O Dicionário Biográfico de Cinema#82: Tuesday Weld
Tuesday Weld (Susan Ker Weld), n. Nova York, 1943
De Rock, Rock, Rock [Ritmo Alucinante] (56, Will Price) a Falling Down [Um Dia de Fúria], muito pouco de Tuesday Weld tem sido banal ou esperado. Há tema mais rico para uma biografia hollywoodiana ou autobiografia - por ser simplesmente inteligente e articulada o suficiente, e ter sobrevivido a toda a loucura de ter sido uma ninfeta da mídia na era Eisenhower, assim como uma garota com o peso do nome Tuesday, conseguindo mostrar que pode ser uma atriz extraordinária, assim como uma grande beleza, que foi de alguma maneira lamentável devastada aos vinte e cinco anos?
Tomando somente um exemplo peculiar: ela possui cenas como Zelda no filme para a TV F. Scott Fitzgerald in Hollywood (76, Anthony Page) que são tão boas quanto qualquer atriz faria na tela grande. Sua melhor obra é frequentemente a menos conhecida, ou pouco evocada. Considerando que raramente obteve os papéis que seu talento e ousadia clamavam - Lolita, digamos, ou Bonnie em Bonnie & Clyde, papel que perdeu por conta de sua gravidez. Tem feito muitos filmes sombrios - e nenhum mais medonho que Um Dia de Fúria. Difícil se seguir uma trajetória em sua carreira. Mas nunca encontrei uma performance de Weld que não fosse merecedora de análise. Ela nunca se afasta de seus próprios padrões rígidos do que é humano e interessante.
Interpretou Thalia Menninger em The Many Loves of Dobie Gillis (59-60) na TV; Rally Round the Flag, Boys! [A Delícia de um Dilema] (58, Leo McCarey); The Five Pennies [A Lágrima que Faltou] (59, Melville Shavelson); Because They're Young (60, Paul Wendkos); High Time [Dizem que é Amor] (60, Blake Edwards); Sex Kittens go to College (60, Albert Zugsmith); The Private Lives of Adam and Eve [A Vida Íntima de Adão e Eva] (60, Zugsmith); Bachelor Flat [Armadilha para Solteiros] (61, Frank Tashlin); Return to Peyton Place [De Volta à Caldeira do Diabo] (61, José Ferrer); com Elvis em Wild in the Country [Coração Rebelde] (61, Philip Dunne); Soldier in the Rain [Quanto Vale um Homem] (63, Ralph Nelson); I'll Take Sweden [Bom Mesmo é Amar] (65, Frederick De Cordova); excelente com Steve McQueen em The Cincinatti Kid [A Mesa do Diabo] (65, Norman Jewinson); divertidíssima em Lord Love a Duck [Enganando Papai] (66, George Axelrod); brilhante, sedutora e letal como a colegial Lulu em Pretty Poison [O Despertar Amargo] (68, Noel Black), e muito entrosada com Anthony Perkins; rural, simples e sem esforço traiçoeira na história de amor com Gregory Peck em I Walk the Line [O Pecado de um Xerife] (70, John Frankenheimer); A Safe Place [Refúgio Seguro] (71, Henry Jaglom); como a desperdiçada heroína de Joan Didion, Maria Wyeth, em Play It As It Lays [O Destino que Deus Me Mandou] (72, Frank Perry); na versão para a TV de Diabolique [As Diabólicas] de Clouzot - Reflections of Murder (74, John Badham); seu cabelo cortado, comportamento agonizante em Who'll Stop the Rain [Soldados da Morte] (78, Karel Reisz), numa cena trágica de amor com Nick Nolte; uma divorciada acusada de matar sua própria criança em A Question of Guilt [Uma Questão de Culpa] (78, Robert Butler), para a TV; Serial (80, Bill Persky); na TV novamente em Madame X (80, Robert Ellis Miller) e Mother and Daughter: The Loving War (80, Burt Brinckerhoff); Thief [Profissão: Ladrão] (81, Michael Mann); Author! Author! [Autor em Família] (82, Arthur Hiller); como a voz off em uma das cenas de estupro mais ambíguas do cinema em Once Upon a Time in America [Era Uma Vez na América] (83, Sergio Leone); The Winter of Our Descontent (83, Warris Hussein); Scorned and Swindled [Sonhos e Humilhações] (84, Wendkos); Circle of Violence: A Family Drama (86, David Greene); como uma mulher apaixonada por um homem mais jovem em Something in Common [Alguma Coisa em Comum] (86, Glenn Jordan); Heartbreak Hotel [Uma Noite com o Rei do Rock] (90, Chris Columbus); e Feeling Minnesota (86, Steven Baigelman). Mais recentemente, teve pequenos papéis em Chelsea Walls [Dramas e Sonhos] (01, Ethan Hawke) e Investigating Sex (01, Alan Rudolph).
Se tivesse sido "Susan Weld" poderia ser hoje conhecida como uma de nossas grandes atrizes.
Texto: Thomson, David. The New Biographical Dictionaire of Film. Nova York: Alfred A. Knopf, 2014, p. 2803-4.
Comentários
Postar um comentário