansão da família, viajando com uma professora da escola, Mary Lewis (Bruce). Lá, ela passa a ter pretensas alucinações que, na verdade, não passam de uma articulação para que seu preceptor, Henry Baxter (Knight) se aposse da propriedade, High Towers, com sua esposa recém-casada, a enfermeira Grace (Redmond). Tudo isso, após o internamento da garota, tendo essa esfaqueado a mulher de Henry, numa armação ...

Filme do Dia: Um Amor Sem Esperanças (1964), Desmond Davis

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  U m Amor Sem Esperanças ( The Girl with Green Eyes , Reino Unido, 1964). Direção: Desmond Davis. Rot.Adaptado: Edna O´Brien. Fotografia: Manny Wynn. Música: John Addison. Montagem: Antony Gibbs & Brian Smedley-Ashton. Dir. de arte: Ted Marshall. Figurinos: Bárbara Gillett. Com: Peter Finch, Rita Tushingham, Lynn Regrave, Maire Kean, Arthur O´Sullivan, Julian Glover, T.P. Mackenna, Liselotte Goettinger. Kate (Tushingham) é uma garota oriunda de uma família pobre, conservadora e católica da Irlanda que, sem maior educação formal, acaba se apaixonando por um homem bem mais velho que vive em Dublin, Eugene Gaillard (Finch), escritor frustrado que se dedica a traduções que nem sempre consegue êxito. Porém, a relação amigável do casal se torna problemática quando sua família leva-a de volta à província e ela é encorajada pelo pároco local (McKenna) a abandonar tal relação “pecaminosa”. Kate foge   e volta a morar com Eugene. Em pouco tempo, no entanto, a amistosa relação se ...

Filme do Dia: O Árido Verão (1964), Metin Erksan & David E. Durston

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  O   Árido Verão ( Susuz Yaz , Turquia, 1964). Direção: Metin Erksan & David E. Durston. Rot. Adaptado: Metin Erksan, Kemal Inci & Ismet Soydan, baseado no conto de Necati Cumali. Fotografia: Ali Ugur. Música: Manos Hatzidakis & Yamaci. Montagem: Stuart Gellman. Com: Erol Tas, Ulvi Dogan, Hülia Kocygit, Alaetin Altiok, Hakki Haktan, Zeki Tüney, Yayuz Yalinkliç. Osman (Tas) é um ganancioso agricultor em um vilarejo que decide restringir a água do córrego que passa por sua propriedade apenas para consumo próprio. Seu irmão mais jovem, Hasan (Dogan), recém-casado com a bela Bahar (Kocygit), é menos intransigente. A atitude acaba provocando uma grande antipatia da comunidade e não tarde para que reações de repúdio ocorram e Hasan reage de forma ainda mais truculenta matando um dos agricultores. Ele consegue convencer o irmão a se dizer culpado por ele e, enquanto o irmão se encontra preso, acaba se tornando cada vez mais interessado na cunhada. Rasga todas as cartas...

Filme do Dia: Crescei e Multiplicai-vos (1964), Jack Clayton

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  C rescei e Multiplicai-vos ( The Pumpkin Eater , Reino Unido, 1964). Direção: Jack Clayton. Rot. Adaptado: Harold Pinter, a partir do romance de Penelope Mortimer. Fotografia: Oswald Morris. Música: Georges Delerue. Montagem: Jim Clark. Dir. de arte: Edward Marshall. Figurinos: Sophie Devine. Com: Ann Bancroft, Peter Finch, James Mason, Janine Gray, Cedric Hardwicke, Rosalind Atkinson, Alan Webb, Richard Johnson, Maggie Smith. Jo Armitage (Bancroft) se encontra casada com Jake (Finch), roteirista de cinema e amigo de seu ex-marido, Giles (Johnson). Tendo tido oito filhos – os dois mais velhos vivem em internatos – Jo se vê novamente grávida. Seu psicanalista afirma que se trata de uma forma de lidar com o sexo, que não o aceita sem a procriação. Quando fica sabendo, durante a morte do pai da esposa (Hardwicke), Jake não gosta nada da novidade. Ele consegue convencê-la a praticar o aborto.          Essa adaptação ostensivamente elegante parece antecipa...

