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Mostrando postagens de março, 2021

Filme do Dia: Le Mans 1955 (2018), Quentin Bailleux

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  L e Mans 1955 (França, 2018). Direção: Quentin Bailleux. Rot. Original: Julien Lilti. Música: Ali Helnwein. Montagem: Benjamin Massoubre. Na célebre prova de Le Mans de 1955, em meio de todas as tensões que habitualmente ocorrem em provas do tipo, um acidente vem a provocar dezenas de vítimas. O turrão chefe da escuderia Mercedes, John Fitch, após ter hesitado inicialmente, decide que a equipe abandonará a prova, depois de um acidente que provocou dezenas de vítimas e um incêndio no circuito. E, inacreditavelmente, a prova não foi suspensa apesar disso. Bailleux trilha um caminho pouco comum em animações de curta-metragem. A escolha por um tema adulto, com traços eminentemente realistas, alguns deles mesmo colados em imagens históricas do episódio (tido como o mais célebre acidente da história do automobilismo, com 80 vítimas, como nos faz lembrar os letreiros ao final), além do uso de idiomas segundo as nacionalidades em questão dos envolvidos, já é uma surpresa, tendo em vista

Filme do Dia: O Talentoso Ripley (1999), Anthony Minghella

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  O   Talentoso Ripley ( The Talented Ripley , EUA, 1999). Direção: Anthony Minghella. Rot. Adaptado: Anthony Minguella, baseado no romance de Patricia Highsmith. Fotografia: John Seale. Música: Gabriel Yared. Montagem: Walter Murch. Dir. de arte: Roy Walker, John Fenner & Stefano Ortolani. Cenografia: Bruno Cesari. Figurinos: Gary Jones & Ann Roth. Com: Matt Damon, Gwyneth Paltrow, Jude Law, Cate Blanchett, Philipp Seymour Hoffman, Jack Davenport, James Hebhorn, Sergio Rubini, Philipp Baker Hall. Tom Ripley (Damon) é convidado pelo milionário Herbert Greenleaf (Rebhom) para trazer seu filho playboy de volta da Itália para os EUA. Na viagem ele conhece a jovem Meredith Logue (Blanchett) e se apresenta como o próprio Dickie. Ele finge ter sido um colega de Dickie (Law) em Princenton e logo conquista a confiança desse quando acredita que Ripley também é fã de jazz, convidando-o a dividir a residência em que convive com a namorada Marge (Paltrow). Ripley encontra-se fascinado pe

Filme do Dia: Packing Ammunition on Mules, Cuba (1898), William "Daddy" Paley

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  P acking Ammunition on Mules, Cuba (EUA, 1898). Fotografia: William ‘Daddy’ Paley. Operação de carregar mulas com mantimentos chegados do porto, tema que volta a surgir em outro filme fotografado por Paley ( Pack Mules with Ammunition on the Santiago Trial ) com quem deveria compor parte de uma programação. Esse aqui é bem mais interessante porque se observa ao fundo vários navios. Edison Manufacturing Co. 36 segundos.

O Dicionário Biográfico de Cinema#73: Ida Lupino

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Ida Lupino (1918-95) , n. Brixton, Londres. 1 950: Outrage [ O Mundo é Culpado ]; Never Fear [ Quem Ama não Teme ]. 1951: Hard, Fast and Beautiful  [ Laços de Sangue ]. 1953: The Bigamist [ O Bígamo ]; The Hitchhiker [ O Mundo Odeia-me ]. 1966: The Trouble with Angels [ Anjos Rebeldes ]. I da Lupino não trabalhou por quinze anos. Nem parecia inclinada a sair para tributos. Certamente foi convidada, pois era uma diretora de verdadeira personalidade; seus filmes são tão duros e acelerados quanto os de Samuel Fuller . Foi uma pioneira para as mulheres, especialmente porque esculpiu seu próprio território ao invés de esperar ser convidada para. Mas seus próprios filmes não obscureceriam a atriz Ida Lupino. Ela aprendeu como interpretar papéis rotineiros e interpretá-los bem. Porém, houve umas poucas ocasiões em que teve papéis fora do comum, e então foi fascinante.  Por exemplo, quando sua personagem se torna desagradável e louca em They Drive by Night [ Dentro da Noite ] (40, Raoul Walsh

