Filme do Dia: Entre Facas e Segredos (2019), Rian Johnson
Entre Facas e
Segredos (Knives Out, EUA, 2019).
Direção e Rot. Original: Rian Johnson. Fotografia: Steve Yedlin. Música: Nathan
Johnson. Montagem: Bob Ducsay. Dir. de arte: David Crank & Jeremy Woodward.
Cenografia: David Shclesinger. Figurinos: Jenny Egan. Com: Daniel Craig, Chris Evans, Ana de Armas, Jamie Lee Curtis, Michael
Shannon, Don Johnson, Toni Colette, Lakeith Stanfield, Christopher Plummer,
Katherine Langford, Jaeden Martell, Marlene Forte, Riki Lindhome.
O
suposto suicídio do editor de livros Harlam Thrombey (Plummer) leva o
investigador Benoit Blanc (Craig) a investigar os membros e alguns outros que
circulam ao redor da família como possíveis suspeitos. A assistente latina de
Harlam, Marta (de Armas), que possui informações privilegiadas sobre Harlam,
dada sua proximidade. O filho ovelha negra e caçula e provocador Ransom (Evans), playboy inconsequente. O filho Walt (Shannon), que cuida das
publicações do pai, mas não se encontra ultimamente entendendo com ele, sendo
inclusive dispensado do serviço. A nora Joni (Colette), que o anda
sistematicamente surrupiando de seu patrimônio e Linda (Curtis), casada com um
imprestável marido, Richard Drysdale (Johnson) e Donna (Lindhome), esposa de
Walt.
Efetua
uma atualização de filmes como as adaptações dos romances de Agatha Christie,
embora com uma variante importante, a determinada altura do filme, quando já se
imagina, bem antes, quem seja a responsável pela morte de Harlam. Ou seja, não
se investe tanto nos álibis e motivações – que, como nos romances da escritora
britânica, todos praticamente possuem. A montagem se torna aliada imperativa
nesse momento, sobretudo, embora o que observemos nas imagens não condiza por
vezes, com o que o personagem fala. Filmado com câmeras que trazem certa
dimensão hiper-realista, capaz de observar os ostensivos pontos escuros da
barba de Blanc (uma brincadeira com o célebre Poirot de Cristhie?), que apesar
do nome, não possui nenhum indicativo de que seja francês. Aliás, a casa e seus
personagens parecem flutuar para além de uma precisão cultural ou geográfica
específica. A única exceção, que surge como que de paraquedas em sentido oposto
– nenhuma outra virá – dá pistas concretas sobre o momento em que se discute as
polêmicas medidas tomadas por Donald Trump, então presidente norte-americano,
em relação aos imigrantes ilegais no país, que incluem separações de famílias.
Ao contrário de boa parte das adaptações cinematográficas da britânica (como as
duas versões de Assassinato no Expresso
do Oriente, de 1974 e 2017), não possui um elenco estrelar. Há algo de
caricato nessa tipificação dos personagens, sobretudo os do tenente e do
soldado que participam da investigação, e sua coadjuvância devido ao excesso
dos personagens, à exceção da Marta de
Armas, não apenas torna-os demasiado
opacos para serem verdadeiramente interessantes, mas até mesmo eventualmente
pouco claras algumas das relações parentais. Para quem imaginou que a
personagem Joni foi uma referência a Joni Mitchell, cantora em evidência nos
anos 70, não se equivocou. Media Righst Capital/T-Street para Lionsgate. 131
minutos.

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