Filme do Dia: Seven Up! (1964), Paul Almond

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  S even Up! (Reino Unido, 1964). Direção: Paul Almond. Fotografia: David Samuelson. Montagem: Lewis Linzee. Quando dirigu esse média metragem que efetua uma aproximação “sociológica”, se assim se pode dizer, de uma dezena e meia de crianças, Almond, e provavelmente sua equipe (Michael Apted, pesquisador dessa produção,  dirigiria todas as outras) talvez jamais imaginassem que uma série seria efetuada, tão longeva quanto praticamente a vida de seus componentes, e que a cada sete anos um novo episódio viria a abordá-los na situação contemporânea de suas vivências, coincidentemente o último episódio tendo sido veiculado um dia antes do que escrevo sobre o primeiro. Para além da inusitada concordância da maior parte em continuar com o projeto, quando se observa o primeiro episódio em si próprio, percebe-se a conjugação entre uma abordagem das crianças e de temas que seriam relevantes para ela a essa altura que diz respeito, portanto, as motivações pessoais, mas vinculadas igual...

Filme do Dia: Beat the Devil (c. 1964), Bob Mizer

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  B eat the Devil (EUA, c. 1964). Direção: Bob Mizer. Com: Gary Hammock, Joe Kiser, Jerry Bell. O Diabo aparece para um jovem e o induz a comer uvas de uma parreira. Esse, ao comer da fruta passa mal e cai desfalecido ao chão. Um outro passante se assusta e observa se ele ainda possui os sinais vitais. Enquanto tenta reanimar o outro, também recebe a visita do Diabo, ao qual combate com um crucifixo. Quando fica desatento brevemente, é atacado pelo demônio, lutando contra esse e tendo como seu aliado a primeira vítima da besta. Com um título que provavelmente faz menção menos a produção homônima de Huston (no Brasil O Diabo Riu Por Último , de 1953), do que uma brincadeira com uma expressão em língua inglesa, transformando-a em algo literal aqui. Essa produção não deixa de apresentar idiossincrasias relativas provavelmente a própria falta de recursos; por exemplo, a determinado momento, um gato é lançado em cena, por um furo da lona que faz às vezes de floresta onde se desenro...

Filme do Dia: Zorba, o Grego (1964), Michael Cacoyannis

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  Z orba, o Grego ( Zorba, the Greek , EUA/Reino Unido/Grécia, 1964). Direção: Michael Cacoyannis. Rot. Adaptado: Michael Cacoyannis, baseado em livro de Nikos Kazantzakis. Fotografia: Walter Lassaly. Mikis Theodorakis. Montagem: Michael Cacoyannis. Dir. de arte: Vassilis Photopoulos. Com: Anthony Quinn, Alan Bates, Irene Papas, Lila Kedrova, Sotiris Moustakas, Anna Kiriakou, Eleni Anousaki, Yorgo Voyagis . O entediado escritor inglês Basil (Bates) viaja para Creta, onde pretende reabrir uma antiga mina que é propriedade de sua família. Ao embarcar encontra um humilde grego que possui idade de ser seu pai, Zorba (Quinn), que pede para leva-lo junto. Zorba se envolve com a proprietária da pensão, Madame Hortense (Kedrova), enquanto Basil apaixona-se por uma jovem viúva (Papas). Ambos os relacionamentos terão fim trágico. Ao descobrir o caso entre Basil e a jovem viúva, um rapaz da aldeia suicida-se. A mulher, então, passa   a ser vítima da persguição da aldeia e é assassinada...

Filme do Dia: Alone (1964), Stephen Dwoskin

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  A lone (EUA, 1964). Direção: Stephen Dwoskin. Nesse curta experimental, jovem mulher passa a ser envolvida por fantasias sexuais na sua cama. Filmado em p&b e provavelmente 16 mm, o filme acompanha a crescente intensificação desse envolvimento da mulher com suas fantasias, observando, inclusive, uma aparente discreta masturbação em torno de sua genitália, mais sugerida, que apresentada em planos demasiado próximos. Como exercício de experimentação nos faz lembrar mais algumas personagens de Cassavetes que a estética e dramaturgia de um Warhol , distanciando-se da corrente mais radical que se interessou pela própria base material que envolve um filme (projeção, película, modos técnicos) e a utilização criativa da mesma. A música, tema compassado, marcado e minimalista que se repete do início ao final e a montagem, contando o filme com um número relativamente pequeno de cortes, alguns explicitamente pronunciados, sugerem que tal situação também se encontra associada a uma sit...