Filme do Dia: A Choreography for Camera (1951), Maya Deren

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A Choreography for Camera (EUA, 1951). Direção: Maya Deren.  Seria esse curta uma variação de seu A Study in Choreography for Camera (1945)? Deren, considerada a matriarca do cinema experimental americano, com seu Meshes of the Afternoon (1943), aqui se dedica a investigar o movimento em uma coreografia de dança. Não sonorizado e com um preto&branco granulado e utilizando imagem em negativo e excêntricos movimentos de câmera que virtualmente impossibilitam qualquer noção mais precisa do corte ou mesmo do espaço. Todo esse arsenal de artifícios une a beleza dos movimentos da dança, uma das obsessões da realizadora (também observada em Ritual in Transfigured Time e Medidation on Violence) a uma dimensão diáfana e semi-abstrata, nos quais os corpos parecem meras figuras animadas que se deslocam em um espaço sem limites ou molduras que os contenham. O fato de não ser sonorizado talvez ainda ressalte mais a dinâmica do movimento. 6 minutos.  Postado originalmente em 28/03/2014

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#34: Juan José Campanella

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  CAMPANELLA, JUAN JOSÉ (Argentina, 1959). Comercialmente o mais bem sucedido realizador da Argentina , Juan José Campanella possui experiência extensa dirigindo tanto filmes argentinos quanto episódios de séries norte-americanas. Ele nasceu em Buenos Aires e estudou engenharia na universidade, mas abandonou antes do último ano, em 1980. Fala que teve essa decisão quando assistiu All That Jazz  [ O Show Deve Continuar ], no dia que suspostamente faria a matrícula na universidade. Já havia realizado um curta-metragem em 1979, Prioridad Nacional , quando viajou para Nova York para estudar cinema na Tisch School of Arts da New York University. Em 1984, com Fernando Castets, co-roteirizou e co-dirigiu seu segundo filme e primeiro longa Victoria 392 . Marcou a primeira das cinco colaborações entre Campanella e o ator Eduardo Blanco. Dirigiu seu segundo e terceiro longas nos Estados Unidos, The Boy Who Cried Bitch  (1991) e Love Walked In , um suspense noir  baseado em um romance argentino,

Filme do Dia: Família Exótica (1937), Marcel Carné

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  F amília Exótica ( Drôle de Drame , França, 1937). Direção: Marcel Carné. Rot. Adaptado: Marcel Carné & Jacques Prévert, a partir do romance de J. Storer Clouston. Fotografia: Eugen Schüfftan. Música: Maurice Jaubert. Montagem: Marthe Poncin. Dir. de arte: Alexandre Trauner. Figurinos: Lou Bonin. Com: Louis Jouvet , Françoise Rosay, Michel Simon, Jean-Pierre Aumont, Jean-Louis Barrault, Nadine Vogel, Pierre Alcover, Henri Guisol. Londres fin de siécle . Um botânico,    Irwin Molineaux (Simon), e sua mulher Margaret (Rosay), abandonam a residência em troca de um hotel no bairro chinês, por conta da presença do insistente e inoportuno primo de Irwin, Soper (Jouvet), e temendo que ele descubra que se encontram em má situação financeira. Soper possui uma cruzada contra a literatura policial e, particularmente o escritor Felix Chapel, que vem a ser um pseudônimo para ninguém menos que o próprio Irwin. Com apenas a criada em casa Eva (Vogel), que possui o leiteiro Billy (Aumont) como

Filme do Dia: Zorba, o Grego (1964), Michael Cacoyannis

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  Z orba, o Grego ( Zorba, the Greek , EUA/Reino Unido/Grécia, 1964). Direção: Michael Cacoyannis. Rot. Adaptado: Michael Cacoyannis, baseado em livro de Nikos Kazantzakis. Fotografia: Walter Lassaly. Mikis Theodorakis. Montagem: Michael Cacoyannis. Dir. de arte: Vassilis Photopoulos. Com: Anthony Quinn, Alan Bates, Irene Papas, Lila Kedrova, Sotiris Moustakas, Anna Kiriakou, Eleni Anousaki, Yorgo Voyagis . O entediado escritor inglês Basil (Bates) viaja para Creta, onde pretende reabrir uma antiga mina que é propriedade de sua família. Ao embarcar encontra um humilde grego que possui idade de ser seu pai, Zorba (Quinn), que pede para leva-lo junto. Zorba se envolve com a proprietária da pensão, Madame Hortense (Kedrova), enquanto Basil apaixona-se por uma jovem viúva (Papas). Ambos os relacionamentos terão fim trágico. Ao descobrir o caso entre Basil e a jovem viúva, um rapaz da aldeia suicida-se. A mulher, então, passa   a ser vítima da persguição da aldeia e é assassinada diante d

