Um frio indefinível. O cunhado, outro sonho. Fixou as chamas quase mortas e por um instante viu-o, sentado ao pé do lume, a desfiar as trapalhadas fabulosas, os canibais, as minas para o lado das de Salomão. Perdoou-lhe as negras, as aguardentes levedas, e chegou a sorrir, mas ao erguer os olhos deu com o marido, quase informe, na cadeira de verga. A imagem de Leopoldino dissipou-se, o sorriso também. A braços com a saciedade das próprias ilusões, baixou a cabeça outra vez; o cabelo negro cintilou.

Carlos de Oliveira, Uma Abelha na Chuva, p. 72.

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