Filme do Dia: Visions of Light (1992), Arnold Glassman, Todd McCarthy & Stuart Samuels

 


Visions of Light (EUA/Japão, 1992). Direção: Arnold Glassman, Todd McCarthy & Stuart Samuels. Fotografia: Nancy Schreiber. Montagem: Arnold Glassman. Cenografia: Deborah Rhein.

Documentário um tanto quanto burocrático e mesmo corporativo em seu formato, traçando um panorama da história da fotografia no cinema através de seus nomes mais renomados (e imagens dos filmes em que trabalharam) e depoimentos de velhos e novos mestres. Mesmo com intenso gosto de deja vú e utilização da maior parte de filmes bastante conhecidos (O Nascimento de uma Nação, Aurora, A Turba, O Gabinete do Dr. Caligari, O Homem das Novidades, O Médico e o Monstro, Possuída, Desejo, Jezebel, As Vinhas da Ira, Rebecca, Soberba, O Mensageiro do Diabo, A Marca da Maldade, Lawrence da Arábia, O Indomado, Quem tem Medo de V. Woolf?, A Primeira Noite de um Homem, 2001, O Bebê de Rosemary, Sem Destino, Perdidos na Noite, Cidade das Ilusões, Chinatown, Tubarão, Taxi Driver, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Cinzas no Paraíso, Mishima, Veludo Azul, O Último Imperador, Império do Sol, A Última Tentação de Cristo, Faça a Coisa Certa, entre eles). Mesmo com essa quantidade infindável de clipes e comentários (sendo que os primeiros geralmente ilustram os segundos de modo bastante trivial) sobram momentos para análises um pouco mais detidas em algumas obras primas como Aurora, Cidadão Kane, Cinzas no Paraíso ou O Conformista. Também se investiga um pouco o surgimento do processo de colorização que ainda contava com apenas duas cores básicas. Nomes do cinema europeu, como Storaro, realizador da magnífica fotografia do último ou pioneiros vinculados ao cinema alemão como Strauss somente são lembrados enquanto também tiveram seu momento em Hollywood (no caso de Storaro através de Apocalipse Now) ou para evocarem o banal clichê sobre o expressionismo alemão influenciando a produção norte-americana. Destaque para a bela cena de À Sangue Frio em que Conrad Hall destaca as “lágrimas” no rosto de um personagem a partir da chuva que cai e se reflete através da janela. A influência da Nouvelle Vague, por sua vez, tem sua rápida menção com Jules e Jim. Depoimentos de Michael Chapman, Lisa Rinzler, Michael Ballhaus, John Bailley, Nestor Almendros, Sven Nykvist, Vilmos Szigmond, Charles Lang, Robert Wise, László Kovács, Haskell Wexler, John Alonzo, Gordon Willis, Frederick Elmes, entre outros. Em alguns deles, como no de William Fraker, são ressaltados a proximidade da colaboração nunca de todo definida com o diretor, aqui Polansky em O Bebê de Rosemary, fundamental para a construção do estranho enquadramento que filma apenas as costas de Ruth Gordon ao telefone.  AFI/NHK. 92 minutos.

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