Filme do Dia: O Inquilino (1976), Roman Polanski

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  O   Inquilino ( Le Locataire , EUA/França, 1976). Direção: Roman Polanski. Rot. Adaptado: Gérard Brach & Roman Polanski, baseado no romance de Roland Topor. Fotografia: Sven Nykvist. Música: Philippe Sarde. Montagem: Françoise Bonnot. Dir. de arte: Pierre Guffroy, Claude Moesching & Albert Rajau. Cenografia: Eric Simon. Figurinos: Jacques Schmidt. Com: Roman Polanski, Isabelle Adjani, Melvyn Douglas, Jo Van Fleet, Bernard Fresson, Lila Kedrova, Claude Dauphin, Claude Piéplu, Rufus, Jacques Monod, Josiane Balasko, Michel Blanc, Shelley Winters. Trelkovsky (Polanski), polonês naturalizado francês passa a morar em um apartamento em Paris que pertenceu a uma mulher que tentou o suicídio. Aos poucos, sua saúde mental começa a deteriorar, após visitar a mulher no hospital, pouco antes de sua morte e passar a ter constantes conflitos com sua vizinhança. Sentindo-se perseguido por todos, Trelkovsky assumirá a personalidade da suicida, quando se encontra entre as quatro paredes de s

Filme do Dia: Minha Mãe (2015), Nanni Moretti

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  M inha Mãe ( Mia Madre , Itália/França/Alemanha, 2015). Direção: Nanni Moretti. Rot. Original: Nanni Moretti, Francesco Piccolo & Valia Santella, partindo do argumento de Moretti, Santella, Gaia Manzini & Chiara Valerio. Fotografia: Arnaldo Catinari. Montagem: Clelio Benevento. Dir. de arte: Paola Bizzari. Cenografia: Mina Petrara. Figurinos: Valentina Taviani. Com: Margherita Buy, John Torturro, Julia Lazzarini, Nanni Moretti, Beatrice Mancini, Steffano Abbati, Francesco Aquaroli, Enrico Ianiello, Pietro Ragusa. Margherita (Buy), dirige um filme com um ator norte-americano, Barry (Torturro), e cujas decisões de produção lhe provocam extrema tensão, acrescida do internamento de sua mãe, Ada (Lazzarini), no hospital há bastante tempo, revezando-se com o irmão, Giovanni (Moretti), nos cuidados dela. Repleto de pequenos comentários (auto)irônicos, ao mesmo tempo que o filme observa com certa compassividade distanciada, a crise de sua protagonista, tampouco deixa de demarcar

Filme do Dia: As Pinturas do Meu Irmão Júlio (1965), Manoel de Oliveira

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  A s Pinturas do Meu Irmão Júlio (Portugal, 1965). Direção, Fotografia e Montagem: Manoel de Oliveira. Rot. Original: Manoel de Oliveira & José Régio. Música: Carlos Paredes. Ao contrário de outra incursão sua que faz referência à pintura ( O Pintor e a Cidade ) nesse também filme curto,  Oliveira abraça de forma mais ortodoxa às convenções dos documentários sobre arte e, embora possua uma locução over , ao contrário da produção da década anterior, após algum tempo como que se liberta dessa e parece se contentar com o próprio universo pictórico das obras do irmão, passeando com a câmera sobre elas e acompanhado de temas musicais instrumentais ao violão, de viés tradicional. Motivos aparentemente vinculados à noite, boemia, bebida, prostituição, dança e música emergem de seus quadros e o filme pretende evocar, seja o movimento das ondas em um quadro que apresenta um pescador em um barco, seja a dança em meio a boemia. Ou motivos populares outros, como o quadro que escolhe para en