Filme do Dia: Noite Vazia (1964), Walter Hugo Khouri

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N oite Vazia (Brasil, 1964). Direção e Rot. Original: Walter Hugo Khouri. Fotografia: Rudolf Icsey. Música: Rogério Duprat. Montagem: Mauro Alice. Dir. de arte: Pierino Massenzi. Cenografia: Sílvio Campos. Com: Mário Benvenutti, Gabriele Tinti, Norma Bengell, Odete Lara, Lisa Negri, Marisa Woodward, Anita Kennedy, Célia Watanabe, Wilfred Khoury. Amigos da alta sociedade paulistana decidem partir para mais uma noite de diversão.   O mais loquaz, Luisinho (Benvenutti) se despede da mulher e do filho (Khoury) e encontra Nelson (Tinti) , mais introspectivo. Após irem a um bar onde não gostam do movimento fraco, deslocam-se a uma casa de sushi, em que acabam convidando as prostitutas de luxo, Regina e Mara (Glória e Benguell respectivamente) que se encontram com um conhecido de Luisinho, que passou a dormir, completamente embriagado. Eles vão para uma garconnière onde vivenciam uma noite entre afagos e, sobretudo, tensões. Mesmo que originalmente Luisinho fique com Mara e seu amig...

Filme do Dia: Niaye (1964), Ousmane Sembene

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N iaye (Senegal, 1964). Direção e Rot. Original: Ousmane Sembene. Numa comunidade, família rapidamente se desintegra, após a matriarca, tida por si própria como de ascendência real, descobrir desgostosa que sua filha foi engravidada pelo próprio marido e que o filho, que havia ido combater junto ao exército francês na Indochina, retorna desequilibrado e sem sequer falar com ela. A velha se suicida. O filho mata o pai, enquanto a filha é relegada a atravessar o deserto apenas com seu filho, a quem ameaça abandonar ao solo árido, voltando atrás ao perceber as aves de rapina que sobrevoam o local. Terceiro curta do realizador, realizado após o primoroso  O Carroceiro , e comungando com aquele de um uso da banda sonora em que uma sonorização posterior traduz o que teriam sido os diálogos. Mas apesar desse elemento técnico-estético em comum, o filme se distancia bastante do anterior ao fazer uso de uma narrativa que ocorre no interior de um espaço comunal (mesmo que a relação submissa a...

Filme do Dia: Uma Mulher Casada (1964), Jean-Luc Godard

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U ma Mulher Casada ( Une Femée Mariée: Suite de Fragments d´un Film Tourné en 1964 , França, 1964). Direção e Rot. Original: Jean-Luc Godard. Fotografia: Raoul Coutard. Montagem: André Choty, Françoise Collin, Agnès Guillemot & Gérard Pollicand. Dir. de arte: Henri Dogaret. Figurinos: Laurence Clervel. Com: Marcha Méril, Bernard Nöel, Philippe Leroy, Cristophe Bourseiller, Roger Leenhardt, Margaret Le Van, Véronique Duval, Rita Maiden, Georges Liron. Charlotte (Méril), grávida, pretende escolher entre o marido, Pierre (Leroy), piloto de avião e o amante, Robert (Nöel), ator. Godard, de uma maneira completamente diversa da de Antonioni com seu contemporâneo Deserto Vermelho , faz suas considerações sobre um triângulo amoroso onde o que menos importa, ainda menos que em Antonioni – onde, por sinal o triângulo nem chega a ser formado – é se utilizar a tradicional estrutura dramática de representação de tais situações (ao contrário, por exemplo, de Corações Livres , onde a forma...

Filme do Dia: Pehlivan (1964), Maurice Pialat

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P ehlivan (França, 1964). Direção e Rot. Original: Maurice Pialat . Fotografia: Willy Kurant.  Montagem: Bob Wade. Tradicional luta turca entre homens de corpos besuntados de óleo se dá diante de uma arquibancada com uma pequena multidão. Esse curta de Pialat , principalmente ao início, parece quase aderir a esses corpos que interagem enfiando a mão na parte traseira da calça do adversário como um dos gestos-chaves ou mesmo da frente – o que a voz over vem a comentar, justificando imagens anteriormente observadas de um dos contendores derramando o óleo por dentro da própria calça. Em paralelo ao exibicionismo masculino, como observação do comentador, existe apresentações de dança de mulheres e é curioso se observar o contraste entre o que, no caso masculino, é observado como um jogo, por mais que o contato entre os corpos traiam uma forte dimensão homo-erótica não explicitada (talvez Claire Denis tivesse conhecimento desse curta antes de realizar seu Bom Trabalho ) e, no caso...