Filme do Dia: Leões e Cordeiros (2007), Robert Redford
Leões e Cordeiros (Lions for Lambs, EUA, 2007). Direção: Robert Redford. Rot.Original: Matthew Michael Carnahan. Fotografia:
Philippe Rousselot. Música: Mark Ishan. Montagem: John Rutshing. Dir. de arte: Jan
Roelfs & François Audouy. Cenografia: Leslie A. Pope. Figurinos: Mary Zophres. Com: Robert Redford, Meryl
Streep, Tom Cruise, Andrew Garfield, Michael Peña, Peter Berg, Kevin Dunn,
Derek Luke.
No mesmo momento,
em Washington uma repórter, Janine Roth (Streep) entrevista um influente
senador republicano, Jasper Irving (Cruise), um professor universitário na
Califórnia, Stephen Malley (Redford) discute com seu aluno mais aplicado, Todd
Hayes (Garfield), sobre o futuro do mesmo e os soldados Arian Finch (Luke) e
Ernest Rodriguez (Peña) combatem no Afeganistão. Janine deve se decidir entre a
segurança de sua carreira e a sua versão do que acredita correto, oposta a
traçada pelo senador diante dela, sendo que o mesmo havia ganho maior
proeminência no mundo político a partir
de uma artigo escrito por ela. Todd deve decidir sobre que rumo tomar em sua
vida. Os soldados no Afeganistão devem optar por avançar ou não diante das
trincheiras inimigas.
Mal recebido por
público e crítica, esse que é primeiro
filme dirigido por Redford em sete anos, aponta para a tensão da escolha entre
decisões diversas que compõem o cotidiano e das quais não se pode escapar de
todo. Tudo isso somente ficará claro após muitas hipóteses serem desconstruídas,
como a do filme se centrar em uma operação de guerra ou na denúncia política
como tantos outros. O modo como o filme articula seu discurso, no entanto, sem
que as linhas narrativas se cruzem a não ser em momentos de flashback, os únicos que fogem do tempo
real em que se desenrola a história, é maduro o suficiente para se apoiar mais
em diálogos e idéias do que em qualquer tipo de espetacularização ou suspense,
tais como os thrillers políticos
americanos dos anos 1960 e 70. Vai nesse sentido as cenas de guerra, tão pouco glamorosas e de visibilidade canhestra quanto as imagens reais das guerras
contemporâneas transmitidas ao vivo pelas tvs a cabo. Quanto às decisões
finais, nenhuma chega a ganhar uma maior concretude ao final do filme, como se
Redford estivesse mais preocupado em ressaltar mesmo a tensão e o provisório
impasse, ainda assim um passo adiante do conformismo mudo dos que tangenciam a
realidade por suas bordas, como parece ser o impulso inicial de Todd. O
resultado final, ainda que irregular e apresentando pontos fracos, como o
inverossímil Garfield vivendo o personagem de Todd, apresenta a força de um
cinema americano que não volta às costas para sua própria história, seja a do
passado, no mais bem efetivado Boa
Noite, e Boa Sorte. (2005), seja a mais difícil representação sobre o
próprio momento contemporâneo à produção do filme, ainda que sob o risco de se
tornar precocemente datado. Andell Ent./Brat Na
Pont Prod./Cruise-Wagner Productions/United Artists/Wildwood Enterp. para
United Artists. 92
minutos.
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