Filme do Dia: When the New Year Trees Light Up (1950), Mstislav Pashchenko

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  W hen the New Year Trees Light Up ( Kogda Zazhigayutsya Yolki , União Soviética, 1950). Direção: Mstislav Pashchenko. Rot. Original: Sergei Mikhalkov, Vladimir Suteyev & Mikhail Volpin. Fotografia:. Música: Karen Kachaturyan. Montagem: Lydia Kiaksht. Dois irmãos pedem ao Papai Noel um ursinho de pelúcia e um coelhinho com chocolate. Quando da entrega dos presentes, estes dois caem do saco sem que o Papai Noel perceba. Quando da sua chegada e da festa das crianças, nota constrangido a ausência dos dois presentes. Sua netinha, que acolheu os presentes perdidos após uma longa caminhada, banhou-os e secou-os, levando-os até o local da festa, para a felicidade de todos. Se o universo de fantasia irrestrita que habitualmente impregna a produção soviética de animação clássica gera títulos interessantes tanto dentre aqueles que não fazem uso de lendas e contos tradicionais (caso de An Extraordinary Match , não por acaso co-dirigido pelo mesmo, fazendo uso exclusivo da antropormofizaç

O Dicionário Biográfico do Cinema#72: Kris Kristofferson

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  Kris Kristofferson, n. Browsnville, Texas, 1936 N ão se pode levar Kristofferson tão solenemente como ator, seu bem-humorado rosnado, que era também sobre muitas outras coisas - cantando e escrevendo canções, tendo os bons tempos que encontrou, e apenas envelhecendo graciosamente ou seja como for. Ao mesmo tempo, tem ao menos um grande filme ( Pat Garrett ), diversas curiosidades fascinantes, e umas poucas monstruosidades genuínas em seu crédito. Além disso, há o fato que seu corpo parece tão completamente vivido que pode estar em seu melhor aos sessenta e setenta.  Do Pomona College, tornou-se uma acadêmico Rhodes, oficial do exército, professor e, somente então, cantor. Foi nessa última função que passou a ser elencado em filmes: atuando e fazendo a música de The Last Movie [ O Último Filme ] (71, Dennis Hopper ); fez ambos em Cisco Pike  (72, B.L. Norton); não realizando a música, mas tão viçosamente rechonchudo, preguiçoso e carnal como Kid em Pat Garrett and Billy the Kid [ Pat

Filme do Dia: A Sala de Música (1958), Satyajit Ray

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  A    Sala de Música (Jalsaghar, Índia, 1958). Direção: Satyajit Ray . Rot. Adaptado: Satyajit Ray, baseado no romance de Tarashankar Bannerjee. Fotografia: Subrata Mitra. Música: Ustad Vilayat Khan, Asis Kumar, Robin Majumder & Dakhin Mohan Takhur. Montagem: Dulal Dutta. Dir. de arte: Bansi Chandragupta. Com: Chhabi Biswas, Padma Devi, Pinaki Sem Gupta, Gangapada Basu, Tulsi Lahiri, Kali Sarkar, Roshan Kumari, Sardar Akhtar.  Nas primeiras décadas do século XX, Huzur Biswambhar (Biswas) é um membro da realeza indiana em franco declínio. Velho e decadente,  ao escutar o som de uma música e saber que se trata da inauguração da sala de música de um novo rico da região, Mahin Ganguly (Basu), passa a recordar os últimos dias de sua riqueza. Sem o menor tino para os negócios e preocupado apenas com a música e com os cavalos, Huzur organiza uma festa, enquanto sua esposa Mahamaya (Devi), preocupada com as extravagâncias do marido, prefere visitar o pai adoecido, levando consigo o filho

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#33: Marko Zaror

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  ZAROR, Marko  (Chile, 1978). Não se espera encontrar uma estrela de cinema de artes marciais na América do Sul, mas Marko Zaror, nascido em Santiago de Chile, com oito filmes sob seu cinturão em doze anos, se encaixa no perfil. Tendo aprendido karatê com sua mãe, mudou-se para o México aos 19 anos. Sua carreira no cinema iniciou no México, quando interpretou um pequeno papel em Juan Camaney en Acapulco  (1998). Após decidir que queria forjar uma carreira no cinema, viajou para Los Angeles, onde trabalhou lavando pratos e como garçom antes de conseguir ensinar em uma escola de artes marciais. Em um filme em vídeo de baixo orçamento de Hollywood, Hard as Nails  (2001), Zaror teve um pequeno papel de ação como guarda-costas russo, e em 2002 estrelaria em uma co-produção mexicana-americana, Into the Flames , dirigido por Carlos Victoria Reys. Também trabalhou como dublê, e em 2003 conseguiu uma virada real quando foi convidado a ser o duplo dublê de The Rock em The Rundown  [ Bem-Vindo à

