Filme do Dia: Jânio a 24 Quadros (1981), Luís Alberto Pereira

 


Jânio a 24 Quadros (Brasil, 1981). Direção e Rot. Original: Luís Alberto Pereira. Fotografia: Eduardo Poiano & Adilson Ruiz. Montagem: Augusto Sevá. Cenografia: Sebastião Maria Neto. Figurinos: Dionéia da Paixão.

Documentário que oscila, do início ao final, entre o didatismo e a recusa do mesmo. De qualquer forma, muito provavelmente influenciado por Godard e pela vanguarda super-oitista da década de 70, acaba dedicando um espaço reduzido ao que seria seu tema central, preferindo alongar-se sobre o período anterior e posterior ao meteórico governo Jânio, chegando até o momento da abertura política. Igualmente perceptível é a influência de O Bandido da Luz Vermelha, seja ao fazer uso de narrações radiofônicas semelhantes ou canções (Perfume de Gardênia) em sua trilha, que explora igualmente muitos dos sucessos nacionais (Cely Campello, Roberto Carlos, Gilberto Gil) e internacionais (Joplin e, sobretudo, Beatles, sendo o filme dedicado, entre outros, a John Lennon, recentemente falecido) do período. Além das canções, outro recurso que faz uso fortemente para ilustrar o período que aborda é o de fotos de revistas (já de início fotos de musas internacionais e brasileiras, assim como de políticos, ao som de Moonlight Serenade) e manchetes dos jornais. Entre seus melhores momentos se encontra a intervenção poética na realidade cotidianam ao som de Janis Joplin (que lembra algo semelhante efetuado pelo super 8 Rio de Janeiro – Brasil) e entre os piores algumas reconstituições pretensamente “humorísticas” como o seqüestro do embaixador americano Elbrick, caracterizado como Tio Sam. O próprio cineasta aparece dando um depoimento no chuveiro. Jango, de Tendler, constrói um painel mais didático e articulado do período. Lula também aparece, próximo ao final, em um discurso que explicita algumas estratégias políticas ao telefone. Embrafilme/Sec. da Cultura do Estado de São Paulo. 85 minutos.

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