Uma sombra quase indistinta não é bem um homem. Falta-lhe a luz dos olhos, o sorriso, as feições, a alma à flor da pele. É uma coisa anônima e sem rosto, mesmo quando tem voz e passa a cantar pelas azinhagas. Custa menos a ferir que um homem verdadeiro, à luz do dia. A cajadada apanhou o ruivo pela cabeça (...)

Carlos de Oliveira, Uma Abelha na Chuva, p 57.

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