Filme do Dia: Lady Macbeth (2016), William Oldroyd

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  L ady Macbeth (Reino Unido, 2016). Direção: William Oldroyd. Rot. Adaptado: Alice Birch, a partir de Lady Macbeth of Mtsensk , de Nikolai Leskov. Fotografia: Ari Wegner. Música: Dan Jones. Montagem: Nick Emerson. Dir. de arte: Jacqueline Abrahams & Thalia Ecclestone. Figurinos: Holly Waddington. Com: Florence Pugh, Cosmo Jarvis, Paul Hilton, Naomi Ackie, Christopher Fairbank, Golda Rosheuvel, Anton Palmer, Rebecca Manley. Na Inglaterra rural do século XIX, Katherine (Pugh) é um dos itens comprados pelo seu sogro, Boris (Fairbank) ao filho e agora esposo de Katherine, Alexander (Hilton), que a trata   apenas como objeto para seu prazer visual, masturbando-se com ela despida. Quando ambos se ausentam da propriedade, Katherine flagra um ritual de humilhação dos empregados da fazenda a sua serviçal pessoal, Anna (Ackie). Ela ordena que todos parem, mas ao mesmo tempo se insinua para um dos homens, Sebastian (Jarvis). Esse posteriromente passa a segui-la e invade seu quarto, tornand

Filme do Dia: Marionettes (1934), Yakov Protazanov

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  M arionettes ( Marionetki , União Soviética, 1934). Direção: Yakov Protazanov & Porfiri Prodobed. Rot. Original: Yakov Protazanov & Vladimir Shvejtser. Fotografia: Pyotr Yermolov. Música: Leonid Polovinkin. Dir. de arte: Sergei Kozlovski & Moisei Levin. Com: Anatoli Ktorov, Nikolai Radin, Valentina Tokarskaya, Konstantin Zubov,  Sergey Martinson, Mikhail Klimov, Sergey Tikhonravov, Leonid Leonidov, Igor Arkadin. Com um parlamento em crise derivada da crise econômica, e o temor da influência marxista da União Soviética, Buferia resolve apostar no resgate da Monarquia, na figura de seu avoado e fútil aristocrata, Do (Ktorov), repleto de dívidas até então e morando no exílio. Quando se desloca de avião de volta à terra natal, Do passa mal e acidentalmente cai pela janela da avião em um lago. Seu valete, Sol (Martinson) é quem é tido como o príncipe e ungido ao trono. Quando esse chega a corte, a confusão se encontra posta. A construção da narrativa e sua manipulação (aqu

Filme do Dia: Toda a Memória do Mundo (1956), Alain Resnais

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  T oda a Memória do Mundo ( Tout la Mémoire du Monde , França, 1956). Direção: Alain Resnais. Rot. Original: Rémo Forlani. Fotografia: Ghislain Cloquet. Música: Maurice Jarre. Montagem: Claudine Merlin, Alain Resnais & Anne Sarraute. Por mais que exista um teor algo institucional em praticamente todos os curtas que Resnais realizou no período – um deles, menos conhecido e talvez dos mais interessantes, inclusive sendo efetivamente uma obra de encomenda para uma indústria, Le Chant du Styrène – não se pode negar o arrojamento formal dos mesmos, no caso em questão sobretudo em seus primeiros minutos, onde o cotidiano da Bibliotèque Nationale francesa é observado a partir de ângulos inusitados e com direito aos virtuosos travellings por seus corredores que de tão fluentes mais parecem duvidar da existência de um maquinário relativamente pesado que os efetuou. Ou ainda destacando as belas abóbodas do teto da biblioteca e suas estátuas. Passado algum tempo, acaba prevalecendo, no en

