Filme do Dia: The Little Minister (1921), Penrhyn Stanlaws

 


The Little Minister (EUA, 1921). Direção: Penrhyn Stanlaws. Rot. Adaptado: Edfrid A. Bingham. Fotografia: Paul P. Perry. Com: Betty Compson, George Hackthorne, Edwin Stevens, Nigel Barrie, Will Walling, Guy Oliver, Fred Huntley, Robert Brower.

Anos 1840, Escócia. Uma comunidade se vê ameaçada pela alta dos impostos. Quando fica sabendo de reações e possível violência, Lorde Rintoul (Stevens) planeja uma ação repressiva da soldadesca, Lady Barbara, ou Babbie (Compson), para os íntimos, traveste-se de cigana e alerta a comunidade para os perigos. E, se tem um olho voltado para o sofrimento da comunidade, o outro está voltado para o jovem pastor recém-chegado, Gavin  (Hackthorne), que se apaixona pela desenvolta cigana, sem  desconfiar que se trata da tutelada de Rintoul.

Tal como no caso de alguns super-heróis, muda-se um adereço ou outro e se passa de um extremo da pirâmide social e de status para o outro. Algo emblemático de um cinema ainda muito afeito a certo teor conto de fadas, única possibilidade de leitura simpática de uma revolta camponesa com foices e arados – tão próxima da imagética comunista e, temporalmente, da Revolução Soviética, ainda que sua ficção se avizinhe mais da Revolução Francesa. Porém, camadas de suavização se depositam sobre o que poderia soar como entrave: a secundarização da revolta em relação ao primeiro plano da paixão recolhida da princesa/cigana pelo recém-chegado pastor; uma temporalidade distante, em uma época e local não muito chamativos ou identificados com o presente de sua produção; o tratar-se de uma adaptação de uma peça popular o suficiente para gerar várias versões cinematográficas à época (três anteriores e duas posteriores, sendo uma já no ano seguinte, tida como perdida, e uma já no cinema sonoro, com Katharine Hepburn como Babbie); e que o amor entre duas criaturas de origens sociais absurdamente distintas, não é tão inimaginável assim, já que a cigana é Lady Barbara. Dito tudo isso, há pouco que se possa aliviar do outro lado da balança. Além do questionável carisma de Compson, a lançar suas caras paternais (maternais?) de forma maliciosa ao seu empertigado par romântico (e muito mais ao próprio espectador, mesmo que olhando não para esse e sim para o amado) e o modo como eventualmente filma seu casario de pedra antigo, que poderia criar subsídios atmosféricos para um drama ou comédia de maior felicidade de realização. Aliás Stanlaws não dirigiu mais que um par de anos e um punhado de filmes, sendo mais da metade veículos para Compson. Integra a Coleção Jean Desmett. RKO Radio Pictures. 68 minutos.

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