Se é preciso ir embora e errar, é porque, excluídos da verdade, somos condenados à exclusão que proíbe toda e qualquer morada? Não será sobretudo porque essa errância significa uma relação nova com o "verdadeiro"? Não será também que esse movimento nômade (em que se inscreve a ideia de partilha e separação) se afirma, não tanto como eterna privação de um domicílio, mas como uma maneira autêntica de residir, de uma residência que não nos liga à determinação de um lugar, nem à fixação a uma realidade já fundada, segura, permanente?

Maurice Blanchot, L'Entretien Infiniti apud Lages, Susana Kampff. Walter Benjamin - Tradução e Melancolia, pp.124 (grifos da autora).

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