Filme: Decasia (2002), Bill Morrison

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  D ecasia (EUA, 2002). Direção, Rot. Original e Montage: Bill Morrison. Música: Michael Gordon. Ao contrário de produções como Nitrato Lírico , que louvam a preservação da célebre coleção Jean Desmett dos idos do século XX, aqui praticamente se estabelece uma reconfiguração para sentidos bem outros de filmes em nitrato de toda espécie em estado de deterioração avançada. Por vezes ocorre um casamento entre a destruição que se observa nas imagens como a de uma casa devorada pelas chamas coincidirem com a similar destruição da própria película pelo tempo. Noutro não menos inspirados, os para-quedistas que pulam de aviões passam a ser com outras escoriações da película, não mais que algumas das manchas observadas. Nos piores, infelizmente nem sempre tão raros, parece-se apenas se assistir a uma espécie de clipe interminável de uma banda de heavy metal com um cantor ensandecido a gritar. Ou ainda abstrações dignas de um filme de Stan Brakhage, só que em preto & branco. Curiosamente f

Filme do Dia: Lisboetas (2004), Sérgio Tréfaut

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  L isboetas (Portugal, 2004). Direção: Sérgio Tréfaut. Fotografia: João Ribeiro. Montagem: Pedro Marques. Incursão panorâmica sobre os anseios, misérias, expectativas e percepção sobre o país, nos grupos mais distintos de estrangeiros residentes em Portugal, onda migratória que cresce exorbitantemente a partir da década de 1990, com o contexto econômico favorável do país. A pergunta subliminar que o filme encoraja diz respeito a se tais emigrantes se amoldarão à cultura portuguesa ou irão construir um novo Portugal. O retrato final, que parece se incorporar a um certo tom pessimista com relação à globalização, frisa antes de tudo a inadaptação e a miséria desses pretendentes a serem cidadãos portugueses, oriundos sobretudo do Leste Europeu. Quase sempre o filme opta pelo estilo da “câmera invisível”, do Cinema Direto. Faux. 100 minutos.

Filme do Dia: Dias de Nietzsche em Turim (2001), Júlio Bressane

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  D ias de Nietzsche em Turim (Brasil, 2001). Direção: Júlio Bressane. Rot. Original: Júlio Bressane & Rosa Dias. Fotografia: José Tadeu Ribeiro. Montagem: Víriginia Flores. Com: Ferando Eiras, Paulo José, Tina Novelli, Isabel Themudo, Paschoal Villaboim, Mariana Ximenes.  Talvez o maior e quase único interesse do filme se encontre nas próprias reflexões extraídas do filósofo quando de sua estadia em Turim. Bressane não se atreve a esboçar qualquer enredo, antes permitindo um livre fluxo de imagens e situações filmadas tanto na cidade italiana quanto – e principalmente – no Rio de Janeiro. Ainda que se detenha em Turim sobre alguns prédios históricos, não existe qualquer esforço de se apagar de vez o fato de se filmar na contemporaneidade, com luzes e carros à mostra, ainda que sem muito destaque. O que talvez se torne mais problemático no filme seja a sua própria pretensão, ou seja, a pobre tradução que suas imagens, com raras exceções, são para a escrita impregnada de brilho do f

O Dicionário Biográfico de Cinema#71: Maurice Pialat

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  Maurice Pialat (1925-2003) n. Cunlhalt, França 1 960: L'Amour Existe  [ O Amor Existe ] (c). 1964: La Flêur de l'Âge, ou les Adolescentes . 1969: L'Enfance Nue  [ A Infância Nua ]. 1971: La Maison des Bois  (TV). 1972: Nous Ne Veillirons Pas Ensemble  [ Nós Não Envelheceremos Juntos ]. 1974: La Gueule Ouvert  [ Ferida Aberta ]. 1979: Passe Ton Bac d'Abord [ Antes Passe no Vestibular ]. 1980: Loulou. 1983: À Nos Amours [ Aos Nossos Amores ]. 1985: Police  [ Polícia ]. 1987: Sous le Soleil de Satan  [ Sob o Sol de Satã ]. 1991: Van Gogh . 1995: Le Garçu . 1997: Les Auto-Stoppeuses . O crítico francês Jean Narboni uma vez escreveu sobre a interpretação de Pialat como policial - em Que La Bête Meure [ A Besta Deve Morrer ] (69, Claude Chabrol ), que ela foi "massiva, abrupta e incrivelmente gentil." A descrição se aplica a obra de Pialat enquanto diretor, assim como parece se adequar ao bastante controverso realizador em pessoa. Ele podia ser confrontador e arr